Evidência 6: Milagres de Muhammad
Além do maior milagre dado a ele, o Alcorão, o Profeta Muhammad realizou muitos milagres físicos testemunhados por seus contemporâneos. Eles foram centenas e, em alguns casos, milhares.[1] Os relatos de milagres chegaram até nós através de métodos fortes e confiáveis de transmissão, que não foram equiparados na história mundial. É como se os milagres fossem realizados na frente de nossos olhos. O método meticuloso de transmissão é o que nos convence que Muhammad de fato realizou esses grandes milagres com a ajuda divina e, portanto, podemos acreditar quando ele disse, ‘Eu sou Mensageiro de Deus.’
Os maiores milagres de Muhammad foram testemunhados por milhares de crentes e céticos, após o que versículos do Alcorão foram revelados mencionando os eventos sobrenaturais. O Alcorão tornou alguns milagres eternos ao gravá-los na consciência dos crentes. Os antigos detratores simplesmente se mantinham em silêncio quando esses versículos eram recitados. Se esses milagres não tivessem ocorrido, eles teriam aproveitado a oportunidade para desmentir Muhammad. Mas o oposto aconteceu. Os crentes ficaram mais certos da verdade de Muhammad e do Alcorão. O fato de que os crentes ficaram mais fortes em sua fé e o silêncio dos descrentes, que não negaram a sua ocorrência, é reconhecimento de ambos os lados de que os milagres ocorreram exatamente como o Alcorão descreve.
Nessa seção discutiremos alguns dos milagres físicos realizados por Muhammad, que Deus o exalte.
Milagres vêm de Poder Divino
Um milagre é um dos fatores que fortalecem a reivindicação de um profeta de Deus. Os milagres não devem ser a essência da crença, já que eventos sobrenaturais também podem ocorrer através do uso de magia e de demônios. A verdade da missão profética é clara e evidente na própria mensagem trazida, já que Deus instilou a capacidade, embora limitada, nos humanos, para reconhecerem a verdade como ela é, especificamente no caso do monoteísmo. Mas para fortalecer ainda mais o argumento da Missão Profética, Deus realizou milagres nas mãos de Seus Profetas, de Moisés, Jesus a Muhammad. Por essa razão, Deus não produziu milagres diante da exigência dos habitantes de Meca, mas o Deus Sábio deu a Muhammad os milagres que Ele desejava no momento que Ele escolheu:
“E dizem: ‘Não creremos em ti, a menos que nos faças brotar um manancial da terra, ou que possuas um jardim de tamareiras e videiras, em meio ao qual faças brotar rios abundantes. Ou que faças cair os céus em pedaços sobre nós, como disseste (que aconteceria), ou nos apresentes Deus e os anjos em pessoa, ou que possuas uma casa adornada com ouro, ou que escales o céus. Mas jamais creremos na tua ascensão, até que nos apresentes um livro que possamos ler.’ Dize-lhes: ‘Glorificado seja o meu Senhor! Sou, porventura, algo mais do que um Mensageiro humano?’’’ (Alcorão 17:90-93)
A resposta foi:
“E não enviamos os sinais somente porque os primitivos os desmentiram. Havíamos apresentado ao povo de Tamud a camela como um sinal evidente, e eles a trataram erradamente; porém, jamais enviamos sinais, senão para adverti-los.” (Alcorão 17:59)
Quando demandaram de forma ostensiva, Deus em Sua sabedoria sabia que eles não acreditariam, então Ele se recusou a mostrar-lhes milagres:
“Juraram solenemente por Deus que, se lhes chegasse um sinal, creriam nele. Dize-lhes: Os sinais só estão em poder de Deus. Porém, quem poderá fazer-vos compreender que, ainda que isto se verificasse, não creriam? Assim confundimos seus corações e seus olhos, tal como fizemos quando disso duvidaram pela primeira vez, e os abandonamos, vacilantes, em sua transgressão.” (Alcorão 6:109-110)
Nós reunimos aqui alguns dos maiores milagres físicos realizados pelo Profeta Muhammad.
Divisão da Lua
Uma das vezes em que Deus realizou milagres nas mãos do Profeta foi quando os habitantes de Meca exigiram ver um milagre de Muhammad para mostrar sua autenticidade. Deus dividiu a lua em duas metades separadas e depois as reuniu. O Alcorão registrou o evento:
“A Hora (do Juízo) se aproxima, e a lua se fendeu.” (Alcorão 54:1)
O Profeta Muhammad recitava esses versículos do Alcorão em grandes congregações da oração semanal de sexta-feira e nas orações bianuais do Eid.[1] Se o evento nunca tivesse acontecido, os próprios muçulmanos teriam duvidado de sua religião e muitos a teriam abandonado! Os habitantes de Meca teriam dito, ‘Hei, seu profeta é um mentiroso, a lua nunca se dividiu e nós nunca a vimos dividida!’ Ao contrário, os crentes ficaram mais fortes em sua fé e a única explicação que os habitantes de Meca puderam arranjar foi que era ‘um passe de mágica!’
“A Hora (do Juízo) se aproxima, e a lua se fendeu.” Porém, se presenciam algum sinal, afastam-se, dizendo: É magia reiterada! E o rejeitam, e persistem em suas luxúrias; porém, cada coisa terá o seu fim.” (Alcorão 54:1-3)
A divisão da lua é confirmada por testemunhos oculares transmitidos através de uma cadeia ininterrupta de eruditos confiáveis. Foram tantos que é impossível que sejam falsos (hadith mutawatir).[2]
Um cético pode perguntar se nós temos qualquer evidência histórica independente para sugerir que a lua alguma vez se dividiu. Afinal, as pessoas ao redor do mundo devem ter visto esse evento maravilhoso e tê-lo registrado.
A resposta a essa questão é dada em duas partes.
Primeiro, as pessoas ao redor do mundo não poderiam tê-lo visto já que seria dia, tarde da noite ou muito cedo pela manhã em muitas partes do mundo. A tabela a seguir dará ao leitor alguma idéia dos horários correspondentes às 9 da noite em Meca em algumas partes do mundo:
Além disso, não é provável que um grande número de pessoas nas terras próximas estivessem observando a lua no mesmo exato momento. Elas não tinham razão para isso. Mesmo se alguém o fez, não significa necessariamente que as pessoas acreditaram nele e mantiveram um registro escrito, especialmente quando muitas civilizações na época não preservavam sua própria história por escrito.
Segundo, nós temos uma corroboração histórica, independente e muito surpreendente do evento, de um rei da Índia daquela época.
Querala é um estado da Índia. O estado se estende 580 quilômetros ao longo da Costa do Malabar no lado sudoeste da península indiana.[3] O rei Chakrawati Farmas de Malabar era um rei da dinastia Chera, Cheraman Perumal de Cranganor. Está registrado que ele viu a divisão da lua. O incidente está documentado em um manuscrito mantido na India Office Library (Biblioteca da Índia, em tradução livre), em Londres, com número de referência “Arabic, 2807, 152-173”.[4] Um grupo de mercadores muçulmanos que passava por Malabar em seu caminho para a China falou com o rei sobre como Deus apoiou o profeta árabe com o milagre da divisão da lua. O rei, chocado, disse que ele também o tinha visto com os seus próprios olhos. Ele delegou o poder ao seu filho e partiu para a Arábia para encontrar o Profeta em pessoa. O rei de Malabar encontrou o Profeta, fez os dois testemunhos de fé, aprendeu os fundamentos da fé, mas morreu no caminho de volta e foi enterrado na cidade do porto de Zafar, Iêmen.[5]
Diz-se que o grupo era liderado por um muçulmano, Malik bin Dinar, e continuou até Cranganor, a capital Chera, e construiu a primeira e mais antiga mesquita da Índia no ano de 629 EC, que continua a existir até hoje.
As notícias de sua aceitação do Islã alcançaram Querala, onde as pessoas aceitaram o Islã. As pessoas de Laquedivas e os habitantes de Calecute, da província de Querala, são convertidos daqueles dias.
O avistamento e o encontro do rei indiano com o Profeta Muhammad também é relatado em fontes islâmicas. O famoso historiador muçulmano, Ibn Kathir, menciona a divisão da lua da forma como ela foi relatada em partes da Índia.[6] Os livros de hadith também documentaram a chegada do rei indiano e seu encontro com o Profeta. Abu Sa’id al-Khudri, um companheiro do Profeta Muhammad, afirma:
“O rei indiano presenteou o Profeta com um jarro de gengibre. Os companheiros o comeram aos poucos. Eu também comi um pedaço.”[7]
O rei foi então considerado um ‘companheiro’ – um termo usado para uma pessoa que encontrou o Profeta e morreu como muçulmano – com o seu nome registrado nos mega-compêndios que registram os companheiros do Profeta.[8]
A Viagem Noturna e a Ascensão aos Céus
Poucos meses antes da migração de Meca para Medina, Deus levou Muhammad da Grande Mesquita em Meca para a Mesquita de al-Aqsa em Jerusalém durante uma noite, um mês de viagem de 1.230 km para uma caravana. De Jerusalém ele ascendeu aos céus, passando dos limites do universo físico para estar na presença divina, encontrar Deus, e testemunhar os Grandes Sinais (al-Ayat ul-Kubra). Sua verdade se tornou aparente de duas formas. Primeiro, ‘o Profeta descreveu as caravanas que tinha ultrapassado no caminho para casa, disse onde estavam e quando poderiam ser esperadas em Meca; cada uma chegou conforme previsto, e os detalhes foram como ele havia descrito.’[9] Segundo, nunca se soube que ele tivesse estado em Jerusalém e ainda assim ele descreveu a Mesquita de al-Aqsa para os céticos como se fosse uma testemunha ocular.
A viagem mística é mencionada no Alcorão:
“Glorificado seja Aquele que, durante a noite, transportou o Seu servo, tirando-o da Sagrada Mesquita (em Meca) e levando-o à Mesquita de Al-Aqsa (em Jerusalém), cujo recinto bendizemos, para mostrar-lhe alguns dos Nossos sinais. Sabei que Ele é Oniouvinte, o Onividente.” (Alcorão 17:1)
“Disputareis, acaso, sobre o que ele viu? Realmente o viu, numa Segunda descida, junto ao limite da árvore de lótus, próxima a qual está o jardim da morada (eterna). Quando aquela coisa envolvente cobriu a árvore de lótus, não desviou o olhar, nem transgrediu. Em verdade, presenciou os maiores sinais do seu Senhor.” (Alcorão 53:12-18)
O evento também é confirmado por testemunhos oculares transmitidos através dos tempos com uma cadeia ininterrupta de eruditos confiáveis (hadith mutawatir)
Existem muitos outros milagres que o Profeta realizou relatados na Sunnah, ou coletânea de ditos, atos, aprovações e descrições do Profeta.
O Tronco da Árvore
Em Medina Muhammad costumava fazer sermões apoiado sobre o tronco de uma árvore. Quando o número de adoradores aumentou, alguém sugeriu que um púlpito fosse construído para que ele pudesse usá-lo para fazer o sermão. Quando o púlpito foi construído, ele abandonou o tronco de árvore. Abdullah ibn Umar, um dos companheiros, foi testemunha ocular do que aconteceu. Ouviu-se o tronco chorando e o Profeta da Misericórdia foi em sua direção e o confortou com sua mão.[1]
O evento também é confirmado por testemunhos oculares transmitidos através dos tempos com uma cadeia ininterrupta de eruditos confiáveis (hadith mutawatir).[2]
A Água Corrente
Em mais de uma ocasião quando as pessoas estavam em grande necessidade de água, a bênção de Muhammad as salvou. No sexto ano após ter migrado de Meca para Medina, Muhammad foi para Meca para a peregrinação. Na longa viagem através do deserto as pessoas ficaram sem água, e somente o Profeta tinha um recipiente com o qual ele realizava as abluções para as orações. Ele colocou a sua mão no recipiente e a água começou a fluir entre seus dedos. Jabir bin Abdullah, que testemunhou o milagre, diz sobre os quinze mil homens, ‘Nós bebemos dela e fizemos ablução.’[3] Esse milagre foi transmitido por uma cadeia ininterrupta de eruditos confiáveis (hadith mutawatir).[4]
A água brotando de dedos humanos é semelhante ao milagre de Moisés de produzir água de uma rocha.
Bênção do Alimento
Em mais de uma ocasião o Profeta abençoou o alimento orando ou tocando-o para que todos os presentes pudessem ter o suficiente. Isso aconteceu nas vezes em que a falta de alimento e água afligiu os muçulmanos.[5] Esses milagres aconteceram na presença de um grande número de pessoas e não é possível, portanto, negá-los.
Cura dos Doentes
Abdullah ibn Ateek quebrou sua perna e Muhammad a curou passando sua mão sobre ela. Abdullah disse que foi como se nada tivesse acontecido! A pessoa que testemunhou o milagre foi outro companheiro, Bara’ ibn Azib (Saheeh Al-Bukhari)
Durante a expedição de Khaibar, Muhammad curou os olhos doloridos de Ali ibn Abi Talib na frente de todo o exército. Ali, muitos anos depois, se tornou o quarto califa dos muçulmanos.[6]
Exorcismo de Demônios
Muhammad expulsou o demônio de um menino trazido por sua mãe para que fosse curado dizendo, ‘Saia! Eu sou Muhammad, o Mensageiro de Deus!’ A mulher disse, ‘Por Aquele que o enviou com a verdade, nós nunca tínhamos visto nada de errado com ele.’[7]
Orações Atendidas
(1) A mãe de Abu Huraira, um companheiro próximo de Muhammad, costumava falar mal do Islã e seu profeta. Um dia Abu Huraira chegou chorando até Muhammad e pediu a ele que orasse para que sua mãe fosse salva. Muhammad orou e quando Abu Huraira voltou para casa encontrou sua mãe pronta para aceitar o Islã. Ela fez o testemunho de fé na frente de seu filho e entrou no Islã.[8]
(2) Jarir ibn Abdullah foi incumbido pelo Profeta de livrar a terra de idólatras, mas ele reclamou que não era capaz de montar bem um cavalo! O Profeta orou por ele, ‘Ó Deus, faça dele um forte cavaleiro e faça dele alguém que guia e é guiado.’ Jarir testemunhou que ele nunca caiu de seu cavalo após o Profeta orar por ele.[9]
(3) As pessoas estavam afetadas pela fome durante o tempo de Muhammad. Um homem ficou de pé quando Muhammad estava fazendo sermão semanal na sexta-feira e disse: ‘Ó Mensageiro de Deus, nossa fortuna foi destruída e nossos filhos estão passando fome. Ore a Deus por nós.’ Muhammad elevou suas mãos em oração.
Aqueles que estavam presentes testemunharam que no momento que ele baixou suas mãos as nuvens começaram a se formar como montanhas!
Quando ele desceu de seu púlpito, a chuva estava pingando de sua barba!
Choveu uma semana inteira até a próxima sexta-feira!
O mesmo homem se levantou novamente e, dessa vez, reclamou: ‘Ó Mensageiro de Deus, nossas edificações estão destruídas e nossa propriedade está submersa, ore a Deus por nós!’
Muhammad elevou suas mãos e orou: ‘Ó Deus, permita que chova ao nosso redor, mas não sobre nós.’
Aqueles que estavam presentes testemunharam que as nuvens se retiraram na direção que ele apontou, e a cidade de Medina ficou cercada pelas nuvens, mas não tinha nenhuma nuvem sobre ela![10]
(4) Aqui está a bela história de Jabir. Ele testemunhou que uma vez o camelo no qual ele cavalgava estava exausto e, por causa disso, era usado para carregar água. O camelo mal podia andar. Muhammad lhe perguntou, ‘Qual o problema com seu camelo?’ Ao descobrir o quanto o pobre camelo estava cansado, Muhammad orou pelo pobre animal e daquele dia em diante, nos conta Jabir, o camelo estava sempre à frente dos outros! Muhammad perguntou a Jabir, ‘Como está seu camelo?’ Jabir respondeu, ‘Está bem, sua bênção o alcançou!’ Muhammad comprou o camelo de Jabir na hora pagando com uma moeda de ouro, com a condição de que Jabir o cavalgasse de volta até a cidade! Ao chegar a Medina, Jabir disse que levou o camelo para Muhammad na manhã seguinte. Muhammad deu a ele a moeda de ouro e lhe disse para manter seu camelo![11]
Não é de admirar que aqueles à sua volta que testemunharam esses grandes milagres, realizados na frente de multidões, estavam certos de sua autenticidade.