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emissão de licença, e quando emitem a licença, colocam obstáculos suficientes para inviabilizar a construção. Em nome da democracia, alguns países europeus aprovaram Leis que proíbem as mulheres muçulmanas de usarem


o véu em espaços públicos, alegando uma série de razões, entre elas, a de que não é aceitável cobrir rosto em espaços públicos, e assim por diante, e apesar de que alguns acham ser uma justificativa lógica, mas por outro lado, vemos os mesmos governos impondo aos motociclistas o uso de capacetes, cobrindo seus rostos nas ruas. Não seria conveniente para os motociclistas revelarem também seus rostos!? Da mesma forma que observamos muitas pessoas, nos muitos países europeus e do Leste Asiático, como China, Tailândia e etc, que preferem usar uma capa médica no rosto, porque se sentem protegidas contra vírus e doenças. E nunca ninguém fala ou comenta sobre esta matéria, que não é adequado cobrir o rosto em espaços públicos. Portanto, proibir as mulheres de se vestirem como querem e desejam constitui o desrespeito por suas escolhas, restrição das liberdades individuais e das crenças religiosas. Isso não significa que o fato de crer no que outro acredita você tem de impor para ele renunciar, muitos indianos usam turbantes pretos em suas cabeças e deixam o cabelo crescer sem cortá-lo, circulam livremente na Europa, exercem suas atividades nos setores públicos sem tirar os turbantes, e ninguém tem o direito de força-los a retirar ou raspar a cabeça, por discordar o uso de turbantes ou da extensão do cabelo deles. Em nome da democracia, num dos países desenvolvidos, um dos partidos da extrema direta venceu as eleições locais em várias cidades, e uma das suas primeiras decisões foi de impedir a prestação de serviços de comida Halal78 aos alunos muçulmanos,


78 A palavra “Halal” significa lícito, o mesmo que permitido. Alimentos designados “Halal” são aqueles, cujo consumo é permitido por Deus. No Sagrado Alcorão, Deus ordena aos muçulmanos e a toda humanidade a comer apenas alimentos “Halal”. Halal também é a base de tudo que é lícito, no social, nos atos praticados (conduta), na justiça, nas vestimentas, nas finanças, etc., é um sistema baseado em princípios e valores que beneficiam a humanidade. http://www.cibalhalal.com.br/


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em todas as escolas que se enquadram nas cidades onde o partido venceu, e obrigou as escolas a fornecer refeições que contêm carne de porco e de outros animais não abatidos de acordo com a Lei islâmica. Seria conveniente para eles se promulgassem Leis


que combateriam a corrupção e garantiriam a liberdade. Em nome da democracia, num dos países desenvolvidos, foi aprovada uma Lei que proíbe o abate em conformidade os princípios islâmicos, o que significa indisposição de muçulmanos de comer carne que não foi abatido de acordo com a Lei islâmica, e o objetivo é reprimir os muçulmanos a migrar para países que respeitam suas crenças. Os muçulmanos não podem consumir a carne de todo animal que tenha sido eletrocutado ou atingido na cabeça com um ferro até a morte ou enforcado ou estrangulado ou afogado.


Estes são alguns exemplos sobre a violência dos direitos da minoria pela maioria, até mesmo o direito de praticar livremente seus rituais religiosos sem qualquer perseguição ou assédio, ou o direito de escolher o tipo de roupa ou mesmo tipo de alimentação que desejam. Destes e de outros exemplos, é evidente que o sistema democrático ou secular, na prática, não podem coexistir. Relativamente às minorias, são vítimas de diferentes argumentos para dar explicação sobre o motivo de sua perseguição, e são acusados de não podem coexistir com outros sistemas. Diferentemente da Lei islâmica que integra as pessoas de religiões diferentes, que concedeu os direitos das minorias, os quais, não permitiu que estivessem no domínio da maioria. A Lei islâmica obriga que maioria garante a proteção desses direitos e não sejam desviados, mesmo que a opinião da maioria seja contraria, em caso, a opinião da maioria não é válida, porque contraria a Lei islâmica divina que garante os direitos de todos. Quem quiser mais detalhes sobre este assunto, há muitos livros que tratam sobre os direitos dos não-muçulmanos em países muçulmanos, pode consultar. Deus Todo-Poderoso diz: “E, se obedeces à maioria dos que estão na


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terra, descaminhar-te-ão do caminho de Allah. Não seguem senão conjeturas e nada fazem senão imposturar79”.


Nenhum sistema humano consegue alcançar a coexistência pacífica entre os povos, bem como a convivência pacífica dentro da própria sociedade, como conseguiu a Lei Islâmica, isto porque se trata de Leis e regulamentos divinos revelados pelo Criador dos seres humanos que melhor sabe o que serve para eles. Deus Todo-Poderoso diz: “Não saberá Ele a quem criou? E Ele é O Sutil, O Conhecedor80.


A opinião da Bíblia à democracia


A Bíblia revoga a democracia na totalidade, de acordo com a carta de Paulo aos Romanos. Cap, 13. V, 1/7. “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas”. “De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação”. “Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela”, “visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal”. “É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência”. “Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço”. “Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra.


79 Alcorão. Cap, 6. V, 116. Trad. Helmi Nasr


80 Alcorão. Cap, 67. V, 14. Trad. Helmi Nasr


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A Lei islâmica e a liberdade de expressão


A Lei islâmica instituiu a liberdade de expressão em conformidade com os regulamentos que organizam a sociedade e não a corrompem, que integram e estabelecem relações sociais entre os indivíduos, visando alcançar os objetivos comuns. Não uma liberdade desregrada, que destrói e não edifica, que corrompe e não beneficia, que cria hostilidade entre os membros da sociedade. É aquela liberdade que não infringe e nem viola os direitos dos outros. Deus Todo-Poderoso diz: “Ó vós que credes! Que um grupo não escarneça de outro grupo – quiçá, este seja melhor que aquele – nem mulheres de mulheres – quiçá, estas sejam melhores que aquelas – e não vos difameis, mutuamente, e não vos injurieis, com epítetos depreciativos. Que execrável a designação de ‘perversidade’, depois da fé! E os que se não arrependem, esses sãos os injustos81”.


Observamos, em muitos países que alegam a civilização, programas de crítica cômica repletos na mídia, humilhando seus críticos sem mínima consideração de seus sentimentos. A Lei Positiva considera essa maneira de escárnio, como liberdade de expressão. Em alguns países, tais programas, são politizados e nada tem que ver com a liberdade de expressão. Eles são financiados por entidades ou partidos políticos para enfraquecer seus adversários e causar a queda de sua popularidade.


Na Lei islâmica, a liberdade de opinião é regulada, se você ultrapassar os limites, significa infringir os direitos dos indivíduos ou da própria sociedade, por exemplo, a questão de escarniar Muhammad, o mensageiro de Deus, quais são os resultados desejados a partir disso ou quais são os ganhos que serão realizados a partir dessa prática? Isto não representa uma forma de promoção


81 Alcorão. Cap, 67. V, 14. Trad. Helmi Nasr


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de ódio entre os povos e mesmo entre aqueles que professam o Islã e os que não o professam no seio da mesma sociedade? Será que ofender os mortos e desrespeita-los é um manifesto civilizador antes de ser religioso? Acho que quem passar por isso, e um dos seus pais ou filhos ou até mesmo seu jogador ou artista favorito for vítima de insulto não ficaria de braços cruzados, mas sim lutaria para defendê-los por todos os meios, lembrando que os países que escarniam os profetas de Deus, sob a égide da liberdade de expressão, tem legislação que proíbe escárnio do presidente do país através de caricaturas ou outras formas, também sob a égide da liberdade de expressão.


O Islã proíbe ofender as crenças de outros, para evitar o levante e o extremismo na sociedade, por isso, os sábios devem dissuadir as práticas dos que tentam criar sedição e animosidades entre as pessoas, o que pode resultar em guerras devastadoras. Deus Todo-Poderoso diz: “E não injurieis os que eles invocam além de Allah: pois, eles injuriariam a Allah, por agressão, sem ciência. Assim, aformoseamos, para cada comunidade, suas obras; em seguida, seu retorno será a seu Senhor; então, informá-los-á do que faziam82”.


Note-se que a questão de zombaria a profeta Muhammad “que a paz e bênção de Deus estejam com ele” não é uma prática nova ou que emerge da modernidade, ela começou desde o momento que anunciou o inicio do sua missão profética, seus inimigos acusavam-no de mentiroso, adivinho, poeta e louco. O Alcorão Sagrado sublinha o seguinte “E, em verdade, sabemos que teu peito se constrange com o que dizem”. “Então, glorifica, com louvor, a teu Senhor e se dos que se prosternam”. “E adora teu Senhor, até chegar-te a certeza83” (ou seja, a morte).


A restrição da liberdade de expressão não se observa apenas na Lei islâmica, outras sociedades a restringem também de acordo com suas crenças e interesses. Grã-Bretanha, por exemplo, proibiu


82Alcorão. Cap, 6. V, 108. Trad. Helmi Nasr


83 Alcorão. Cap, 15. V, 97/99. Trad. Helmi Nasr


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a circulação de um filme sobre Jesus Cristo - que a paz de Deus esteja com ele - sob o pretexto de que a religião cristã é um dos sistemas públicos que deve ser respeitado. E vários países restringem a liberdade de expressão dos seus membros caso mexam com os judeus ou duvidem em Holocausto, quem assim se manifestar é acusado por antissemitismo e punível com prisão.


A Lei islâmica proporcionou um ambiente favorável à liberdade que ordena o bem e proíbe o mal, concedendo a cada indivíduo o direito de participar e expressar sua opinião sobre questões da sociedade. A orientação divina estabeleceu ambiente de negociação e conselho entre os muçulmanos, Deus Todo-Poderoso diz: “E, por uma misericórdia de Allah, tu, Muhammad, te tornaste dócil para eles. E, se houvesses sido ríspido e duro de coração, eles se haveriam debandado de teu redor. Então, indulta-os e implora perdão para eles. E, se decidires algo, confia em Allah. Por certo, Allah ama os confiantes nEle84”.


Exige que a liberdade de opinião seja responsável é uma subsidiária para ser capaz de distinguir entre o certo e o errado, de acordo com Abdullah Ibn Masoud - que Allah esteja satisfeito com ele – “Não sejam indiferentes (em opinião) dizendo, se as pessoas forem bondosas também seremos e se praticarem injustiça também seguiremos, mas pratiquei a bondade quanto as pessoas assim forem, e não sejam injustos quando elas forem corruptas", Sunan Tirmidhi.


Esta liberdade não é uma teoria ou um monopólio de uma categoria sobre outra categoria, mas sim é direito de todos, em conformidade com os regulamentos legais islâmicos, efetivados pelo mensageiro enviado como misericórdia para a humanidade e para que sua nação aplicasse depois dele. Abu Sa'id Al-Khudri conta que: “um beduíno árabe, credor do Profeta – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – veio cobrar seu direito de uma forma coercitiva e disse para o Profeta: envergonhar-te-ei caso não


84 Alcorão. Cap, 3. V, 159. Trad. Helmi Nasr


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me pague. Os companheiros do profeta repreenderam o beduíno e disseram: Ai de você, sabe com quem está falando? O beduíno respondeu: estou cobrando meu direito! O Profeta disse (para seus companheiros): espero que estejam ao lado de quem tem direito. Depois disse a Khaulat Qaisse, se você tem tâmaras, empreste-nos até que chegue a nossa para ressarcir. Ela respondeu: Sim, ó profeta de Deus. O profeta emprestou dela, pagou o beduíno e alimentou-o e este disse: você (profeta) foi honesto, que Deus observe Sua promessa para com você. O profeta disse: esses são as melhores pessoas, porém, certamente quando uma nação é santificada os fracos não conseguem seus direitos sem violência85”.


Os companheiros do profeta seguiram suas práticas exemplares. Quando Abu Bakr foi eleito para o califado - que Deus esteja satisfeito com ele – subiu no púlpito e fez um sermão que engendrava a competência geral da liderança no islã, o que nenhuma sociedade conseguiu alcançar à luz da legislação humana que está sujeita aos caprichos, das reformas políticas e econômicas. Abu Bakr disse: Ó povo, fui eleito para a liderança mas não o melhor que vocês, me ajudem caso eu estiver no caminho certo, e me corrigem caso eu seguir o caminho errado. Sigam-me enquanto eu estiver na obediência de Deus e caso eu desobedecer a Deus, vocês não têm direito de me seguirem. Certamente o mais fraco entre vocês, é o mais forte para mim, até que eu o faça honrar os direitos. E o mais fraco dentre vocês, é o mais forte para mim, até que eu garanta o direito dele. Assim profiro rogando a Deus o perdão para mim e para vocês86.


Liberdade de expressão religiosa


85 Confirmado por Al-Albani, do livro de ibn Maajah, e do Sahihel jaami. N.1857


86 Cf. Vestigios (kitaab Áthaar) de Ibn Baarisse. Ver também em: Biografia do Profeta Muhammad, por IBN Hishám.


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A Lei islâmica instituiu garantias a liberdade religiosa para os não-muçulmanos, entre os judeus e cristãos, sem perseguição, ninguém é forçado a deixar sua religião e se converter ao Islã. Deus Todo-Poderoso disse “Não há compulsão na religião! Com efeito, distingue-se a retidão da depravação87”. Enquanto a história nos revela as perseguições praticadas por seitas cristãs, umas contra as outras por causa de diferenças de crença.


A liberdade de expressão científica


A Lei islâmica instituiu a liberdade de expressão na ciência e na aprendizagem. Prestigiou o lugar dos estudiosos, enquanto a história nos revela o conflito violento entre a Igreja, a ciência e cientistas, conduziu a inibição da liberdade de expressão científica.


A Lei islâmica tornou obrigatório, a todo muçulmano, a busca do conhecimento e aprendizagem. O profeta Muhammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “a busca do conhecimento é uma obrigação de todo muçulmano”. Narrado por Abu Dawoud e Ibn Maajah.


A Lei islâmica elevou o status dos peritos. Deus Todo-Poderoso diz: “Allah elevará, em escalões, os que crêem dentre vós, e àqueles aos quais é concedida a ciência. E Allah, do que fazeis, é Conhecedor88.


A liberdade de expressão na Bíblia


Como vimos na carta de Paulo aos Romanos (13/1), sua carta aniquilou todos os significados da democracia e da liberdade de


87 Alcorão. Cap, 2. V, 256. Trad. Helmi Nasr


88 Alcorão. Cap, 58. V, 11. Trad. Helmi Nasr


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expressão, e estabeleceu normas de ditadura, autoritarismo e submissão absoluta à Sultanato.


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Capitulo VI


A Jihad na Lei islâmica O estado do mundo, época pré-islâmica e pós-surgimento do islã Povos submetidos à religião de seus reis Impulsão ao cristianismo pela espada A Jihad e a garantia da liberdade da religiosidade Cartas do profeta Muhammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – em defesa de cristãos A Jihad no islã e suas divisões


1. Fases da Jihad Necessária


2. Interdições da Jihad


3. Objetivos da Jihad


4. O alvo da Jihad


5. Regras da Jihad Será toda guerra protagonizada por muçulmanos é Jihad A guerra santa A diferença entre Jihad e guerra A Jihad na Bíblia


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A Jihad 89 na Lei islâmica


Não será suficiente abordar tudo sobre a definição de jihad, suas causas, seus objetivos e sua moralidade neste capítulo, mas vamos discutir de uma maneira sucinta, a fim de dar ao leitor uma breve ideia sobre o tema da jihad pela causa de Deus, no qual, os oponentes da Lei de Deus encontraram espaço para distorcer a Lei islâmica e intimidar as pessoas, o que será aclarado durante a nossa abordagem e que ela, certamente é a misericórdia para toda a humanidade.


O estado do mundo, na época pré-islâmica e pós-surgimento do islã


Quem lê a historia da humanidade e das civilizações, observa que a terra era uma massa queimada por guerras alimentadas por dinheiro e homens. Quantas cidades ficaram ruinadas, crise econômica, viúvas, órfãos e violência de direitos humanos de milhares de pessoas que são vítimas normalmente em todo lugar? No continente europeu, nenhum país tinha estabilidade das suas fronteiras num período curto de tempo. As fronteiras sofriam, geograficamente alterações por conta de batalhas que sucediam, tanto na parte norte, sul, oriente ou ocidental. A guerra entre países nunca tinha trégua pelo menos em um dia. Eram Estados dominados que pagavam tributo e dominadores que recebiam o tributo, e era sabido que a imposição de pagamento do tributo condicionava a existência ou inexistência do Estado dominado, sendo que o cancelamento do pagamento ao Estado dominante presumia declaração de guerra.


89 Terminologia árabe que significa: esforço


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Povos submetidos à religião de seus reis


A situação religiosa dos povos, na época pré-islâmica, estava ligada a crença de seus reis, por exemplo, no Império Bizantino, nenhum cidadão se atrevia em abraçar a religião masdeísta do Império Persa, caso o fizesse, era considerado um traidor do imperador e condenado à morte e crucificação por ter abraçado a religião de inimigos, e vice-versa. Pior ainda, foram as guerras entre diversas seitas cristãs por causa das divergências de crença, e a titulo de exemplo, o Império Romano perseguiu os coptas egípcios por professarem o cristianismo, enquanto a religião oficial do Império era o paganismo. Depois de o Império Romano ter abraçado e oficializado a religião cristã, prosseguiu com as perseguições e massacres contra cristãos egípcios por causa de diferenças de identidade.


Impulsão ao cristianismo pela espada


No Império Romano, os cristãos constituíam um pequeno grupo oprimido, mas com conversão do Constantino I ao cristianismo, esta religião se fortaleceu e se tornou a oficial do Império Romano, em seguida, o cenário mudou, começa a perseguição contra todos os pagãos e a destruição de seus templos ou conversão a igrejas, mas também foram perseguidos os cristãos de outras seitas. Por exemplo: Durante o reinado de Teodósio I, o cristianismo foi declarado a única religião aceita dentro do Império Romano. Foi incendiada a Biblioteca de Alexandria, sob o pretexto de conter livros da idolatria, e abolidos os Jogos Olímpicos na Grécia, com o argumento de que eram hábitos pagãos. Em 772 d.C, o rei Carlos Magno combateu os Saxônios por 33 anos para impor o seu cristianismo pela espada, e dentre os


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crimes perpetrados por ele, o massacre de Verdun90 e de 4.500 prisioneiros Saxônios, por terem se recusado a se converter ao cristianismo. Quando o exército de Carlos Magno se ausentou, os Saxônios se vingaram, queimando igrejas e matando padres. Em


resposta, Carlos Magno promulgou uma lei que autorizava matar qualquer Saxônio que recusasse se converter ao cristianismo91. Entre 1929 e 1945, o movimento revolucionário croata92 massacrou os sérvios ortodoxos e os forçou a se converter ao catolicismo, deixando centenas de milhares de vítimas sérvias. Crianças roubadas ou gerações roubadas entre 1909 e 1970 - o governo australiano e a Igreja australiana usaram a força para tirar as crianças de seus pais indígenas, mantendo-as longe deles a fim de convertê-las forçosamente ao cristianismo. Em 2007, o Papa pediu desculpas ao povo latino-americano pelos massacres, perseguição e sofrimento, perpetrados durante as campanhas de cristianização forçada pelos colonizadores espanhóis93. Entre os séculos XVI e XVII, os colonizadores Portugueses perseguiram, torturam e massacraram a povos indígenas de Goa (cidade indiana) que se recusavam a se converter ao cristianismo, o poder colonial destruiu mais de 300 templos hindus, bem como a proibição de padres para os hindus, para não ler seus livros sagrados budistas e a punição dos infratores. Forçavam as crianças com mais de 15 anos a ouvir as pregações cristas. Impuseram a língua Portuguesa na população hindu e proibiram o uso das línguas nativas.


Este é apenas um breve resumo sobre a imposição do cristianismo sobre as pessoas através da espada e sua perseguição contra professantes de outras religiões, além das guerras que eclodiram entre seitas cristãs, católicos, protestantes e ortodoxos


90 Verden, 782 d.C.


91 Capitulatio de partibus Saxoniae


92 Ustaša, Croatian Revolutionary Movement.


93 http://www.nytimes.com/2007/05/24/world/americas/24pope.html?_r=0


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devido à diferença nos credos e a perseguição de uns aos outros, são os exemplos que ilustram a extensão do ódio entre as denominações cristãs: O massacre contra os católicos cátaros na região de Languedoc, no sul da França ,de 1209 a 1229, onde o Papa Inocêncio III declarou uma guerra cruzada contra a seita cátaro com objetivo de erradica-la, o que levou ao massacre de um milhão de vítimas durante os 20 anos de guerra contra eles. O primeiro destes massacres foi o de Béziers Cidade em 1209, onde foram mortos todos os habitantes daquela cidade e queimaram toda a cidade após um bloqueio a redor94. Massacre na cidade de Mirandul, em 1545 na França, onde milhares de cristãos da seita Waldensiana foram mortos nas mãos dos católicos95. Massacre de Toulouse, França, em 1562, onde 5.000 protestantes foram assassinados por católicos e expulsos da cidade96. Massacre de Vassi, França, em 1562 por católicos contra protestantes, oito guerras religiosas devastaram as cidades francesas contra os protestantes. Massacre durante a celebração festival de Saint Michael em Nîmes, França em 1567 onde os protestantes massacraram os católicos da cidade, entre as vítimas 24 padres católicos, em resposta à perseguição dos católicos contra eles. Massacre de Bartholomew, França em 1572, onde 30 mil protestantes foram assassinados pelos católicos. Muitos massacres de protestantes contra católicos, e vice-versa, durante onze anos de guerra entre católicos irlandeses e os


94 Albigensian Crusade or Cathar Crusade (1209–1229), Catharism, Pope Innocent III, Massacre at Béziers 1209.


95 Massacre of Mérindol (1545), Waldensians.


96 Riots of Toulouse 1562.


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parlamentares britânicos e os protestantes escandinavos da Irlanda97 (1641-1652). Massacres e perseguições contra milhares da seita Renovação de batismo (anabatistas), por ambos, católicos e


protestantes, entre 1525 e 1660 que levou à migração de um grande número de adeptos da seita ao continente norte-americano. Em 1656 Makarios III, Patriarca de Antioquia escreveu sobre os massacres de católicos poloneses contra os cristãos, seguidores da Igreja Ortodoxa Grega, salientando que o número de pessoas mortas nesses massacres variou entre setenta e oitenta mil.


Esta é uma fracção do iceberg prolífico de guerras e conflitos, massacres e perseguições praticadas por seguidores da religião cristã contra o outro, depois desta abordagem, vamos apresentar sobre a Jihad no Islã, para que deixemos evidencias aos sensatos que ela constitui misericórdia para a humanidade e não como é imaginado por aqueles que beberam dos meios de comunicação tendenciosa e politizada.


A Jihad e a garantia da liberdade da religiosidade


A fim de sabermos o quanto o Islã garante a liberdade da religiosidade, devemos conhecer os verdadeiros objetivos da Jihad para aclararmos a imagem. Iniciamos a análise gradualmente do sentido da palavra Jihad. Ela tem dois sentidos: Jihad geral e particular.


1. Jihad geral divide-se em duas partes:


 Jihad da alma: auto esforço para aprender a religião, pratica-la, divulga-la com paciência da violência externa, assim como esforçar-se na abstinência do ilícito e prática do bem de


97 Albigensian Crusade or Cathar Crusade (1209–1229), Catharism, Pope Innocent III, Massacre at Béziers 1209.


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acordo com a capacidade e possibilidade na busca do prazer de Deus. O Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele - disse, “A verdadeira Jihad é o auto combate pela causa de Deus Todo-Poderoso98”.


 Jihad contra o diabo: lutar com confiança contra as tentações do diabo, quando joga dúvidas para minar a fé da pessoa. Ter paciência do que o diabo joga em tentações de desejos e corrupção. Deus Todo-Poderoso diz, “E, se, em verdade, alguma instigação de Satã te instiga, procura refugio em Allah. Por certo, Ele é O Oniouvinte, O Onisciente99”.


E a Jihad geral é a verdadeira Jihad, que exige do ser humano, permanentemente se esforçar contra si mesmo e contra o diabo. Esta é a obrigação do muçulmano durante toda sua vida. Assim como constitui Jihad todo tipo de boa prática de um muçulmano que visa agradar a Deus, incluindo:


 Peregrinação à Casa de Deus é Jihad, pois implica enfrentar dificuldades e pacientar o sofrimento e fazer dispêndio da fortuna pela causa de Deus. Segundo Aisha – que Deus esteja satisfeito com ela – disse: “Eu disse: Ó Mensageiro de Deus, vemos a Jihad sendo o melhor trabalho, podemos fazer?” Ele disse: "Mas a melhor Jihad é a peregrinação aceita". Narrado por Bukhari.


 Proferir verdade: disse o Profeta Muhammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele - “A melhor jihad é a palavra da justiça diante um governante injusto ou emir injusto100”.


 Divulgar o Islã aos não-muçulmanos, convida-los ao Islã por meio de conhecimento, bom argumento e Alcorão, com paciência aos que desmentem a palavra. Tudo isto constitui Jihad, Deus Todo-Poderoso diz: “E, se quiséssemos, haveríamos enviado a cada cidade um admoestador”. “então, não obedeças aos


98 Cf. Sahih Ibn Hibban, e Saheeh Abi Dawoud, n.2258.


99 Alcorão. Cap, 41. V, 36. Trad. Helmi Nasr


100 Cf. Saheeh Abi Dawoud


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renegadores da fé, Muhammad, e, com ele101, luta contra eles vigorosamente102”.


 Promoção da virtude e prevenção do abominável constitui Jihad e é o método dos Mensageiros de Deus e seus apóstolos


depois deles, o Mensageiro de Deus– que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Nenhum mensageiro enviado por Deus, antes de mim, que não tivera, da sua comunidade, apóstolos e companheiros que seguiam e aplicavam sua tradição. Então, depois deles, vieram outras gerações que falam o que não praticam e praticam o que não lhes foi ordenado, quem enfrenta-los com a mão é crente, quem enfrenta-los com a língua é crente, quem enfrenta-los com o coração é crente, e não tem menor grau de fé aquele que não abominar com seu coração”. Narrado por Muslim.


 Ser bondoso para com as pessoas, não causa-las danos, introduzi-las a felicidade e pacientar das suas moléstias constitui Jihad, o Mensageiro de Deus– que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “O tutelar da viúva e dos pobres é igual àquele que faz Jihad pela causa de Deus ou àquele que pernoita rezando ou àquele que jejua o dia”. Narrado por Bukhari.


 Viajar na busca do conhecimento constitui Jihad, o Mensageiro de Deus– que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Àquele que sair em busca da ciência permanece no caminho de Deus até que volte". Narrado por Tirmidhi.


 Transmitir conhecimento constitui também Jihad. o Mensageiro de Deus– que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “Quem chegar a esta minha mesquita com a intenção de aprender o bem e transmiti-lo (a outrem), está na categoria de quem faz Jihad pela causa de Deus, e quem chegar com outra intenção é como um homem que fica observando a fortuna alheia103”.


 A benevolência para com os pais constitui Jihad. Um homem foi ter com Profeta de Deus - que a paz e bênção de Deus estejam com ele – pedindo sua autorização para ir fazer Jihad pela causa de Deus. O Profeta perguntou-o: Seus pais estão vivos? O


101 Ele: o Alcorao


102 Alcorão. Cap, 25. V, 51/52. Trad. Helmi Nasr


103 Cf. livro Saheeh Ibn Maajah


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homem respondeu: Sim. O Profeta disse: “cuide deles, é Jihad”. Compilado por Bukhari.


 A responsabilidade, a fidelidade e preservação da confiança na prestação de serviço às pessoas ou a comunidade


constitui Jihad, o Profeta Muhammad - que a paz e bênção de Deus estejam com ele - disse: "O servidor que toma o seu direito e concede o direito de outrem, permanece na categoria de quem está fazendo Jihad pela causa de Deus até que ele retorne à sua casa", narrado por Tabarani e confirmado por Al-Albani.


2. A Jihad particular (jihad por defesa e por necessidade). Deus Todo-Poderoso diz: “E por que razão não combateis no caminho de Allah e pela salvação dos indefesos, dentre os homens e as mulheres e as crianças, os quais dizem: Senhor nosso! Faze-nos sair desta cidade, cujo habitantes são injustos; e faze-nos de Tua parte, um protetor e faze-nos, de Tua parte, um socorredor104”.


A Jihad particular se divide em duas partes:


 Jihad por defesa (parte I): tem duas subdivisões


1. Jihad externa: lutar contra a injustiça e combater qualquer agressor do território muçulmano, ou da sua honra, ou propriedade ou religião, e este é um direito legítimo para todos os povos. No entanto, o islã proíbe guerras que visam interesses mundanos como a prevalência de influências, uso da força para dominar e guerra de retaliação.


2. Jihad interna: que são dois tipos:


 Jihad individual: implica autodefesa ou defesa a uma vítima contra um ladrão ou assassino ou agressor, o que exige o uso da mão ou afastamento e impedimento da ação do agressor. Em caso de incapacidade, recorre o uso da língua ou o coração, demonstrando sua denuncia contra a prática do agressor e este


104 Alcorão. Cap, 4. V, 75. Trad. Helmi Nasr


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último é de extrema importância porque reaviva a rejeição da injustiça nos corações. O profeta Muhammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele disse: “Quem dentre vós presenciar uma má ação, que a mude com as suas mãos; se não puder, que o faça


com suas palavras; se também não puder, que o faça com o coração, sendo que esta é a mostra mais débil da fé”. Compilado por Muslim.


 Jihad coletiva: consiste em combater contra grupo de muçulmanos transgressores até que voltem a verdade. Deus Todo-Poderoso diz: “E, se duas facções dos crentes pelejam, reconciliai-as. E, se uma delas comete transgressão contra a outra, combatei a que transgrede, até que ela volte para a ordem de Allah. Então, se ela volta, reconciliai-as, com a justiça, e sede equânimes. Por certo, Allah ama os equânimes105”.


Este é significado do dito do Profeta “socorra seu irmão injusto ou injustiçado” dissemos: ó Profeta de Deus, socorremos o injustiçado e como o faremos ao injusto? O Profeta respondeu: “impedir que ele não faça a injustiça é um socorro para ele”. Compilado por Bukhari, Ahmad e Tirmidhi.


 Jihad Necessária


A fim de percebermos o que é a Jihad Necessária vamos abordar sobre algumas cartas do Profeta – que a paz e bênção de Deus estejam com ele - endereçadas a Hercules, imperador bizantino e ao Cyrus, governador de Alexandria, para que possamos observar os fatos de maneira profunda e não somente como noticias.


Cartas do profeta Muhammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – em defesa de cristãos:


O profeta Muhammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – criticou a injustiça dos cristãos contra outros cristãos e a auto injustiça por associarem parceria a Deus, por isso escreveu carta a Hercules romano com o seguinte conteúdo: “Em nome de


105 Alcorão. Cap, 49. V, 9.


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Deus, o Clemente, o Misericordioso. De Muhammad mensageiro de Deus a Hercules imperador romano. Paz àquele que seguiu a orientação: Eu te endereço o convite do islã, abrace o islã e estarás salvo, segue o islã e Deus dobrará a tua recompensa, se tu rejeitares carregarás as iniquidades dos arianos106. E Deus diz “Ó seguidores do Livro107 vinde a uma palavra igual entre nós e vós, não adoremos senão a Allah, e nada Lhe associemos e não tomemos uns aos outros por senhores, além de Allah. E, se voltarem as costas, dizei: testemunhai que somos moslimes108”. Compilado por Muslim.


Escreveu também a Cyrus, governador de Alexandria com os seguintes dizeres: “Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso. De Muhammad mensageiro de Deus a Cyrus, grande copta. Paz àquele que seguiu a orientação: Eu te endereço o convite do islã, abrace o islã e estarás salvo, segue o islã e Deus dobrará a tua recompensa, se tu rejeitares carregarás as iniquidades dos coptas109”.


O Mensageiro de Deus – que a paz e bênção de Deus estejam com ele - apontou nas suas cartas e admoestou Hércules e Cyrus sobre os massacres perpetrados contra a comunidade dos arianos e dos coptas no Egito. Vale ressaltar que os arianos não representam apenas uma comunidade porque toda a Europa era dominada pelo arianismo. Segundo o pastor Jerome "o mundo acordou suspirando para se tornar ariano!!


Mas muitos tentam ocultar essas atrocidades cometidas contra arianos, e, talvez, querem deseja se informar mais pode consultar os livros que relatam algumas dessas atrocidades contra eles.


106 Cristãos seguidores do padre Ário


107 Os judeus e os cristaos, que seguem respetivamente, a Tora e o Evangelho.


108 Alcorão. Cap, 3. V, 64. Trad. Helmi Nasr


109 Cf. zaadul Maad. N. 603/3


101


Como mencionamos anteriormente, que a regra aplicada na antiguidade, quase em todo mundo consistia em “o povo submisso à religião dos reis e não era permitido a ninguém seguir outra religião que achasse convincente”. Por isso, a Jihad Necessária é aquela em que os militantes muçulmanos saem para divulgar a mensagem do islã aos povos, defendendo a palavra de Deus e evitando que os governantes impõem sua religião nas pessoas para impedir que elas abracem o Islã. Sobre esta matéria, apresentaremos a baixo, mais detalhes. Este tipo de jihad difere com a mencionada anteriormente na sequencia. Não se começa com a mão e, em seguida, com a língua e o coração, mas sim com a lingueta e, em seguida, com a mão. Neste tipo de Jihad condiciona-se a autorização do líder dos muçulmanos. Sheikh Muhammad Ibn Uthaymeen - que Deus tenha misericórdia dele – disse “não é permissível a invasão do exército sem a autorização do líder, não importa o que for, porque a batalha e a jihad são responsabilidades das lideranças e não dos indivíduos, pois os membros da sociedade são seguidores dos que detêm a solução e o acordo. Não sendo permissível a ninguém batalhar sem autorização do líder exceto em casos de auto defesa, se forem surpreendidos por inimigo devem então se defenderem contra a morte. Não é permissível porque é uma questão restrita ao líder e qualquer invasão sem sua autorização é considerado atentado contra ele e transgressão das suas ordens, e se fosse permissível para as pessoas invadirem sem a permissão do líder, a questão conduziria a um caos, e qualquer que desejasse, montava seu cavalo e invadia. Por isso se as pessoas tivessem essas possibilidades haveria muita destruição110”.


Sheikh Muhammad Ibn Uthaymeen menciona ainda outro requisito importante para a demanda da Jihad, que é ter a capacidade “é preciso preencher uma condição, que é, os muçulmanos devem ter a capacidade e força que lhes possibilitem a enfrentar a batalha, na ausência dessa capacidade, se conduzirão a destruição. Por esta razão Deus não permitiu aos muçulmanos, a


110 Livro Al-sharhe al-mumtiu (22/8)


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batalharem quando estavam na cidade da Meca, porque eles eram incapazes e fracos, mas quando emigraram para a cidade Mediana e formaram o Estado islâmico e se tornaram uma força, Deus ordenou-lhes a batalha, por isso deve ser observada esta condição, e sem ela, não há obrigatoriedade para eles, de tal forma acontece em relação a todas outras obrigações, porque são funções que exigem a capacidade111”


Fases da Jihad Necessária


esta Jihad compreende três fases que exigem a ordem corrente.


1. O Convite: o líder muçulmano envia carta de convite a um determinado rei para este abraçar o islã. E o rei tem o livre arbítrio em aceitar ou não.


2. O Tributo: é um sistema global desde os tempos antigos até a atualidade, simboliza a dominação ou código de apaziguamento (conciliação e acordo) e a paz. Todos os países do mundo se encontravam numa das duas posições, Estado destinatário do tributo ou Estado contribuinte. O cancelamento do tributo por parte do Estado contribuinte significava rejeição da dominação ou rompimento de acordos e preparação para conduzir guerra contra o Estado dominador. O sistema de tributo continua até hoje, e o mundo está divido de acordo com diversas alianças, onde cada uma das grandes potências está configurando alianças internacionais com os Estados menores oferecendo-os apoio politico ou militar. Em retorno, as grandes potências, recebem benefícios financeiros e os recursos privados, como por exemplo, a concessão de exploração de porto marítimo no território nacional para o estabelecimento de base militar de um dos países das grandes potências mundiais, ou esta potência obtém os produtos de outros países como o diamante ou urânio ou ferro ou petróleo a


111 Livro Al-sharhe al-mumtiu (7/8)


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preços baixos, ou consegue concessão especial para o investimento econômico privado, e etc., tudo isso em nome de amizade, apoio político e militar. Se por caso qualquer outro pais provocar um dos países aliados as grandes potências mundiais,


estas intervêm militarmente em defesa do aliado, o que é conhecido como sistema de tributo.


O rei convidado a abraçar o islã tem o direito de recusar o convite e manter o seu poder, não pode ser atacado ou deposto por ninguém, mas é requerido para que ele pague um tributo monetário em compensação da proteção que ele goza por parte do Estado islâmico, uma vez que as fronteiras do seu território separam do Estado islâmico, e esta é a aliança vigente no mundo como mencionamos anteriormente, o que garante a eles não atacar o Estado islâmico e no caso de eles forem atacados por inimigo, os muçulmanos devem apoia-los e lutar contra o agressor.


Deve estar alertado que a aceitação de um rei para prestar um tributo não significa a liberdade para ele fazer o que quiser com seu povo, escravizando-o, oprimindo-o e impondo sua religião no povo, alias, não deve combater o islã nem seus seguidores, assim como não colocar oposição entre os defensores de muçulmanos e seu povo, mas permitir que as pessoas sejam convidadas a religião, quem quiser ou não aceitar a mensagem, dentre os judeus e os cristãos, tem todo direito de permanecer com a sua religião. Deus Todo-Poderoso diz: “E dize: A verdade emana de vosso Senhor. Então, quem quiser que creia, e quem quiser que renegue a Fé. Por certo, preparamos para os injustos um Fogo, cujo paredão de labaredas os abarcará...112”.


3. O Combate: em caso de o rei rejeitar o convite de abraçar o islã, pagar o tributo e subjugar seu povo, daí que se pode permitir a intervenção dos muçulmanos contra ele e seus militares combatentes, salvo o povo que não tem relação com o cenário, por isso, em caso de combate não se pode matar inocentes ou violar as


112 Alcorão. Cap, 18. V, 29


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mulheres ou crianças ou idosos ou monges (cristãos ou judeus) ou os pacifistas de um modo geral.


Interdições da Jihad


há aspectos que impedem a Jihad Necessária.


 Incapacidade dos muçulmanos para conduzir uma batalha por conta da fraqueza militar ou redução numérica.


 Na existência de um contrato ou tratado com infiéis, deve ser cumprido, e este é o cenário atual, a maioria dos países no mundo estabelecem este tipo de aliança com outros.


 Se houver um interesse evidente mesmo com a capacidade para conduzir uma batalha como aconteceu na batalha de Al-hudaibyah.


Objetivos da Jihad


Muitas vezes, em alguns meios de comunicação, que só transmitem o tóxico e as mentiras visando atingir determinadas agendas políticas, reportam sempre que a jihad tem o proposito de conquistar o mundo sob um governo, o que não constitui verdade e contraria a palavra de Deus que diz: “E, se teu Senhor quisesse, haveria feito dos homens uma so comunidade. Mas eles não cessam de ser discrepantes”. “Exceto os de quem teu Senhor tem misericórdia. E, por isso, Ele os criou. E a palavra de teu Senhor completar-se-á; Em verdade, encherei a Geena de jinns e de homens, de todos eles113”.


Os verdadeiros objetivos da Jihad estão evidenciados na palavra de Deus Todo-Poderoso “É permitido o combate aos que são combatidos, porque sofreram injustiça. – E, por certo, Allah, sobre


113 Alcorão. Cap, 11. V, 118/119


105


seu socorro, é Onipotente”. “Esses são os que, sem razão, foram expulsos de seus lares, apenas porque disseram: Nosso Senhor é Allah. E se Allah não detivesse os homens uns pelos outros, estariam demolidos eremitérios e igrejas e sinagogas e mesquitas, em que o nome de Allah é amiúde mencionado. E, em verdade, Allah socorre a quem O socorre. Por certo, Allah é Forte, Todo-Poderoso”. “esses são os que, se os empossamos na terra, cumprem a oração e concedem az-zakah, e ordenam o conveniente e coíbem o reprovável. E de Allah é o fim de todas as determinações114”.


Assim, observamos que o objetivo da jihad é defender a verdade, a religião e combater a injustiça onde os muçulmanos, cristãos e judeus sãos os beneficiados, e não apenas os muçulmanos. Se Deus não tivesse instituído o combate contra a injustiça e a falsidade, se exterminaria a verdade e se destruiria a terra, lugares de adoração dentre Silos, Igrejas, Sinagogas e Mesquitas. E observamos, nestes versículos, os resultados da Jihad ou o que se deve fazer depois dela, por parte daqueles que detêm a verdade em relação aos da falsidade e injustiça. O versículo indica que os militantes condutores da Jihad devem observar os objetivos que tem como foco estabelecer a justa reforma e não a corrupção, estabelecer a oração sem soberba na terra, tirarem da sua fortuna a caridade ajudando os necessitados entre os pobres, são impedidos de se apossarem das propriedades das pessoas e que devem ordenar a prática do bem e coibir o mal.


O grupo alvo da Jihad


Se a Jihad consiste em defender a verdade, proclamar a palavra de Deus e proteger os fracos, então, qual é o grupo alvo? Deus deixa bem claro sobre o grupo alvo da Jihad. Deus Todo-Poderoso


114 Alcorão. Cap, 22. V, 39/41


106


diz: “Allah não vos coíbe de serdes blandiciosos e equânimes para com os que não vos combateram, na religião, e não vos fizeram sair de vossos lares. Por certo, Allah ama os equânimes”. “Apenas, Allah coíbe-vos de serdes aliados aos que vos combateram, na religião vos fizeram sair de vossos lares, e auxiliaram expulsar-vos. E quem se alia a eles, esses são os injustos115.


Segundo Ibn Abbas, Os politeístas representavam duas posições diante do Profeta Muhammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele - e dos fiéis: primeiro, eles eram idolatras combatentes de guerra, que lutavam contra os fiéis e vice-versa, e, segundo, eram idolatras compromissados por um acordo, que nenhum de ambos combatia o outro. Narrado por Bukhari. O Profeta Muhammad – que a paz e bênção de Deus estejam com ele – disse: “quem assassinar um promissor em Deus e em Seu Mensageiro, não sentirá o aroma do paraíso que a fragrância pode ser detectado a uma distância de setenta anos”. Compilado por Ibn Maajah. E disse também que “quem matar uma alma promissora em Deus e em Sem Mensageiro traiu, certamente, o pacto de Deus, por isso não sentirá o aroma do paraíso que a fragrância pode ser detectado a uma distância de setenta anos”. Narrado por Tirmidhi. E num outro dito profético disse: “Certamente, vocês conquistarão o Egito, terra denominada quilate (nome de um tipo de moeda corrente no Egito), quando conquistarem-no sejam bondosos para seus habitantes, certamente, eles são compromissados e benevolentes”. Compilado por Muslim.


Vamos agora analisar o que revelam os próprios livros dos cristãos em relação à extensão da tolerância e de não-perseguição de muçulmanos contra eles. De acordo com o "Livro de


115 Alcorão. Cap, 60. V, 8/9



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