Seus ensinamentos sobre comer e beber
Nunca recusou o que estava disponível, nem tampouco se esforçou para obter o que não estava disponível. Comia todas as coisas boas e se não gostasse, deixava-a sem rechaçá-la ou forçar-se a comê-la. Entretanto, nunca criticou uma comida; se gostava, comia, de outra forma a deixava, assim como quando lhe foi oferecido um lagarto, recusou dizendo que não estava acostumado àquela comida.
Costumou comer o que estivesse disponível e se não houvesse nada tinha paciência, até o ponto em que atava uma pedra ao seu estômago por causa da fome. Algumas vezes passavam-se três meses sem acender o fogo para cozinhar.
Não estava dentre seus ensinamentos limitar-se a apenas um tipo de comida.
Costumava comer doces e mel, e ele gostava disso. Comia carne de camelo, ovelha, frango, pássaros, zebra e coelho. Também comia tudo do mar, carne assada e tâmaras frescas ou secas. Comia zarid, um pão empapado com caldo e carne, como pão com azeite e pepino com tâmaras frescas. Comia abóbora cozida e gostava e também comia carne seca e tâmaras com manteiga.
Gostava de carne, especialmente o antebraço e a parte dianteira das ovelhas.
Costumava comer frutas locais em sua temporada, não as evitava.
A maioria de suas refeições era servida sobre uma esteira, no chão.
Ordenava às pessoas que comessem com a mão direita e proibia que comessem com a mão esquerda, dizendo: “Na verdade, Shaitan come e bebe com sua mão esquerda”.
Costumava comer com três dedos e os chupava quando terminava.
Não comia recostado, sentado de pernas cruzadas ou descansando sobre uma das mãos e comendo com a outra; estas três posições são de mau gosto. Ele costumava comer sentado com suas pernas esticadas e dizia: “eu me sento como um escravo e como da maneira que come um escravo”.
Quando estendia sua mão até a comida, dizia: “bismillah” (em nome de Allah). Ensinava às pessoas que fizessem o mesmo, dizendo: “quando um de vós comer deve pronunciar o nome de Allah. Caso esqueça de pronunciá-lo ao começo que diga ‘bismillah awwalahu wa akhirahu’ (em nome de Allah ao começo e ao fim)” (Tirmidhi).
Dizia: “em verdade, Shaitan considera lícita para ele a comida sobre a qual não é mencionado o nome de Allah” (Muslim).
Quando era convidado a comer não ia à casa do anfitrião sem que suplicasse por eles, dizendo: “aftara ‘indakumus-saímun wa akala ta`amakumul-abraar, wa sallat `alaikumul-mala'ikah” (Que aqueles que jejuam rompam seu jejum em vosso lar, e que os piedosos comam a sua comida e que os anjos invoquem bênçãos sobre vós) – Abu Dawud.
Costumava suplicar por aqueles que convidavam os pores e os elogiava.
Jamais mostrou desdém por comer com alguma pessoa, jovem ou velha, livre ou escrava, beduína ou imigrante.
Se era convidado a comer enquanto jejuava, dizia: “estou jejuando” (Bukhari e Muslim). Dizia àqueles que eram convidados a comer que orassem pelo anfitrião se estivessem jejuando e que aceitassem, caso não estivessem em jejum.
Quando era convidado a comer e alguém o acompanhava, informava ao anfitrião, dizendo: “este homem nos seguiu, portanto, se desejas, permita-o entrar, caso contrário ele deverá ir embora” (Bukhari).
Dizia àqueles que se queixavam a ele que a comida não era suficiente para satisfazer a todos presentes que não se separassem e que pronunciassem o nome de Allah sobre ela para que Ele a abençoasse.
O Profeta dizia: “um ser humano não enche um recipiente pior que seu estomago; uns tantos bocados são suficientes para suportar seu peso. Então, deve-se encher um terço de seu estômago com comida, um terço com bebida e um terço deve-se deixar para o ar” (Tirmidhi e Ibn Majah).
Entrou em sua casa uma noite, buscando comida e não encontrou nada, então disse: “allahumma at’im man at’amani wasqi man saqaani” (Ó Allah, dá de comer a quem me deu de comer e dá de beber a quem me dá de beber) – Muslim.
Seus ensinamentos sobre beber[1]
Seus ensinamentos sobre beber eram os mais perfeitos para proteger a saúde. Sua bebida favorita era doce e fria. Costumava beber leite sem diluir ou mesclar com água. Dizia: “Allaahumma barik lana fihi wa zidna minhu, fa innahu laisa shaiun iujzi `anat-ta`aami wash-sharaabi illal-laban” (Ó Allah, abençoe e aumente para nós, pois nada é tão suficiente como a comida e bebida, exceto o leite) – Tirmidhi.
Não fazia parte de seus ensinamentos beber durante a comida. Seus companheiros costumavam preparar o nabidh[2] para ele, na noite e ele a bebia na manhã seguinte ou na noite seguinte, ou um dia mais tarde. Se sobrava algo depois disso, ele derramava a bebida. O Profeta não bebia daquilo depois de três dias, por medo de se intoxicar.
Também era parte de seus ensinamentos beber sentado e costumava repreender aqueles que bebiam de pé. Mas, uma vez, ele bebeu estando de pé, e sobre isso foi dito que a proibição foi abolida, ou, de outra forma, foi para mostrar que as duas maneiras eram permitidas.
Costumava fazer três pausas para respirar enquanto bebia e dizia: “é melhor para aliviar a sede, é mais satisfatório e mais saudável” (Muslim). Isso queria dizer que ele retirava o recipiente de perto de sua boca e respirava fora dele. Dizia: “quando beber, não deves respirar dentro do recipiente, mas sem afastá-lo de tua boca” (Tirmidhi e Ibn Majah).
Costumava pronunciar o nome de Allah quando começava a beber e louvá-Lo quando terminava. Dizia: “Allah gosta daquele servo que come e bebe louvando-O” (Muslim).
Costumava ser fornecido com água fresca, mas preferia aquela que havia repousado.
Quando oferecia a bebida, passava-a pela sua direita, mesmo que houvesse algum ancião à sua esquerda.
Ordenava que os recipientes fossem cobertos e fechados firmemente, e deveria-se pronunciar o nome de Allah neste momento.
Foi narrado, de maneira autêntica, que o Profeta disse: “O mais querido para mim, neste mundo, são as mulheres e os perfumes, mas meu deleite está nas orações” (Nasai).
Também disse: “Ó jovens, quem dentre vós tiver a capacidade de casar, que se case logo” (Bukhari e Muslim). Ainda mais: “casando-se com uma mulher afetuosa e fértil” (Abu Dawud).
Se uma de suas esposas mostrava interesse em algo permissível, ele concordaria com ela. Costumava deixar que as moças dos ansaar jogassem com Aisha, raa. Quando Aisha, raa, bebia de um recipiente, ele o tomava e bebia no mesmo lugar em que ela havia encostado sua boca. Ele costumava descansar sua cabeça no colo de Aisha, raa, e recitava o Alcorão sua cabeça estando no colo dela, mesmo quando estava em seu período menstrual.
Logo após a oração do ‘asr, costumava visitar todas as suas esposas, uma depois da outra para perguntar como estavam, mas na noite dormia na casa da que lhe cabia o dia.
Costumava tratar as esposas com equidade em relação ao tempo que despendia com elas, a manutenção da casa, e provisões.
Costumava manter relações sexuais com suas esposas no início ou no fim da noite. Se tinha relações sexuais no começo da noite, tomava o banho ou apenas fazia o wudhu’ e, então, dormia.
Dizia: “maldito é aquele que submeta sua esposa ao que não é natural” (Abu Dawud). Ensinou: “quando algum de vós tenha a intenção de praticar o ato sexual com sua esposa que diga ‘Allaahumma jannibna ash-shaitán wa jannib ash-shaitana ma razaqtana” (Ó Allah, mantenha-nos longe de Shaitan e mantenha Shaitan longe daquilo com o que nos provenha). Então, se um filho fosse decretado Shaitan jamais poderia prejudicá-lo (Bukhari e Muslim).
Também disse: “quando algum de vós contrair matrimônio deve tomar a cabeça da esposa e suplicar a Allah por bênção, pronunciar o nome de Allah e dizer: ‘Allaahumma inni as'aluka khairaha wa khaira ma jubilat `alaihi, wa a`udhu bika min sharraha wa sharra ma jubilat `alaiha’ (Ó Allah, peço-Te pelo bem que há nela e em sua criação e busco refúgio em Ti do mal que há nela e do mal de Tua criação) – Abu Dawud e Ibn Majah.
Costumava cumprimentar os recém casados: “Baarak Allaahu laka, wa baaraka `alaika wa jama`a bainakuma fi khair” (Que Allah os abençoe, que envie Suas bênçãos sobre vós e que vos una em bondade) – Abu Dawud, Ibn Majah e Tirmidhi.
Se desejava viajar, tirava a sorte entre suas esposas. Aquela que vencia o sorteio não precisava compensar o tempo com as outras.
Não fazia parte de seus ensinamentos dar muita atenção à construção das casas, nem à decoração ou aumentá-las para maior conforto.
Divorciou-se de uma de suas esposas e se reconciliou com suas esposas após separar-se delas por um mês; também nunca praticou o dihar.[1]
O Profeta comprava e vendia, mas após ser agraciado com a mensagem de Allah passou a comprar mais que vender. Realizou outras transações como alugar, nomeou representantes e foi nomeado como tal, mas não nomeava mais vezes do que era nomeado.
Comprava à vista e à crédito. Intercedia por terceiros e outras pessoas intercediam por ele, também pedia emprestado com ou sem hipoteca.
Doava e aceitava doações. Presenteava e aceitava presentes. Se não desejasse o presente, desculpava-se com quem havia oferecido. Aceitava presentes oferecidos por reis e os distribuía entre seus companheiros.
Era ainda mais bondoso em seus negócios. Se pedisse algo emprestado, devolvia algo melhor e suplicava a Allah que abençoasse aquele que lhe havia emprestado, sua família e sua riqueza. Uma vez pediu um camelo emprestado e seu dono veio cobrar sendo rude com o Profeta. Quando seus companheiros quiseram agredir o homem, ele disse: “deixem-no, pois aquele que tem um direito pode reclamá-lo” (Bukhari e Muslim).
Sua reação ao abuso era a tolerância. Aconselhava àqueles que ficassem furiosos que fizessem a ablução, que sentassem caso estivessem de pé e que buscassem refúgio em Allah, swt.
Nunca era arrogante; pelo contrário, comportava-se com humildade e modéstia com seus companheiros, saudando aos jovens e aos velhos.
Costumava brincar, mas, mesmo assim, nunca disse mentiras. Contava histórias, mas nunca dizia nada que não fosse a verdade.
Caminhava, consertava seus sapatos, costurava suas roupas com suas próprias mãos. Ordenhava sua cabra, limpava suas roupas, servia sua família e a ele mesmo e junto com seus companheiros carregou tijolos para construir a mesquita.
Era a pessoas mais tolerante e amável.
Quando era requisitado para escolher entre duas coisas, sempre optava pela mais simples, obviamente, quando não era ilícita.
Nunca se vingava de uma injustiça cometida contra sua pessoa, mas quando alguma das proibições de Allah, swt, era violada, sua repulsa era notória.
Costumava aconselhar e buscar o conselho, visitar os doentes, assistir aos funerais, aceitar convites e esforçar em ajudar a suprir as necessidades das viúvas, pobres e débeis.
Costumava suplicar a Allah por qualquer um que lhe fizesse um favor. Dizia: “Quando um favor te é feito, dizes a quem lhe fez ‘jazaka Allahu khairan’ (que Allah te recompense com o bem), e isso é um elogio suficiente” (Tirmidhi).
1) Os ensinamentos do Profeta ﷺ sobre o matrimônio[1]
Foi narrado, de maneira autêntica, que o Profeta ﷺ disse: “O mais querido para mim, neste mundo, são as mulheres e os perfumes, mas meu deleite está nas orações” (Nasai).
Também disse: “Ó jovens, quem dentre vós tiver a capacidade de casar, que se case logo” (Bukhari e Muslim). Ainda mais: “casando-se com uma mulher afetuosa e fértil” (Abu Dawud).
Se uma de suas esposas mostrava interesse em algo permissível, ele concordaria com ela. Costumava deixar que as moças dos ansaar jogassem com Aisha, raa. Quando Aisha, raa, bebia de um recipiente, ele o tomava e bebia no mesmo lugar em que ela havia encostado sua boca. Ele ﷺ costumava descansar sua cabeça no colo de Aisha, raa, e recitava o Alcorão sua cabeça estando no colo dela, mesmo quando estava em seu período menstrual.
Logo após a oração do ‘asr, costumava visitar todas as suas esposas, uma depois da outra para perguntar como estavam, mas na noite dormia na casa da que lhe cabia o dia.
Costumava tratar as esposas com equidade em relação ao tempo que despendia com elas, a manutenção da casa, e provisões.
Costumava manter relações sexuais com suas esposas no início ou no fim da noite. Se tinha relações sexuais no começo da noite, tomava o banho ou apenas fazia o wudhu’ e, então, dormia.
Dizia: “maldito é aquele que submeta sua esposa ao que não é natural” (Abu Dawud). Ensinou: “quando algum de vós tenha a intenção de praticar o ato sexual com sua esposa que diga ‘Allaahumma jannibna ash-shaitán wa jannib ash-shaitana ma razaqtana” (Ó Allah, mantenha-nos longe de Shaitan e mantenha Shaitan longe daquilo com o que nos provenha). Então, se um filho fosse decretado Shaitan jamais poderia prejudicá-lo (Bukhari e Muslim).
Também disse: “quando algum de vós contrair matrimônio deve tomar a cabeça da esposa e suplicar a Allah por bênção, pronunciar o nome de Allah e dizer: ‘Allaahumma inni as'aluka khairaha wa khaira ma jubilat `alaihi, wa a`udhu bika min sharraha wa sharra ma jubilat `alaiha’ (Ó Allah, peço-Te pelo bem que há nela e em sua criação e busco refúgio em Ti do mal que há nela e do mal de Tua criação) – Abu Dawud e Ibn Majah.
Costumava cumprimentar os recém casados: “Baarak Allaahu laka, wa baaraka `alaika wa jama`a bainakuma fi khair” (Que Allah os abençoe, que envie Suas bênçãos sobre vós e que vos una em bondade) – Abu Dawud, Ibn Majah e Tirmidhi.
Se desejava viajar, tirava a sorte entre suas esposas. Aquela que vencia o sorteio não precisava compensar o tempo com as outras.
Não fazia parte de seus ensinamentos dar muita atenção à construção das casas, nem à decoração ou aumentá-las para maior conforto.
Divorciou-se de uma de suas esposas e se reconciliou com suas esposas após separar-se delas por um mês; também nunca praticou o dihar.[2]
O Profeta costumava fazer súplicas frequentemente durante os primeiros dez dias do mês de Dhul Hijjah e ensinava às pessoas a repetir com freqüência: “la ilaha ill-Allah” (não há divindade afora Allah), “Allahu akbar” (Deus é o maior) e “alhamdulillah” (louvado seja Deus).
Seus ensinamentos em relação ao Hadi[1]
O Profeta ofereceu ovelhas e camelos como hadi e ofereceu um bovino por parte de suas esposas. Ofereceu um hadi em sua residência, assim como durante seu hajj e ‘umrah.
Era seu costume marcar as ovelhas com guizos ou colares, nunca as marcava com ferro quente ou cortes.
Quando ofereceu camelos como hadi, costumava adorná-los e marcá-los, cortando-os levemente no lado direito de sua corcunda.
Caso enviasse seu hadi, dizia ao seu mensageiro que se qualquer coisa ocorresse pelo caminho que causasse um defeito no animal, deveria sacrificá-lo, molhar as sandálias em seu sangue, pendurá-las do lado e não comer da carne do animal – nem permitir que nenhum dos que o acompanhassem comessem dessa carne[2]. A carne deveria ser doada aos pobres.
Costumava compartilhar um hadi com seus companheiros. Sete deles compartilharam o sacrifício de um camelo ou uma vaca.
Permitia ao homem que levava o hadi que o montasse quando necessário, até que encontrasse outra montaria.
Dentre seus ensinamentos estava sacrificar os camelos enquanto eles estavam de pé, com a pata esquerda amarrada e dizendo: “Bismillah, Allahu akbar” enquanto o sacrificava.
Costumava sacrificar com suas próprias mãos, mas, em algumas ocasiões, nomeava alguém para completar o sacrifício.
Quando sacrificava uma ovelha, punha-se de pé, em suas costas e dizia “Bissmillah, Allahu akbar” e a sacrificava.
Permitiu à sua ummah que comesse de seu hadi e sacrifícios e guardasse uma parte da carne.
Algumas vezes distribuía a carne do hadi e outras vezes dizia: ‘quem deseje pode cortar um pedaço”.
Sua prática era sacrificar o hadi da ‘umrah em Marwah e o hadi do hajj em Mina.
Sempre sacrificava seu hadi ao terminar o estado de ihram e logo após a saída do sol, depois do primeiro apedrejamento. Nunca permitia o sacrifício antes do nascer do sol.
Seus ensinamentos sobre o sacrifício do ‘eid[3]
Nunca deixou de oferecer um sacrifico. Costumava sacrificar dois carneiros depois da oração do ‘eid. Dizia: “todos os dias de tashriq são dias de sacrifício”.
Dizia: “quem quer que tenha sacrificado antes da oração (do ‘eid) não chegou a fazer o sacrifício; é apenas carne que oferece à sua família”.
Ensinou que sacrificassem uma ovelha de seis meses de idade ou um camelo de cinco anos ou uma vaca que houvesse entrado em seu terceiro ano.
Também, ensinou selecionar um bom animal para o sacrifício, que não tivesse defeitos e proibia oferecer um sacrifício de um animal com orelha cortada, cornos defeituosos, olho cego, manco ou debilitado. Também ordenava confirmar o perfeito estado dos olhos e dos ouvidos.
Ordenou àqueles que tinham intenção de oferecer um sacrifício que não removessem nada do pelo de seu corpo quando entrasse a primeira dezena do mês de Dhul Hijjah.
Dentre seus ensinamentos estava o de oferecer seu sacrifício na mussala (sala de oração).
Também ensinou que uma ovelha era suficiente como sacrifício para um homem, incluindo sua família, não levando em conta o número de integrantes desta.
Seus ensinamentos sobre ‘aquiqah[4]
Foi relatado – e comprovada a autenticidade – que o Profeta disse: “cada criança depende de sua ‘aquiqah. Deve ser sacrificado, para ela, no sétimo dia, seu cabelo deve ser raspado e deve-se dar um nome a ela” (Abu Dawud, Nasai e Tirmidhi).
Também disse: “duas ovelhas para o menino e uma para a menina” (Abu Dawud e Nasai).
Seus ensinamentos sobre a ‘umrah
Ele fez a ‘umrah[1] quatro vezes. Elas foram:
1)A ‘umrah de al Hudaibiyah – os politeístas impediram que ele chegasse a Makkah, portanto, sacrificou seus animais e raspou sua cabeça no lugar onde estavam acampados, pondo fim ao estado de ihram.
2) A ‘umrah da compensação para a primeira, no ano seguinte.
3)A ‘umrah junto com o hajj.[2]
4)A ‘umrah de al Ya’ranah.
Durante sua vida, nunca começou uma ‘umrah estando em Makkah; todas as que ele fez foi entrando na cidade, quando se encontrava fora dela.
Também nunca foi relatado que houvesse feito mais de uma ‘umrah no mesmo ano.
Todas as que fez foram nos meses do hajj, são eles: Shawwal, Dhul Qadah e Dhul Hijjah.
Entretanto, disse: “Uma ‘umrah no mês de Ramadan equivale (em recompensa) a um hajj” (Bukhari e Muslim).
Seus ensinamentos sobre o hajj[3]
Quando o hajj foi estabelecido como pilar do Islam, o Profeta se apressou em cumpri-lo. So fez o hajj uma vez e este foi a modalidade qiran.[4]
O Profeta começou o ihram logo depois da oração do dhuhr e recitou a talbiah: “Labbaik-Allaahumma labbaik. Labbaika la sharika laka labbaik. Innal-hamda wan-ni`mata laka wa- mulk. La sharika lak” (Aqui estou, ó Senhor, respondendo ao Teu chamado – em obediência. Aqui estou, ó Senhor, respondendo ao Teu chamado – em obediência, não tens sócios. Todos os louvores e favores são pertencentes a Ti, assim como a soberania. Não tens sócios) – Muslim.
Ele levantou a voz com o talbiah de tal menira que era ouvido por seus companheiros. Disse-lhes: “Allah ordenou que levantem suas vozes com o talbiah”. Ele se manteve com esta talbiah enquanto as pessoas acrescentam ou reduziam algumas partes, mas ele não criticou isto.
No momento de vestir o ihram ele permitiu que seus companheiros escolhessem qualquer dos três formatos de hajj[5]. Quando eles se aproximaram de Makkah sugeriu àqueles que não tinham animais para o sacrifício a terminarem seu estado de ihram logo após a ‘umrah.[6]
O Profeta fez o hajj montando em seu camelo e sua comida e bagagem também foram sobre o camelo.
A seguinte descrição é do hajj do Profeta e o método que seguiu: Assim que chegou em Makkah ordenou àqueles que não tinham animal para sacrifício que fizessem a ‘umrah somente e que terminassem o estado de ihram, mas, aqueles que tinham animal que continuassem em estado de ihram. Ele se encaminhou ao vale de Dhu Tuwa, onde passou a noite de domingo, o quarto dia de Dhul Hijjah. Ali fez a oração do fajr, tomou banho e entrou em Makkah de dia, a partir da área vizinha ao norte, az Zaniyah al ‘Ulia, onde se observava o Huyun. Ao entrar na mesquita sagrada, encaminhou-se até a kaabah[7] sem fazer a oração usual de saudação à mesquita. Quando estava em frente à Pedra Negra a beijou sem saudar ninguém. Logo iniciou o tawaaf (circundar a Kaabah) deixando a kaabah à sua esquerda e sem suplicar em sua porta ou em frente à fonte d’água, atrás da pedra ou nos cantos da mesquita. Foi relatado que, enquanto caminhava entre os cantos da kaabah, a da pedra negra e da esquina Yemeni, dizia: “Rabbana aatina fid-dunia hasanatan wa fil-aakhirati hasantan wa qina `adhaaban-naar” ( Senhor nosso, concede-nos o bem neste mundo e na próxima vida e protege-nos do tormento do Fogo). O Profeta não especificou palavras ou súplicas durante o tawaaf além destas já citadas. O Profeta ﷺ caminhava com pequenos passos durante as três primeiras voltas de seu tawaaf. Colocou sua roupa de tal forma que os dois extremos se juntavam em um dos ombros, enquanto o outro estava à mostra. Sempre que chegava em frente à pedra, apontava-a com o seu bastão a distância e beijava o seu bastão, dizendo: “Allahu akbar”. costumava tocar a esquina Yemeni, entretanto não a beijava e nem beijava sua mão depois de tocá-la. Após o tawaaf, posicionou-se, de pé, atrás do lugar de Ibrahim, as, e recitou: “Wattakhidhu min maqaami Ibrahima musalla” (e toma o lugar de Ibrahim como de oração)[8]. Fez dois rakaat entre o lugar de Ibrahim, as e a kaabah. Depois recitou a surah al fatiha, al Kafirun e al Ikhlaas. Então, voltou à pedra e beijou-a. Dirigiu-se à colia Safa e quando se aproximou dela recitou o versículo: “Innas Safa wal-marwata min sha’aa’irillah” (Em verdade, Safa e Marwah[9] estão entre os ritos de Allah) e acrescentou: “começo com o que Allah começou”. Então, subiu o monte Safa até que pode ver a Kaabah. Orientou-se na direção dela e disse: “La ilaaha ill-Aláhu wallaahu akbar, la ilaaha ill-Aláhu wahdahu la sharika lahu, lahul mulku wa lahul-hamdu, iuhi wa iumitu wa huwa `ala kulli shai'in qadir, la ilaaha ill-Aláhu wahdahu, anjaza wa`dahu wa nasara `abdahu wa hazamal-ahzaaba wahdah.” (Não há divindade afora Allah, único, sem sócios. Seu é o domínio e Seu é todo o louvor e Ele é, sobre todas as coisas, Poderoso. Não há divindade senão Allah, o Único. Ele cumpriu Sua promessa e apoiou Seu servo e derrotou somente os inimigos)[10]. Ele repetiu isso por três vezes, suplicando entre as repetições.
Iniciou o sa’i[11] descendo de Safa e caminhando até o monte Marwah. Quando alcançou o vale (hoje em dia demarcado) andou mais rapidamente. Começou o sa’i caminhando, mas concluiu montado, devido ao número de pessoas ao redor dele.
Quando chegou a Marwah subiu até o ponto em que avistou a kaabah. Ali fez as súplicas, tal como havia feito no monte Safa. Quando completou o sa’i em Marwah, ordenou a todos que não tivessem animal para sacrifício, que terminassem o estado de ihram[12], inclusive se tinham intenção de tipo qiraan ou ifrad do hajj.
O Profeta não terminou seu estado de ihram, pois havia trazido um animal consigo, mas disse: “Se soubesse antes o que seria agora, então não haveria trazido um animal e teria feito ‘umrah”[13]. O Profeta ﷺ suplicou três vezes por aqueles que raspavam seus cabelos e uma vez pelos que aparavam.
Ao longo de sua estadia em Makkah e até o dia de tarwiyah[14] costumava liderar as orações, encurtando-as.
Antes do meio-dia desse mesmo dia, ele e seus companheiros partiram para Mina e quem havia terminado seu estado de ihram entrava novamente, sentando em sua montaria.
Ao chegar em Mina desmontou e fez as orações do dhuhr, ‘asr, maghrib e ‘isha e passou a noite ali. Logo após a saída do sol, encaminhou-se à planície de Arafah. Alguns de seus companheiros estavam repetindo “Allahu akbar” e outros repetindo a talbiah e ele não corrigiu ninguém. Encontrou a barraca pronta para ele em Namirah – como havia requisitado. (Namirah não é parte de Arafah, mas sim uma aldeia ao oriente). Permaneceu ali até pouco depois do meio-dia, quando ordenou que sua camela, al Qaswah, fosse selada. Montou e foi até o vale dentro de arafah. Ali deu um sermão montando em sua camela.
Ali afirmou os fundamentos do Islam e aboliu os fundamentos do politeísmo e dos dias pré-islâmicos, da ignorância. Confirmou todas as proibições universalmente acordadas por todas as religiões e aboliu todas as práticas ilegais pré-islâmicas, incluindo juros e usura. Ordenou aos homens que tratassem bem as mulheres e que se apegassem ao Livro de Allah. Ele perguntou se havia comunicado a mensagem e ao ouvir a resposta afirmativa e unânime evocou Allah, swt, como testemunha. Quando terminou o sermão, Bilal, raa, que chamara o adhan, pronunciou o iqamah. Era uma sexta-feira; então, liderou a oração do dhuhr com duas rakaat de recitação silenciosa (apesar de ser sexta). Bilal, raa, fez um segundo iqamah e o Profeta ﷺ liderou a oração do asr com duas rakaat. Os habitantes de Makkah estavam com ele, mas não lhes recomendou que completassem a oração e nem tampouco lhes proibiu de unir as orações.
Ao completar sua oração, montou até chegar ao lugar de sua permanência. Quando algumas pessoas perguntaram se ele estava jejuando ou não, sua esposa, Maimunah, mandou um pouco de leite, o qual bebeu em frente às pessoas. Então, permaneceu em sua montaria, ao pé da montanha, sobre as rochas e se orientou em direção à quiblah com a corda em sua mão. Então, começou a suplicar e implorar fervorosamente a Allah e continuou assim até o pôr-do-sol.
Disse às pessoas que permanecessem na parte superior do vale de ‘Uranah, dizendo: “Eu me coloco de pé aqui, mas todo o Arafah é um lugar para manter-se de pé” (Muslim).
Enquanto estava suplicando, levantava suas mãos até o peito como um homem pobre pedindo comida. Dizia: “a melhor súplica é a súplica no dia de Arafah e o melhor que os Profetas anteriores e eu temos dito é: “la ilaaha ill-Allahu wahdahu la sharika lah. Lahul-mulku wa lahul-hamdu wa huwa `ala kulli shai'in qadir.” (Não há divindade exceto allah, único, sem sócios. Seu é o domínio e Seu é todo o louvor e Ele é, sobre todas as coisas, Poderoso).
Quando o sol se pôs por completo, partiu de Arafah, serenamente, com Usamah Bin Zaid, montando atrás dele ﷺ. Ele ﷺ puxou as rédeas de seu camelo, para reduzir a marcha, até que a cabeça do animal tocou a sela, e disse: “Ó gente, tenha calma. Apressar-se não é um sinal de justiça” (Bukhari).
Então, partiu pela rota de al Ma’zimain sendo que havia entrado em arafah a partir de Dhabb. Se movimentava a um passo moderado, mas acelerava sempre que havia um espaço aberto.
Continuou recitando a talbiah durante o caminho. Em certo ponto, desmontou, atendeu às suas necessidades fisiológicas, lavou-se e retomou sua viagem. Não orou até chegar em Muzdalifah, onde fez wudhu para a oração e ordenou que fosse feito o chamado do adhan e iqamah. Fez a oração do maghrib antes de acampar e de fazer os camelos se ajoelharem para descansar. Logo que colocou os camelos para descansarem, ordenou um segundo iqamah, mas sem adhaan. Fez a oração do isha sem nenhuma oração voluntária entre maghrib e isha. Então dormiu até o amanhecer e não passou a noite em adoração.
Essa mesma noite deu a permissão aos mais débeis dentre seus familiares para prosseguir para Mina antes do amanhecer, mas recomendou-lhes que não fizessem o rami (apedrejamento do pilar) antes do amanhecer. Tão logo amanheceu, fez a oração do fajr, depois do adhaan e iqamah. Montou até chegar a al Mash’ar al Haraam e disse às pessoas que todo Muzdalifah é lugar para permanecer. Orientou-se na direção da quiblah e começou a suplicar e louvar a Allah. Logo partiu de Muzdalifah antes da saída do sol, com al Fadl Bin Abbas, montado atrás dele ﷺ.
No caminho disse a Fadl Bin Abbas, raa, que recolhesse sete pedrinhas para ele. Sacudindo-as em sua mão, disse: “Usem pedrinhas similares para apedrejar e evitem o extremismo na religião” (an Nasai, Ibn Majah). Ao chegar a Muhassir, apressou-se, tomando a estrada do meio, que leva a Jamrah maior[15]. Continuou recitando a talbiah até chegar a Mina e começou, imediatamente, a apedrejar a Jamrah, logo após a saída do sol, montado em seu camelo. Jogou-as de uma vez, dizendo: “Allahu akbar” para cada pedra lançada.
Depois disso, retornou a Mina e pronunciou um eloqüente sermão. No qual informou às pessoas sobre a sacralidade de Makkah. Também ordenou às pessoas que obedecessem àqueles que seguem os ensinamentos do Livro de Allah e lhes ensinou os ritos do hajj. Então, encaminhou-se os local de sacrifício em Mina e sacrificou vinte e seis camelos com sua própria mão, enquanto estavam de pé com a sua pata esquerda amarrada. Depois pediu a ali, raa, que completasse o sacrifício de cem camelos. Também ordenou a Ali, raa, que os desse em caridade aos pobres. Indicou que a um açougueiro/sacrificador não se deve dar pagamento da carne sacrificada.[16] Ensinou que toda Mina é um lugar de sacrifício, assim como os caminhos e vales que levam à Makkah.
Ao terminar o sacrifício, chamou o barbeiro e pediu que raspasse sua cabeça, começando com o lado direito. Deu o cabelo a Abu Talha e disse: “distribua-o entre as pessoas” (Bukhari e Muslim).
Pediu perdão três vezes por aqueles que rasparam suas cabeças e uma vez pelos que apenas cortaram os cabelos. Aisha passou perfume nele antes que tirasse suas roupas do ihraam.
Logo partiu para Makkah em seu camelo, antes do meio-dia. Fez o tawaaf al ifaadhah[17] e não fez mais nenhum tawaaf, nem sa’i depois disso.[18] Não correu em seu tawaaf (nem no tawaaf de despedida); exceto durante o inicial.
Na continuação do tawaaf foi ao poço Zamzam onde encontrou pessoas bebendo. As pessoas entregaram-no um balde e ele bebeu de pé. Logo retornou a Mina onde passou a noite. Houve um desacordo sobre onde rezou o dhuhr neste dia. Ibn Umar, raa, relatou que fez o dhuhr em Mina, enquanto Jabir e Aisha, raa, disseram que havia sido em Makkah.
Na manhã seguinte esperou até que o sol passasse do meridiano e caminhou até os pilares (muro), onde começou o Jamrah (o menor) exatamente atrás da mesquita do Khaif. Lançou sete pedras, dizendo: “Allahu akbar” para cada uma delas.
Logo se dirigiu a Jamrah e orientando-se para a quiblah, levantou suas mãos e fez uma súplica longa, tão longa quanto a recitação da surah al Baqarah.
Logo após encaminhou para a Jamrah do meio e apedrejou da mesma forma. Moveu-se para a esquerda, até o vale e, orientado para a quiblah, levantou suas mãos e suplicou por quase o mesmo tempo que antes.
Ao terminar foi até o terceiro e maior Jamrah (al ‘Aqabah), de pé, com a Kaabah à sua esquerda e com Mina à sua direita, apedrejou com mais sete pedras. Ao completar o apedrejamento retornou sem colocar-se de pé para suplicar.
Terminou o apedrejamento antes da oração do dhuhr e, então, retornou para fazer a oração. Deu permissão a Abbas, raa, para passar as noites de Mina em Makkah para prover as pessoas com água.
O Profeta não se apressou em sua partida (em dois dias), senão que estendeu um pouco para completar o apedrejamento de todos os pilares em três dias. Depois de terminado, partiu, parando em Muhassab. Fez as orações do dhuhr, asr, maghrib e ishaa e descansou por alguns instantes. Seguiu para Makkah onde fez o tawaaf de despedida durante a noite – antes do amanhecer, sem correr. Desculpo-se à sua esposa, Safiyah, raa, do tawaaf de despedida, pois ela estava em seu período menstrual.
Permitiu à Aisha, raa, aquela noite, que fizesse a ‘umrah a partir de Tan’im[19], acompanhada de seu irmão, Abdur-Rahman, raa e, quando ela terminou, ele anunciou a partida a seus companheiros e todos partiram juntos.
Seus ensinamentos sobre o jejum do Ramadan
De acordo com seus ensinamentos, ele só começava o jejum do Ramadan depois de ver a lua ou diante da evidência de uma testemunha. No caso de não ser vista (nem ter testemunha), então ele completaria 30 dias do mês de Shaban.
Se a lua não tivesse sido vista no dia 29 de Shaban, devido ao tempo nublado, ele também completava 30 dias. Não jejuava no dia duvidoso e nem aconselhava que o fizessem.
Terminava o jejum no fim do mês baseado no testemunho de duas pessoas.
Se duas testemunhas dessem o testemunho de haver visto a lua, então ele rompia seu jejum e ordenava às pessoas que fizessem o mesmo. Então fazia a oração do ‘eid na manhã seguinte.
Costumava apressar-se a romper o jejum do por do sol e ordenava as pessoas a fazer o mesmo. Mas, demorava no suhur[1] e também aconselhava os outros que fizessem o mesmo.
Costumava romper o jejum antes de realizar a oração do maghrib. Quebrava-o com tâmaras frescas ou secas e, caso não houvesse, com água.
Ao romper o jejum dizia: “Dhahab ad-dama'u wabtallatil-`uruqu wa zabatal-ayr 'in shaa Alláh” (A sede se foi, as veias foram umedecidas e a recompense está assegurada, se Allah quiser) – Abu Dawud.
Costumava intensificar seus atos de adoração no Ramadan. O Anjo Gabriel, as, se reunia com ele neste mês para repassar o Qur’an.
Durante o Ramadan também incrementava a caridade, as boas ações, a recitação do Qur’an, a oração, a lembrança de Allah e o retiro espiritual (itikaf).
Costumava fazer certos atos de adoração especiais no Ramadan. Algumas vezes continuava jejuando sem romper o jejum durante a noite, entretanto proibia seus companheiros de fazer isso. Ele lhes permitia estender o jejum apenas até o momento do suhur.
Seus ensinamentos sobre o que está permitido e os que está proibido ao jejuador
Dentre seus ensinamentos estava que quando alguém jejuava deveria abster-se de falar inapropriadamente como discussões barulhentas, insultar ou responder de forma grosseira às pessoas. Ele instruiu que se alguém fosse provocado ou insultado que respondesse: “estou jejuando”.
Quando viajava, às vezes, observava o jejum e, às vezes, quebrava-o. Ele ﷺ dava a seus companheiros a permissão de optar pelo que desejassem.
Costumava ordenar a seus companheiros que quebrassem o jejum caso tivessem que lutar em uma batalha.
Não especificou nenhuma distância da qual o viajante poderia desculpar a quebra do jejum.
Quando seus companheiros começavam uma viagem quebravam o jejum antes de deixarem a área de suas residências e afirmavam que esta era a sunnah do Profeta.
Podia acontecer que em um dia de jejum ele estivesse em estado de impureza sexual ao amanhecer, então, antes da oração fazia o ghusl[2] e jejuava normalmente.
Costumava beijar sua esposa enquanto jejuava o Ramadan.
Costumava limpar seus dentes com o miswak, lavar sua boca e nariz e derramava água sobre sua cabeça enquanto jejuava.
Ensinou que quem come ou bebe por equívoco ou esquecimento não anula seu jejum.
Ensinou que as pessoas doentes e as que viajam podem quebrar seu jejum e repor o dia perdido depois. Também ensinou que a mulher grávida ou que está amamentando não precisa jejuar caso isso lhe provoque algum dano.
Seus ensinamentos sobre o jejum voluntário:
Seus ensinamentos sobre o jejum foram completos de tal forma que é fácil atingir todos os objetivos desejados com certa facilidade. Ele costumava jejuar tanto que as pessoas poderiam pensar que ele jejuava ininterruptamente. Em algumas ocasiões se abstinha de jejuar até que as pessoas pensavam que não ia jejuar nunca mais. Nunca jejuava um mês inteiro, exceto o Ramadan e nunca jejuava tanto em outro mês como jejuava no mês de Shaban.
De acordo com seus ensinamentos, não é permitido jejuar às sextas-feiras, apenas; e é recomendável que se jejue às segundas e quintas-feiras.
Nunca deixou de jejuar nos dias de lua cheia (13, 14 e 15 dos meses lunares), estando em sua residência ou em viagem, e convidava os outros a jejuar com ele.
Também costumava jejuar nos primeiros três dias de cada mês lunar.
Aconselhava que jejuassem seis dias no mês de Shawwal, dizendo que jejuar esses dias logo depois do jejum de Ramadan equivaleria a jejuar o ano inteiro (Muslim). Sempre jejuava no dia de Ashura[3], mencionando que expiava os pecados do ano anterior (Muslim).
Com relação ao dia de Arafat, dizia que este expiava os pecados do ano anterior e do ano posterior (Muslim). Mas, seu ensinamento para os peregrinos do hajj era não jejuar no dia de Arafat.
Não estava dentre seus ensinamentos jejuar todos os dias do ano, pelo contrário, dizia que “aquele que jejua todos os dias nem jejuou e nem quebrou o jejum” (An Nasai).
Algumas vezes costumava jejuar voluntariamente e então quebrava o jejum. Em certas ocasiões perguntava à sua família: “temos algo para comer?” e se a resposta era não, então dizia: “então, estou jejuando” (Muslim).
Disse: “Se algum de vós é convidado para uma refeição enquanto esteja jejuando, deve dizer: ‘estou jejuando’” (Muslim).
Seus ensinamentos sobre o retiro espiritual (‘itikaf)
Sempre fez o retiro espiritual durante os dez últimos dias de Ramadan, até sua morte. Uma vez não pode fazê-lo e, então, repôs a mesma quantidade de dias no mês seguinte.
Uma vez fez o ‘itikaf nos dez primeiros dias do Ramadan, nos dez dias do meio e também nos últimos dez dias, buscando a lailatul qadr. Então, foi esclarecido para ele que esta noite estaria dentre as dez últimas e seguiu fazendo isso até morrer.
Sempre combinava o ‘itikaf com o jejum.
Costumava pedir que levantassem uma cortina na mesquita para que pudesse se retirar.
Quando tinha a intenção de fazer o ‘itikaf, começava-o logo após a oração do fajr.
Sua esteira para dormir ficava dentro de sua tenda, onde entrava só.
Só regressava à sua casa para atender às necessidades fisiológicas.
Costumava colocar sua cabeça dentro do quarto de Aisha para que ela penteasse seus cabelos, mesmo ela estando no período menstrual.
Algumas de suas esposas costumavam visitá-lo durante o ‘itikaf, e quando ela se levantava para ir embora, ele levantava e a acompanhava. Estas visitas eram noturnas.
Não tinha relações sexuais durante o ‘itikaf, nem sequer beijos.
Costumava fazer dez dias de ‘itikaf todo ano, no ano em que morreu fez vinte dias.
Seus ensinamentos sobre o Zakat
Seu ensinamento sobre o Zakat foi profundo: seu tempo, montante, porcentagens, doadores e beneficiados. É levado em consideração o interesse dos ricos e pobres, repassando um montando dos mais ricos aos mais pobres, sem que haja prejuízo ou injustiça para com os ricos.
Se o Profeta ﷺ soubesse que alguém tinha o direito sobre o zakat, ele se apressava em dá-lo. Entretanto, se ele não conhecia as condições de tal pessoa, só dava após informar que os ricos e as pessoas que tinham um trabalho e um sustento capaz de se manter não tinham direito ao zakat.
Dentre seus ensinamentos estava o de distribuir o zakat àqueles com direito sobre a mesma zona onde esta riqueza havia sido acumulada e que somente o excedente seria enviado para distribuição em outros lugares.
Costumava enviar um coletor de zakat somente aos obviamente ricos, tais como proprietários de gado ou plantações.
Também costumava enviar um avaliador para estimar a quantidade de tâmaras e uvas, observar o método de irrigação e registrar o peso das produções e, com estas informações, calculava o zakat.
Não recebia o zakat sobre cavalos, servos, mulas ou burros ou também sobre vegetais e frutas que não pudessem ser medidos, exceto pelas uvas e tâmaras. Não fazia diferença entre as tâmaras frescas ou secas.
Não pegava o melhor da propriedade das pessoas como zakat, mas sim, pegava o produto de qualidade mediana.
Proibiu ao que dava em caridade que comprasse de volta oque havia oferecido. Mas, permitia aos ricos comer dele se o beneficiado oferecesse como presente.
Em algumas ocasiões pedia um adiantamento dos fundos do zakat para auxiliar a comunidade.
Quando uma pssoa lhe trazia o zakat ele suplicava por ela, dizendo: “Allaahummah baarik fihi wa fi ibilih” (Ó Allah, bendiga a ele e aos seus camelos) – An’Nasai.
Seus ensinamentos sobre o zakatul fitr
Estipulou que o zakatul fitr deveria ser uma medida[1] de tâmaras, cevada, queijo ou uvas passas.
Este deveria ser entregue antes da oração do eid. Disse, : “Se este zakat é dado antes da oração, entao é aceito, mas se é dado depois passa a ser uma caridade qualquer” (Abu Dawud).
Costumava dá-lo especialmente aos pobres, privando dele os que figuram nas oito categorias de direito do zakat.
Seus ensinamentos sobre a caridade voluntária
Ele era a pessoa mais generosa e a que mais dava em caridade daquilo que estava sob suas posses. Nunca considerou nenhuma caridade em nome de Allah como muita ou pouca.
Se alguém pedia algo que estivesse sob suas posses, ele dava rapidamente, fosse muito ou pouco.
Ele ficava mais feliz e satisfeito em dar do que receber.
Quando encontrava uma pessoa com necessidade dava preferência sobre si mesmo, algumas vezes com sua comida, outras com sua roupa.
Quem lidava com ele ficava espantado com a sua indulgência.
Ele praticava a caridade de vários tipos, algumas vezes com um presente, às vezes comprava algo e dava de volta ao vendedor junto com seu valor. Algumas vezes pedia emprestado algo e devolvia mais do que havia recebido ou aceitava um presente e retribuía com algo de maior valor.
Se o inimigo estava na direção da quibla, ele dispunha os que oravam em duas filas atrás dele. Começava dizendo: “Allahu akbar” e eles repetiam. Logo, todos faziam o ruku’ e se levantavam juntos. Para a prostração, a fila da frente prostrava junto com o Mensageiro de Allah e a fila de trás mantinha-se de pé, vigiando o inimigo. Quando o Profeta se levantava para a segunda rakah a fila de trás era a que o acompanhava na prostração. Eles avançavam para ocupar o lugar da primeira fila, e esta se movia para trás para ocupar o lugar da fila de trás e vigiar o inimigo. Desta forma, ambos os grupos tinham o benefício da primeira fila e ambas realizavam a prostração e nenhuma delas ficaria desprotegida durante a prostração. Na segunda rakah repetiam o mesmo. Quando o Profeta se sentava para o tashahhud a fila de trás faria as duas prostrações e assim unia-se ao tashahhud e à saudação final.
Se o inimigo não estava na direção da quibla, em algumas ocasiões os grupos se dividiam: um ficava olhando na direção do inimigo e o outro orava com ele. O grupo que iniciava orando com ele fazia uma rakah antes de se mover e dar espaço ao grupo que vigiava o inimigo, que posteriormente faria o mesmo na segunda rakah. Quando ele terminava a oração, os membros de cada grupo completariam a rakah que faltava por sua própria conta.
Algumas vezes o Profeta fazia uma rakah com um dos seus grupos e, enquanto estava de pé para a segunda rakah, o primeiro grupo concluía esta rakah e ia enfrentar o inimigo. O outro grupo se unia, então, ao Profeta e era liderado nesta segunda rakah. Então, o Profeta esperava que este grupo completasse a outra rakah antes da saudação final.
Em outras ocasiões, ele fazia dois rakaat com um grupo e completava a oração com eles. Logo, fazia o mesmo com o segundo grupo.
E, às vezes, orava uma rakah com um grupo e eles partiam sem completar a segunda rakah. Logo, ele faria o mesmo com o outro grupo. Desta forma, ele fazia duas rakaat enquanto ambos os grupos faziam apenas uma.