A Suavidade da Infância
Narrado por Abu Huraira (que Allah esteja satisfeito com ele):
“Quando as pessoas viam os primeiros frutos da estação, traziam-nos ao Mensageiro de Allah ﷺ. Quando o Profeta ﷺ os recebia, dizia: ‘Ó Allah, abençoa nossos frutos, abençoa nossa cidade, abençoa nosso sā‘ e nosso mudd. Ó Allah, Ibrahim é Teu servo, Teu amigo íntimo e Teu profeta; e eu também sou Teu servo e Teu profeta. Ele Te pediu bênção para Meca, e eu Te peço bênção para Medina, igual à que ele pediu para Meca — e ainda mais.’
Depois disso, ele chamava a criança mais nova presente e lhe entregava aqueles frutos.”
[Relatado por Muslim]
E aqui devemos refletir sobre a última parte do hadith:
– É da natureza das crianças se encantarem com tudo o que é novo: seus olhos brilham ao ver as cores e formas do fruto, e seus pequenos estômagos “cantam”, não por fome, mas pela doçura que imaginam saborear!
– Nosso Profeta ﷺ — escolhido por Allah, o Altíssimo — foi guiado e instruído sobre as almas humanas. Ele conhecia a impaciência dos pequenos e a respeitava. Não os repreendia, não os afastava; ao contrário, tratava-os com ternura, descia da altura de sua sabedoria até os jardins puros de seus corações, e lhes oferecia o fruto abençoado da terra. Assim, o fruto se tornava ainda mais belo ao ser tocado pela suavidade de seu caráter ﷺ.
Quão bela é a alma que pratica a gentileza em seu devido lugar, que não transforma regras e costumes em barreiras sufocantes, nem exige que todos ao seu redor sejam estátuas rígidas, privadas de emoção, sempre em estado de seriedade e cobrança.
Aproximem-se dos modos do Profeta ﷺ, para que cada alma se sinta à vontade perto de vocês. Sejam como um riacho ao qual recorrem os sedentos, como uma brisa suave no calor abrasador, como cor em um mundo que insiste em escurecer até o cinza… e depois ao negro.