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O falso apostolado de Paulo .( Parte 6 de 6 )





CONHECENDO O APÓSTOLO PAULO E SUAS CARTAS








Paulo de Tarso: Grego e Romano, Judeu e Cristão Muito provavelmente, Paulo de Tarso , antes conhecido como Saulo,


 


Ninguém sabe nada sobre a história de Paul, os nomes de seus pais,


 Não ouvimos nada sobre a família de Paul .








A principal fonte para informações históricas sobre a vida de Paulo são as pistas encontradas em suas epístolas e nos Atos dos Apóstolos. Os Atos recontam a carreira de Paulo, mas deixam de fora diversas partes de sua vida, como a sua alegada execução em Roma.





Treze epístolas no Novo Testamento são atribuídas a Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada por estudiosos modernos. 





“Quem escreveu a Bíblia?





”. Esse livro mostra que os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João não foram escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João. E que muitas cartas de Paulo, Pedro e João do Novo Testamento não foram escritas por Paulo, Pedro e João. Essa não é uma visão só de Bart Ehrman. Na verdade, a maioria dos estudiosos da crítica textual, a área da teologia encarregada de verificar adulterações nos escritos bíblicos, concorda com Bart Ehrman, de que não foram esses autores que redigiram esses textos. Não estou falando de cristãos fundamentalistas que acreditam cegamente que a Bíblia é infalível, estou falando de estudiosos com doutorado em crítica textual.





Bart Ehrman é Doutor em teologia pela Universidade de Princeton e dirige o departamento de estudos religiosos da Universidade da Carolina do Norte. Ele é especialista em Novo Testamento, Igreja primitiva, ortodoxia, manuscritos antigos e na vida de Jesus.





Então, os ensinamentos mais importantes de Jesus - suas últimas palavras, sua oração, a unicidade de Deus e a lei de nosso Criador para a humanidade - estão todos cancelados na Bíblia por Paulo, ou por teólogos paulinos que seguiram o caminho dele. 





São Paulo e sua igreja depois dele foram responsáveis por mudanças por atacado na religião de Jesus (que a paz esteja sobre ele) depois de sua partida, e foram posteriormente responsáveis pelo estabelecimento de uma campanha maciça de morte e tortura de todos os cristãos que se recusaram a renunciar aos ensinamentos dos apóstolos em favor das doutrinas paulinas.  Todos os evangelhos que não estavam de acordo com a fé paulina foram então sistematicamente destruídos ou reescritos.  O Rev. Charles Anderson Scott tem o seguinte a dizer:





“É altamente provável que nenhum dos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) existisse na forma que os temos, antes da morte de Paulo.  Se os documentos fossem adotados em sua ordem cronológica estrita, as epístolas paulinas viriam antes dos Evangelhos sinóticos.”





Essa afirmação é confirmada posteriormente pelo Prof. Brandon: “Os primeiros escritos cristãos que foram preservados para nós são as cartas do apóstolo Paulo”





Há 13 cartas de “Paulo” no Novo Testamento. 6 delas não foram escritas por Paulo. 7 foram escritas por Paulo (Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Filipenses, 1 Tessalonicenses e Filemon). Acadêmicos chamam essas 6 epístolas de deuteropaulinas. Três dessas 6 parecem ter sido escritas pela mesma pessoa (1 e 2 Timóteo e Tito), essas três foram chamadas de epístolas pastorais.





Na segunda epístola aos tessalonicenses, encontramos um versículo intrigante, no qual o autor diz a seus leitores que não devem ser desencaminhados por uma carta ‘que se diga vir de nós’ indicando que ‘o Dia do Senhor’ já estivesse próximo (2,2). O autor, em outras palavras, tem conhecimento de uma carta que circula alegando ser de Paulo mas que, na verdade, não é. (...)





 “Uma incrível parcela de erudição foi dedicado às epístolas pastorais nos útimos trinta ou quarenta anos, dois séculos após Schleiermacher. Grande parte delas é tediosa para seres humanos normais, mas fascinante para acadêmicos anormais. Não posso resumir tudo aqui. Em vez disso, vou oferecer três razões para pensar que todas as três cartas foram escritas pela mesma pessoa, e que essa pessoa não foi Paulo.”





“O motivo é que elas partilham conexões verbais e semelhanças demais para que seja acidental. Veja apenas como começam:





1 Timóteo: ‘Paulo, apóstolo de Jesus Cristo [...] a Timóteo [...] graça, misericórdia, paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor!’





2 Timóteo: ‘Paulo, apóstolo de Jesus Cristo [...] a Timóteo [...] graça, misericórdia, paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Senhor!’





São praticamente iguais. E, mais importante ainda, não há outra carta de Paulo que comece assim. (...) As duas cartas têm em comum palavras e frases não encontradas em nenhuma das outras cartas atribuídas a Paulo, como: ‘a promessa de vida’, ‘com uma consciência pura’, ‘de um coração puro’, ‘guarde o depósito (de fé)’, Paulo é um ‘apóstolo, mensageiro e mestre’ etc. O impressionante é que não só essas frases e muitas outras sejam encontradas nessas duas cartas, mas que sejam encontradas apenas nelas.”





 “Em 1921, o estudioso britânico A. N. Harrison escreveu um importante estudo das epístolas pastorais no qual apresentou muitas estatísticas sobre a utilização de palavras nesses textos. Um dos números mais citados é que há 848 palavras diferentes usadas nas epístolas pastorais. Delas, 306 – mais de um terço! – não aparecem em nenhuma das outras epístolas paulinas do Novo Testamento. É um número muito alto; em especial, considerando-se o fato de que cerca de dois terços dessas 306 palavras são usadas por autores cristãos vivendo no século II. Isso sugere que esse autor está usando um vocabulário que se tornava mais comum depois da época de Paulo, e que, portanto, também ele viveu após Paulo. (...)





Ao mesmo tempo, não se deve dar peso demasiado a simples números. Afinal, todos usam palavras diferentes em ocasiões diferentes, e que a maioria de nós tem um vocabulário muito mais rico do que aquele revelado em determinada carta ou conjunto de cartas que escrevemos.





O problema é que um grande número de fatores parece apontar na mesma direção, mostrando que esse autor não é Paulo. Para começar, algumas vezes o autor usa as mesmas palavras de Paulo, mas com significados diferentes. O termo ‘fé’ era de suprema importância para Paulo. Em livros como Romanos ou Gálatas, fé se refere à confiança que a pessoa tem em Cristo para dar a salvação por meio da morte. Em outras palavras, o termo descreve uma relação com o outro; fé é confiança ‘em’ Cristo. O autor das pastorais também usa o termo ‘fé’. Mas não diz respeito a uma relação com Cristo; fé passa a significar o corpo de ensinamentos que compõe a religião cristã. É ‘a fé’(ver Tito 1,13). Mesma palavra, significado diferente. Da mesma forma com outros termos fundamentais, como ‘retidão’.”





Nas pastorais, o autor insiste que os líderes da igreja sejam casados. Nas cartas de Paulo, este diz que é melhor que as pessoas não sejam casadas, e que pessoas solteiras deveriam permanecer solteiras (1Coríntios 7).





Para Paulo, a salvação era pela morte e ressurreição de Cristo. Mas em 1 Timóteo 2 é dito que as mulheres serão salvas tendo filhos. Não dá para saber o que isso quer com exatidão, mais não significa o que Paulo queria dizer.





Paulo fala de obras no sentido de observar a lei judaica. Mas, nas pastorais, a lei judaica não é mais um problema.





“O maior problema em aceitar as pastorais como sendo de Paulo envolve a situação histórica que elas parecem pressupor. Paulo, como Jesus antes dele, acreditava viver no fim dos tempos. Quando Jesus foi erguido dentre os mortos, esse foi o sinal de que o fim já começara e de que a futura ressurreição dos mortos estava prestes a acontecer. Segundo a crença judaica, a ressurreição aconteceria quando esta era chegasse ao fim. Por isso, Paulo chamou Jesus de ‘primícias dos que morreram’ em 1 Coríntios 15, 20. É uma metáfora agrícola. Os agricultores celebram o primeiro dia de colheita com uma festa à noite. E quando eles vão pegar o resto da colheita? No dia seguinte – não vinte ou dois mil anos depois. Jesus é o primeiro fruto, porque com ele serão erguidos para o julgamento. Por isso Paulo acha que ele mesmo estará vivo quando Jesus retornar do céu (ver 1Ts 4, 14-18).





A única coisa que Paulo não faz é escrever aos líderes da igreja de Corinto e dizer a eles para dar um jeito nos paroquianos. Por quê? Porque não havia líderes na igreja de Corinto [na época de Paulo]. Não havia bispos ou diáconos. Não havia pastores. Havia um grupo de indivíduos, cada um deles com um dom do Espírito, nesse breve tempo antes do fim que se aproximava.”





“O que a maioria dos milhões de pessoas que acredita no breve retorno de Jesus, enquanto estivermos vivos, não sabe é que sempre houve cristãos que pensaram isso de sua própria época. Esse era um ponto de vista destacado entre cristãos conservadores no começo do século XX, fim do século XIX, no século XVIII, no século XII, no século II, no século I – na verdade, em quase todos os séculos. A única coisa que todos aqueles que já pensaram isso têm em comum é que todos estavam irrefutavelmente errados.





Quando Jesus retornar em glória nas nuvens do céu, ‘os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro; depois nós, os que ainda estamos na terra, seremos arrebatados juntamente com eles sobre nuvens ao encontro com o Senhor, nos ares’ 


(4, 16-17).


 [1 Tessalonicenses] Leiam os versículos com cuidado: Paulo espera ser um daqueles que ainda estarão vivos quando isso acontecer.”





Há uma separação, os que morreram e os que ainda estão aqui, na terra, como Paulo. Ou seja, os que ainda estão vivos, em contraponto aos que estão mortos. E os que estão vivos serão arrebatados, incluindo Paulo, depois dos mortos, ou seja, Paulo ainda estará vivo quando for arrebatado.





Paulo escreve que o fim virá subitamente e que é iminente. O autor de 2 Tessalonicenses, alegando ser Paulo, argumenta que o fim não se dará imediatamente. Rebelião política ou religiosa acontecerá, uma espécie de anticristo surgirá, e outras coisas acontecerão até o fim chegar.





“Em outras palavras, os tessalonicenses podem ficar tranquilos de que ainda não estão no momento final da história quando Jesus reaparece.” Eles verão que o fim está chegando quando esses acontecimentos se cumprirem.





“É particularmente interessante que o autor de 2 Tessalonicenses indica que já ensinou essas coisas a seus convertidos quando esteve com eles (2,5).” Mas com explicar 1 Tessalonicenses. Paulo nunca ensinou essas coisas.





O autor de 2 Tessalonicenses diz que assina a carta de próprio punho, e diz que essa é uma prática comum (3, 17), mas não é como termina a maioria das epístolas incontestáveis de Paulo.





EFÉSIOS





 “As razões para pensar que Paulo não escreveu essa epístola são muitas e convincentes. Para começar, o estilo de redação não é o de Paulo. Paulo normalmente escreve frases curtas e incisivas; as sentenças de Efésios são longas e complexas. (...) Alguns acadêmicos apontaram que nas cem sentenças de Efésios cerca de nove delas têm mais de cinquenta palavras de extensão. Compare isso com as cartas do próprio Paulo. Filipenses, por exemplo, tem 102 sentenças, com apenas uma delas com mais de cinquenta palavras; Gálatas tem 181 sentenças, mais uma vez com apenas uma acima de cinquenta palavras. O livro também tem um número incomum de palavras que não ocorre nos outros escritos de Paulo: 166 no total – bem acima da média (50% mais que em Filipenses, por exemplo, que tem aproximadamente o mesmo tamanho).”





Em Efésios 2, 1-10, Paulo afirma que antes de ser cristão, era desviado “pelos desejos da carne, satisfazendo às vontades da carne e seus impulsos”. Já nas epístolas escritas por Paulo ele diz que antes de ser cristão, era “irrepreensível” quanto à “justiça que há na lei” (Fl 3,6)





O verbo salvar só era usado no futuro nas cartas de Paulo. As pessoas ainda serão salvas, salvação não é algo que as pessoas já tenham, é o que elas irão ter quando Jesus retornar e poupar seus seguidores da ira de Deus. Mas Efésios fala que as pessoas já foram salvas pela graça de Deus.





Paulo dizia que a ressurreição era um acontecimento físico futuro, Paulo era enfático nesse ponto, como 1 Coríntias 15 demonstra. E Paulo combatia, na sua carta aos coríntios, a visão de que os crentes já desfrutavam de uma existência ressuscitada em Cristo.





“Contudo, compare essa afirmação com o que diz Efésios: ‘Quando ainda estávamos mortos em consequência de nossos pecados, [Deus] deu-nos vida juntamente com Cristo, [...] juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus.’ (2, 5-6). Ali os crentes já experimentaram uma ressurreição espiritual e desfrutaram de uma existência celestial aqui e agora. Esse é o ponto de vista contra o qual Paulo argumentou em sua carta aos coríntios





COLOSSENSES





 “As razões para crer que o livro, na verdade, não foi escrito por Paulo são em grande parte as mesmas do caso de Efésios. Entre outras coisas, o estilo de redação e o conteúdo do livro diferem significativamente daqueles das epístolas não questionadas de Paulo. De longe o mais convincente estudo do estilo de redação de Colossenses foi feito pelo acadêmico alemão Walter Bujard há cerca de quarenta anos. Bujard analisou todos os tipos de traços estilísticos da epístola: o tipo e a frequência das conjunções, infinitivos, particípios, orações subordinadas, sequência de genitivos e uma série de outros elementos. Ele se interessou sobretudo por comparar Colossenses com epístolas de Paulo de tamanho similar: Gálatas, Filipenses e 1 Tessalonicenses. As diferenças entre essa carta e os escritos de Paulo são chocantes de convincentes. Apenas como prova:





Frequência com que a epístola usa ‘conjunções adversativas’ (por exemplo, ‘embora’): Gálatas, 84; Filipenses, 52; 1 Tessalonicenses, 29. Colossenses, apenas 8.





Frequência com que a epístola usa conjunções causais (por exemplo, ‘porque’): Gálatas, 45; Filipenses, 20; 1 Tessalonicenses, 31. Colossenses, apenas 9.





Frequência com que a epístola usa uma conjunção (por exemplo, ‘que’, ‘como’) para introduzir uma declaração: Gálatas, 20; Filipenses, 19; 1 Tessalonicenses, 11. Colossenses, apenas 3.





A lista continua por muitas páginas examinando todo tipo de informação, com inúmeras considerações, toas apontando na mesma direção: é alguém com um estilo de redação diferente do usado por Paulo.





E mais uma vez, aqui, o conteúdo do que o autor diz está em contradição com o que Paulo pensava, mas é coerente com Efésios” O de que os cristãos já foram elevados com cristo quando batizados, apesar de Paulo combater essa visão e falar que a ressurreição era futura 


(ver Cl 2, 12-13).





Porém, quando os pais da Igreja estavam decidindo quais livros incluir nas Escrituras, era necessário ‘saber’ quem escrevera esses livros, já que apenas escritos com claras ligações apostólicas podiam ser considerados Escritura oficial”. Estava circulando quatro evangelhos antigos anônimos com o nomes de Mateus, Marcos, Lucas e João. O livro de Atos foi atribuído a Lucas. O livro de Hebreus foi atribuído a Paulo, embora muitos estudiosos antigos soubessem que não era de Paulo, como os acadêmicos de hoje concordam.



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