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O Islã ensina que tudo no universo, todos os sistemas ecológicos e formas de vida que suportam, são criados e dependentes de seu Senhor-Deus, o Único e Verdadeiro Deus, Deus.  Dessa forma, seres humanos têm de fato mais em comum com o peixe no mar, os pássaros no céu e as bestas que rastejam sobre a terra do que com o próprio Deus.





“Não existem seres alguns que andem sobre a terra, nem aves que voem, que não constituam nações semelhantes a vós. Nada omitimos no Livro; então, serão congregados ante seu Senhor.” (Alcorão 6:38)





Embora o homem possa estar no topo da cadeia alimentar, ainda é parte de uma cadeia alimentar, enquanto que seu Criador não é afetado pela necessidade de se alimentar, buscar abrigo ou se reproduzir.  Aqueles que não vêem essa realidade e que tomam seus pares seres humanos como objeto de adoração, fariam bem em considerar o seguinte versículo:





“O Messias, filho de Maria, não é mais do que um mensageiro, do nível dos mensageiro que o precederam; e sua mãe (Maria) era sinceríssima. Ambos se sustentavam de alimentos terrenos, como todos. Observa como lhes elucidamos os versículos e observa como se desviam.” (Alcorão 5:75)





Está implícito nesse versículo o ponto de que se alguém precisa de alimento, ele ou ela também precisa defecar e urinar para se aliviar de seus resíduos de alimento.  Deus está longe de ter tais necessidades fisiológicas.





“Antes de ti (Ó Muhammad) jamais enviamos mensageiros que não comessem os mesmo alimentos e caminhassem pelas ruas...” (Alcorão 25:20)





Em outras palavras, embora os profetas, seus seguidores e os membros crentes de suas famílias fossem de fato os melhores e mais virtuosos das criaturas de Deus que caminharam sobre a face da terra, eles continuavam a ser Suas criaturas, enviadas e totalmente dependentes Dele para vida, sustento e salvação.  Sendo assim, antes de podermos verdadeiramente apreciar a relação entre homem e seu ambiente, deve-se primeiro apreciar a relação entre homem e Deus.





Ubudiyya - Servitude ao Deus Único





Os muçulmanos crêem que toda a criação é criada em um estado natural de submissão ao seu Criador.  Ou seja, como todas as coisas se submetem inerentemente ao Deus Único, o estado natural de todas as coisas é Islã - por assim dizer.  A chita que caça a gazela e a gazela que foge da chita estão se comportando não apenas como Deus decretou, mas como Ele ordenou.





“A Ele pertence tudo que está nos céus e na terra. Tudo Lhe deve obediência.” (Alcorão 30:26)





Apenas porque a criação segue precisamente o curso que Deus determinou para ela é que temos equilíbrio e harmonia no universo, o que é mais comumente conhecido como “as leis da natureza” ou “a ordem natural do universo”.  Essa obediência ao Divino do mundo ao nosso redor através de ação que está de acordo com a sua natureza imbuída é, por si só, um estado de servitude e adoração perpétuas.  Várias passagens do Alcorão apontam para essa realidade.





“Não reparas, acaso, em que tudo quanto há nos céus e na terra glorifica a Deus, inclusive os pássaros, ao estenderem as suas asas? Cada um está ciente do seu (modo de) orar e louvar. E Deus é Sabedor de tudo quanto fazem.” (Alcorão 24:41)





“Os setes céus, a terra, e tudo quanto neles existe glorificam-No. Nada existe que não glorifique os Seus louvores! Porém, não compreendeis as suas glorificações. Sabei que Ele é Tolerante, Indulgentíssimo.” (Alcorão 17:44)





“Todo ser que está nos céus e na terra chegará ao Misericordioso como um servo obediente.” (Alcorão 19:93)





Fitra - A Natureza Primordial do Homem





Os humanos também são criados com uma disposição islâmica natural, conhecida como fitra.  Se deixados para seguirem sua fitra ou “natureza”, todos os seres humanos seriam crentes no Tawhid (monoteísmo islâmico), reconhecendo instintivamente seu Criador e inclinados a adorá-Lo e a realizar boas ações em geral.  Deus diz no Alcorão:





“Volta o teu rosto para a religião monoteísta. É a obra de Deus, sob cuja qualidade inata (fitra) Deus criou a humanidade. A criação feita por Deus é imutável. Esta é a verdadeira religião; porém, a maioria dos humanos o ignora.” (Alcorão 30:30)





Portanto, pode ser justificavelmente argumentado que o Islã e, por extensão, tudo que é considerado bom, inclusive consciência ambiental, não é algo que necessariamente precise de doutrinação, mas precisa simplesmente ser despertado do interior da consciência do homem.  Somente então a humanidade estará em sintonia com o resto do universo.  Afinal, toda alma humana que já viveu e que ainda viverá já jurou pelo menos uma vez ter reconhecido seu Criador.





“E de quando o teu Senhor extraiu das entranhas dos filhos de Adão os seus descendentes e os fez testemunhar contra si próprios, dizendo: Não é verdade que sou o vosso Senhor? Disseram: Sim! Testemunhamo-lo! Fizemos isto com o fim de que no Dia da Ressurreição não dissésseis: Não estávamos cientes.” (Alcorão 7:172)





A humanidade, através do pai, Adão, foi enviada a terra como seu califa - um termo que simultaneamente significa: sucessor, gerente, curador, vice-rei e guardião.  Ou seja, o homem foi tornado responsável pela utilização dos recursos da terá com a devida consideração, recursos que Deus sujeitou a todas as suas necessidades.





“Deus foi Quem criou os céus e a terra e é Quem envia a água do céu, com a qual produz os frutos para o vosso sustento! Submeteu, para vós, os navios que, com a Sua anuência, singram os mares, e submeteu, para vós, os rios. Submeteu, para vós, o sol e a luz, que seguem os seus cursos; submeteu para vós, a noite e o dia.” (Alcorão 14:32-33)





“Porventura, não reparais em que Deus vos submeteu tudo quanto há nos céus e na terra, e vos cumulou com as Suas mercês, cognoscíveis e incognoscíveis? Sem dúvida, entre os humanos, há os que disputam nesciamente acerca de Deus, sem orientação ou Livro lúcido algum.” (Alcorão 31:20)





Portanto, a terra foi criada com causa e efeito definidos: facilitar os humanos no cumprimento do propósito com o qual eles próprios foram criados, adorar e servir seu Criador.





“Não criei os gênios e os humanos, senão para Me adorarem.” (Alcorão 51:56)





Embora a criação dos céus e da terra seja de fato maior que a criação da humanidade aos olhos de Deus [ver Alcorão 40:57], os humanos têm a responsabilidade que os céus e a terra não têm.  De fato, Deus ofereceu confiar aos céus e a terra responsabilidade moral.  Entretanto, eles entenderam o peso do que lhes estava sendo pedido e respeitosamente declinaram.  Adão, entretanto, aceitou carregar a responsabilidade moral em nome da humanidade.  Qual!  Ao contrário de seu pai, muitos dos descendentes de Adão foram e são irresponsáveis, incompetentes e não estão dispostos a permanecerem fiéis às suas obrigações.





“Por certo que apresentamos a custódia aos céus , à terra e às montanhas, que se negaram e temeram recebê-la; porém, o homem se encarregou disso, mas provou ser injusto e insipiente.” (Alcorão 33:72)





Quando o homem desempenha sua obrigação de forma responsável através da obediência e adoração a Deus de acordo com sua natureza primordial, obtém a satisfação e recompensa de Deus; quando não o faz, precisa de Seu perdão.  Consequentemente, a única razão para uma pessoa sucumbir aos desejos falsos e opressivos é porque aquela pessoa se permitiu ser desencaminhada de sua natureza, se desviando do caminho reto para uma estrada tortuosa tomada pelo inimigo de Deus e do homem: Satanás.





“Ele (Satanás) disse: E continuou: Atenta para este, que preferiste a mim! Juro que se me tolerares até o Dia da Ressurreição, salvo uns poucos, apossar-me-ei da sua descendência!” (Alcorão 17:62)





“Que Deus amaldiçoou. Ele (Satanás) disse: Juro que me apoderarei de uma parte determinada dos Teus servos, a qual desviarei, fazendo-lhes falsas promessas. Ordenar-lhes-ei cercear as orelhas do gado e os incitarei a desfigurar a criação de Deus! Porém, quem tomar Satanás por protetor, em vez de Deus, Ter-se-á perdido manifestamente, Porquanto (ele) lhes promete e os ilude; entretanto, as promessas de Satanás só causam decepções.” (Alcorão 4:118-120)





Assim, após aprender a realidade mais importante sobre o ambiente natural e nosso lugar nele, que além da humanidade (e os gênios), toda a criação, animada e inanimada, é inerentemente obediente a Deus está em harmonia consigo mesma, também aprendemos como o homem pode recuperar seu estado natural inocente: servindo e obedecendo a Deus.  E dos muitos atos grandes e louváveis de obediência é nos comportarmos de forma responsável com o mundo ao nosso redor.  Um mundo que, para o propósito desse discurso, pode ser dividido em dois domínios de princípios ou recursos: os súditos do reino animal e seus habitats naturais.





“Deus foi Quem vos submeteu o mar para que, com o Seu beneplácito, o singrassem os navios e para que procurásseis algo de Sua bondade, a fim de que Lhe agradecêsseis.  E vos submeteu tudo quanto existe nos céus e na terra, pois tudo d’Ele emana. Em verdade, nisto há sinais para os que meditam.” (Alcorão 45:12-13)





E Deus criou da água todos os animais; e entre eles há os répteis, os bípedes e os quadrúpedes. Deus cria o que Lhe apraz, porque Deus é Onipotente.” (Alcorão 24:45)





Através dos textos revelados do Islã encontramos que Deus fez os animais desempenharem papéis significativos no destino de nações.  Afinal, no versículo acima somos informados de nossa origem comum: água.





Na história do povo de Tamud, por exemplo, nos é dado uma indicação da imposição do Islã em relação ao tratamento ético de animais ou, mais precisamente, as graves consequências de maltratá-los.  Porque foi somente depois de Tamud abater a camela milagrosamente enviada a eles por Deus como um sinal, depois de já terem oprimido a besta ao negá-la água para beber, que Deus destruiu a nação com um único e poderoso sopro.[1]





“A tribo de Tamud, por suas transgressões, desmentiu o seu mensageiro e o mais perverso deles se incumbiu (de matar a camela). Porém, o mensageiro de Deus lhes disse: É a camela de Deus! Não a priveis da sua bebida! Porém, desmentiram-no e a esquartejaram, pelo que o seu Senhor os exterminou, pelos seus pecados, a todos por igual.” (Alcorão 91:11-14).





Para melhor apreciar o quão seriamente o Islã advoga o que em tempos modernos é chamado popularmente de “direitos dos animais” e o quão seriamente o Islã criminaliza qualquer maltrato feito aos animais, não é necessário ir além das narrações autênticas (hadiths) do profeta Muhammad.  Nenhum comentário detalhado será necessário já que as palavras do profeta, geralmente muito carregadas de emoção e empatia de pássaros e bestas, falam por si mesmas, uma vez que ilustram vividamente a consideração “humanista” sem precedentes pelas criaturas companheiras do homem.  Dentre os muitos ditos do profeta Muhammad estão:





“Enquanto um homem caminhava na estrada, foi tomada por uma grande sede. Encontrou um poço, desceu, bebeu e saiu. Então viu um cão ofegando muito e comendo a terra úmida. Ele disse: “Esse cão foi tomado pela sede como eu fui.” Então ele desceu (de novo) no poço e encheu suas meias de couro com água. Segurando suas meias na boca, saiu do poço e saciou a sede do cão. Consequentemente, Deus agradeceu ao homem e perdoou seus pecados.” Os Companheiros perguntaram: “Ó mensageiro de Deus! Seremos realmente recompensados por sermos gentis com os animais?” O Profeta respondeu: “Existe recompensa pela gentileza com toda criatura viva.” (Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim, Abu Dawood)





“Uma mulher foi punida por causa de um gato. Ela o aprisionou até que ele morreu e ela entrou no inferno. Não o alimentou nem saciou sua sede enquanto o manteve cativo, nem deixou que ele comesse dos insetos da terra.” (Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim, Ibn Majah)





“Quem matar até mesmo um pardal sem boa razão, Deus questionará no Dia da Ressurreição.” (Ahmed)





“Não usem criaturas vivas como alvo.” (Saheeh Muslim)





“Um profeta anterior de Deus foi picado por uma formiga e, com raiva, ordenou que todo o formigueiro fosse queimado. Nesse momento Deus censurou esse profeta com as palavras: “Por que uma formiga o picou, queimaste uma comunidade inteira que Me glorificava.”” (Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim)





“Aquele cujo cavalo é uma fonte de recompensa é quem o mantém no caminho de Deus e o amarra com uma corda longa em um pasto ou jardim. Essa pessoa receberá uma recompensa igual ao que a longa corda permite que ele coma no pasto ou jardim. E se o cavalo romper sua corda e cruzar um ou dois montes, todas as marcas de seus cascos e seu esterco serão contados como boas ações para seu dono. E se ele passar por um rio e beber dele, também será considerado como uma boa ação da parte de seu dono.” (Saheeh Al-Bukhari)





“Não corte o topete de um cavalo, porque a decência está atrelada ao seu topete; nem sua crina, porque ela o protege; nem sua cauda, porque é seu mata-moscas.” (Abu Dawud)





“Enquanto um homem cavalgava em uma vaca, ela se voltou para ele e disse: “Não fui criada com esse propósito”. Fui criada para o arado.” (Saheeh Al-Bukhari)





Abdullah bin Abbas narrou:





“O mensageiro de Deus proibiu incitar animais para lutarem entre si.” (Saheeh Al-Bukhari, Saheeh Muslim, at-Tirmidhi)





Abdur-Rahman bin Abdullah bin Mas‘ud narrou:





“Estávamos em viagem com o mensageiro de Deus e ele nos deixou por um tempo. Durante sua ausência vimos um pássaro chamado Hummara com seus dois filhotes e os pegamos. A mãe ficou circulando sobre nós no ar, batendo angustiada suas asas, quando o profeta voltou e disse: “Quem magoou esse pássaro pegando seus filhotes”? Devolva-os para ela!” (Saheeh Muslim)





Jabir bin Abdullah narrou que o profeta, ao ver um jumento que tinha sido marcado com ferro na face passar por ele, ficou tão irritado que exclamou:





“Que Deus amaldiçoe quem o marcou.” (Saheeh Muslim)





A esposa do profeta, Aisha, narrou: “Estava cavalgando um camelo teimoso e o virei de forma brusca. O Profeta então me disse:





“Cabe a você tratar os animais de maneira gentil.” (Saheeh Muslim)





Yahya bin Said narrou:





“O profeta foi visto limpando a face de seu cavalo com sua túnica. Quando lhe perguntaram por que estava fazendo isso, ele respondeu: “Noite passada fui repreendido por Deus por ter negligenciado meu cavalo.” (Muwatta)





Abdullah bin Ja’far mencionou que quando o profeta passou por algumas crianças que estavam flechando um carneiro, os recriminou dizendo:





“Não mutilem a pobre besta.” (an-Nasai)





Até uma leitura superficial das palavras do profeta acima terão revelado o quanto prejudicar, abusar ou desfigurar animais carrega uma séria censura nesse mundo e punição severa na Outra Vida, enquanto que proteger animais e mostrar misericórdia e gentileza com eles é recompensado por Deus, sendo um caminho para o perdão e expiação de pecados.  Está claro também que o Islã reconhece a dor e o sofrimento sentido e experimentado pelos animais - físico e psicológico - e como eles instintivamente reconhecem quando lhes é feita alguma injustiça.  De forma muito notável, o Islã também reconhece os animais como possuidores de consciência, dignidade natural e até identidades individuais únicas (um pássaro chamado “Hummara”, um jumento chamado “Uqair” e assim por diante).





“Aplainou a terra para as (Suas) criaturas.” Na qual há toda a espécie de frutos, e tamareiras com cachos, E as graníferas, com a sua palha, e as odoríferas.  Assim, pois, quais das mercês de vosso Senhor desagradeceis?” (Alcorão 55:10-13)





Ele possui as chaves do incognoscível, coisa que ninguém, além d’Ele, possui; Ele sabe o eu há na terra e no mar; e não cai uma folha (da árvore) sem que Ele disso tenha ciência; não há um só grão, no seio da terra, ou nada verde, ou seco, que não esteja registrado no Livro lúcido.” (Alcorão 6:59)





O profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, disse:





“O mundo é verde e belo e Deus os nomeou guardiões dele.” (Saheeh Muslim)





Manter a terra verde, produtiva e benéfica para o homem e animais é uma preocupação muito nobre de acordo com o Islã.  Aprendemos do profeta que:





“Aquele entre os crentes que plantar uma árvore ou semear uma semente e então um pássaro, uma pessoa ou animal se alimentar deles será considerado uma caridade (pela qual pode esperar a satisfação e recompensa de Deus).” (Saheeh Al-Bukhari)





Plantar vegetação é uma tarefa virtuosa aos Olhos de Deus e é encorajada mesmo que seja o ato final de uma pessoa na Terra.  O Profeta disse:





“Mesmo que o Dia do Juízo chegue, se algum de vocês tiver um broto de tamareira na mão, deve plantá-lo.” (Ahmad)





Quanto à questão de quem tem direitos sobre pastagem e os outros recursos que são vitais para a sobrevivência e bem estar da humanidade, o profeta explicitamente declarou:





“As pessoas são parceiras em três coisas: água, pastagem e (combustível para) fogo.” (ibn Maajah)





É disposto no Islã que se os recursos vitais da terra não forem compartilhados equitativamente as sociedades serão polarizadas entre os que têm e os que não têm.  Portanto, aqueles muçulmanos que se encontram em controle de provisões além de suas necessidades são encorajados a serem caridosos e misericordiosos em relação aos menos favorecidos por um lado e censurados por entesouramento e desperdício por outro.  Em qualquer caso, a instituição islâmica obrigatória do zakat (caridade aos pobres), a proibição de riba (usura em todas as suas formas perversas) e o sistema econômico ético do Islã em geral, todos asseguram que a lacuna entre ricos e pobres não permaneça insuperável ou, em qualquer caso, seja altamente porosa.





“Ele foi Quem vos criou pomares, com plantas trepadeiras ou não, assim como as tamareiras, as sementeiras, com frutos vários sabores, as oliveiras e as romãzeiras, semelhantes (em espécie) e diferentes (em variedade). Comei de seus frutos, quando frutificarem, e pagai seu tributo, no dia da colheita, e não vos excedais, porque Deus não ama os perdulários.” (Alcorão 6:141)





A causa do desenvolvimento sustentável - a habilidade das gerações atuais se desenvolverem sem comprometer as necessidades de gerações futuras - está em completa harmonia com os ensinamentos do Islã.  Hoje, menos de 25 por cento da população do mundo consome mais de 75 por cento dos recursos do mundo.  É uma apropriação indevida, mau uso, abuso e uso excessivo dos recursos mundiais que causa consumo insustentável de recursos.  Quanto aos culpados desse abuso, para eles haverá uma severa e merecida reprimenda na Outra Vida, como foi aludido pelo profeta quando disse:





“(Entre os)... três tipos de pessoas com quem Deus, no Dia da Ressurreição, não trocará palavras nem olhará... está aquele que possui água em excesso e a recusa a outros. Deus lhe dirá: “Hoje recusarei a você Minha graça como recusou a outros o excesso do que não tinhas criado.” (Saheeh Al-Bukhari)





“Ele foi Quem vos designou legatários na terra e vos elevou uns sobre outros, em hierarquia, para testar-vos com tudo quanto vos agraciou. Teu Senhor é Destro no castigo, conquanto seja Indulgente, Misericordiosíssimo.” (Alcorão 6:165)





Em realidade, a perda acelerada da biodiversidade, a destruição de habitats naturais, a poluição e dano de ecossistemas e o dano, degradação e a erosão ambiental geral, sem falar na opressão em larga escala sofrida por muitos dos habitantes do mundo, são todos sinais manifestos de corrupção e vilania na terra.





“Se ao menos houvesse, entre as gerações que vos precederam, alguns sensatos que proibissem a corrupção na terra, como o fizeram uns poucos do que havíamos salvado! Mas os iníquos se entregaram às suas concupiscências e foram pecadores.” (Alcorão 11:116)





Se o homem falha em seu dever e responsabilidade em relação a Deus, que é maior que ele, como se pode esperar que seja zeloso e responsável com o que considera inferior a ele próprio?  Se existe ingratidão com o Criador, como o homem pode mostrar gratidão em relação ao seu semelhante - quanto mais aos animais da terra?  Se um homem pouco se importa com a balança dos seus bons atos perante Seu Senhor, por que esperar que se importe com a balança do mundo ao seu redor?





“E por ter acreditado que jamais compareceria (ante Nós)!  Pois sim!  Em verdade, seu Senhor o via.” (Alcorão 84:14-15)





Assim, deixe que toda a humanidade preste atenção!  Porque com certeza é verdade que colhemos o que plantamos.  Tudo que fazemos na vida nos revisitará depois de nossa morte; nós, os seres humanos que tivemos toda a terra e suas criaturas subjugadas para uma causa justa.  Apenas esse fato deve nos fazer responsáveis em nossa preparação para aquele dia fatídico, o Dia do Juízo.





“Quando a terra executar o seu tremor predestinado e descarregar os seus fardos, O homem dirá: Que ocorre com ela? - Nesse dia, ela declarará as suas notícias.” (Alcorão 99:1-4)



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