A Evidência da Proibição da Mistura entre Homens e Mulheres:
Todos os louvores são para Allah.
A reunião, mistura e o ajuntamento de homens e mulheres em um lugar, a aglomeração deles, e a revelação e exposição de mulheres a homens são proibidas pela lei do Islam (Shari’ah). Esses atos são proibidos porque eles estão dentre as causas para a fitnah (tentação ou teste que implica em consequências malignas), a excitação dos desejos, e o cometimento de indecência e infração.
Dentre muitas provas desta proibição no Alcorão e na Sunnah, estão:
Versículo 53 da Surah al-Ahzab, ou os Confederados (interpretação do significado):
“(...) E, se lhes perguntais por algo, perguntai-lhes, por trás de um véu. Isso é mais puro para vossos corações e os corações delas...”
Na explicação deste versículo, Ibn Kathir (que Allah tenha misericórdia dele) disse: “Significando, como eu vos proibi de entrar em seus quartos, proíbo-vos de olhar para elas de todo. Se alguém quiser algo delas devei fazê-lo sem olhar para ela. Se alguém quiser pedir algo a uma mulher, o mesmo deve ser feito por detrás de uma tela.”
O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) impôs a separação de homens e mulheres até mesmo no local mais reverenciado e preferido de Allah, a mesquita. Isso foi cumprido através da separação de fileiras de mulheres das de homens; eles foram convidados a permanecer na mesquita após a conclusão da oração obrigatória para que as mulheres tenham tempo suficiente para deixar a mesquita; e, uma porta especial foi atribuída às mulheres. A evidência do exposto é:
Umm Salamah (que Allah esteja satisfeito com ela) disse que depois do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse “as-Salamu ‘Alaikum wa Ramatullah” duas vezes, anunciando o fim da oração, as mulheres deveriam levantar-se e sair. Ele ficaria um pouco antes de sair. Ibn Shihab disse que ele pensou que a permanência do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) era para que as mulheres pudessem sair antes dos homens que queriam retirar-se.” Narrado por al-Bukhari sob o nº 793.
Abu Dawud, sob nº 876 narra o mesmo hadith em Kitab al-Salaat sob o título "Insiraaf an-Nisaa’ Qabl al-Rijaal min al-Salaah" (Saída das Mulheres antes dos Homens depois da Oração). Ibn ‘Umar disse que o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “Devemos deixar esta porta (da mesquita) para as mulheres.” Naafi’ disse: “Ibn ‘Umar nunca mais entrou por aquela porta até que morresse.” Narrado por Abu Dawud sob o nº 484 em “Kitab as-Salah” no Capítulo intitulado: “at-Tashdid fi Thalik”.
Abu Hurairah disse que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “A melhor das fileiras dos homens é a primeira e a pior é a última, e a melhor das fileiras das mulheres é a última e a pior é a primeira.” Narrado por Muslim sob o nº 664.
Esta é a maior evidência que a Lei do Islam (Shari’ah) proíbe reunião e mistura de homens e mulheres. Quanto mais longe das fileiras das mulheres os homens estejam, melhor e vice-versa.
Se esses procedimentos e precauções foram prescritos e aderidos em uma mesquita, que é um local puro de adoração, onde as pessoas estão mais distantes do que nunca da excitação do desejo e da tentação, então, sem dúvida, os mesmos procedimentos precisam ser seguidos ainda mais rigorosamente em outros lugares.
Abu Usaid al-Ansari narrou que ele ouviu o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) dizer para as mulheres em sua saída da mesquita quando viu homens e mulheres juntos em seu caminho para casa:
“Ceda espaço (ou seja, ande pelos lados), pois não é apropriado que andeis no meio da estrada.” Desde então, as mulheres andariam tão próximas da parede que seus vestidos ficariam agarrados nela. Narrado por Abu Dawud em “Kitab al-Adab min Sunanihi, Capítulo: Mashyu an-Nisa Ma’ ar-Rijal fi at-Tariq." Sabemos que a reunião, mistura e aglomeração de homens e mulheres é parte da inevitável, mas lamentável, provação dos dias de hoje na maioria dos lugares, como mercados, hospitais, colégios, etc., mas:
· Não escolheremos ou aceitaremos voluntariamente mistura e aglomeração, particularmente nas aulas religiosas e nas reuniões do conselho nos Centros Islâmicos.
· Tomamos precauções para evitar a reunião e mistura de homens e mulheres, tanto quanto possível, ao mesmo tempo em que atingimos metas e objetivos desejados. Este resultado pode ser alcançado através da designação de locais separados para homens e mulheres, usando diferentes portas para cada um, utilizando meios modernos de comunicação, como microfones, gravadores de vídeo, etc., e agilizamos esforços para ter professores suficientes para ensinar mulheres, etc.,
· Mostramos temor a Allah tanto quanto podemos ao não olhar os membros do sexo oposto e ao adotarmos o autocontrole.
Seguem alguns dos resultados de um estudo sobre mistura realizado por alguns pesquisadores muçulmanos de ciências sociais:
Quando pusemos a seguinte pergunta: Qual é o parecer Islâmico sobre mistura, tanto quanto você sabe? Os resultados foram os seguintes:
76% dos entrevistados disseram “Não é permitido.”
12% disseram, “É permitido” – mas as restrições morais, religiosas, etc. aplicam-se…
12% disseram, “Não sei.”
Qual você escolheria?
Se você tivesse a escolha entre trabalhar em um local de trabalho misto e trabalhar em outro onde não há mistura, o que você escolheria?
As respostas a esta questão foram as seguintes:
76% escolheriam o local de trabalho onde não havia mistura.
9% preferiram o local de trabalho misto.
15% aceitariam qualquer local de trabalho que correspondesse às suas especialidades, independentemente de estarem misturados ou não.
Muito embaraçoso.
Alguma situação embaraçosa já aconteceu com você por causa da mistura?
Dentre os momentos embaraçosos mencionados pelos entrevistados neste estudo foram os seguintes:
Eu estava no trabalho um dia, e entrei em um departamento onde uma das minhas colegas que usa hijab, o retirou na frente de suas colegas. Minha entrada a surpreendeu e, como resultado, fiquei muito envergonhado.
Eu tinha que fazer um experimento no laboratório na universidade, mas estava ausente no dia do experimento. Eu tive de ir ao laboratório no dia seguinte, deparei-me como o único homem em um grupo de estudantes do sexo feminino, além de uma professora e uma técnica de laboratório. Fiquei muito envergonhado e me senti constrangido com todos aqueles olhos femininos me encarando.
Eu estava tentando tirar um absorvente de uma das gavetas quando fui surpreendida por um colega atrás de mim, que queria tirar algo de sua própria gaveta particular. Ele notou que eu estava envergonhada e saiu da sala rapidamente para evitar meu constrangimento.
Aconteceu que uma das garotas da universidade tropeçou em mim ao virar uma esquina em um corredor lotado. Ela estava caminhando rapidamente, indo para uma das palestras. Como resultado dessa colisão, ela perdeu o equilíbrio, e eu a peguei em meus braços, como se eu a estivesse abraçando. Você pode imaginar quão envergonhado eu e essa menina nos sentimos na frente de um grupo de jovens destraídos.
Uma de minhas colegas caiu das escadas na universidade e suas roupas abriram de uma forma extremamente embaraçosa. Ela caiu de cabeça para baixo e não pôde se ajudar; o jovem rapaz em pé próximo dela não teve opção, a não ser cobrí-la e ajudá-la a se levantar.
Eu trabalho em uma empresa e entrei para dar alguns papéis ao meu chefe. Quando estava saindo, meu chefe me chamou de volta. Eu me virei e o vi com o rosto virado. Eu estava esperando que ele me pedisse um arquivo ou mais papéis, e fiquei surpresa com sua hesitação. Eu me voltei para o lado esquerdo do seu escritório, fingindo estar ocupada com alguma coisa, e ele falou comigo à mesma hora. Eu pensei que meu chefe diria qualquer coisa, exceto o que ele realmente disse, que foi apontar que minha roupa estava manchada com sangue menstrual. Será que a Terra pode se abrir e engolir um ser humano no momento de fazer súplica sincera? Porque rezei para que a Terra se abrisse e me engolisse.
Vítimas da mistura… Histórias reais.
Esperança perdida.
Umm Muhammad, uma mulher madura com mais de 40 anos, conta sua história.
Eu tinha uma vida modesta com meu marido. Nunca houve proximidade e harmonia, e ele não tinha o tipo de personalidade forte que uma mulher esperaria, mas sua boa natureza me fez ignorar o fato de que eu era a responsável pela maioria das decisões tomadas na família.
Meu marido sempre costumava mencionar o nome de seu amigo e parceiro de negócios, e ele falava sobre ele na minha presença, e costumava encontrá-lo em seu escritório, que originalmente fazia parte do nosso apartamento. Isso aconteceu por muitos anos, até que as circunstâncias nos levassem a trocar visitas com essa pessoa e sua família. Essas visitas familiares foram repetidas e, devido à sua amizade com meu marido, não percebemos o aumento do número de visitas e quantas horas uma única visita duraria. Ele costumava vir sozinho para se sentar conosco, eu e meu marido, em visitas longas. A confiança do meu marido nele não tinha limites e, com o passar dos dias, conheci muito bem essa pessoa e vi o quão maravilhoso e decente ele era. Comecei a sentir uma forte atração por este homem e, ao mesmo tempo, comecei a sentir que o sentimento era mútuo.
As coisas deram uma reviravolta depois disso, quando percebi que esse homem era o tipo de pessoa com quem eu sempre sonhei. Por que ele veio agora, depois de todos esses anos? Quanto mais a posição desse homem aumentava a meus olhos, mais a posição do meu marido diminuía. Era como se eu tivesse precisado ver a beleza de seu caráter para descobrir quão feio era o caráter do meu marido.
O assunto entre essa pessoa e eu não foi além desses pensamentos persistentes que estavam ocupando minha mente noite e dia. Nem ele, nem eu nunca expressamos o que sentíamos em nossos corações... até hoje. No entanto, apesar disso, minha vida acabou e meu marido é pouco mais do que um homem fraco, sem auto-estima. Eu o odeio e não sei como todo esse ódio contra ele transbordou. Eu me pergunto como eu aguento por todos esses anos, suportando sozinha todos esses encargos, enfrentando sozinha os problemas da vida.
As coisas ficaram tão ruins que pedi divórcio, e ele me deu, conforme pedi. Depois disso, ele se tornou um homem falido. Ainda pior do que isso é que depois que meu casamento naufragou e meus filhos e marido foram devastados, surgiram problemas na família desse homem. Sua esposa, com sua intuição feminina, percebeu o que vinha acontecendo e sua vida tornou-se um inferno. Ela ficou sobrecarregada de ciúmes ao ponto de uma noite deixar sua casa às 2 da manhã e vir atacar minha casa, gritando, chorando e lançando acusações. Seu casamento também estava prestes a entrar em colapso.
Eu admito que os encantadores encontros que costumávamos aproveitar nos davam a oportunidade de conhecer uns aos outros em uma hora que não era apropriada nesta fase de nossas vidas.
Seu casamento foi destruído e também o meu. Perdi tudo, e agora sei que as minhas circunstâncias e as dele não nos permitem dar um passo positivo em direção a ficarmos juntos. Agora estou mais miserável do que nunca, e estou à procura de felicidades ilusórias e de esperanças perdidas.
Olho por Olho
Umm Ahmad nos diz:
Meu marido tinha um grupo de amigos casados e, devido à nossa amizade com eles, costumávamos nos reunir uma vez por semana em uma de nossas casas, para desfrutarmos uma noite de conversa.
No fundo do meu coração, nunca me senti confortável com a atmosfera na qual tivemos jantares, doces, lanches e sucos, acompanhadas de ondas de riso por causa das piadas e conversas fiadas que muitas vezes ultrapassavam os limites das boas maneiras.
Em nome da amizade, as barreiras foram levantadas e de vez em quando alguém ouviria risos reprimidos entre uma mulher e o marido de outra mulher. As piadas eram demais, lidando – sem demonstrar timidez – com tópicos sensíveis, como sexo e assuntos privados das mulheres. Isso era habitual e foi até aceito e considerado desejável.
Embora fizesse essas coisas junto com elas, minha consciência me fez sentir culpada. Então, chegou o dia em que ficou bastante claro o quanto feia e suja essa atmosfera era.
O telefone tocou, e eu ouvi a voz de um dos amigos desse grupo. Eu disse olá para ele e pedi desculpas porque meu marido não estava em casa. Ele respondeu que sabia disso, e que ele estava ligando para falar comigo! Depois ele sugeriu começar um relacionamento comigo, fiquei muito irritada e falei com dureza com ele e o xinguei. Tudo o que ele pôde fazer era rir e dizer: “Nem tente me mostrar essas boas maneiras; vá ver as boas maneiras do teu marido e veja o que ele está fazendo...” Fiquei devastada pelo que ele disse, mas eu me refiz e disse a mim mesma “essa pessoa está apenas tentando causar o fim do seu casamento”. Mas ele conseguiu plantar as sementes da dúvida com relação ao meu marido.
Pouco depois, uma catástrofe aconteceu. Descobri que meu marido estava me traindo com outra mulher. A meu ver, era questão de vida ou a morte. Encontrei meu marido e eu o confrontei, dizendo: "Você não é o único que pode ter um relacionamento. Recebi uma proposta semelhante." E eu contei a ele sobre seu amigo. Ele ficou atordoado e absolutamente chocado. (Eu disse "Se você quer que eu pague na mesma moeda ao seu relacionamento com essa mulher, então isso é para aquilo, olho por olho." Esta foi uma enorme bofetada no rosto para ele. Ele sabia que, na verdade, eu não tinha intenção de fazer aquilo, mas percebeu o grande desastre que aconteceu com nossas vidas e a atmosfera imoral em que vivíamos. Eu sofri demais até que meu marido finalmente deixasse aquela mulher sem vergonha com quem ele estava tendo um relacionamento, como ele me admitiu. Sim, ele a deixou e voltou para sua família e filhos, mas como posso sentir por ele o mesmo que sentia? Quem restaurará o respeito por ele no meu coração? Esta enorme ferida no meu coração ainda está sangrando por arrependimento e raiva daquela atmosfera imunda; ainda testemunha-se ao fato que o que eles chamam de reuniões inocentes são, na realidade, tudo, menos inocentes. Meu coração ainda implora misericórdia do Senhor da Glória.
A inteligência também pode ser uma tentação (fitnah)
‘Abd al-Fattaah diz:
Eu trabalho como chefe de departamento em uma das grandes empresas. Durante muito tempo admirei uma de minhas colegas, não por sua beleza, mas por sua atitude séria ante seu trabalho, sua inteligência e suas excelentes conquistas – além do fato de que ela era uma pessoa decente e modesta, que focava apenas em seu trabalho. Esta admiração virou apego, e eu sou um homem casado que teme a Allah e que nunca perde nenhuma oração obrigatória. Expressei a ela meus sentimentos, mas fui rejeitado. Ela é casada e tem filhos também. Ela não vê razão alguma para que eu tenha qualquer tipo de relação com ela, quer seja amizade, como colegas de trabalho ou com base em admiração... etc... Pensamentos malignos me vêm algumas vezes e, no fundo, eu gostaria que seu marido se divorciasse dela, para que eu a convencesse.
Eu comecei a colocar pressão nela no trabalho e a rebaixá-la ante meus chefes. Talvez isso fosse uma forma de vingança da minha parte, mas ela aceitou isso com boas maneiras e não reclamou ou comentou. Ela trabalha e trabalha; sua performance fala por sua qualidade, e ela sabe muito bem disso. Quanto mais ela me resistiu, mais forte a minha paixão crescia.
Não sou uma pessoa que é facilmente tentado pelas mulheres, porque eu temo a Allah e transpasso o limite com elas e vou além do que é requerido pelo meu trabalho. Mas essa mulher me atraiu. Qual é a solução?... Eu não sei.
Patinhos sabem nadar
N.A.A., uma garota de dezenove anos, nos conta:
Na época eu era uma menina. Meus olhos inocentes presenciaram essas reuniões noturnas quando amigos da família reunir-se-iam em casa. O que lembro é que eu via apenas um homem, que era o meu pai. Eu o observava enquanto ele andava pela sala, como suas encaradas devoravam as mulheres presentes, olhando para suas coxas e peitos, admirando os olhos dessa, o cabelo daquela, os quadris da outra. Minha pobre mãe não tinha escolha, a não ser cuidar dessas reuniões. Ela era uma senhora bem simples.
Dentre as mulheres presentes havia uma mulher que, deliberadamente, tentava obter a atenção do meu pai, às vezes aproximando-se dele, outras fazendo movimentos sedutores. Eu observava isso com preocupação, enquanto minha mãe estava na cozinha, ocupada pelo bem dos seus convidados.
Essas reuniões pararam subitamente e tentei, jovem como era, entender e dar sentido do que tinha acontecido, mas não pude.
O que lembro foi que minha mãe desmoronou naquela época, e ela não podia suportar ouvir o nome do meu pai mencionado na casa. Eu costumava ouvir palavras misteriosas sussurradas pelos adultos à minha volta: “Traição... quarto... ela os viu com seus próprios olhos... mulher infame... em uma posição muito vergonhosa...” etc.Essas foram as palavras chaves que apenas os adultos podiam entender.
Eu cresci e vim a entender, e guardava rancor contra todos os homens. Todos eles eram traiçoeiros. Minha mãe era uma mulher destruída e acusou toda mulher que veio até nós de ser uma ladra de homem que queria fazer meu pai cair em sua armadilha. Meu pai não mudou. Ele ainda pratica seu hobby favorito de caçar mulheres, mas agora ele o faz fora de casa. Hoje, tenho dezenove anos e conheço inúmeros jovens. Sinto grande prazer em me vingar deles, porque cada um deles é uma cópia exata do meu pai. Tento-os e os seduzo, sem deixa-los sequer chegarem perto de mim. Eles me seguem nas reuniões e nos mercados por causa dos movimentos e gestos que faço deliberadamente. Às vezes meu telefone não para de tocar e eu sinto orgulho do que eu faço para vingar o sexo de Hawwa’ e minha mãe. Mas, por vezes, me sinto tão miserável e tão fracassada que isso quase me sufoca. Minha vida é assombrada por uma enorme nuvem negra, e seu nome é meu pai.
Antes que seja tarde demais
S.N.A. nos conta sua experiência:
Eu nunca imaginei que as circunstâncias do meu trabalho me forçariam estar em contato com o sexo oposto (homens), mas isso é, de fato, o que aconteceu...
No começo costumava me cobrir e proteger dos homens usando niqaab (véu facial), mas algumas das irmãs me avisaram que este tipo de vestimenta atrai ainda mais a atenção para a minha presença e que seria melhor para mim tirar o niqaab, especialmente quando meus olhos eram um tanto atraentes. Assim, tirei a cobertura do meu rosto, achando que isso era o melhor. Mas, ao continuar me misturando com meus colegas, descobri que eu era a esquisita, por causa da minha atitude antissocial e minha insistência em não me juntar na conversa e bater papo com os outros. Todos estavam cautelosos quanto a esta “loba solitária” (como eles me viam), e isso é o que foi claramente dito por uma pessoa que não queria lidar com alguém de caráter tão arrogante e reservado. Mas eu sabia que eu era o oposto, na verdade, e eu decidi que não me oprimiria e colocaria em posição difícil com meus colegas. Então, comecei a me juntar nas suas conversas e trocas de anedotas, e todos eles descobriram que eu conseguia falar eloquente e persuasivamente, e que eu podia influenciar outras pessoas. Eu podia também falar de maneira determinada e ainda assim era atraente para alguns de meus colegas. Não demorou muito para que notasse algumas mudanças na expressão do meu supervisor direto; com certo embaraço, ele estava gostando da maneira que eu falava e andava, e ele voluntariamente criava tópicos na conversa onde eu podia ver aquele olhar odioso nos seus olhos. Não nego o fato de que eu comecei a entreter alguns pensamentos sobre esse homem.
Achei impressionante que um homem pudesse cair tão facilmente na armadilha de uma mulher comprometida religiosamente, então, como deve ser no caso das mulheres que se adornam e convidam os homens a praticar ações imorais? Na verdade, não pensei nele de nenhuma maneira que ultrapassasse os limites da shari'ah, mas ele ocupava um espaço nos meus pensamentos por algum tempo. Mas logo minha dignidade me fez rejeitar a idéia de ser uma fonte de prazer para este homem de qualquer forma, mesmo que fosse apenas de natureza psicológica, e eu deixei de me envolver em qualquer tipo de trabalho que forçaria a me sentar sozinha com ele. No final, cheguei às seguintes conclusões:
1 – Atração entre os gêneros pode ocorrer em qualquer situação, não importa o quanto homens e mulheres neguem isso. A atração pode começar dentro dos limites da shari’ah e terminar além desses limites.
2 – Mesmo se a pessoa se proteja (com o casamento), ela não está a salvo das armadilhas de shaitan.
3 – Ainda que a pessoa possa se garantir e que ela trabalhe com o sexo oposto dentro de limites razoáveis, ela não pode garantir os sentimentos da outra parte.
Por fim, não há nada de bom na mistura e isso não gera frutos, como clamam. Ao contrário, ela corrompe o raciocínio sensato.
E agora?
Podemos perguntar, o que vem em seguida, depois desta discussão sobre o assunto da mistura?
Está na hora de reconhecermos que não adianta o quanto tentemos embelezar o assunto da mistura e o examinemos superficialmente, suas consequências podem nos atingir, e o dano causado trará resultados desastrosos para nossas famílias. A prudência se recusa a aceitar que a mistura é uma atmosfera saudável para as relações humanas. Esta é a prudência que fez a maioria das pessoas incluídas nesta pesquisa (76%) preferirem trabalhar em um ambiente em que não há a mistura. A mesma percentagem (76%) disse que a mistura não é permitida, de acordo com a shari’ah. O que nos faz nos endireitar e prestar atenção não é esta percentagem honorável – que indica a pureza de nossa sociedade islâmica e a limpeza dos corações de seus membros – mas o pequeno número que disse que a mistura é permitida; eles são 12%. Este grupo, sem exceção, disse que a mistura é permitida, mas dentro dos limites estabelecidos pela religião, costume (‘urf), tradições, boas maneiras, consciência, modéstia, cobertura, e outros valores respeitáveis que, na opinião deles, mantêm a mistura dentro dos limites adequados.
Perguntamos a eles: será que a mistura que vemos hoje em dia em nossas universidades, locais de comércio, locais de trabalho e reuniões familiares e sociais, acontece dentro dos limites supramencionados? Ou será que esses lugares estão cheios de transgressões em termos de vestimenta, linguagem, interações e comportamentos? Vemos exposição gratuita de adornos (tabarruj), cobertura imprópria, vemos fitnah (tentações) e relacionamentos dúbios, sem boas maneiras e sem consciência e nenhuma cobertura. Podemos concluir que o tipo de mistura que acontece hoje em dia é inaceitável mesmo para aqueles que a aprovam em uma atmosfera limpa.
Está na hora de reconhecermos que a mistura fornece um terreno fértil para os venenos sociais invadirem e tomarem nossa sociedade sem que ninguém ao menos se dê conta que a mistura é a causa. Ela é o elemento primário nesta fitnah silenciosa, sob a sombra da qual as traições irrompem, causas são destruídas e corações são quebrados.
Pedimos a Allah que nos mantenha seguros e sãos, e que reforme nossa sociedade. Que Allah abençoe nosso Profeta Muhammad.