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ARTIGOS FUNDAMENTAIS DA FÉ ISLÂMICA





0 muçulmano verdadeiramente crente acredita nos seguintes artigos de fé :





1 - Acredita num Deus único, Supremo e Eterno, Infinito e Poderoso, Cle mente e Misericordioso, Criador e Sustentador. Para ser efetiva, esta crença exige completa confiança e esperança em Deus, submissão voluntária à vonta de d’Ele e confiança na Sua ajuda. Isso confere dignidade ao homem e o salva do medo e do desespero, do pecado e da confusão.





2 - Ele acredita em todos os Mensageiros de Deus sem nenhuma discrimi nação entre eles. Tais Mensageiros eram notáveis propagadores do bem e verdadeiros campeões da justiça. Eles foram escolhidos por Deus para ensinar e transmitir à humanidade a Sua Divina Mensagem. Eles foram man dados em várias épocas históricas. Em certas alturas, Deus mandou ao mesmo tempo dois mensageiros ou mais. O sagrado Alcorão menciona cerca de vinte nomes de tais Mensageiros, e o muçulmano crê neles todos e aceita- os como Mensageiros autorizados de Deus. Estes eram conhecidos, com exceção de Muhammad, como mensageiros “nacionais” ou locais. Os Mensa geiros encarregados de guiar a humanidade pelo bom caminho de Deus, sem nenhuma exceção, eram mortais, seres humanos, dotados para receber revela ções divinas e escolhidos por Deus para levarem a cabo certas tarefas. Entre eles, Muhammad aparece como o último Mensageiro. Esta não é uma atitude arbitrária, nem meramente uma crença de conveniência, tal como todas as ou tras crenças islâmicas, é uma verdade autêntica e lógica. Será também útil mencionarmos aqui os nomes de alguns dos grandes mensageiros, citados por Deus no Alcorão Sagrado. Disse Deus:





“Dizei: Cremos em Deus, no que nos tem sido revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às tribos; no que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor; não fazemos distin ção alguma entre eles, e nos submetemos a Ele. 


 (Alcorão Sagrado 2:136)





“Dize: Cremos em Deus, no que nos foi revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às tribos, e no que, de seu Senhor, foi concedido a Moisés, a Jesus e aos profetas; não fazemos distinção alguma entre eles, porque somos, para Ele, muçulmanos.


 (Alcorão Sagrado 3:84) “Inspiramos-te, assim como inspiramos Noé e os profetas que o sucederam; assim, também, inspiramos Abraão, Ismael, Isaac, Jacó e as tribos, Jesus, Jó, Jonas, Aarão, Salomão, e concedemos os Salmos a DavLE enviamos al guns mensageiros, que te mencionamos, e outros, que não te mencionamos; e Deus falou a Moisés diretamente. Foram mensageiros alvissareiros e ad moestadores, para que os humanos não tivessem argumento algum ante Deus, depois do envio deles, pois Deus é Poderoso, Prudentíssimo.


 (Alcorão Sagrado 4:163 ao 165)





“Agraciamo-los com Isaac e Jacó, que iluminamos, como havíamos ilumi nado anteriormente Noé e sua descendência, Davi e Salomão, Jó e José, Moisés e Aarão. Assim, recompensamos os benfeitores. E Zacarias, Yáhia (João), Jesus e Elias, pois todos se contavam entre os virtuosos. E Ismael, Eliseu, Jonas e Lot, cada um dos quais preferimos sobre os seu contemporâ neos. E a alguns de seus pais, progenitores e irmãos, elegemo-los e os enca minhamos pela senda reta. 


(Alcorão Sagrado 6:84 ao 87)





3-0 muçulmano crê em todas as escrituras e revelações de Deus. Esta foi a luz recebida pelos mensageiros para guiarem os seus povos pelo bom caminho, a senda reta de Deus. O Alcorão faz referências especiais aos livros de Abraão, Moisés, David e Jesus. Mas muito antes de o Alcorão ter sido reve lado a Muhammad, alguns daqueles livros e revelações foram perdidos ou vi ciados, outros esquecidos, negligenciados ou escondidos.





Em princípio, o muçulmano crê nos livros e nas revelações anteriores ao Alcorão. Mas onde se encontram as versões completas e originais destes li vros? Talvez ainda estejam no fundo do Mar Morto, e outros pergaminhos es perem ser descobertos. Ou talvez novas informações sobre eles sejam fornecidas pelos arqueólogos cristãos e judeus quando revelarem ao públi co as descobertas completas e originais resultantes das escavações permanentes efetuadas na Terra Santa. O muçulmano, por sua vez, tem ao seu alcance o Al corão completo e autêntico. O Alcorão existe na sua forma inicial, tal como foi revelado por Deus que se encarregou de protegê-lo contra quaisquer interpola ções e corrupções. Assim foi dado aos muçulmanos, como critério ou norma, para que através dela possam julgar os outros Livros. Deste modo, tudo o que estiver em acordo com o Alcorão é aceito como verdade divina, e tudo o que for diferente do mesmo é rejeitado. Deus disse:





“Nós (Allah) revelamos a Mensagem e somos o Seu Preservador. ” (Alcorão Sagrado 15:9)





“Aspirais, acaso, a que os judeus creiam em vós, sendo que alguns deles escutavam as palavras de Deus e, depois de as terem compreendido, altera- vam-nas conscientemente? Quando se encontram com os fiéis, declaram: Cremos! Porém, quando se reúnem entre si, dizem: Relatar-lhes-eis o que Deus vos revelou para que, com isso, vos refutem perante o vosso Senhor? 


Não raciocinais? Ignoram, acaso, que Deus sabe tanto o que ocultam, como o que manifestam? 





Entre eles há iletrados que não compreendem o Livro, a não ser segundo os seus desejos, e não fazem mais do que conjecturar. Ai daqueles que copiam o Livro, (alterando-o) com as suas mãos, e então di zem: Isto emana de Deus, para negociá-lo a vil preço. Ai deles, pelo que as suas mãos escreveram! E ai deles, pelo que lucraram!” 


(Alcorão Sagrado 2:75 )





“Porém, pela violação de sua promessa, amaldiçoamo-los e endurecemos os seus corações. Eles deturparam as palavras (do Livro) e se esqueceram de grande parte que lhes foi revelado; não cessas de descobrir a perfídia de to dos eles, salvo de uma pequena parte; porém, indulta-os e perdoa-lhes os erros, porque Deus aprecia os benfeitores. E também aceitamos a promessa daqueles que disseram: Somos cristãos! Porém, esqueceram-se de grande parte do que lhes foi recomendado, pelo que disseminamos a inimizade e o ódio entre eles, até ao Dia da Ressurreição. Deus os inteirará, então, do que cometeram. ”


 (Alcorão Sagrado 5:13-14)





“Não aquilatam o Poder de Deus como devem, quando dizem: Deus nada revelou a homem algum! Dize: Quem, então, revelou o Livro, apresentado por Moisés - luz e orientação para os humanos - que copiais em pergami nhos, do qual mostrai algo e ocultais muito, e mediante o qual fostes instru ídos de tudo quanto ignoráveis, vós e vossos antepassados? Dize-lhes, em seguida: Deus! E deixa-os, então, entregues às suas cismas. ”


 (Alcorão Sa grado 6:91)





4-0 muçulmano crê nos anjos de Deus. Estes são seres esplêndidos e pura mente espirituais, cuja natureza não precisa de alimentos, bebidas ou sono. Eles não têm nenhum desejo físico, nem necessidades materiais. Eles passam os dias e as noites ao serviço de Deus. Eles são numerosos, e cada um tem a seu cargo certo dever. Se nós não podemos ver os anjos, isso não nega neces sariamente a existência deles. Há, no mundo, muitas coisas invisíveis à vista ou inacessíveis aos sentidos e, no entanto, acreditamos na existência





delas. Deus diz:





“Ante Deus se prostra tudo o que há nos céus e na terra, hem como os anjos, que não se ensoberbecem! Temem ao seu Senhor, que está acima deles, e exe cutam o que lhes é ordenado.


 (Alcorão Sagrado 16:49-50)





“Seu é tudo o que existe nos céus e na terra; e todos quanto se acham em Sua Presença, não se ensoberbecem em adorá-Lo, nem se enfadam disso. Glorifi- cam-No noite e dia, e não ficam exaustos. 


(Alcorão Sagrado 21:19-20)





5-0 muçulmano crê no Dia do Juízo Final. Este mundo acabará qualquer dia, e os mortos comparecerão a um juízo final (Quiyáma) equitativo. Tudo o que fazemos neste mundo, cada intenção nossa, cada movimento, cada pensa mento, cada palavra que pronunciamos, tudo é contado e registrado com cuidado. Tudo será considerado no Dia do Juízo Final. Quem se tiver eviden ciado no bom caminho será generosamente recompensado e calorosamente recebido no Céu de Deus, enquanto que quem não tiver assim cumprido não receberá os mesmos louvores. A verdadeira natureza do Céu e do Inferno e a descrição exata dos mesmos são conhecidas só por Deus. Existem descrições do Céu e do Inferno no Alcorão e nas Tradições de Muhammad, mas não de vem ser tomadas ao pé da letra. Muhammad disse que:





“No Céu há coisas que nunca foram vistas por nenhum olho, nem ouvidas por nenhum ouvido, nem concebidas por nenhum espírito. ”





Porém, o muçulmano acredita que haverá com toda a certeza recompensa para as boas ações e castigo para as más. Este é o Dia da Justiça e o ajustamen to definitivo de todos os comportamentos. A fé no Dia do Juízo Final é a res posta definitiva que soluciona muitos dos problemas tão complicados do nosso mundo. Há homens que cometem pecados, negligenciam Deus e se dedicam a atividades imorais, e no entanto têm aparentemente êxito nos negócios e levam uma vida próspera. Por outro lado, há pessoas virtuosas e crentes que parecem ser menos recompensadas pelos seus sinceros esforços e sofrem mais do que os outros neste mundo. Isso é estranho e incompatível com a justiça de Deus.





Se os culpados podem escapar à lei mundana sem prejuízos e ainda por cima são mais prósperos, então o que fica para os virtuosos? Quem vai promover a causa da moralidade e da bondade? Deve existir alguma maneira de recompen sar o bem e pôr fim ao mal. Se isso se não faz aqui neste mundo, e sabemos que não se faz regular ou imediatamente, tem que se fazer algum dia, e este é o dia do Juízo Final. Isso não é para desculpar a injustiça ou tolerar o mal neste mundo, nem é para consolar os necessitados e estimular os seus exploradores. É sim para prevenir os que se desviam do bom caminho e lembrar-lhes que a justiça de Deus será feita cabalmente tarde ou cedo.





6-0 verdadeiro muçulmano crê no conhecimento de Deus e no seu Poder de conceber e cumprir os Seus planos. Deus não é indiferente perante o mundo, nem neutro para com ele. Os Seus conhecimentos e a Sua força agem em qualquer momento para manter a ordem no Seu vasto domínio e o controle sobre as Suas criaturas. Deus é Sábio e ama a Sua criação, e tudo o que faz tem um motivo bem forte e uma finalidade cheia de sentido. Se ficarmos convencidos disso, aceitaremos de boa fé tudo quanto Ele faz, embora não estejamos capazes de compreendê-lo perfeitamente, ou até de pensar que o que fez é mau. Devemos ter muita confiança n’Ele e aceitar tudo quanto faz, porque o nosso conhe cimento é limitado e o nosso pensamento se baseia em considerações indi viduais ou pessoais, enquanto o conhecimento d’Ele é infinito, e os Seus planos têm uma base universal. Isso não é, de modo algum, para tomar o homem fatalista ou fraco, mas sim para separar nitidamente o domínio de Deus na responsabilidade dos homens.





Visto que pela nossa própria natureza somos limitados, o nosso poder e a nossa liberdade têm também limites. Nós não podemos fazer tudo, e Deus, na Sua grandeza, declara-nos responsáveis por tudo quanto fazemos. O que não podemos fazer, ou o que Deus só faz, sai do domínio da nossa responsa bilidade. Deus é justo e deu-nos poder limitado que corresponde à nossa natu reza limitada e à nossa responsabilidade determinada. Por outro lado, o conhecimento e poder eternos que Deus tem na execução dos Seus planos, não nos impedem de fazer os nossos próprios planos dentro da esfera limitada do nosso poder. Antes pelo contrário, Deus exorta-nos a pensar, planear e ter op ções saudáveis, mas se as coisas não acontecerem, assim como nós queremos ou tencionamos, não devemos perder a Fé, nem esgotar-nos em lamenta ções.





Temos que tentar outra e outra vez, e se os resultados não forem satisfató rios, então sabemos que temos feito o melhor que sabemos e não podemos ser considerados responsáveis pelos resultados, porque o que se encontra além da nossa capacidade e responsabilidade são do domínio de Deus, só. Os muçulma nos chamam este artigo de Fé “crença no Qadar” que em outras palavras quer dizer pura e simplesmente que “o conhecimento eterno de Deus antecipa os acontecimentos, e que os acontecimentos verificam-se conforme o Conhe cimento exato de Deus”. Diz Deus:





“Dize-lhes: A verdade emana do vosso Senhor; assim, pois, que creia quem desejar, e descreia quem quiser .


(Alcorão Sagrado 18.29)





“Quem pratica o bem, o faz em benefício próprio; por outra, quem faz o mal, é em prejuízo seu, porque o teu Senhor não é injusto para com os Seus servos.” 


(Alcorão Sagrado 41:46)





“Que opinas, pois, de quem desdenha. Que pouco dá, e, depois, endurece (o coração)? Porventura, está de posse do incognoscível e prognostica (o futuro)? Qual, não foi inteirado de tudo quanto contêm os livros de Moisés, E os de Abraão, que cumpriu 


(as suas obrigações).


 De que nenhum pecador arcará com culpa alheia? De que o homem não obtém senão o fruto do seu proceder? De que o seu proceder será examinado?


 Depois, ser-lhe-á retribu ído, com a mais eqüitativa recompensa? 


E que pertence ao teu Senhor o li mite. E que Ele faz rir e chorar. E que Ele dá a vida e a morte. E que Ele criou (tudo) em pares: o masculino e o feminino. De uma gosta de esperma, quando alojada (em seu lugar).


E que a Ele compete a Segunda criação.E que Ele enriquece e dá satisfação. E que Ele é o Senhor do (astro) Sírio.


 E que Ele exterminou o primitivo povo de Ad. 


E o povo de Tamud, sem deixar (membro) algum? E, antes, o povo de Noé, porque era ainda mais iníquo e transgressor?


 E destruiu as cidades nefastas 


(Sodoma e Gomorra)? 


E as cobriu com um véu envolvente? De qual das mercês do teu Senhor duvidas, pois,


 (ó humano)? 


Eis aqui uma admoestação dos primeiros admoestadores. Aproxima-se a Hora iminente! Ninguém, além de Deus, poderá revelá-la. Por que vos assombrais, então, com esta Mensagem? 


E rides ao invés de chorardes. 


Em vossos lazeres? Prostrai-vos, outrossim, perante Deus, e ado- rai-O. ”


 (Alcorão Sagrado 53:33 ao 62)





“Porém, só o conseguireis se Deus o permitir, porque é Prudente, Sapien tíssimo. Ele admite em Sua misericórdia quem Lhe apraz .


 (Alcorão Sagrado 76:30 )





“E o agraciará, de onde menos esperar. Quanto àquele que se encomendar a Deus, saiba que Ele será Suficiente, porque Deus cumpre o que promete. Certamente Deus predestinou uma proporção para cada coisa" 


(Alcorão Sa grado 65:3)





“Em verdade, criamos todas as coisas predestinadamente. ” (Alcorão Sagra do 54:49)





7-0 muçulmano crê que a criação de Deus tem sentido, e que a vida tem uma finalidade sublime além das necessidades físicas e atividades materiais do homem. 


A finalidade da vida é a adoração de Deus. Isso não quer dizer simplesmente que devemos passar a vida em isolamento permanente e em meditação absoluta.





Adorar a Deus significa conhecê-Lo; amá-Lo; obedecer aos Seus manda mentos; aplicar a Sua Lei em todos os aspectos da vida; servir a Sua causa praticando o bem e afastando o mal; ser justo para com Ele, para consigo pró prio e para com os nossos semelhantes. Adorar Deus é “viver” a vida, não tugir dela. Em conclusão, adorar a Deus é penetrar nos Seus atributos supremos.





Portanto, se a vida tem uma finalidade, e se o homem é criado para servir tal finalidade, ele não pode esquivar-se a esta responsabilidade. Ele não pode ne gar a Sua existência, nem ignorar o papel vital que tem que desempenhar. Quando Deus lhe dá alguma responsabilidade, concede-lhe também toda a ajuda necessária. Dá-lhe inteligência e força para escolher o caminho pelo qual tem que enveredar. Deste modo Deus ordena o homem a fazer o melhor que puder para servir completamente a finalidade da sua existência. Caso assim não faça, se levar uma vida de perdição ou negligenciar os seus deveres, será responsá vel perante Deus pelas suas ações. Disse Deus:





“E se quiséssemos diversão, tê-la-íamos encontrado entre as coisas próxi mas de Nós, se fizéssemos (tal coisa). Qual! Arremessamos a verdade sobre a falsidade, o que a anula. Ei-la desvanecida. Ai de vós, pela falsidade que (Nos) descreveis! (Alcorão Sagrado 21:17-18)





E disse:





“E admoesta-os, porque a admoestação será proveitosa para os fiéis.Não criei os gênios e os humanos, senão para Me adorarem. Não lhes peço sus tento algum, nem quero que Me alimentem. Sabei que Deus é o Sustentador por excelência, Potente, Inquebrantabilíssimo." 


(Alcorão Sagrado 51:55 ao 58)





8-0 muçulmano crê que o homem tem uma alta posição na hierarquia de todas as criaturas conhecidas. Ele ocupa uma posição privilegiada porque só ele tem faculdades racionais e aspirações espirituais, assim como força de ação. Mas à medida que a sua posição é elevada, a responsabilidade também cresce. Ele ocupa a posição de vice-rei de Deus na terra. A pessoa nomeada por Deus para ser o Seu agente ativo deve necessariamente ter força e auto ridade, e pelo menos potencialmente, ser honrado e integro. E tal é o esta tuto do homem no Islam; não uma raça condenada desde o nascimento até à morte, mas sim um ser digno, potencialmente capaz de ações boas e nobres. O fato de Deus ter escolhido mensageiros da raça humana mostra que o homem é digno de confiança e capaz, e que pode adquirir imensos tesouros de bonda de.





“(Recorda-te ó Profeta) de quando teu Senhor disse aos anjos: Vou insti tuir um legatário na terra! Perguntaram-Lhe: Estabelecerás nela quem ali fará corrupção, derramando sangue, enquanto nós celebramos Teus louvo res, glorificando-Te? Disse (o Senhor): Eu sei o que vós ignorais. Ele ensi nou a Adão todos os nomes e depois apresentou-os aos anjos e lhes falou: Nomeai-os para Mim e estiverdes certos. Disseram: Glorificado sejas! Não possuímos mais conhecimentos além do que Tu nos proporcionaste, porque somente Tu és Prudente, Sapientíssimo. Ele ordenou: O Adão, revela-lhes os seus nomes. E quando ele lhes revelou os seus nomes, asseverou (Deus): Não vos disse que conheço o mistério dos céus e da terra, assim como o que manifestais e o que ocultais? E quando dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Adão! Todos se prostraram, exceto Lúcifer que, ensoberbecido, se ne gou, e incluiu-se entre os incrédulos. 


(Alcorão Sagrado 2:30 ao 34)





“Ele foi Quem vos designou legatários na terra e vos elevou uns sobre outros, em hierarquia, para testar-vos com tudo quanto vos agraciou. Teu Senhor é Destro no castigo, conquanto seja Indulgente, Misericordiosíssi mo.  (Alcorão Sagrado 6:165)





“Enobrecemos os filhos de Adão e os conduzimos pela terra e pelo mar; agraciamo-los com todo o bem, e preferimos enormemente sobre a maior parte de tudo quanto criamos. Um dia convocaremos todos os seres huma nos, com os seus (respectivos) imames. E aqueles a quem forem entregues os seus livros na destra, lê-los-ão e não serão defraudados no mínimo que seja. Porém, quem estiver cego neste mundo estará cego no outro, e mais desen caminhado ainda! (Alcorão Sagrado 17:70 ao 72)





9-0 verdadeiro muçulmano crê que o próprio ato do nascimento verifica-se de acordo com a vontade de Deus, para realização dos Seus planos e em sub missão aos Seus mandamentos. Também quer dizer que cada pessoa dispõe das potencialidades espirituais e das inclinações intelectuais que o podem tor nar um bom muçulmano, se tiver devido acesso ao Islam e se lhe for deixado desenvolver a sua natureza inata. 





Muitas pessoas podem aceitar imediatamente o Islam se lhes for corretamen te apresentado, porque é a fórmula divina para quem quiser satisfazer as suas necessidades morais e espirituais assim como as suas aspirações naturais, e para quem quiser levar uma vida construtiva e saudável, quer pessoal ou so cial, quer nacional ou internacional. E isso porque o Islam é a religião univer sal de Deus, o Criador da natureza humana, que sabe o que é melhor para esta natureza humana.





“Volta o teu rosto para a religião monoteísta. E a obra de Deus, sob cuja qualidade inata Deus criou a humanidade. A criação feita por Deus é imutá vel. Esta é a verdadeira religião; porém, a maioria dos humanos o ignora" 


(Alcorão Sagrado 30:30)





“Tudo quanto existe nos céus e na terra glorifica Deus; Seu é o reino e Seus são os louvores, porque é Onipotente. Ele foi Quem vos criou; e entre vós há incrédulos, assim como há fiéis, contudo, Deus bem vê tudo quanto fazeis. Em verdade, criou os céus e a terra e vos configurou com a melhor forma, e a Ele retornareis. 


(Alcorão Sagrado 64:1 


ao 3)





“Ó humano, o que te fez negligente em relação ao teu Senhor, o Munifi centíssimo, Que te criou, te formou, te aperfeiçoou, E te modelou, na forma que Lhe aprouve?” 


(Alcorão Sagrado 84:6 ao 8)





10-0 verdadeiro muçulmano crê que cada pessoa nasce livre do pe cado e de qualquer pretensão à virtude herdada. É como um caderno branco. Ao chegar à idade adulta, o homem torna-se responsável pelas suas ações e intenções, se o seu desenvolvimento for normal e saudável. O homem não é só livre do pecado antes de cometê-lo, mas também tem a liberdade de agir confor me os seus planos e com a sua própria responsabilidade. Esta dupla liberdade: liberdade do pecado e liberdade de agir concretamente elimina da consciência do muçulmano o incômodo peso do pecado herdado, assim como alivia a sua alma e o seu espírito das inúmeras tensões da doutrina do pecado original. Este conceito islâmico da liberdade baseia-se no princípio da justiça de Deus e da responsabilidade direta do indivíduo perante Deus. Cada pessoa deve suportar o peso da própria responsabilidade pelas suas ações, porque ninguém pode expiar pecados alheios. Deste modo, o muçulmano acredita que, se Adão co meteu o primeiro pecado, a sua própria responsabilidade exigia-lhe que ex piasse aquele pecado. Supor que Deus não foi capaz de perdoar a Adão e teve que escolher outra pessoa para expiar aquele pecado, ou supor que Adão não pediu perdão ou pediu mas não lhe foi dado, seria muito imprová vel e contrário à clemência e justiça de Deus, assim como ao Seu atributo e poder de perdoar. A aceitação de tal hipótese seria um ousado desafio ao sentido comum e uma violação flagrante do próprio conceito de Deus. Diz Deus:





“Quem pratica o bem, o faz em benefício próprio; por outra, quem faz o mal, é em prejuízo seu, porque o teu Senhor não é injusto para com os Seus servos.” 


(Alcorão Sagrado 41:46)





“Quem praticar o bem, será em benefício próprio; por outra, quem praticar o mal, o fará em seu detrimento. Logo retornareis a vosso Senhor.


 (Alcorão Sagrado 45:15)





“Quem praticar o bem, será em benefício próprio; por outra, quem praticar o mal, o fará em seu detrimento. Logo retornareis a vosso Senhor.


 (Alcorão Sagrado 45:15)





Moisés, E os de Abraão, que cumpriu (as suas obrigações). De que nenhum pecador arcará com culpa alheia? De que o homem não obtém senão o fruto do seu proceder? De que o seu proceder será examinado? Depois, ser-lhe-á retribuído, com a mais eqüitativa recompensa? E que pertence ao teu Senhor o limite. ”


 (Alcorão Sagrado 53:31 ao 42)





“Toda a alma é depositária das suas ações”


 (Alcorão Sagrado 74:38)





Nesta base racional e com apoio na autoridade do Alcorão, o muçulmano crê que Adão compreendeu o que tinha feito e pediu perdão a Deus, assim como qualquer outro pecador teria feito caso tivesse bom senso. Igualmente, e na mesma base, o muçulmano crê que Deus, o Indulgente e Misericordioso, concedeu o Seu perdão a Adão, Deus diz:





“Determinamos: O Adão, habita o Paraíso com a tua esposa e desfrutai dele com a prodigalidade que vos aprouver; porém, não vos aproximeis desta árvore, porque vos contareis entre os iníquos. Todavia, Satã os seduziu, fazendo com que saíssem do estado (de felicidade) em que se encontravam. Então dissemos: Descei! Sereis inimigos uns dos outros, e, na terra, tereis residência e gozo transitórios. Adão obte ve do seu Senhor algumas palavras de inspiração, e Ele o perdoou, porque é o Re- missório, o Misericordioso. ” (Alcorão Sagrado 2:35 ao 37)





“E então dissemos: O Adão, em verdade, este é tanto teu inimigo como de tua companheira! Que não cause a vossa expulsão do Paraíso, porque serás desventu rado. Em verdade, nele não sofrerás fome, nem estarás afeito à nudez E não pade cerás de sede ou calor. Porém, Satanás sussurrou-lhe, dizendo: ÓAdão, queres que te indique a árvore da prosperidade e do reino eterno? E ambos comeram (osfrutos) da árvore, e suas vergonhas foram-lhes manifestadas, e puseram-se a cobrir os seus corpos com folhas de plantas do Paraíso. Adão desobedeceu ao seu Senhor e foi seduzido. Mas logo o seu Senhor o elegeu, absolvendo-o e encaminhando-o. ” 


(Al corão Sagrado 20:117 ao 122)





Por isso, o muçulmano não pode aceitar de modo algum a doutrina segundo a qual Adão e toda a raça humana foram condenados e só conseguiram o perdão quando Jesus veio para expiar os pecados dos mesmos. Conseqüentemente, o muçulmano não pode aceitar a história dramática da morte de Jesus na cruz só para acabar com todos os pecados humanos de uma vez para sempre. Aqui devemos prevenir o leitor do perigo de tirar conclusões errôneas.





O muçulmano não crê na crucificação de Jesus pelos seus inimigos, porque a base da doutrina da crucificação é contrária à clemência e à misericórdia di vinas, assim como à lógica e à dignidade humanas. Tal discordância; nessa tese não diminui de modo algum o respeito que os muçulmanos têm por Jesus, nem degrada a alta posição que Jesus tem no Islam, assim como não afeta a crença dos muçulmanos em Jesus como um distinguido Profeta de Deus. Antes pelo contrário, rejeitando essa tese de crucificação, o muçulmano aceita Jesus ainda com mais estima e respeito e considera a sua mensagem original como uma parte essencial do Islam. Portanto, digamos aqui outra vez que para ser muçulmano, uma pessoa deve aceitar e respeitar todos os Profetas de Deus, sem nenhuma discriminação.





11- 0 verdadeiro muçulmano crê que o homem tem que assegurar a sua salvação sob a direção de Deus. Isso quer dizer que, para obter a salvação, o homem tem que combinar a Fé e a ação, a crença e a prática. A Fé sem ação é tão insuficiente como a ação sem Fé. Por outras palavras, ninguém pode obter a salvação se a sua Fé em Deus não for dinâmica na sua vida e se a sua crença não for posta em prática. Isso harmoniza-se perfeitamente com os outros artigos da Fé Islâmica, e mostra que Deus não aceita palavras em vez de servi ços, e que nenhum verdadeiro fiel pode ficar indiferente quanto aos mandamentos práticos da Fé. Por outro lado, também mostra que nin guém pode agir em nome de outro, nem interceder por outro junto de Deus. Disse Ele:





“Quanto aos fiéis que praticam o bem, seu Senhor os encaminhará, por sua fé, aos jardins do prazer, abaixo dos quais correm os rios. Onde sua prece será: Glorificado sejas, ó Deus! Aí sua mútua saudação será: Paz! E o fim de sua prece será: Louvado seja Deus, Senhor do Universo!”


 (Alcorão Sagrado 10:9-10)





“Em troca, os fiéis, que praticam o bem certamente que não frustraremos a recompensa do benfeitor. ” (Alcorão Sagrado 18:30)





“Pela era. Que o homem está na perdição. Salvo os fiéis, que praticam o bem, aconselham-se na verdade e recomendam-se, uns aos outros, a paciên cia e a perseverança!” 


(Alcorão Sagrado 103:1 ao 3)





12- 0 muçulmano crê que Deus não responsabiliza nenhuma pessoa antes de lhe ter mostrado o bom caminho. Por isso, Deus enviou Mensageiros e reve lações, e fez compreender que não castigaria ninguém antes de guiá-lo e adverti-lo. Portanto, uma pessoa que não tenha conhecido nenhuma revela ção divina ou mensageiro, ou uma pessoa que não possua todas as faculdades mentais, não é responsabilizada por Deus por não ter obedecido às instruções divinas. Tal pessoa só será responsabilizada por não ter feito o que o seu bom senso lhe mandou fazer. Mas quem violar voluntária e conscientemente as Leis de Deus ou quem se desviar do Seu bom caminho será punido pelas suas más ações. Deus diz:





“E enviamos alguns mensageiros, que te mencionamos, e outros, que não





te mencionamos; e Deus falou a Moisés diretamente. Foram mensageiros alvissareiros e admoestadores, para que os humanos não tivessem argumen to algum ante Deus, depois do envio deles, pois Deus é Poderoso, Prudentís simo. ”(AlcoíãoSagpado4:164-165)





“Quem se encaminha, o faz em seu benefício; quem se desvia, o faz em seu prejuízo, e nenhum pecador arcará com a culpa alheia. Jamais castigamos (um povo), sem antes termos enviado um mensageiro. ” (Alcorão Sagrado 17:15)





Este ponto é muito importante para todos os muçulmanos. Há muitos homens no mundo que nunca ouviram falar do Islam nem tiveram a possibilidade de tomar conhecimento dele. Esses homens podem ser honestos e tomarem-se bons muçulmanos, se acharem o caminho que os leve ao Islam. Se eles não sabem, nem têm possibilidade de saber, eles não serão responsáveis por não serem muçulmanos. Em troca, os muçulmanos capazes de apresentar o Islam a tais homens, serão os responsáveis por os não terem convidado a seguir o Islam e por lhes não terem mostrado o que é o Islam.





Isso exige que cada muçulmano, seja qual for o lugar onde se encontre, não deve limitar-se a pregar o Islam em palavras, mas também, e isso é mais importante, que viva-o plenamente. Disse Deus:





“E que surja de vós uma nação que recomende o bem, dite a retidão e proíba o ilícito. Esta será (uma nação) bem-aventurada.” 


(Alcorão Sagra do 3:104)





“Convoca (os humanos) à senda do teu Senhor com sabedoria e uma bela exortação; dialoga com eles de maneira benevolente, porque teu Senhor é o mais conhecedor de quem se desvia da Sua senda, assim como é o mais co nhecedor dos encaminhados.” 


(Alcorão Sagrado 16:125).





13-0 muçulmano acredita que na natureza humana, que Deus criou, há mais bem do que mal, e a probabilidade de transformação positiva é maior do que a probabilidade do fracasso sem esperança. Esta crença vem do fato de Deus ter encarregado o homem de certas tarefas e ter mandado Mensageiros com revelações para o guiarem. Se o homem fosse pela sua natureza um caso sem esperança de melhorar, como poderia Deus, na Sua sa bedoria absoluta, encarregá-lo de responsabilidades e exortá-lo a fazer ou evitar certas coisas? Como poderia Deus fazer tudo isso, se fosse em vão? O fato de Deus cuidar do homem e se preocupar com ele prova que o homem não é desamparado, nem irrecuperável, mas que Deus sabe apreciar o bem e vela pelo homem para que ele não caminhe no sentido contrário. Com toda a certeza, a firme Fé em Deus e a devida confiança no homem podem





fazer milagres, mesmo nos nossos dias. Para que isso se compreenda corre tamente, é preciso estudar os passos respectivos do Alcorão e refletir sobre o sentido deles



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