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As pessoas às vezes se imaginam muito importantes, olhando com desdém para todos e ficando de nariz em pé.  Mas se prestassem atenção a essas grandes e inspiradoras criações ao seu redor, isso lhes daria um senso de humildade e elas se tornariam humildes perante seu Senhor. 





Coisas a considerar





1.    No momento da concepção, entre quinhentos e seiscentos milhões de espermas passam pelo trato vaginal, cada um deles capaz de fertilizar o óvulo e se tornar um ser humano.  Mas Deus em Sua sabedoria seleciona um de todos esses milhões para fertilizar o óvulo e esse um se desenvolverá no ser humano plenamente formado que Deus escolhe criar, um ser que pela graça de Deus possui a capacidade de raciocinar e dispor de seus assuntos.





      É assim que todos fomos criados e devemos ter humildade no reconhecimento da grandeza e esplendor de nosso Senhor.  Devemos lembrar de nosso começo humilde, para podermos apreciar a diferença enorme entre aquela pequena gota de fluido misto a partir da qual fomos concebidos e os seres humanos totalmente formados que somos hoje.  Isso deve nos compelir a glorificar a Deus, permanecermos cientes Dele em todos os momentos e agradecê-Lo. 





2.    Existem mais de centenas de trilhões de células no corpo humano.  Dentro de cada uma dessas células estão organelas, sistemas, processos complexos e vários depósitos de informação.  Cada detalhe das células glorifica seu Senhor enquanto executa seu papel na célula de maneira exemplar. 





      O núcleo de cada célula contém aproximadamente 31 bilhões de nucleotídeos - as quatro "letras" moleculares na molécula de DNA que carregam as características genéticas do organismo vivo e regula seu funcionamento.  É essa informação que um organismo herda de seu pai e mãe. 





      Esse número vasto de "letras" moleculares que compõem nosso DNA é duplicado em cada uma das centenas de trilhões de células de nossos corpos.  Cada uma dessas letras atesta a grandeza de Deus, Que as criou. 





3.    Quando olhamos para o céu à noite, observamos a vastidão do espaço e os bilhões de galáxias que estão sobre nossas cabeças.  Cada galáxia por sua vez é uma conglomeração de bilhões de estrelas e essas estrelas estão em vários estágios de seus ciclos de vida.  Algumas estão no processo de formação.  Algumas são jovens, outras maduras, enquanto que outras estão perto da morte.  Cada uma dessas estrelas glorifica Deus no espaço cuja vastidão que surpreende a mente.  Somente Deus sabe a extensão total do universo.  Se imaginarmos uma nave espacial capaz de viajar à velocidade da luz, 186 milhares de milhas por segundo, seriam necessários milhares de anos para aquela nave espacial cruzar uma única galáxia, quando mais ir além disso. 





Deus diz:





"Juro, pois, pelo que vedes, E pelo que não vedes," (Alcorão 69:38-39)





      Deus também diz:





"Juro, portanto, pela posição dos astros, Porque é um magnífico juramento - se soubésseis!" (Alcorão56:75-76)





      Uma determinada galáxia pode conter de 100 milhões a um bilhão de estrelas e todos os dias os cientistas descobrem algo novo sobre o espaço interplanetário.  Os meios de observação disponíveis no presente para a ciência ainda continuam muito limitados.  Nós, como seres criados, devemos ver a grandez de Deus em Sua criação e nos vermos com humildade.





      O mundo natural é um livro aberto que exalta os louvores de Deus. 





"Os setes céus, a terra, e tudo quanto neles existe glorificam-No. Nada existe que não glorifique os Seus louvores! Porém, não compreendeis as suas glorificações." (Alcorão 17:44)





      Deus também diz:





"Não reparas, acaso, em que tudo quanto há nos céus e tudo quanto há na terra se prostra ante Deus? O sol, a lua, as estrelas, as montanhas, as árvores, os animais e muitos humanos? Porém, muitos merecem o castigo! E quem Deus afrontar não achará quem o honre, porque Deus faz o que Lhe apraz." (Alcorão 22:18)





      Toda a beleza e esplendor do universo que podemos ver é apenas um pequeno vislumbre da engenhosidade do Criador.





      Quando um crente reflete sobre a criação de Deus, ela revela algo da grandeza de Deus e Sua imensa sabedoria.  Traz paz ao coração crente e fortifica a fé de um crente. 





      Deus diz:





Na criação dos céus e da terra, na alternância do dia e da noite, existem Sinais para as pessoas de inteligência, que mencionam Deus, estando em pé, sentados ou deitados, e meditam na criação dos céus e da terra, dizendo: Ó Senhor nosso, não criaste isto em vão. Glorificado sejas! Preserva-nos do tormento infernal!" (Alcorão 3:190-191)





Esse tema tem sido reiterado por todos os teólogos muçulmanos para confirmar que não há espaço no Islã para a crença de Deus ser inerente em Sua própria criação, um conceito conhecido como onipresença de Deus, ubiquidade ou panteísmo (de pan- "todos" + theos "deus")[2].  Esse conceito fundamenta quase todas as religiões e mitologias famosas do mundo.  Simplesmente faz da criação, ou parte dela, uma manifestação de Deus.  Teologias antropomórficas - aquelas que dão atributos humanos a Deus - adotam o panteísmo como sua crença base.  Cita-se o deus hindu Krishna:





                              "Existo em todas as criaturas,





                              Assim o homem disciplinado devotado a mim





                              Percebe a unicidade da vida,





                              Onde quer que esteja, ele está mim"[3]





 





A religião pagã indígena do Japão conhecida como Xintoísmo (literalmente caminhos dos deuses) confessa a crença em Kami, que se refere à divindade, ou essência sagrada, que se manifesta em formas múltiplas.  Pode-se dizer que pedras, árvores, rios, animais, lugares e até mesmo pessoas possuem a natureza de Kami.  Kami e as pessoas existem dentro do mesmo mundo e compartilham sua complexidade inter-relacionada.[4]





Por que o Islã se opõe de forma tão inabalável a essas noção unanimemente bem-vinda? Os sábios muçulmanos citam mais de mil provas somente do Alcorão de que Deus está no status mais alto de supremacia acima dos céus (acima de toda a criação):





"Glorifica o nome do teu Senhor, o Altíssimo." (Alcorão 87:1)





"Temem ao seu Senhor, que está acima deles, e executam o que lhes é ordenado." (Alcorão 16:50)





Isso, entretanto, não inviabiliza o fato de que Deus tem conhecimento completo de Sua criação (sem ser parte dela).  Ele é o Criador e Sustentador de tudo e nada passa a existir, exceto pela Sua vontade. Ele tem poder e autoridade completos sobre tudo que existe.





Isso não significa muito para aqueles que não acreditam no Alcorão como a palavra de Deus.  Entretanto, existem imprecisões conceituais grosseiras resultantes de ter uma crença de que Deus está física e literalmente permeando Sua criação.  As ramificações desse conceito são contra a lógica, a religião e a moralidade. 





1-   O panteísmo é uma forma de ateísmo vivificado com emoções de reverência da criação ou, como coloca Richard Dawkins, é um ateísmo sexuado[5].  É uma rejeição de Deus como um ser independente, interligado com canalização de emoções religiosas para o mundo físico.  O ateísmo simplesmente tem como objetivo uma interpretação da vida sem Deus, enquanto que o panteísmo apela aos cientistas que não conseguem passar sem um toque de espiritualidade quando veem simetria e ordem na criação.  Em uma de suas cartas, Albert Einstein, um panteísta confesso, escreve "Nós seguidores de Spinoza vemos nosso Deus na ordem e legitimidade maravilhosas de tudo que existe e em sua alma ["Beseeltheit"] já que se revela no homem e no animal."[6] Deus se torna testável e pesquisável e os cientistas podem ter seu próprio clero!! 





2-   As perguntas "Deus e o universo começaram a existir ao mesmo tempo nesse caso?" e "Deus é o Criador do universo?" tornaram-se redundantes nesse contexto. A resposta é Deus não pode ter existido antes de uma coisa que Ele não pode ser concebido sem ela e como Ele não pode ter criado uma coisa sem ser distinto dela, não pode ser um criador de uma criação na qual está envolvido.  Em resumo, essa abordagem teológica incapacitou Deus totalmente e O fez incapaz de subsistir de maneira autônoma por um segundo.  Em seu Pérolas de Sabedoria, Ibn Arabi, o sufi panteísta, explica o mistério de como Deus (Que é infinito) é capturado inseparavelmente dentro da criação finita em uma metáfora marcante, mas de difícil compreensão: O universo é o alimento de Deus e Deus é o alimento do universo. Como a divindade devora o cosmos, assim também o cosmos devora a divindade.  Deus e o mundo, portanto, têm que ter começado juntos.





3-   Desnecessário dizer, todos os atos clássicos de adoração se tornam supérfluos: Se Deus me permeia e eu O permeio, como e por que devo orar para qualquer coisa, quando tenho Deus dentro de mim também. Em outras palavras, Deus está orando para Deus?!!  De fato, abster-se de todas as formas de adoração seria mais compreensível que fazer qualquer uma, em vista desse imanentismo nivelador. A hierarquia espiritual de toda a criação, que se supõe tem Deus no topo, colapsa em uma letargia espiritual desmotivante.   Ao invés disso, ouve-se termos nebulosos como reverenciar e celebrar a natureza, que são somente atendentes a prior de qualquer crença em Deus como um criador distinto, Que criou a natureza sem ser idêntica a ela.





4-   Pode-se agora compreender facilmente por que certos objetos ou animais são adorados, especialmente se mitos auxiliares falam de faíscas divinas neles.  O Hinduísmo, intensamente baseado na adoração de animais e idolatria da natureza, vê animais e elementos da natureza como manifestações do poder divino.  Essa elevação da natureza, entretanto, não pode ser uma depreciação simultânea da Divindade que sempre foi sinônimo de sacralidade e majestade.  Deus se tornou tão indiscriminadamente mundano que pode ser inerente na putrefação e em quantos locais sujos e inapropriados se pode enumerar.  O sufi panteísta Ibn Arabi, como todos os comentadores dessa teoria, deixa de fora carniças, pântanos pútridos, malcheiroso e estagnados e todos os locais desalinhados aos quais implicitamente Deus é inerente e poeticamente seleciona onde acredita que Deus esteja:





                              Meu coração pode assumir





                              qualquer forma:





                              um prado para gazelas,





                              um claustro para monges,





                             





                              Para os ídolos, solo sagrado,





                              Caaba para o peregrino em círculos,





                              as tábuas do Torá,





                              os pergaminhos do Alcorão.[7]





 





      Compreensivelmente os sufis são conhecidos pela busca de Fanaa’ (literalmente, auto aniquilação) que tem como objetivo perder-se espiritualmente em Deus, mais uma vez um desvio conceitual profundamente envolvido em mistério.  Como em todos os paradigmas paralelos, a incompreensibilidade reverenciada ordena aos crentes que apenas tenham fé e nunca desistam de mistificar ao pensar em Deus, ao invés de tentarem entender.





6-   Ao se afastar intencionalmente do conceito de um Deus transcendente e imponente, o panteísmo dificilmente consegue elaborar qualquer base para uma ética concebível e aplicável.  Uma deidade transcendente é essencial para as normas valorizadas de pecado e mal e a moralidade tem que encontrar outros motivadores além da recompensa e punição, uma coisa que nenhum conjunto de leis humano provou ser capaz de fazer. 





De maneira semelhante, a bipolaridade de bom e mal não pode ser apresentada nesse contexto. Deus que se acredita ser todo bom e perfeito, não pode emanar o mal.  Assim, todas as manifestações do mal que vemos devem consequentemente ser classificadas como bem. Tal teoria é injustificadamente inóspita aos valores básicos que caracterizam a vida humana e entra em conflito com a lógica simples.  Quando impeditivos éticos e estímulo não estão presentes, prevalece a anarquia e o impulso para o mal não pode ser mantido em cheque.  "Se Deus inclui tudo e Deus é perfeito ou bom, então tudo que existe deve ser perfeito ou bom. Uma conclusão que parece ser totalmente contrária à nossa experiência comum do que muito no mundo está muito longe de ser.



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