Quem reflete sobre a vida do Profeta ﷺ percebe que ela reúne todas as virtudes morais reconhecidas pelos mais nobres e virtuosos entre os seres humanos.
Ele foi o exemplo supremo de bom caráter.
Deus, o Altíssimo, disse:
“E em verdade, tu és de uma conduta grandiosa.”
(Surata Al-Qalam, 68:4)
O caráter do Profeta ﷺ era o Alcorão — ele se agradava com o que agradava a Deus e se irritava com o que O irritava. Não era indecente nem rude, nem levantava a voz nos mercados. Jamais retribuía o mal com outro mal, mas perdoava e relevava.
Safiyyah bint Huyayy رضي الله عنها disse:
“Nunca vi ninguém com melhor caráter do que o Mensageiro de Deus ﷺ.”
E Anas رضي الله عنه relatou:
“Juro por Deus, servi-o por nove anos, e nunca o ouvi dizer sobre algo que eu fiz: ‘Por que fizeste isso?’ Nem sobre algo que deixei de fazer: ‘Por que não fizeste isso?’”
Anas رضي الله عنه também disse:
“O Mensageiro de Deus ﷺ era uma das pessoas de melhor caráter. Certo dia ele me enviou em uma tarefa, e eu disse: ‘Juro por Deus que não irei’, embora, no fundo, eu pretendesse ir onde ele me ordenara. Passei por alguns meninos brincando no mercado, e de repente o Profeta ﷺ me segurou pelo pescoço por trás. Olhei e vi que ele sorria. Ele disse: ‘Ó Anas, já foste onde te mandei?’ Eu disse: ‘Sim, estou indo, ó Mensageiro de Deus.’”
Exemplo de Paciência e Perdão
Deus, o Altíssimo, disse:
“Foi por misericórdia de Deus que foste gentil com eles. E se fosses rude ou duro de coração, teriam se afastado de ti.”
(Surata Aal Imran, 3:159)
Anas رضي الله عنه narrou:
“Eu caminhava com o Profeta ﷺ enquanto ele usava um manto grosso de Najrã. Um beduíno veio e o puxou com tanta força que vi a marca do tecido no pescoço do Profeta. Então ele disse: ‘Ó Muhammad, ordena que eu receba algo da riqueza de Deus que está contigo!’ O Profeta ﷺ virou-se, sorriu e ordenou que lhe dessem algo.”
Exemplo de Modéstia
Abu Sa‘id al-Khudri رضي الله عنه disse:
“O Profeta ﷺ era mais modesto do que uma virgem em seu quarto. Quando via algo que detestava, percebíamos isso em seu rosto.”
Exemplo de Compaixão e Misericórdia
Deus, o Altíssimo, disse:
“E não te enviamos senão como misericórdia para os mundos.”
(Surata Al-Anbiya, 21:107)
Abu Dharr رضي الله عنه relatou:
“O Mensageiro de Deus ﷺ orou uma noite inteira recitando um único versículo, curvando-se e prostrando-se com ele:
‘Se os castigares, são Teus servos; e se os perdoares, Tu és o Todo-Poderoso, o Sábio.’ (Surata Al-Ma’idah, 5:118)
Quando amanheceu, eu disse: ‘Ó Mensageiro de Deus, recitaste este versículo a noite toda, prostrando-te e curvando-te com ele!’
Ele respondeu: ‘Pedi ao meu Senhor a intercessão pela minha comunidade, e Ele ma concedeu — e, se Deus quiser, ela alcançará quem não associa nada a Ele.’”
Malik ibn al-Huwayrith (que Allah esteja satisfeito com ele) disse:
“Fui até o Profeta ﷺ com um grupo do meu povo, e permanecemos com ele por vinte noites. Ele era gentil e compassivo. Quando percebeu nossa saudade de nossas famílias, disse: ‘Voltem, fiquem com eles, ensinem-lhes e rezem. Quando chegar a hora da oração, que um de vocês faça o adhan e que o mais velho de vocês lidere a oração.’”
Um Exemplo de Fidelidade e Cumprimento das Promessas
ʿAʾishah (que Allah esteja satisfeita com ela) disse:
“Jamais senti mais ciúmes de alguma das esposas do Profeta ﷺ do que de Khadijah, embora eu nunca a tenha visto. Mas o Profeta costumava mencioná-la com frequência. Às vezes, sacrificava uma ovelha, cortava-a em pedaços e enviava às amigas de Khadijah. Certa vez, eu lhe disse: ‘Parece que não havia outra mulher no mundo além de Khadijah!’ Ele respondeu: ‘Ela era assim e assim, e eu tive filhos com ela.’”
Um Exemplo de Humildade
Allah, o Altíssimo, disse ao Seu Profeta:
“E abaixa tua asa (sê gentil) para aqueles que te seguem entre os crentes.”
(Ash-Shu‘ara: 215)
Ou seja: sê amável e compassivo com eles. Allah ordenou ao Seu Profeta ﷺ que fosse humilde, dócil e misericordioso com os pobres e com todos os muçulmanos.
Ele passava pelas crianças e as cumprimentava. Uma menina podia segurar sua mão e levá-lo para onde quisesse. Ele consertava suas próprias sandálias, remendava suas roupas, ordenhava sua ovelha, sentava-se com os necessitados, andava com viúvas e órfãos para ajudá-los, aceitava convites, mesmo para refeições simples, visitava os doentes, acompanhava funerais, montava em jumentos e atendia ao chamado de um servo.
Um Exemplo de Coragem
ʿAli ibn Abi Talib (que Allah esteja satisfeito com ele) disse:
“Quando a batalha de Badr se intensificou, procuramos proteção junto ao Mensageiro de Allah ﷺ, e ele era o mais próximo do inimigo e o mais corajoso entre nós.”
Al-Baraʾ ibn ʿAzib disse:
“Por Allah, quando a batalha ficava feroz, nos protegíamos atrás do Profeta ﷺ, e o mais corajoso entre nós era aquele que lutava ao seu lado.”
Anas ibn Malik (que Allah esteja satisfeito com ele) disse:
“O Mensageiro de Allah ﷺ era o melhor dos homens, o mais generoso e o mais corajoso. Certa noite, os habitantes de Medina ficaram assustados com um barulho. Alguns saíram para investigar, e o Mensageiro de Allah ﷺ já voltava — tinha chegado antes deles. Montava o cavalo de Abu Talhah, sem sela, com a espada no pescoço, dizendo: ‘Não tenham medo, não tenham medo!’ E acrescentou: ‘Encontramos o cavalo rápido, de fato ele é veloz.’ O cavalo era conhecido por ser lento, mas, por bênção do Profeta, tornou-se ágil.”
Um Exemplo de Generosidade e Bondade
Ibn ʿAbbas (que Allah esteja satisfeito com ele) disse:
“O Mensageiro de Allah ﷺ era o mais generoso dos homens, e ainda mais durante o Ramadã, quando Jibril o encontrava todas as noites para revisar o Alcorão com ele. O Profeta ﷺ era mais generoso no bem do que o vento enviado.”
Jabir ibn ʿAbdullah disse:
“O Profeta ﷺ nunca foi solicitado a algo sem conceder — nunca disse ‘não’.”
Anas ibn Malik relatou:
“O Mensageiro de Allah ﷺ nunca foi pedido por algo em nome do Islã sem dar. Um homem veio até ele, e o Profeta lhe deu um rebanho entre duas montanhas. O homem voltou ao seu povo e disse: ‘Ó meu povo, abracem o Islã! Pois Muhammad dá como quem não teme a pobreza.’”
Um Exemplo de Temor e Reverência a Allah
Mutarrif narrou de seu pai que disse: “Vi o Mensageiro de Allah ﷺ orando, e em seu peito havia um som como o ronco de um moinho, por causa do choro.”
Ibn ʿAbbas narrou que Abu Bakr (que Allah esteja satisfeito com ele) disse: “Ó Mensageiro de Allah, você ficou velho!” Ele respondeu: “As suratas Hud, Al-Waqiʿah, Al-Mursalat, ‘Amma Yatasa’alun e Idha Ash-Shamsu Kuwwirat me envelheceram.”
Um Exemplo de Desapego ao Mundo e de Vida Simples
ʿUmar (que Allah esteja satisfeito com ele) entrou na casa do Profeta ﷺ e o encontrou deitado sobre uma esteira sem forro, com uma almofada de couro cheia de fibras de palmeira sob a cabeça. Perto dele, alguns couros estavam pendurados. ʿUmar disse: “Vi as marcas da esteira no seu lado e chorei.” O Profeta ﷺ perguntou: “Por que você chora?” Ele respondeu: “Ó Mensageiro de Allah, Cosroes e César vivem no luxo, e você é o Mensageiro de Allah!” Ele disse: “Não estás satisfeito que o mundo seja deles e a outra vida seja nossa?”
Enquanto exortava seus companheiros ao desapego do mundo e ao apego ao além, ele mesmo realizou a peregrinação (Hajj) montado em uma sela gasta e com um manto grosseiro que não valia mais do que quatro dirhams.
Um Exemplo de Firmeza e Certeza na Promessa de Allah
Al-Bukhari (2864) e Muslim (1776) narraram de Abu Ishaq, de Al-Baraʾ (que Allah esteja satisfeito com ele), que um homem lhe disse: “Ó Abu ʿUmara, vocês fugiram no Dia de Hunayn!” Ele respondeu: “Não, por Allah, o Profeta ﷺ não fugiu! Mas alguns dos apressados sim. A tribo de Hawazin os enfrentou com flechas, enquanto o Profeta ﷺ estava em sua mula branca, e Abu Sufyan ibn al-Harith segurava as rédeas. O Profeta ﷺ dizia: ‘Eu sou o Profeta, não há mentira! Sou o filho de ʿAbd al-Muttalib!’”
Um Exemplo de Paciência com as Pessoas e Perdão ao Ofensor
Foi descrito na Torá: “Ele não é rude nem duro, nem levanta a voz nos mercados. Não retribui o mal com o mal, mas perdoa e absolve.”
Um Exemplo de Frequente Arrependimento e Pedido de Perdão
Abu Hurayrah (que Allah esteja satisfeito com ele) narrou que o Mensageiro de Allah ﷺ disse: “Por Allah, peço perdão a Allah e me volto para Ele em arrependimento mais de setenta vezes por dia.”
Um Exemplo de Adoração
ʿAishah (que Allah esteja satisfeita com ela) disse: “O Profeta ﷺ orava à noite até que seus pés se rachavam. Eu lhe disse: ‘Ó Mensageiro de Allah, por que faz isso se Allah já perdoou seus pecados passados e futuros?’ Ele respondeu: ‘Não devo ser um servo agradecido?’”
ʿUbayd ibn ʿUmayr contou que disse a ʿAishah: “Conte-nos algo extraordinário que viu do Mensageiro de Allah ﷺ.” Ela ficou em silêncio por um tempo e depois disse: “Certa noite ele disse: ‘Ó ʿAishah, deixa-me adorar meu Senhor esta noite.’ Eu disse: ‘Por Allah, amo tua presença, mas também amo o que te agrada.’ Ela disse: ‘Então ele levantou-se, fez a ablução e começou a orar. Chorou até molhar o colo, depois a barba, e depois o chão. Bilal veio chamá-lo para a oração e, ao vê-lo chorando, disse: ‘Ó Mensageiro de Allah, por que choras, se Allah já perdoou teus pecados passados e futuros?’ Ele respondeu: ‘Não devo ser um servo agradecido? Hoje foi revelado um versículo — ai de quem o recita sem refletir sobre ele: “Em verdade, na criação dos céus e da terra e na alternância da noite e do dia há sinais para os dotados de entendimento.” [Āl ʿImrān: 190]’”
Durante o mês do Ramadã, a orientação do Profeta ﷺ era intensificar todos os tipos de adoração. Ele aumentava a caridade, as boas ações, a recitação do Alcorão, a oração, a lembrança de Deus e o retiro espiritual (iʿtikāf).
Quanto ao jejum voluntário, ele jejuava tanto que se dizia: “Ele nunca quebra o jejum”, e às vezes interrompia tanto que se dizia: “Ele nunca jejua.” Ele nunca completou o jejum de um mês inteiro além do Ramadã, e jejuava mais no mês de Shaʿbān do que em qualquer outro. Costumava jejuar às segundas e quintas-feiras.
Na recitação do Alcorão, lia com entonação pausada e refletida, nem apressada nem monótona. Articulava cada letra com clareza e fazia pausas a cada versículo. Quando encontrava palavras com prolongamento, as pronunciava corretamente — como ar-Raḥmān e ar-Raḥīm. Buscava refúgio em Deus contra o demônio, dizendo: “Eu me refugio em Allah contra o demônio amaldiçoado”, ou: “Ó Allah, eu me refugio em Ti contra o demônio amaldiçoado — contra sua loucura, arrogância e sussurros.” Ele tinha uma porção fixa (ḥizb) do Alcorão que jamais deixava de ler.
Lia o Alcorão em pé, sentado, deitado, em estado de pureza ou não. Nada o impedia de recitá-lo, exceto a impureza maior.
Ele era também um exemplo na lembrança de Deus.
O Profeta ﷺ era o mais perfeito dos seres na lembrança de Allah, exaltado seja Ele. Lembrava-se de Deus em todas as situações — em pé, sentado, caminhando, montado ou repousando.
Ele incentivava seguir seu exemplo na oração, no jejum e no casamento.
Anas ibn Mālik relatou que três homens foram às casas das esposas do Profeta ﷺ perguntando sobre suas práticas de adoração. Quando ouviram a resposta, acharam-nas poucas e disseram: “Onde estamos nós em relação ao Profeta ﷺ, se Allah já lhe perdoou os pecados passados e futuros?”
Um disse: “Eu orarei a noite toda.”
Outro disse: “Jejuarei sempre, sem quebrar o jejum.”
O terceiro disse: “Evitaria as mulheres e nunca me casaria.”
Então o Mensageiro de Allah ﷺ veio a eles e disse:
“Foram vocês que disseram isso? Por Allah, sou o mais temente e piedoso entre vocês, mas jejuo e também quebro o jejum, oro e também durmo, e me caso com mulheres. Quem se afasta da minha Sunnah não é dos meus.”
Ibn Ḥajar explicou: “Quem se afasta da minha Sunnah não é dos meus” significa que quem abandona meu caminho e segue outro não é dos meus seguidores. O caminho do Profeta ﷺ era o monoteísmo puro e fácil: ele comia e descansava para se fortalecer na adoração, dormia para se levantar em oração e casava-se para manter a castidade e multiplicar a descendência.
Este hadith mostra a importância de observar a vida dos piedosos para imitá-los e que mostrar boas ações, quando livre de ostentação, não é censurável.
Ele era exemplo no Hajj.
A peregrinação é uma das formas mais claras de adoração em que o seguimento do Profeta ﷺ se manifesta. Ele disse:
“Aprendam comigo os seus rituais, pois não sei se farei outra peregrinação após esta.”
Seguir o Profeta ﷺ não se limita às virtudes espirituais, mas também ao seu modo de vida prático — pois sua orientação era o exemplo mais perfeito.
Na comida e na bebida, não rejeitava o que estava disponível nem se esforçava pelo que faltava. Tudo o que era lícito e bom, ele comia. Nunca criticou comida; se gostasse, comia, se não, deixava. Às vezes passava três luas sem fogo aceso em casa (sem comida cozida).
Quando começava a comer, dizia: “Em nome de Allah.” Ao terminar, dizia:
“Ó Allah, Tu me alimentaste e deste de beber, enriqueceste e satisfizeste, guiaste e deste vida. A Ti pertence todo louvor pelo que concedeste.”
Quando comia na casa de alguém, não saía sem orar por ele.
Comia o que estivesse disponível e, na falta de comida, suportava a fome — a ponto de amarrar pedras no estômago. Não se envergonhava de comer com qualquer pessoa — jovem ou velho, livre ou escravo, beduíno ou emigrante.
No sono e ao despertar:
Quando precisava dormir, deitava-se sobre o lado direito, lembrando-se de Allah, sem estar cheio de comida ou bebida.
Antes de dormir, colocava a mão sob a cabeça e dizia:
“Ó Allah, protege-me do Teu castigo no Dia em que ressuscitares os Teus servos.”
Ao acordar, louvava e glorificava Allah, declarava Sua grandeza e unicidade, fazia súplicas, usava o siwak, realizava a ablução e orava diante de seu Senhor — conversando, louvando, esperando e temendo.
Dormia às vezes em cama, às vezes em esteira, no chão ou em um leito simples.
Um exemplo em suas palavras, silêncio, risos e lágrimas
Quando falava, suas palavras eram claras, distintas e articuladas — de modo que quem ouvia podia contá-las. Não falava com pressa nem de forma confusa, nem devagar e interrompendo, mas com equilíbrio e perfeição.
Frequentemente repetia as palavras três vezes para que fossem bem compreendidas, e quando saudava alguém com a paz, fazia isso três vezes.
Ele permanecia em silêncio por longos períodos — não falava sem necessidade, e quando falava, suas palavras eram curtas, profundas e completas, sem exagero nem omissão. Não falava sobre o que não lhe dizia respeito e só dizia o que esperava ser recompensado por Allah. Quando desaprovava algo, isso se refletia em seu rosto.
A maior parte de seu riso era um simples sorriso — na verdade, todo o seu riso era sorrir. Quando ria, apenas se viam seus dentes molares.
Ria daquilo que realmente causava espanto ou surpresa.
Quanto às lágrimas, eram como o seu riso — sem soluços nem gritos, assim como o seu riso não era gargalhada. Seus olhos se enchiam de lágrimas até escorrerem, e ouvia-se de seu peito um som suave, como o borbulhar da água.
Chorava às vezes por misericórdia pelos falecidos, às vezes por medo e compaixão pela sua comunidade, às vezes por temor a Allah, e outras vezes ao ouvir o Alcorão — lágrimas de amor, saudade e reverência misturadas ao temor.
Quando seu filho Ibrahim faleceu, seus olhos se encheram de lágrimas e ele chorou com ternura. Chorou também ao ver uma de suas filhas em agonia.
Chorou quando Ibn Masʿūd recitou para ele a Surata An-Nisā’.
Chorou pela morte de ʿUthmān ibn Maẓʿūn, e chorou durante o eclipse do sol, quando orou a oração do eclipse, com lágrimas escorrendo e suspiros saindo de seu peito.
Chorou ao sentar-se junto ao túmulo de uma de suas filhas e também durante as orações noturnas.
Um exemplo em seus sermões
Quando fazia um sermão, seus olhos se tornavam vermelhos, sua voz se elevava e seu semblante se enchia de seriedade — como alguém advertindo um exército sobre um perigo iminente. Nunca proferiu um sermão sem começar louvando a Allah.
O centro de suas pregações era sempre o louvor a Allah — exaltando-O por Suas bênçãos e perfeição, ensinando os fundamentos do Islã, mencionando o Paraíso, o Inferno e o Dia do Juízo, exortando ao temor de Allah, e explicando o que provoca Sua ira ou Sua satisfação.
Falava conforme as necessidades e circunstâncias do povo. Às vezes o sermão era curto, às vezes mais longo — conforme o benefício exigisse.
Um exemplo em suas relações e negócios
Ele era o melhor dos homens em suas relações e transações.
O Mensageiro de Allah ﷺ comprava e vendia, alugava e contratava, fazia parcerias e realizava negócios com justiça e sinceridade. Quando um antigo sócio o reconheceu e disse: “Você não se lembra de mim?”, ele respondeu: “Você não era meu parceiro? Sim, e foi um excelente parceiro — não discutia nem enganava.”
Ele dava presentes e aceitava presentes, e retribuía com gratidão. Pegava emprestado com ou sem garantia, emprestava objetos e comprava tanto à vista quanto a prazo.
Quando tomava algo emprestado, devolvia melhor do que havia recebido e fazia súplica pelo credor, dizendo:
“Que Allah abençoe tua família e teus bens; a recompensa por um empréstimo é a gratidão e a boa devolução.”
O Mensageiro de Allah ﷺ dedicou um terreno de sua propriedade como caridade perpétua (waqf) no caminho de Allah.
Intercedia pelos outros e aceitava intercessões. Quando Barīrah recusou sua intercessão para voltar ao marido Mughīth, ele não se irritou nem a censurou — pois era o exemplo perfeito e o melhor modelo a ser seguido.
