O Pecado Original
De acordo com Paulo, através de um homem (Adão), o pecado entrou no mundo. O pecado original é abrigado em cada descendente de Adão; toda a raça humana o herda desde o momento da concepção. “Sendo assim, como por meio da desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também, por intermédio da obediência de um único homem, muitos serão feitos justos.” (Romanos, 5:19) O pecado original significa que Deus nos condena por um pecado que nunca cometemos, e Ele o expiou sacrificando-Se pelo pecado pelo qual Ele originalmente nos condenou. Dizemos: Não há Pecado Original; Adão e Eva se arrependeram e foram perdoados. Deus é Perdoador e Misericordioso. “Então, Adão recebeu palavras de seu Senhor, e Ele Se voltou para ele, remindo-o. Por certo, Ele é O Remissório, O Misericordiador.” (Alcorão, 2:37) “O SENHOR é misericordioso e clemente, lento para a cólera, mas paciente e generoso em seu amor.” (Salmos, 103:8) “Dize: ‘Ó Meus servos, que vos excedestes em vosso próprio prejuízo, não vos desespereis da misericórdia de Deus. Por certo, Deus perdoa todos os delitos. Por certo, Ele é O Perdoador, O Misericordiador.’”
(Alcorão, 39:53)
O Pecado Original é uma inovação do século II
A doutrina do Pecado Original foi adotada no século II pela Igreja e baseia-se nos ensinamentos das Epístolas de Paulo. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por intermédio de Cristo Jesus, nosso Senhor!” (Romanos, 6:23) “Porquanto, o que primeiramente vos transmiti foi o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, conforme as Escrituras.” (1Coríntios, 15:3-4) O Antigo Testamento, que Jesus (PECE) foi enviado para cumprir, ensina que os seres humanos nascem livres de pecados. “O indivíduo que pecar, este morrerá! O filho não levará a culpa do pai, tampouco o pai será culpado pelo pecado do filho. Assim, a justiça do justo lhe será creditada, e a malignidade do ímpio lhe será devidamente cobrada com a vida.” (Ezequiel, 18:20) Quem então deu à Igreja do século II a autoridade para acrescentar a doutrina do Pecado Original?
Deus não deu a ninguém a autoridade para mudar a Sua Lei. Mesmo o próprio Jesus (PECE) não recebeu essa autoridade. “Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando.” (Deuteronómio, 4:2) “Pois Eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me deu ordens sobre o que Eu deveria dizer e o que proclamar.” (João, 12:49)
O pecado original não se baseia nos ensinamentos de Jesus
Jesus (PECE) nunca mencionou nada sobre o Pecado Original de Adão e Eva e ele nunca mencionou ter sido enviado para sofrer e morrer na cruz para redimir o nosso Pecado Original. Foi reivindicado que o seguinte versículo do Evangelho de João se refere ao Pecado Original e à redenção: “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha caminhando em sua direção, e disse: ‘Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!’.” (João, 1:29) No entanto, este versículo foi declarado por João e não por Jesus (PECE). Além disso, poderia ser entendido no sentido de que, como todos os profetas, Jesus (PECE) foi enviado para tirar os pecados das pessoas guiando-as para a Senda Reta de Deus. De acordo com essa Lei de Deus – que Jesus (PECE) foi enviado para cumprir – “O filho não levará a culpa do pai.” (Ezequiel, 18:20) Além disso, Jesus (PECE) enfatizou que, para que Deus nos perdoe, temos de perdoar os outros. “Mas, quando estiverdes orando, se tiverdes algum ressentimento contra alguma pessoa, perdoai-a, para que, igualmente, vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas.” (Marcos, 11:25) “Pois, se perdoardes aos homens as suas ofensas, assim também vosso Pai celeste vos perdoará.” (Mateus, 6:14) “…perdoai e sereis perdoados.” (Lucas, 6:37) Se nossos pecados já foram perdoados através da crucificação de Jesus (PECE), qual é o propósito de esperar ser perdoado por Deus?
Lições da parábola de Lázaro
Na parábola do homem rico e do pobre (Lucas, 16:19-31), Lázaro era um pobre coberto de feridas e ansiava por satisfazer sua fome com o que caía da mesa do homem rico. Quando eles morreram, o homem pobre foi levado pelos anjos para estar com Abraão no Paraíso e o homem rico foi atormentado no Inferno. O homem rico pediu a Abraão para ter misericórdia dele e para enviar Lázaro para que mergulhasse a ponta de seu dedo na água e refrescasse sua língua para aliviar sua agonia nas chamas do Inferno. Ele também pediu a Abraão para enviar Lázaro para avisar os seus cinco irmãos. Abraão respondeu, “‘Eles têm Moisés e os Profetas; que os ouçam!’. Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão! Se alguém dentre os mortos for ter com eles, certamente se arrependerão’. Abraão, concluindo, lhe afirmou: ‘Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se permitirão converter, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos!’” (Lucas 16:29-31) Observe que nesta parábola de Jesus (PECE) não há nenhuma sugestão do pecado original. Em vez disso, Jesus (PECE) ensina-nos que o critério mais importante é submetermo-nos à Lei de Deus. O homem rico e seus irmãos deveriam ter ouvido a Moisés e aos profetas (PECE) se quisessem ser admitidos no Paraíso. Por que foi dada essa parábola? Inequivocamente, Jesus quer que seus seguidores se comprometam com a lei de Deus, que ele foi enviado para cumprir. Ele está nos advertindo para não dar ouvidos a alguém como Paulo ou, posteriormente, a Igreja. A doutrina do Pecado Original, a mensagem básica da redenção em Cristo e o abandono da Lei de Deus – inventada por Paulo e propagada pela Igreja – não conduz ao Paraíso. Lázaro foi para o Paraíso porque obedeceu à Lei de Deus e o homem rico foi para o Inferno porque desobedeceu à Lei.
Nós nascemos inocentes
Todos os seres humanos são inocentes desde o nascimento e tornam-se pecaminosos somente quando conscientemente cometem um pecado. Todos nós temos a tendência de ser justos ou ímpios e fomos guiados através de Revelações aos profetas, como Moisés, Jesus e Muhammad (PECE). Somos nós que escolhemos ser agradecidos e guiados pela Lei de Deus revelada aos profetas para entrar no Paraíso ou desobedecer à Lei de Deus e ir para o Inferno. “E pela alma e por Quem a formou! Então, lhe inspirou sua impiedade e sua piedade! Com efeito, bem-aventurado é quem a dignifica. E, com efeito, malaventurado é quem a degrada.”
(Alcorão, 91:7-10)
Por certo, guiamo-lo ao caminho, fosse grato, fosse ingrato.”
(Alcorão, 76:3)
O pecado original contradiz a Graça de Deus
Segundo os estudiosos cristãos, a justiça de Deus exige que haja um pagamento da penalidade pelo pecado. Portanto, Jesus Cristo (PECE) foi oferecido como a expiação dos pecados para que tanto a justiça como o amor Figura 4: Uma citação do Papa Paulo II em seu livro “Cruzando o Limiar da Esperança”, Random House, Inc., Nova York, página 228, 1994. de Deus fossem mantidos. O Concílio de Florença (1442) afirmou que aqueles que morrem no Pecado Original vão para o inferno, mas com tortura desigual àqueles que morrem em pecado mortal. Pelo menos alguma forma desta doutrina do Pecado Original é ensinada em quase todas as principais igrejas. Os eruditos cristãos acreditam que fora da Igreja não há salvação, então aqueles que não são batizados, sejam adultos ou recém-nascidos, não desfrutarão da salvação. O Pecado Original significa que cada ser humano nascido herda automaticamente uma natureza pecaminosa no nascimento e a culpa do Pecado Original de Adão e Eva. Se isso fosse verdade, então todo bebê que morresse antes do batismo iria para o Inferno. Será isso justo, embora bebês ou crianças não tenham cometido pecados e não compreendam o que significa aceitar ou rejeitar Jesus (PECE) como salvador? Pelo contrário, Jesus (PECE) fez das crianças um exemplo de pureza. “E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles. E disse: ‘Com toda a certeza vos afirmo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus.’” (Mateus 18:2)
Porque alguns cristãos acham esta crueldade difícil de aceitar, os teólogos medievais desenvolveram uma teoria de que o inferno dos recém-nascidos é uma forma atenuada chamada “limbo”. No entanto, ainda, as crianças foram privadas do Céu. Além disso, o limbo das crianças não é considerado uma doutrina oficial da Igreja Católica e nem a Igreja Ortodoxa Oriental nem o protestantismo aceitam o conceito de limbo para bebês. Você acha justo os bebês que morrem sem terem sido batizados irem para o Inferno?
O Pecado Original é uma questão controversa
Tanto os católicos quanto os protestantes nas Tradições Ocidentais aceitam o Pecado Original baseado nos escritos de Agostinho de Hipona (354–430). Ambos os grupos acreditam que os bebês não batizados vão para o inferno. Em 2007, a Comissão Teológica Internacional publicou um relatório inovador, aprovado pelo Papa Bento XVI, no qual eles afirmam que existe a possibilidade de que bebês não batizados possam ir para o céu. Alguns estudiosos protestantes acreditam que aqueles que morreram como crentes antes da crucificação de Jesus (PECE) residem em um lugar chamado “Peito de Abraão”, que não é Céu nem Inferno. A maioria dos teólogos orientais rejeitou qualquer sugestão de que as crianças nascem contaminadas com pecado. A maioria dos cristãos ortodoxos nega que a humanidade tenha herdado a culpa de alguém. No entanto, eles acreditam que a humanidade carrega as consequências do Pecado Original e não a culpa pessoal associada a este pecado. A Igreja Ortodoxa Oriental enfatiza muito a ação do Cristo ressuscitado na libertação de Adão e Eva e outras figuras justas do Antigo Testamento, como Abraão e Davi, do Hades (Inferno). Pode-se concluir que o Pecado Original é uma inovação que não se baseia no Antigo Testamento e nunca foi mencionada por Jesus (PECE). Este contradiz a Paixão, Bondade, Justiça e Amor de Deus e é suficientemente cruel ao privar recém-nascidos não-batizados da Graça de Deus. Portanto, embora o Papa Paulo II fosse, supostamente, um dos defensores do Pecado Original, ele o denunciou.
Uma citação do Papa Paulo II em seu livro “Cruzando o Limiar da Esperança”, Random House, Inc., Nova York, página 228, 1994.