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1.     Alguém pode dizer: "mas se as constantes e valores iniciais tivessem sido diferentes, talvez formas diferentes de vida pudessem ter se desenvolvido."





Por "vida" os cientistas querem dizer a propriedade de organismos se alimentarem, converterem em energia, crescerem, se adaptarem ao seu meio-ambiente e reproduzirem.  Para a vida existir, constantes e condições iniciais têm que estar ajustadas finamente ou, de outro modo, até os precursores da vida - planetas, galáxias, química - não existiriam! Novamente, a pergunta é puramente especulativa.





2.     Outra objeção pode ser: "E universos governados por leis diferentes da natureza, que permitem formas de vida radicalmente diferentes daquelas em nosso universo? Talvez constantes e condições iniciais naqueles universos não sejam finamente ajustadas?





A resposta a essa pergunta é irrelevante para explicar o ajuste fino do nosso universo.  Não compreendemos nosso universo bem o suficiente para nos aprofundarmos em pura especulação sobre outros universos que não sabemos se existe.





3.     Alguém pode objetar: "Você não pode mudar um parâmetro, mantendo todos os outros constantes. Mudar outro parâmetro pode compensar pelos efeitos inibidores de vida de uma troca de parâmetro em particular."





A resposta é que não se pode compensar pelas mudanças feitas a um parâmetro.[2] Por exemplo, reduzir a força fraca pode ser compensado pela redução da diferença de massa entre próton e nêutron no universo primitivo.  Entretanto, mudar um parâmetro tem muitos efeitos. Reduzir a força fraca também afeta a explosão da supernova e a decadência radioativa.





Por que o ajuste fino precisa de uma explicação?





Alguém pode dizer: "o universo simplesmente é, por que é necessária uma explicação para o ajuste fino?" [3]





Será distintamente estranho, como Keith Ward comenta, "pensar que há uma razão para tudo, exceto para o item mais importante de todos - ou seja, a existência de tudo, o universo em si." [4]





Imagine uma máquina criadora do universo, como um cofre gigante com dois tipos de mostradores.  Existem mostradores que fixam as configurações para as leis da física como gravidade, eletromagnetismo e as forças nucleares.  Também tem mostradores para a constante de Planck, um para a proporção da massa do nêutron para a massa do próton, um para a força da atração eletromagnética e assim por diante.  Inicialmente todos os mostradores foram configurados e fixados em números particulares.  Esses números são constantes da natureza e produzem o universo no qual vivemos. 





Digamos que você pode mudar os mostradores dessa máquina geradora de universo.  Também há uma tela que mostra o que aconteceria se você alterasse os mostradores, ainda que minimamente. 





Você pode alterar os mostradores e apertar o botão de visualização para ver o que pode acontecer.  Você enfraquece a força do eletromagnetismo e a força da gravidade só um pouco.  Então toca o botão de visualização e vê os resultados na tela.  De repente, estrelas, galáxias e planetas começam a cair! Então você aumenta o mostrador da força eletromagnética e, de repente, os planetas não estão no tamanho certo.  São grandes demais para vida.  As estrelas também queimam rapidamente. 





O que você inferirá sobre a origem dessas configurações finamente ajustadas do mostrador?[5]





A maioria das pessoas acha difícil acreditar que um universo finamente ajustado seja apenas um fato que não tem e nem exige uma explicação.  O universo apenas passar a existir soa tão científico quanto responder à pergunta de por que as maçãs caem no chão dizendo que elas simplesmente caem.[6]





Alguém aceitará que uma fotografia de um rosto seja simplesmente o resultado de um derramamento de tinta? Ninguém jamais aceitaria um acidente como explicação.  Se não aceitarão derramamento de tinta como explicação para uma fotografia, como alguém aceitaria o universo ser finamente ajustado sem explicação?





Além disso, o ajuste fino é um fato científico bem estabelecido, admitido por físicos que não são amigos do teísmo.  Mesmo eles não conseguem esconder o deslumbramento do quanto o universo é finamente ajustado:





Stephen Hawking: "Seria muito difícil explicar por que o universo deve ter começado dessa forma, exceto como o ato de um Deus que pretendeu criar seres como nós".[7]





"O fato notável é que os valores desses números (ou seja, as constantes da física) parecem ter sido ajustados muito finamente para possibilitar o desenvolvimento de vida." [8]





Steven Weinberg: "Pode haver uma constante cosmológica nas equações de campo cujos valores cancelam os efeitos da densidade de massa do vácuo produzida pelas flutuações quânticas. Mas para evitar conflito com a observação astronômica, esse cancelamento teria que ser preciso em pelo menos 120 casas decimais. Por que deve haver uma constante cosmológica ajustada de maneira tão precisa no mundo?" [9]





Dr. Dennis Sciama: ex-diretor dos observatórios da universidade de Cambridge, disse: "Se as leis da natureza fossem alteradas minimamente... é muito provável que vida inteligente não teria conseguido se desenvolver." [10]





Martin Rees: "A possibilidade de vida como a conhecemos depende de valores de algumas constantes físicas básicas e, em alguns aspectos, é notavelmente sensível aos valores numéricos dessas constantes. A natureza não exibe coincidências notáveis." [11]





Paul Davies: "Para mim existe evidência poderosa de que há algo acontecendo por trás de tudo... Parece que alguém ajustou finamente os números da natureza para fazer o universo... A impressão do projeto é arrebatadora.





Primeiro, é importante saber o que é naturalismo.  Naturalismo é a crença de que somente devem ser consideradas explicações naturais (em oposição às sobrenaturais).  Como um projetista/Criador é sobrenatural e além da natureza, o naturalismo exclui essa explicação, independente de evidência.





Portanto, devido ao fato de não ter sido encontrada nenhuma explicação natural para o ajuste fino, alguns físicos recorrem a uma explicação naturalística - multiverso (universos múltiplos).





A ideia é que se existir um vasto multiverso, os recursos probabilísticos disponíveis para levar em conta para nosso universo ser finamente ajustado por acaso, aumentam.  Portanto, muitos cientistas ateus chegaram a conclusão de que o ajuste fino precisa de explicação, a menos quese suponha muitos mundos.





De acordo com essa ideia, existe um número enorme de universos com condições iniciais, valores de constantes e até leis da física diferentes.  Nosso universo é apenas um membro desse "multiverso" em (provavelmente) universos aleatórios infinitos.  Se todos esses mundos realmente existem então, por acaso, universos que permitem vida terão observadores neles e eles observarão como seu mundo é finamente ajustado. 





Portanto, não há necessidade de dizer que nosso universo foi finamente ajustado para a via, ou seja, que as leis, constantes e condições iniciais foram configuradas de forma precisa para permitir a vida.





Assim, simplesmente por acaso, algum universo terá a "combinação vencedora" para a vida.  É exatamente como se produz bilhetes de loteria.  Mesmo que seja uma chance em 10 milhões, o bilhete ganhador vai aparecer no final.  De acordo com essa ideia, os seres humanos são ganhadores de uma "loteria cósmica". Quando ela aparece, os humanos evoluem, olham para trás e dizem: "tivemos sorte!"





Algumas observações sobre universos múltiplos (hipótese do multiverso)





Primeira consideração: Não há nenhuma evidência que prove a existência desses universos multiversos.  Por questão de princípio, não conseguimos nem mesmo observá-los.[1] É por isso que a ideia tem sido fortemente criticada por cientistas de destaque:





John Polkinghorne de Cambridge, um ex-professor de física matemática, chamou a ideia de "pseudociência" e "uma adivinhação metafísica." [2]





Em outro lugar ele disse: "O relato dos muitos universos às vezes é apresentado como se fosse puramente científico, mas de fato é um portfólio suficiente de universos diferentes que só podem ser gerados por processos especulativos que vão muito além do que a ciência séria pode endossar de maneira honesta." [3]





Arno Penzias, um físico americano ganhador do Nobel que codescobriu a radiação cósmica de fundo e ajudou a estabelecer o Big Bang, coloca o argumento dessa forma: "Algumas pessoas estão desconfortáveis com o mundo criado com um propósito. Para apresentar coisas que contradigam o propósito tendem a especular sobre o que não viram." [4]





Martin Rees é um cosmólogo e astrofísico britânico de Cambridge e antigo presidente da Royal Society.  Em uma entrevista no ano de 2000 com um jornalista de ciência, admitiu que os cálculos são "altamente arbitrários" e que a teoria em si "se apoia em suposições", continua especulativa e não é passível de investigação direta. "Os outros universos não estão disponíveis para nós, assim como o interior de um buraco negro", disse ele.  Acrescentou que não podemos nem saber se os universos são finitos ou infinitos em número.[5]





Richard Swisburne, um filósofo de destaque, comenta: "Postular um trilhão-trilhão de outros universos, ao invés de um Deus para explicar a ordenação de nosso universo, parece o ápice da irracionalidade." [6]





Segunda consideração: viola o princípio da Navalha de Ockham, que afirma que a explicação mais plausível é aquela com o menor número de suposições e condições.[7]





Terceira consideração: Todas as teorias do multiverso de fato têm requisitos de ajuste fino.  Consequentemente, o ajuste fino de um "multiverso" precisará de uma explicação.  Para ser crível, deve ser sugerido um mecanismo plausível para muitos mundos.  De onde veio o "gerador de multiverso"? Um "gerador de multiverso" exigirá um "projeto". Precisaria ser "bem construído" com as leis corretas e ter os ingredientes corretos (condições iniciais) para funcionar e produzir universos que sustentem vida.  Por exemplo, examinando o multiverso inflacionário das supercordas, ele requer pelo menos cinco mecanismos ou leis especiais.  Quem ou "o que" projetou esse gerador hipotético permanece sem resposta. 





Portanto, a hipótese do gerador de universo não anula o argumento do ajuste fino; ao contrário, eleva em um nível a questão do ajuste fino. 





Quarta consideração: Uma vez que o multiverso não pode ser observado, como alguém pode saber que os outros mundos são menos ordenados e mais caóticos e infrutíferos que o nosso?  Se o único mundo que conhecemos e podemos usar como pista para a estrutura de outros é aquele no qual vivemos, e ele é finamente ajustado, então por analogia os outros mundos devem ter sido ao menos tão bem projetados como esse.  Isso exigiria um Criador ainda mais poderoso.[8]





Quinta consideração: Apesar de no momento presente não haver evidência científica de que o multiverso existe, não parece haver necessidade de negar essa possibilidade.[9] Assim como existem muitos planetas mortos em nosso universo, talvez, apenas talvez, também existam muitos universos mortos.  O interessante é que existe um teorema importante[10] que afirma que mesmo que se um multiverso que gerou nosso universo existisse, ele deve ter um começo!  Consequentemente, será mais bem explicado pelo projeto de um Criador poderoso e não acaso. 





Para resumir, a hipótese de multiverso é puramente especulativa.  Mesmo que venha a ter mérito científico, ela é totalmente compatível com a crença em Deus. 





Universo ou multiverso, o ajuste fino ganha.   Cabeças ou rabos, o Criador ganha.








 



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