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"A orientação é para quem Deus desejar. Você está recusando a orientação por causa de preocupações familiares? Até o profeta, que Deus o louve, não pode guiar toda a família dele e seu tio morreu um descrente, apesar de ele ter implorado em seu leito de morte que testemunhasse que não havia divindade a não ser Allah e que Muhammad era Seu mensageiro", me informou.





"Mas quero conversar sobre isso com minha família primeiro!" Argumentei, sabendo que deviam conhecer meu estado de espírito antes de dar um passo gigantesco como abraçar formalmente outra religião.





"E se você morrer antes de ter a chance de se submeter?", me perguntou.  "Se morrer tendo conhecido a religião e a recusado, seu destino será definitivamente o Inferno! Tem alguma ideia de quanta sorte tem? Nem todos são tocados como você foi. Não pode recusar a chance que Ele está dando a você", argumentou de forma persuasiva.





Na época, fui pego de surpresa pela atitude dele.  Refletindo, entretanto, sabia que ele estava correto.  Seria um tolo se deixasse a chance escapar.





Meu Reconhecimento[1] do Islã





Meu próximo passo foi voltar ao Escritório de Propagação Islâmica e perguntar como abraçar o Islã formalmente.  Quando entrei no escritório pela segunda vez, houve um olhar de surpresa e perplexidade.  Não acho que tivessem muitos europeus brancos invadindo seu escritório e por isso estavam tentando entender por que eu havia voltado.





Um indiano, Shaykh Farooq, falou primeiro.





"O que você quer?"





Podia perceber que o inglês dele era bom.  Entretanto, estava tão surpreso quanto eles por não entenderem por que havia voltado ao escritório deles.  Quando disse a ele a razão, ele me disse que tinha que ser totalmente informado do que era a religião do Islã e as condições de aceitação.





Soou um pouco assustador.  Esperava ser bem-vindo e fazer o testemunho de imediato, mas insistiram que eu precisava de alguma orientação.





Havia duas outras pessoas interessadas em ser muçulmanas no escritório antes de mim, ambas das Filipinas.  David era cristão renascido que se convenceu sobre o Islã durante suas aulas de língua árabe que o centro ministrava.  Coincidentemente ele era o eletricista que fazia serviços no apartamento/hotel em que eu estava.  John, entretanto, tinha sido persuadido a se tornar muçulmano porque sua esposa era muçulmana.  Tinha sido arrastado para o escritório por David, que era seu amigo.





Foram feitos arranjos para que nós três fizéssemos a dupla declaração juntos, na presença de duas testemunhas muçulmanas.  Depois disso, seríamos oficialmente muçulmanos.  Arranjaram para que um divulgador religioso explicasse naquele próximo final de semana, depois da oração do meio-dia na quinta-feira.





Como eu e David morávamos no mesmo apartamento/hotel, John veio até nós e fomos para o centro juntos.  Mostraram a área principal de descanso, que agora tinha almofadas no chão ao redor das paredes com apoio para os braços, para a ocasião. Shaykh Ehab, ou Abu Abdurrahman, como eu agora o conhecia, um homem que tinha me dado o Alcorão da primeira vez e Shaykh Farooq, que eu tinha encontrado quando vim ao escritório perguntar como me tornar muçulmano, estavam ambos lá, esperando por nós.  Então Shaykh Ibrahim, o gerente do Centro de Propagação Ha’il, fez entrar dois homens que eu não conhecia.  Aparentemente eram voluntários.  Shaykh Sa’ud trabalhava para companhia elétrica saudita e Shaykh AbdulAziz para a empresa de telecomunicações saudita.  Foi Shaykh Sa’ud quem fez a apresentação.





Explicou cuidadosamente que o Islã era uma religião monoteísta e que era um grande passo abraçar o Islã formalmente.  Que uma vez fosse feito, não havia volta e que se eu desistisse, seria sujeito à pena de morte por apostasia.





Disse que sabia da seriedade do passo.





Então ele me disse seis pontos referentes à crença.  "Primeiro, você deve saber e acreditar em seu coração e em sua oração que Allah é seu Deus e que não há outro deus a não ser Ele."





"Essa é a razão básica por que estou aqui", pensei.





Ele elevou sua mão.  "Isso significa que vocês não devem olhar para qualquer objeto ou imagem como foco para sua adoração a Deus, porque são ídolos. A sua adoração também deve ser direcionada para Ele, não através de qualquer ser humano ou espírito: profeta, sacerdote, anjo ou elemental. Vocês entendem o que quero dizer?"





Cada um de nós concordou que sim.





Então ele prosseguiu.  "Devem acreditar também em Seus anjos, que são os mensageiros e transmissores de recados de Deus. Transportam Sua palavra para os profetas e fazem o que Ele manda na terra e nos céus."





Concordei junto com David e John.  Foram os anjos que destruíram Sodoma e Gomorra por ordem de Deus e que comunicaram a Maria sobre Jesus.





"E vocês devem acreditar na mensagem de Deus, que podem encontrar no Alcorão e no que foi enviado para profetas diferentes no Torá, nos Salmos e nos Evangelhos, antes do Alcorão.Acreditamos que todos esses livros foram revelados aos profetas por Deus."





"Muito justo," pensei.





"Vocês acreditam que foram todos revelados por Deus por meio de Seus anjos para Seus profetas?"





Afirmamos que sim.





"Os muçulmanos tem que acreditar em todos os profetas, naturalmente, e eles são os que nos deram a mensagem de Deus desde o tempo de Adão. Muhammad é o último dos profetas porque o Alcorão é a mensagem final para a humanidade e nos diz que ele é o fim dos profetas. E devem acreditar que Jesus, que a paz esteja sobre ele, não é Deus ou o filho de Deus. Ele é um homem como nós, criado pelo comando de Deus no útero de Maria e um mensageiro de Deus, assim como Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele"O que dizem?"





"Jesus era um profeta, como Muhammad", disse David.  Concordei.  "Claro", estava pensando.





"Vocês também devem acreditar que seremos ressuscitados e julgados no Dia do Juízo e que na outra vida um dos dois destinos nos espera: o paraíso ou o inferno. Essa é a base de nosso livre arbítrio. Escolhemos para onde ir por meio de nossos atos nesse mundo terreno."





Essa é uma parte integrante da crença cristã também, então não tive problema em assimilá-la.  Concordamos que compreendemos.





"E, por fim, vocês devem acreditar em predestinação, que significa "destino". Ou seja, que tudo que acontece a vocês no mundo terreno  é pela Vontade de Allah. Se gostarem do que aconteceu, então digam "Louvado seja Allah". E se não gostarem, é um teste ou punição vindos Dele. Novamente devem dizer "Louvado seja Allah" e se arrepender e corrigir o que fizeram de errado. Acima de tudo, devem ter paciência e esperar pelo melhor, que está logo por vir."





Esse último foi um pouco além de meu entendimento e muito difícil de compreender. Até os companheiros perguntaram ao profeta: "Por que devemos nos incomodar com boas obras, se não podemos evitar nosso destino? Devemos parar de trabalhar e confiar em Allah?"





A resposta dele foi de que não devemos abrir mão das boas obras. Disse que o homem ou mulher destinado ao inferno, mesmo se suas obras forem boas até certo ponto de suas vidas, começariam a fazer ações que os colocariam no inferno à medida que a morte se aproximasse. E o homem ou mulher destinado ao paraíso, mesmo se não tivesse boas ações em seu nome até certo ponto de sua vida, começaria a ter atos que os colocariam no paraíso quando a morte se aproximasse. O que isso significava para o indivíduo é que deve fazer as boas ações agora, porque ninguém sabe quando morrerá. Não sabemos para o que estamos destinados e, então, exercemos nossa própria vontade no que fazemos. E se quisermos estar entre os favorecidos, devemos nos dedicar a fazer boas ações no presente, no caso da morte chegar sem aviso.





Mesmo que esse último ponto não estivesse claro, estava nos cinco primeiros pontos da crença e David quanto John também não vacilaram. Cada um de nós disse "Estou pronto."





Ele recebeu cada uma das aceitações separadamente. Quando chegou a minha vez, ele disse: "repita depois de mim."





"Ash-shaddu an laa ilaha illa Allah, wa ash-shaddu ana Muhammadan nabiyyan wa rasulu Llah."





O banho purificador e uma nova vida





Explicou que qualquer um que fizesse os testemunhos não apenas se tornava muçulmano, mas Allah lhes prometia o paraíso, mesmo se suas boas ações fossem poucas. Então disse: "Agora devem tomar um banho e fazer sua primeira oração formal, que será a oração do meio-dia seguida pela oração da tarde. Yusuf lhes mostrará como."





Mesmo antes de aprendermos como fazer ablução, os irmãos vieram, nos abraçaram e congratularam cada um de nós. Então ouvi uma pergunta que ouviria com frequência, tanta frequência que pensei que fosse uma parte necessária de abraçar o Islã. "Que nome vai adotar, agora que é muçulmano?"





"Por que devo adotar outro nome?"





"Está começando uma vida nova, como um recém-nascido. Só tem um minuto de vida!"





Bem, não tinha decidido, porque não tinha pensado a respeito. Entretanto, quando veio o certificado, escolhi - uma ação da qual me arrependi depois. David e John mantiveram seus nomes, simplesmente traduzidos para o árabe para seus apelidos islâmicos, Dawoud e Yahyah. Apenas adiei minha decisão.





Ainda era dia, mas quase três e meia da tarde. Yusuf era um divulgador chinês, um dos acólitos do centro. Mostrou como fazer a ablução no espaço público para ablução explicando cada parte. Foi mais claro e mais preso a regulamentações do que a forma que os órfãos tinham me mostrado.





Fez questão de se assegurar que eu estava fazendo certo e então me disse para ir ao banheiro. "Quando orar, deve estar livre de distrações como fome ou sede ou a necessidade de ir ao banheiro. Também deve estar atento à flatulência, uma vez que ela quebra a pureza e o força a fazer ablução novamente."





Depois de ir ao banheiro, devia tomar um banho. O banho seria minha purificação, que me purificaria e sinalizaria minha entrada no Islã e me preparei para minhas orações combinadas da tarde. Supus que era muito parecido com o batismo que João Batista insistiu que seus seguidores fizessem, se quisessem seguir a religião que pregava. Sem a escovação formal da cabeça com "água benta" como sinal de nascer no Cristianismo, mas uma imersão total em água corrente feita de forma voluntária por pessoas adultas que tinham escolhido sua religião. Eu, também, devia lavar todo o meu corpo, mas não pela imersão em um córrego ou rio. Eles não existiam na Arábia Saudita. O que me foi exigido consistia de quatro estágios básicos.  Deveria lavar totalmente minhas partes privadas e então fazer ablução novamente, lavar meu corpo com um recipiente de água começando pelo lado direito e, por fim, derramar um jarro cheio de água sobre minha cabeça, assegurando-me de que cada parte do meu corpo recebesse uma ducha de água. Fiz o que me disseram e sai para minha primeira experiência de ser um muçulmano praticante.





Yusuf nos chamou e disse que nos mostraria o que devíamos fazer. Então disse que nos lideraria na oração, já que era nossa primeira vez.





A direção da oração formal é voltada para Meca, onde está a Caaba e consiste das mãos cruzadas sobre o peito, curvar-se (uma vez em cada unidade de oração), prostrar-se (que é feito duas vezes) e sentar em um dos pés (feito entre os pares de unidades de oração e entre prostrações e no final da oração). O esboço da oração formal que aprendi e as recitações, invocações e súplicas necessárias na oração foram reproduzidos em um artigo separado sobre purificação e oração.





A história de minha adoção do Islã como minha religião terminou com essa primeira oração formal. Entretanto, muitos testes e tribulações se seguiram, mas são outra história.  Se sente que deve abraçar o Islã, lembre-se: o Islã é o refúgio espiritual, a certeza do apoio de Allah. Também é o começo de muitos testes, porque Allah faz da vida um teste constante para os crentes. Seus problemas nesse mundo não irão embora automaticamente, mas se dissolverão um a um com a ajuda de Allah. Então, submeta-se, seja paciente e Allah fará de você alguém que Ele recompensa duplamente. Meus versículos favoritos do Alcorão são de Al Qasas, no capítulo 28 , versículos 51-55.





"Eis que lhes fizemos chegar, sucessivamente, a Palavra, para que refletissem. (São) aqueles a quem concedemos o Livro, antes, e nele creem. E quando lhes é recitado (o Alcorão), dizem: Cremos nele. É a verdade, emanada do nosso Senhor. Em verdade, já éramos muçulmanos, antes disso. A estes lhes será duplicada a recompensa por sua perseverança, porque retribuem o mal com o bem e praticam a caridade daquilo com que os agraciamos. E quando ouvem futilidades, afastam-se delas, dizendo: Somos responsáveis pelas nossas ações e vós (incrédulos) pelas vossas; que a paz esteja convosco! Não aspiramos à amizade dos insipientes



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