Pergunta
Eu quero ser um verdadeiro muçulmano, e é por isso que estou fazendo esta pergunta: qual a razão para se aderir ao Islam? Em outras palavras, se eu estivesse vivendo no tempo do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele), e o ouvisse chamando as pessoas para esta religião, o que me motivaria a acreditar em sua mensagem e o que ele trouxe do Alcorão e Sunnah? Além disso, eu não entendo o desafio do Alcorão (interpretação do significado): “Então, que façam vir uma mensagem igual a ele(o Alcorão), se são verídicos” [at-Tur 52:34]. O que eu entendo é que se alguém escrever um livro sobre um determinado tópico será como qualquer outro livro sobre o mesmo tópico, mesmo que seja diferente em alguns aspectos menores. Então, o que há de tão milagroso no Alcorão? Pode parecer estranho que tal pergunta venha de um muçulmano, mas Allah sabe melhor sobre minha intenção.
Texto da resposta
Todos os louvores são para Allah.
As evidências para a validade do Islam e veracidade da missão profética do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) são abundantes e dificilmente podem ser enumeradas. Essas evidências são suficientes para convencer qualquer pessoa sábia e justa que esteja buscando a verdade de maneira imparcial e sincera. Podemos resumir algumas dessas provas da seguinte maneira.
1. A evidência da natureza humana saudável
O chamado do Islam está de acordo com a natureza humana sã, como é indicado pelas palavras de Allah, glorificado e exaltado seja (interpretação do significado):
“Então, ergue tua face para a religião, sendo monoteísta sincero. Assim é a natureza feita por Allah – segundo a qual Ele criou os homens. Não há alteração na criação de Allah. Essa é a religião reta, mas a maioria dos homens não sabe” [ar-Rum 30:30].
E o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “Não há criança que não nasça em estado de fitrah (ou seja, tendência natural ao monoteísmo, algo inerente ao ser humano), então seus pais fazem dela um judeu, um cristão ou um mago, assim como os animais geram outros animais com seus membros intactos, vós vedes algum deformado entre eles?"
Narrado por al-Bukhari (1358) e Muslim (2658).
As palavras “animais geram outros animais com membros intactos” significam: assim como um animal nasce com membros intactos e sem defeitos; qualquer coisa que aconteça com ele, um corte em suas orelhas ou qualquer outro dano, acontecerá depois de seu nascimento.
Da mesma forma, todo ser humano nasce com uma inclinação inerente ao Islam, e qualquer desvio do Islam é, sem dúvida, um afastamento da natureza humana saudável. Portanto, nunca encontramos nada nos ensinamentos do Islam que seja contrário à natureza humana saudável. Em vez disso, todos os seus ensinamentos sobre crenças e questões práticas estão de acordo com essa natureza humana saudável. Quanto às religiões e ideologias diferentes do Islam, elas incluem coisas que são contrárias à natureza humana saudável. Isso é algo muito claro e evidente para quem reflete e pondera.
2. Evidência racional
Existem muitos textos islâmicos que abordam a razão e direcionam as pessoas a examinar as provas e evidências racionais, além de convocar pessoas de raciocínio sólido e pensamento maduro para examinar as evidências definitivas da solidez do Islam.
Allah, exaltado seja, diz (interpretação do significado):
“Este é um Livro bendito, que fizemos descer, para ti, a fim de que eles ponderem seus versículos e a fim de que os dotados de discernimento meditem.” [Sad 38:29].
Al-Qaadi ‘Iyaad disse, sobre os aspectos milagrosos do Alcorão:
Nele você verá que há uma explicação de um conjunto de leis divinas; menciona-se o modo de prova baseado na razão, apresenta argumentos contra os seguidores equivocados de diferentes religiões e seitas, e argumenta contra eles com base em evidências fortes e claras, usando uma linguagem muito fácil e concisa. Aqueles que pretendem ser espertos tentaram encontrar provas e evidências como essa, mas não foram capazes de fazê-lo.
Fim da citação de ash-Shifa (1/390)
Os textos da revelação não contêm nada que seja impossível de acordo com o pensamento racional ou que pudesse ser rejeitado pela razão, e os textos nunca apresentam um argumento que contradiga a razão ou qualquer analogia baseada no pensamento racional. Ao contrário, os proponentes da falsidade nunca apresentaram qualquer analogia para apoiar sua falsidade, dessa forma, o Alcorão a refutou com base na verdade e em um argumento embasado numa razão clara.
Allah, exaltado seja, diz (interpretação do significado):
“E eles não te chegam com exemplo algum, sem que cheguemos a ti com a verdade e a melhor interpretação.” [al-Furqan 25:33].
Shaikh al-Islam Ibn Taimiyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse:
Aqui, Allah, glorificado seja, nos diz que os incrédulos não produzem nenhum argumento racional para apoiar sua falsidade, assim, Ele os refuta com base na verdade e apresenta argumentos, evidências e exemplos que oferecem uma melhor explicação, são mais convincentes e dão uma explicação mais clara da verdade do que o argumento e analogia deles.
Fim da citação de Majmu‘ al-Fataawa (4/106)
Um dos exemplos de evidências racionais no Alcorão é o versículo em que Allah, exaltado seja, diz (interpretação do significado):
“E não ponderam eles o Alcorão? E, fosse vindo de outro que Allah, encontrariam nele muitas discrepâncias.” [an-Nissa 4:82].
No Tafsir al-Qurtubi é dito:
Não há ninguém que fale muito, sem que você encontre muita contradição em suas palavras, seja na apresentação e redação, seja no significado, ou também, encontre discrepâncias, ou inverdades. Allah, glorificado e exaltado seja, enviou o Alcorão e instruiu a refletir sobre ele, porque não se encontrará (no Alcorão) quaisquer discrepâncias na apresentação de ideias, quaisquer falhas no que ele promove, quaisquer contradições ou quaisquer mentiras no que é dito sobre assuntos relativos ao invisível e o que se oculta.
Fim da citação de al-Jaami’ li Ahkaam al-Qur’an (5/290)
Ibn Kathir disse:
Ou seja, se fosse fabricado e inventado, como os ignorantes politeístas e hipócritas diziam a si mesmos, “encontrariam nele muitas discrepâncias”, isto é, muitas falhas e contradições. Em outras palavras, este Livro está livre de discrepâncias e contradições, portanto, é de Allah.
Fim da citação de Tafsir al-Qur’an al-‘Azim (1/802)
3. Milagres e sinais da profecia
Allah, exaltado seja, apoiou Seu nobre Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) com inúmeros milagres e sinais tangíveis que apontavam para a veracidade de sua missão profética e a solidez de sua mensagem, como: a divisão da lua, a glorificação de Allah através da comida e dos seixos à sua frente, o jorrar de água entre seus dedos, o aumento da comida e outros milagres e sinais que foram vistos e testemunhados por um grande número de pessoas, e têm sido transmitidos a nós via isnads sahih (cadeias de transmissão corretas) que atingem o nível de tawaatur (ou seja, cadeias de transmissão extremamente numerosas e que não apresentam discrepâncias entre elas). Isso dá margem a certezas.
Um exemplo disso é o que é narrado em um relato sahih de 'Abdullah ibn Mas’ud, que disse: Estávamos com o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) em uma viagem e nosso suprimento de água baixou. Ele disse: "Traga-me um pouco da água restante." Então, trouxeram um jarro com um pouco de água. Ele colocou a mão no jarro e disse: “Que venha uma água bendita e purificante; e a bênção vem de Allah.” E eu vi a água jorrando entre os dedos do Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele). E costumávamos ouvir a comida glorificando Allah enquanto era comida.
Narrado por al-Bukhari (3579)
4. Profecias
O que se entende por profecias aqui é o que a revelação predisse sobre assuntos e eventos que aconteceriam no futuro, seja durante a vida do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) ou após sua morte.
O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) nunca predisse nada que aconteceria no futuro, sem que acontecesse exatamente como ele previu. Isso indica que Allah, glorificado e exaltado seja, revelou e expôs a ele alguns assuntos de conhecimento invisível que não poderiam ser alcançados exceto por meio de revelação.
Um exemplo disso é o relato narrado por Abu Hurairah, que o Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “A Hora não começará até que um fogo emerja na terra de Hijaz, o qual iluminará os pescoços dos camelos em Busra.”
Narrado por al-Bukhari (7118) e Muslim (2902).
E aconteceu exatamente como o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) havia predito, em 654 AH – aproximadamente 644 anos após sua morte. Isso foi mencionado por historiadores, incluindo al-‘Allaamah Abu Shaamah al-Maqdisi, em seu livro Dhail ar-Rawdatain. Ele foi um dos estudiosos que viveram na época deste incidente histórico. Também foi mencionado por al-Haafiz Ibn Kathir em al-Bidaayah wa'n-Nihaayah (13/219), onde ele disse: “Então, o ano 654 AH começou, quando apareceu um fogo na terra do Hijaz através do qual os pescoços dos camelos em Busra foram iluminados, como foi narrado no sahihein.” Shaikh al-'Allaamah al-Haafiz Shihaab ad-Din Abu Shaamah al-Maqdisi falou longamente sobre isso em seu adh-Dhail wa Sharhuhu, com base em muitas cartas que chegaram a Damasco do Hijaz, descrevendo aquele incêndio que havia sido testemunhado e visto, como surgiu e a história daquilo.
Para resumir o que Abu Shaamah disse:
Cartas chegaram a Damasco da Cidade do Profeta – que a melhor das bênçãos e paz estejam sobre seu habitante – falando sobre o surgimento de um incêndio em suas terras no dia cinco de Jumaada al-Aakhirah, naquele ano. As cartas foram escritas no dia 5 de Rajab, quando o fogo ainda ardia, e chegaram até nós no dia 10 de Sha’ban. Então, ele disse: Em nome de Allah, o Misericordioso, o Misericordiador. No início de Sha’ban 654 AH, cartas chegaram à cidade de Damasco, vindas da cidade do Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele), descrevendo um evento significativo que ocorreu lá, no qual houve a confirmação do hadith de Abu Hurairah no Sahihein, que disse: O Mensageiro de Allah (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) disse: “A Hora não começará até que surja um fogo na terra de Hijaz que iluminará os pescoços dos camelos em Busra.” Alguém em quem confio, dentre aqueles que presenciaram (o evento), me disse que ouviu que as cartas em Taima’ haviam sido escritas sob esta luz (do fogo).
Ele disse: Estávamos em nossas casas naquelas noites, e na casa de cada um de nós era como se houvesse uma lâmpada, mas não havia aquecimento, não queimava, apesar de sua grandiosidade; ao contrário, foi um dos sinais de Allah, glorificado e exaltado seja. Fim da citação.
5. Qualidades e atributos
Uma das maiores provas da veracidade da missão profética do Mensageiro Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) é seu próprio caráter, os nobres atributos e as melhores maneiras com que foi abençoado, pois o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) atingiu um nível de perfeição humana, em termos de boas características e atitudes, que só poderiam ser alcançadas por um Profeta enviado por Allah. Não há nenhuma característica louvável, sem que ele a houvesse promovido, ordenado, encorajado e agido de acordo com ela; e não há nenhuma característica reprovável, sem que ele a houvesse proibido, advertido contra e mais se afastado dela, dentre todas as pessoas. A sua preocupação com os bons modos e maneiras alcançou tal ponto que deu como motivo da sua missão a promoção de boas maneiras e modos e o combate aos maus modos e maneiras. No hadith do Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele), ele nos diz: “Fui enviado apenas para aperfeiçoar as boas maneiras e atitudes.”
Narrado por Ahmad (8739). Al-Haithami disse em al-Majma’: Foi narrado por Ahmad e seus homens são os homens de as-Sahih.
Al-‘Ajluni classificou seu isnaad como sahih em Kashf al-Khafa. Também foi classificado como sahih por al-Albaani em Sahih al-Jaami’ (2349)
Milagres são indicativos da veracidade do Mensageiro. Ele disse ao povo que havia sido enviado por Allah, exaltado seja, e algumas pessoas o desafiaram a provar isso. Portanto, Allah, glorificado e exaltado seja, o apoiou com milagres, que são eventos extraordinários. E ele também recebeu milagres sem que ninguém o desafiasse ou alegasse que ele estivesse mentindo, o que serviu para aumentar a firmeza de seus seguidores.
6. A essência do chamado
A base do chamado do nobre Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) pode ser resumida como o objetivo de construir crenças firmes sobre uma base textual sólida e racional. É um chamado para a crença em Allah e afirmação de Sua unidade em termos de Sua divindade e senhorio. Ninguém é merecedor de adoração, exceto um Deus, a saber, Allah, glorificado seja, pois Ele é o Senhor, Criador e Soberano deste universo, Quem o controla e dispõe de seus assuntos; Ele o governa por Seu comando, e é Aquele que possui o poder de causar danos ou proporcionar benefícios, e que controla a provisão de todas as criaturas – e ninguém tem parte disso junto com Ele. Nada é igual ou semelhante a Ele, então Ele, glorificado seja, está muito acima de ter quaisquer parceiros, rivais, pares ou iguais.
Allah, exaltado seja, diz (interpretação do significado):
“Dize: "Ele é Allah, Único. Allah é O Solicitado. Não gerou e não foi gerado. E não há ninguém igual a Ele”
[al-Ikhlaas 112:1-4]
“Dize: "Sou, apenas, um mortal como vós; revela-se-me que vosso Deus é Deus Único. Então, quem espera pelo deparar de seu Senhor, que faça boa ação e não associe ninguém à adoração de seu Senhor.”
[al-Kahf 18:110].
O chamado do nobre Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) foi um chamado para combater o shirk (politeísmo) de todos os tipos e livrar as duas raças (a humanidade e os jinn) de tudo o que era adorado com base na falsidade. Portanto, não deve haver adoração de rochas, estrelas e túmulos, ou de riquezas, caprichos e desejos, ou de governantes tirânicos da terra.
Em vez disso, é um chamado que veio para libertar a humanidade da adoração de outras pessoas e para tirá-la da humilhação da idolatria e da opressão dos tiranos, libertando as pessoas do cativeiro dos caprichos e desejos.
Este bendito chamado é considerado uma continuação e afirmação das mensagens anteriores divinamente reveladas, que exortavam à fé na unicidade de Allah. Portanto, o Islam convidou as pessoas a acreditarem em todos os Mensageiros e Profetas, a respeitá-los e venerá-los, e a acreditar nos Livros que lhes foram revelados. Um chamado como esse é, sem dúvida, verdadeiro.
7. Previsão do Islam
Os Livros dos Profetas previram a chegada do Islam e do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele). O Sagrado Alcorão nos fala da previsão clara do Profeta Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) na Torá e no Evangelho, incluindo casos em que seu nome e descrição são claramente mencionados.
Allah, glorificado e exaltado seja, diz (interpretação do significado):
“Os que seguem um Mensageiro, O Profeta iletrado — que eles encontram escrito junto deles, na Tora (Deut, XVIII, 15) e no Evangelho (João XIV, 16) – o qual lhes ordena o que é conveniente e os coibe do reprovavel, e torna licitas, para eles, as cousas benignas e torna ilicitas, para eles, as cousas malignas e os livra de seus fardos e dos jugos a eles impostos. Entao, os que crêem nele e o amparam e o socorrem e seguem a luz , que foi descida, e esta com ele, esses sao os bem-aventurados.”
[al-A'raaf 7:157]
“E quando Jesus, filho de Maria, disse: "Ó filhos de Israel! Por certo, sou para vós o Mensageiro de Allah, para confirmar a Tora, que havia antes de mim, e anunciar um Mensageiro, que virá depois de mim, cujo nome é Ahmad." Então, quando lhes chegou com as evidências, disseram: "Isso é evidente magia!”
[as-Saff 61:6].
Nos livros dos judeus e cristãos – a Torá e o Evangelho – ainda há boas novas que predizem sua vinda e sua mensagem, e descrevem algumas de suas características, apesar das contínuas tentativas de apagar e distorcer essas boas novas. Um exemplo disso é o que é mencionado no Livro de Deuteronômio, 33:2:
“O Senhor veio do Sinai e lhes alvoreceu de Seir, resplandeceu desde o monte Parã… ”.
[Almeida, Nova Versão Revisada]
É dito em Mu'jam al-Buldaan (3/301):
Parã é uma palavra hebraica que é arabizada como Faaraan. É um dos nomes de Makkah que é mencionado na Torá, e foi dito que é um nome para as montanhas de Makkah.
Ibn Maakulaa Abu Bakr Nasr ibn al-Qaasim ibn Qudaa'ah al-Qudaa'i al-Faaraani al-Iskandaraani disse: Ouvi dizer que isso se refere às montanhas de Parã, que são as montanhas do Hijaz (Arábia Saudita).
E na Torá diz: O Senhor veio do Sinai e lhes alvoreceu de Seir, resplandeceu desde o monte Parã.
Sua vinda do Sinai, refere-se à Sua conversa com Mussa (que a paz esteja sobre ele). Seu alvorecer de Seir – trata-se das montanhas da Palestina – refere-se ao envio do Evangelho a ‘Issa (que a paz esteja sobre ele). E Seu resplandecer das montanhas de Parã, refere-se ao envio do Alcorão a Muhammad (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele). Fim da citação.
8. O Sagrado Alcorão
Este é o maior dos milagres e sinais, e a mais clara das evidências. É a prova definitiva de Allah à Sua criação, no Dia da Ressurreição. Ele (o Alcorão) é milagroso de vários ângulos, tanto retórico, científico e legislativo, quanto na maneira como fala de eventos futuros e assuntos relacionados ao invisível.
Com relação ao que significa o versículo (interpretação do significado), "Então, que façam vir uma mensagem igual a ele, se são verídicos" [em-Tur 52:34], é uma resposta para aqueles que alegaram que o Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) estava inventando o Alcorão por ele mesmo. Portanto, o Alcorão os desafiou a produzir algo parecido, caso estivessem dizendo a verdade naquela afirmação, porque a implicação daquelas afirmações era que isso estava dentro da capacidade dos seres humanos. Se isso fosse verdade, o que os impedia de produzir algo semelhante, quando eram mestres da eloquência e retórica?
Allah desafiou os incrédulos a produzirem algo parecido, mas eles foram incapazes de fazê-lo, como o Alcorão nos diz (interpretação do significado):
“Dize: ‘Se os humanos e os jinns se juntassem, para fazer vir algo igual a este Alcorão, não fariam vir nada igual a ele ainda que uns deles fossem coadjutores dos outros.’”
[al-Isra’ 17:88].
E Ele os desafiou a produzir dez surahs como esta, porém foram incapazes de produzi-las:
“Ou dizem: "Ele o forjou?" Dize: "Então, fazei vir dez suras forjadas, iguais às dele, e, para tal, convocai quem puderdes, em vez de Allah, se sois verídicos."
[Hud 11:13].
E Ele os desafiou a produzir uma única surah como esta, mas eles foram incapazes de fazer também:
“E, se estais em dúvida acerca do que fizemos descer sobre Nosso servo, fazei vir uma sura igual à dele, e convocai vossas testemunhas, em vez de Allah, se sois verídicos.”
[al-Baqarah 2:23].
No que diz respeito à natureza do milagre com que o Alcorão os desafiou, os sábios divergem sobre isso. Existem vários pontos de vista, o mais provável de ser correto é o que al-Alusi disse: O Alcorão como um todo, e partes dele, mesmo sua menor surah, é um milagre em termos de sua composição e eloquência e suas informações sobre o invisível, sua harmonia com a razão e seus significados precisos. Todos esses aspectos podem aparecer em um versículo, ou alguns destes aspectos podem não estar presentes, como, por exemplo, falar sobre o invisível. Não há mal nisso, nem é uma falha, porque o que nele está contido é suficiente.
Fim da citação de Ruh al-Ma'aani (29/1)
Todas as provas mencionadas acima em termos gerais podem ser discutidas com muito mais detalhes, mas não temos espaço para fazê-lo aqui. É mais apropriado ler sobre isso em livros que tratam deste assunto. Todo muçulmano é aconselhado a buscar o conhecimento do Alcorão e da Sunnah, estudar os livros da 'aqidah correta e aprender sobre sua religião, para que possa ser um bom muçulmano e adorar seu Senhor com compreensão.
E Allah sabe melhor.