Meu Grande Amor Por Jesus Me Conduziu Ao Islam
Simon Alfredo Caraballo
A.Maria.A
Tradução e adaptação:
Dr. José Geraldo Lemes Valladão Neto (Youssef)
Prof. Nazem Muhammad Abdouni
Equipe Luz do Islam
Supervisão:
Sheikh Zakaria Osman Abbas
Meu Grande Amor Por Jesus M e Conduziu Ao Islam
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Termos islâmicos utilizados no livro
Subhanahu Wata’ala
Termo utilizado após a citação de Allah (Deus), que significa: Exaltado e Altíssimo seja.
Salah Allahu Alaihi Wassalam
Termo utilizado após a citação do Profeta Muhammad (Maomé), que significa: que Allah o abençoe e lhe dê a paz.
Alaihi Assalam
Termo utilizado após a citação dos profetas ou anjos, que significa: que a paz esteja com ele.
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Meu Grande Amor Por Jesus Me Conduziu Ao Islam
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1 – Introdução
Nasci católico e, como tal, fui educado na crença de que o
catolicismo era a única religião verdadeira, que o judaísmo era apenas
uma introdução ao cristianismo e que qualquer outra religião era
falsa. Ouvi falar do Islam pela primeira vez somente em 1978. Soube
então, que os muçulmanos acreditam na origem divina do
cristianismo e judaísmo e que o Alcorão afirma que ao longo da
história Deus (Allah ) enviou profetas e mensageiros a diferentes
partes do mundo para guiar os seres humanos ao bom caminho.
Para implantar o cristianismo, profundamente, na consciência,
a igreja católica se serve de um plano que, quando executado o mais
cedo na infância, assegura com toda probabilidade que sua influência
se estenderá por muito tempo. O plano discorre em suas linhas
mestras em torno da vida e pessoa de Jesus , desde seu suposto
nascimento, em dezembro, até sua suposta crucificação na Semana
Santa. No entanto, tudo isso não era conhecido até séculos depois,
como era desejado, pois não foi revelado por Deus e sim inventado
pelos homens.
Seguindo uma tradição venezuelana, eu esperava que Jesus
aparecesse na noite de natal com os presentes que eu havia pedido em
minha carta anual. Pertencendo a uma família pobre e tendo vários
irmãos, achava muito difícil para o “menino Jesus” trazer os presentes
que eu havia pedido. Eu me perguntava desconcertado: como Jesus
poderia ser incapaz de me trazer um simples triciclo, já que tinha
realizado tantos milagres conforme me ensinaram nas aulas de
catecismo? Por acaso, trazer-me um triciclo não seria mais simples do
que ressuscitar os mortos? E assim, por muitos anos eu perguntava.
Conforme a Semana Santa se aproximava, só assistíamos na
televisão histórias da paixão e morte de Jesus. Morria de vontade de
entrar na televisão para ajudá-lo de alguma forma. Pedia a Deus
(Allah ) ajudá-lo e não deixar seu “filho” ser crucificado. No fim,
incapaz de suportar, escondia-me e chorava (porque “homens não
choram”). Na verdade, eu não compreendia porque tal brutalidade
fora cometida contra um homem tão bom. Ainda que traumatizantes,
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aquelas experiências fizeram nascer em mim a chama de um amor
vivo por tão grande profeta. Entretanto, para outras crianças, receber
os presentes pedidos no natal pode ter sido o motivo pelo qual
aprenderam amar Jesus .
Por fim, se o objetivo da Igreja é despertar nos homens a
veneração a Jesus, não há dúvida que no meu caso conseguiram.
Aprendi a amar Jesus mais do que a meus próprios pais. Mas, ainda
muito criança, comecei a questionar o seu poder divino. Eu acreditava
que Deus (Allah ) podia fazer tudo o que quisesse. É o Criador do
universo todo: a Terra, o sol, a lua, as estrelas e os seres humanos.
Então: por que Ele não salvou Jesus? Certa vez, disposto a resolver o
paradoxo, subi num muro no fundo de nossa casa e ali me dirigi
diretamente a Ele. “Deus meu, exclamei, vou me jogar deste muro. Se
és tão poderoso, se nada escapa da Tua vontade, me faz voar. Se não
o fizer, deixarei de acreditar em Teu poder, porque tão pouco pôde
salvar Jesus”. Felizmente o muro não era tão alto. E cada tentativa de
voar me convencia cada vez mais que Deus não era tão poderoso.
Que infantilidade, não é?
Quando comecei os estudos no ginásio, meus pais me
permitiram trabalhar e acompanhar a muitos lugares um velho
fotógrafo. Descobri que meu amigo fotógrafo tinha fama de bruxo.
Onde quer que atendêssemos, as clientes lhe pediam que previsse
seus futuros. Ele, então, acendia um charuto e à medida que as cinzas
caiam iam revelando seus futuros. Outras vezes, hipnotizava as
pessoas para descobrir seus segredos mais íntimos.
Todas essas experiências foram armazenadas no meu
subconsciente numa idade muito precoce. Nesse período, meus pais
estavam frequentando um centro de parapsicologia. Acompanhei-os
em várias ocasiões e, ali, fui me familiarizando com a meditação, os
espíritos e as possessões demoníacas, a assim chamada “comunicação
dos mortos com os vivos”1 etc.
1 Na realidade, os mortos não se comunicam com os vivos. Só os demônios
imitam as vozes dos mortos para assim serem escutados. Só a súplica a Deus
(Allah ), a recitação do Alcorão e as súplicas do Profeta Muhammad (Zikr)
têm um enorme poder para expulsar os espíritos malignos e curar todos os
possuídos. Trata-se de algo que qualquer muçulmano pode realizar. Mas quem
pretende invocar outra divindade além de Deus (Allah ) ou usar a Bíblia
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Ali aprendi também a rezar, duas vezes por dia, em um
pequeno altar que meu pai havia construído com muito cuidado e
dedicação. Meu pai possuía um livro que lia com frequência,
intitulado “A vida de Jesus ditada por ele mesmo”. Em uma das
reuniões, a pessoa que conduzia a sessão preparou um talismã da
sorte. Segundo ele, haveria de me proteger de todo o mal, se o levasse
sempre comigo.
Enquanto isso, continuava refletindo sobre a crucificação de
Jesus . Meu pai me disse que, de acordo com o livro que tanto lhe
agradava, Jesus afirmava que ele próprio tinha viajado por lugares
muito distantes de Jerusalém, o que me devolveu, de certa forma, o
otimismo, entretanto, eu não conseguia entender como ele próprio
havia ditado sua autobiografia.
Quando me formei no colégio, ofereceram-me uma bolsa para
estudar engenharia nos EUA, aceitei com muita alegria.
Antes da minha viagem para os Estados Unidos, em 1977, passei uma
experiência que me deixou em um impacto negativo no que diz
respeito à minha crença no cristianismo. O fato foi que vi dois
homens cristãos simulando ajudar um homem que sofria de um
ataque epiléptico na rua, e depois de terem terminado sua investida de
tentar simular uma ajuda, levaram o dinheiro do homem.
Apesar de ações individuais não poderem ser contadas como
evidências da validade de uma religião ou não, as atitudes deles não
representam essa classe de pessoas chamadas de Povo do Livro
(judeus e cristãos) como descritos no Alcorão Sagrado, surata Ál
Imran versículo 75 (''e dentre os seguidores do Livro, há quem, se
lhes confiares um quintal de ouro restitui-lo á''), quer dizer que a
atitude correta seria preservar o homem e seu dinheiro2.
para expulsar os espíritos, nada mais está fazendo senão cooperar com os
demônios que pretende exorcizar ou utilizar uns demônios para expulsar outros.
2 Alguns textos bíblicos proíbem explicitamente o roubo e outros atos de
maldade, como nos mandamentos: “Então falou Deus todas estas palavras,
dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da
servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de
escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo
na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as
servirás; porque eu, o Senhor teu Deus... Não tomarás o nome do Senhor teu
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Esse acontecimento me deixou bastante abalado em vê-los (os cristãos) agindo dessa forma.
Talvez, para algumas pessoas pareça um evento insignificante, mas, para mim, que havia testemunhado meu pai punir severamente meu irmão quando trouxe para casa vinte e cinco centavos de bolívar sem lhe fornecer uma explicação satisfatória sobre a origem do dinheiro,o assunto não era fútil.
2 – Minha experiência nos Estados Unidos da América
Em 1977 cheguei aos Estados Unidos para começar meus estudos universitários. Comecei numa escola para aprender inglês onde conheci pessoas de diferentes origens e religiões. Nessa escola de Seattle, Washington, dividi uma moradia com um saudita que fazia seu mestrado. Creio que se chamava Fouad. Certo dia, ele me perguntou se havia problema em rezar em casa e eu respondi que não. Fiquei surpreso, pois era a primeira vez que via um muçulmano rezar. Antes de iniciar a oração ele lavou suas mãos e enxaguou sua boca. A seguir, lavou seu rosto e os antebraços3 na pequena pia de nossa casa. Também foi a
Deus em vão... Honra o teu pai e a tua mãe... Não matarás. Não adulterarás. Não furtarás. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” (Êxodo 20:1-5, 20:7, 20:12-17). Esse texto é uma parte da Bíblia que está de acordo com o Alcorão, no entanto, o seu impacto nas pessoas está desaparecendo devido à existência de outros textos na Bíblia que o contradiz ou desmente. A revelação do Alcorão Sagrado, o último livro de Deus (Allah
), foi uma amostra de Sua misericórdia. O Alcorão é, para todo muçulmano, o mediador de qualquer uma das escrituras sagradas.
3 O Islam atribui grande importância a tudo relacionado à limpeza. Por exemplo, além do ritual da ablução (wudhu) para validez da oração, são requisitos imprescindíveis a limpeza das vestimentas, do corpo e do lugar onde se ora. A ablução também é recomendada antes da recitação do Alcorão e antes de dormir. O banho completo deixando a água escorrer por todo o corpo é uma obrigação após a relação sexual; é um ato louvável antes de participar da oração da sexta-feira (Salat Jum'a). Outros atos, como lavar a boca, escovar os dentes,
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primeira vez que vi alguém lavar seus pés numa pia. Fiquei encantado
observando a sequência dos movimentos ao orar. Levantava-se,
ajoelhava-se e, finalmente, prostrava-se encostando a testa no chão. Nós,
na igreja, só ajoelhamos e rezamos. Mas Fouad o fez diferente. Pouco
tempo depois ele se mudou e não voltei a ver um muçulmano orar
durante meses.
Durante os intervalos entre as aulas de inglês, os estudantes de
vários países aproveitavam para conversar. Lembro-me claramente que
uma daquelas conversas foi sobre a origem das religiões. Chegado um
momento dessa discussão comentei: “Vocês rezam dessa maneira, pois, é
assim que faziam seus antepassados”. Depois, acrescentei que os seus
antepassados adoravam o sol, a lua e as estrelas, e que tais tradições
haviam sido transmitidas, de geração em geração, até hoje. Começava
assim a duvidar sobre a origem da fé em Deus (Allah ), ainda que
minhas profundas raízes cristãs, não me permitiram cair no ateísmo.
Um dia fui visitar uma mesquita e vi muitas pessoas orando da
mesma maneira que Fouad. Mesmo o piso estando frio, todos
permaneciam sentados e isso me animou a sentar-me e ouvir o que o
Imam tinha a dizer. Ele se chamava Jamil Abdul-Razzaq, era Iraquiano e
falava em inglês sobre a calúnia. Lembro-me que sua voz era poderosa e
cheia de paixão. Observava os assistentes como se soubesse que algum
deles era um caluniador, mas não queria apontá-lo diretamente. Sem
dúvida queria que todos os caluniadores se sentissem culpados por igual.
Nesse mesmo dia, recebi um pacote com publicações sobre
diversos temas. Entre elas havia uma que abordava o estudo comparativo
entre o Islam e o Cristianismo. Levei muito tempo para lê-los, afinal eu
era apenas um calouro da Oklahoma State University. Foi através desse
estudo que aprendi que o Islam e a mensagem de Jesus foram
revelações divinas. Jesus disse que a mensagem não era dele, mas sim de
Deus: “Porque eu não falei por minha própria autoridade, mas o Pai que
me enviou deu-me um comando sobre o que eu deveria dizer e o que eu
deveria falar”. (João 12:49). Da mesma forma, a revelação que o Profeta
Muhammad (o enviado de Deus) transmitiu a toda humanidade também
cortar as unhas, remover os pêlos pubianos e das axilas, aparar o bigode, usar
perfume, não sujar lugares ou móveis públicos e não contaminar águas,
caminhos e lugares de sombra ou reunião, são pontos vivamente recomendados
pelo Islam e são atos de culto que aproximam o homem de Deus (Allah ):
Nenhuma religião pode competir com o Islam no quesito limpeza e purificação
do corpo e da alma.
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foi enviada por Deus, através do Anjo Gabriel: “Certamente (este
Alcorão), é uma revelação do Senhor do Universo. Com ele
desceu o Espírito Fiel, para o teu coração, para que sejas um
dos admoestadores”. (Alcorão 26:192-194).
Portanto, a autenticidade de cada religião e da sua origem divina
depende fundamentalmente da precisão com que a revelação original de
Deus (Allah ) foi preservada e transmitida com exatidão para a
humanidade. Por outro lado, uma religião será perversa na medida em
que aquilo que foi revelado aos profetas não tenha sido transmitido de
maneira fidedigna. Se algo foi omitido ou trocado, é quase certo que a
essência da mensagem original se tenha perdido para sempre. Portanto,
se queremos ser justos e objetivos em nossas avaliações, devemos
determinar até que ponto os Evangelhos e o Alcorão foram mantidos
livres de adulterações, acréscimos ou supressões. Já que o objetivo é
transmitir a verdade ao estimado leitor e considerando que, às vezes, um
relato pessoal de sucesso não atrai algumas pessoas, o que apresentamos
nesse livro é uma breve comparação entre o cristianismo e o Islam, as
duas mais influentes religiões no mundo com o maior número de
seguidores de todas as raças e nações. Depois disso, continuarei narrando
acontecimentos de minha experiência pessoal. Esse é o nosso propósito
principal com este livro. Por isso, leitor, se você busca a verdade, espero
que Deus o ilumine, através dele.
3 – Os Evangelhos
Os quatro Evangelhos conhecidos como de Mateus, Marcos,
Lucas e João são encontrados no Novo Testamento da Bíblia. Eles
foram escritos entre 70 e 115 d.C. (décadas depois da partida de
Jesus) e estão baseados em documentos dos quais não há nenhum
rastro. O Evangelho segundo Marcos foi o primeiro escrito em Roma,
pelo menos 40 anos depois da partida de Jesus . O Evangelho
segundo Mateus foi escrito em grego aproximadamente em 90 d.C. O
Evangelho segundo Lucas foi escrito, também em grego, por volta do
ano 80 d.C. Esses três Evangelhos são conhecidos como “Evangelhos
Sinópticos” porque foram originados dos mesmos documentos
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perdidos a que nos referimos antes. O Evangelho segundo João4, no
entanto, é profundamente diferente dos anteriores. É nesse
Evangelho, escrito entre 110 e 115 dC, que a divindade e
preexistência de Jesus foram afirmadas, embora Jesus jamais tenha
dito nada parecido.
Os Evangelhos foram escritos depois da divisão dos
discípulos em diferentes tendências para dar suporte teórico às
necessidades práticas da comunidade. Embora, procurassem baseá-los
em relatos transmitidos pela tradição, o certo é que, servindo aos
interesses particulares de seus autores, não se empenharam em manter
a mensagem original livre de adições, cortes e manipulações. O
Alcorão o afirma claramente e hoje, quatorze séculos depois, um
grande número de teólogos cristãos assim o reconhece.
Cabe ressaltar que esses quatro citados não foram os únicos
evangelhos compostos nos séculos seguintes à partida de Jesus. Havia
outros como: o Evangelho de Jacó, o de Pedro, o de Tomé, o de
Felipe e o de Barnabé, entre outros. O Evangelho dos hebreus, por
exemplo, composto na mesma língua falada por Jesus e pelos
habitantes de Nazaré, nega a divindade de Jesus e o considera um
grande profeta de Deus (Allah ), não mais que isso. Nos
quatrocentos anos que seguiram à partida de Jesus, os Evangelhos
segundo Marcos, Mateus, Lucas e João foram incluídos no texto
principal que compõe o corpo da Bíblia. A Igreja os declarou
canônicos e os restantes heréticos. Desde então, esses quatro
Evangelhos foram considerados a “Palavra de Deus”, mesmo assim,
4 Por certo que João não se contava entre os discípulos de Jesus . Segundo a
Enciclopédia Britânica: “O Evangelho segundo São João é definitiva e
indubitavelmente uma invenção” ("the Gospel according to John is definitely
and undoubtedly a fabrication"). Por outro lado, a introdução da Bíblia católica
afirma com toda força que com o passar dos séculos os copistas foram
agregando às Sagradas Escrituras passagens que não formavam originalmente as
mesmas e que, em consequência disso, chegaram à tipografia manuscritos
repletos de todo o tipo de corrupção. Do mesmo modo, na introdução da edição
revisada da King James Bible, obra coletiva de trinta e dois teólogos cristãos,
ratificada por cinquenta órgãos de consulta, lemos: “Ainda essa edição da King
James tem graves defeitos... e esses defeitos são tantos e muito graves...” ("Yet,
the King James Version has grave defects … and these defects are so many and
so serious…").
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isso não foi obstáculo para que continuassem fazendo alterações.
Como resultado, os Evangelhos canônicos se encontram modificados.
É evidente: Como se explica que duas a cada três edições são
diferentes e contraditórias às anteriores?
Entre os muitos fatores a serem considerados na análise do
grau da autenticidade e fidelidade da mensagem original dos quatro
Evangelhos canônicos se encontram os seguintes:
1 – Não existe nenhum rastro do evangelho original revelado
por Deus (Allah ) a Jesus , mencionado tanto no Alcorão como
nos evangelhos conservados5;
2 – Perdidas foram as primeiras compilações dos
ensinamentos de Jesus, registradas por escrito, muito pouco tempo
depois de sua ascensão aos céus;
3 – Os evangelhos, que foram escritos entre 70 e 115 anos
depois dos acontecimentos, se baseiam em documentos perdidos cujo
conteúdo foi submetido a notáveis manipulações;
4 – Nenhum dos autores dos evangelhos conhecidos viu Jesus,
ouviu de viva voz suas palavras ou foi testemunha ocular do que foi
narrado;
5 – Os evangelhos foram escritos na língua grega, enquanto
Jesus falava aramaico;
6 – Os evangelhos e a maioria das epístolas que hoje
conhecemos foram sancionados no século IV d.C. (concretamente no
ano 325), por uma minoria do Concílio de Nicéia. Antes do ano 325
d.C., os evangelhos, sem qualquer autoridade canônica, foram
alterados por copistas de diferentes seitas e pequenos grupos cristãos
de acordo com seus interesses e caprichos pessoais.
7 – A maioria dos textos que integram o que hoje conhecemos
como os evangelhos, deve-se aos escritos de Paulo e seus discípulos.
Paulo, que nunca viu ou ouviu Jesus falar, foi um inimigo declarado
5 Deus (Allah ) disse: “...enviamos Jesus, filho de Maria, corroborando a
Torá que o precedeu e lhe concedemos o Evangelho, que encerra orientação
e luz, corroborante do que foi revelado na Torá e exortação aos tementes”
(Alcorão 5:46). E em Marcos 14:9 lemos: “Em verdade vos digo que, em todas
as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será
contado para sua memória”. Em verdade, quem quiser conhecer os verdadeiros
ensinamentos de Jesus deverá recorrer ao Alcorão.
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da mensagem de Jesus, cujos discípulos ele assassinava, aprisionava
em masmorras (Atos 8:3 e 9:1-2) e os forçava a caluniar contra Jesus
(Atos 26:11). Entretanto, após sua conversão, “procurava se unir aos
discípulos, mas todos o temiam não acreditando que ele fosse um
discípulo, até que Barnabé o levou aos apóstolos” (Atos 9:26-27).
Depois de ter assegurado que Jesus lhe aparecera e lhe falara no
caminho de Damasco (Atos 9:3-8), mesmo que não tivesse nenhuma
testemunha ou prova de qualquer tipo6, converteu-se em porta voz
oficial de Jesus da noite para o dia, aquele que o Messias havia
designado para pregar ao mundo: uma designação, por certo, que,
sequer, tinha prova (Atos 9:3-6)7. Paulo começou a acusar os
discípulos e aqueles que “não acreditavam nele como discípulo” de
andarem errado na fé (Timóteo 6:20-21). Até de Barnabé, que havia
sido tão bom para ele, disse: “foi induzido a usar da mesma
dissimulação” (Gálatas 2:13). Para completar o círculo, Paulo deu a si
mesmo o direito de propagar idéias contrárias aos ensinamentos de
Jesus, que não viera, senão, para completar as leis divinas (Atos 21:20
e Romanos 7:6)8. Inclusive: “E quando Paulo queria ir ao povo, os
6 Para efeito, Paulo não teria mais provas de seu testemunho, que de acordo com
a própria Bíblia não é válido: “Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho
não é verdadeiro” (João 5:31). Em outra parte sua versão cai em contradição.
Assim lemos em Atos 9:7: “E os homens, que iam com ele, pararam
espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém”, entretanto, em Atos 22:9:
“E os que estavam comigo viram, em verdade, a luz, e se atemorizaram muito,
mas não ouviram a voz daquele que falava comigo”. E assim obteve Paulo o
que antes não conseguira com a força.
7 Lemos na Epístola 1 de João 4:1: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas
provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm
levantado no mundo”. Paulo ainda chegou a confessar ter mentido em sua
pregação: “Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para
glória sua, por que sou eu ainda julgado também como pecador?”(Romanos 3:7).
8 “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas
cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem nem
um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”. (Mateus 5:17-
18). Paulo fez tudo que estava ao seu alcance para atrair quantos seguidores
fosse possível, inclusive se para isso tivesse que ir contra os verdadeiros
ensinamentos de Jesus ou prejudicá-los, pois, devemos salientar que nunca o
Messias consentiu que a vaidade se sobrepusesse à verdade. Em Coríntios
9:19-23, Paulo confessa: “Porque, sendo livre com todos, fiz-me servo de todos
para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os
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discípulos não permitiram” (Atos 19:30), não surpreende, pois, que
afirmava que: “Todos os da Ásia se afastaram de mim”. (2 Timóteo
1:15) e “Ninguém me assistiu em minha primeira defesa, antes todos
me desampararam”. (2 Timóteo 4:16);
8 – Os mais antigos manuscritos bíblicos conservados são o
Codex Vaticanus, o Codex Sinaiticus e o Codex Alexandrinus, todos
eles fechados entre o século IV e V d.C. Não é possível estabelecer,
com exatidão, as trocas introduzidas nos evangelhos antes disso,
sempre levando em conta, por suposto, que a linguagem dos
evangelhos era o grego, enquanto Jesus falava o aramaico;
9 – As discrepâncias que se observam nos manuscritos
conservados dos séculos 4 e 5 d.C. são muito notáveis em diversos
pontos9;
10 – Os evangelhos e as epístolas contêm muitos erros e
contradições10. Além do mais, não existe um nexo entre os mesmos e
seus autores;
Com tudo isso, dispomos de provas mais que suficientes para
assegurar de maneira categórica que o Evangelho original de Jesus
, tal e como foi revelado por Deus (Allah ), não é o que chegou
até nós. Desta forma, pode-se concluir que os quatro Evangelhos e as
epístolas que hoje chamamos de Bíblia não podem ser considerados
similares ou equivalentes ao Evangelho revelado por Deus a Jesus.
judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para
ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse
sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo),
para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para
ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a
salvar alguns. E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também
participante dele”
9 Certos teólogos cristãos demonstram com satisfação a existência de centenas
de manuscritos diferentes dos evangelhos. Mas qual o valor deles se não há
entre eles dois que sejam iguais?
10 Os inúmeros erros contidos na Bíblia levaram Robert Kehl Zeller em sua
obra: "A autenticidade da Bíblia Sagrada", sustentar com a maior contundência
que não há livro na história da humanidade que tenha sido objeto de tanta
alteração e manipulação. Isso contrasta com a opinião de William Muir sobre o
Alcorão (Ver as legendas 11 e 12).
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Para melhorar essa demonstração, seguem os seguintes
exemplos:
A moderna doutrina cristã se baseia no Novo Testamento.
Porém o Novo Testamento tem sido submetido a tantas mudanças que
praticamente não há uma edição nova que seja igual à anterior. Além
disso, trata-se de mudanças tão substanciais que afetam as raízes
verdadeiras da doutrina cristã. Por exemplo, as duas únicas
referências evangélicas à ascensão de Jesus aos céus foram
suprimidas. Concretamente nos referimos às seguintes passagens de
Marcos e Lucas: “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi
recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus” (Marcos 16:19) e
“E aconteceu que, abençoando-os ele, apartou-se deles e foi elevado
ao céu”. (Lucas 24:51).
O versículo de Marcos foi simplesmente removido com todo o
seu contexto. O de Lucas, se não desapareceu totalmente, ficou da
seguinte maneira: “E aconteceu que, abençoando-os, apartou-se
deles”, de onde as palavras “e foi elevado ao céu” evaporaram.
Vejamos alguns outros exemplos. Em Mateus 16:27-28
lemos: “ Porque o filho do homem virá na glória de seu Pai, com os
seus anjos; então, retribuirá a cada um conforme as suas obras. Em
verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que de maneira
nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do homem
no seu reino”. Evidentemente a profecia nunca se cumpriu. Devemos,
portanto, concluir que se trata de um erro de Mateus, pois, caso
contrário, seria um mero engano de Jesus e o Messias, como
verdadeiro profeta de Deus, não cometeria enganos.
Porém, Mateus se contradiz completamente na mesma página.
Assim, referindo à opinião que Pedro merecia do Messias, põe em
seus lábios “E Jesus, respondendo, disse-lhe: bem-aventurado és tu,
Simão Barjonas, porque tu não revelaste a carne e o sangue... Pois
também eu te digo que tu és Pedro... E eu te darei as chaves do reino
dos céus, tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, tudo o que
desligares na terra será desligado nos céus”. (Mateus 16:17-19).
Entretanto, apenas uns versículos mais abaixo (Mateus 16:23) lemos:
“Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: para trás de mim, Satanás,
que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que
são de Deus, mas só as que são dos homens”.
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Pensemos, agora, nos fatos relativos à suposta crucificação de
Jesus . Os evangelhos se contradizem neste ponto de maneira
flagrante e do princípio ao fim. Assim, Mateus 27:44 diz: “E o mesmo
lhe lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam
crucificados”. No entanto, não há dúvida que os ladrões estão
insultando Jesus . Entretanto, em Lucas 23:39-40 lemos: “E um
dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: se
tu és Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós. Respondendo, porém, o
outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na
mesma condenação”? De onde tão pouco cabe dúvida de que um dos
ladrões o insulta, enquanto o outro o defende.
Enfim, os erros e contradições são inúmeros. E não são
somente encontrados no Novo Testamento, mas também no Antigo
Testamento11. Por exemplo, em 2 Reis 8:26 lemos: “Era Acazias de
vinte e dois anos de idade quando começou a reinar”, o que contradiz
2 Crônicas 22:2, que afirma: “Era da idade de quarenta e dois anos
quando começou a reinar”. Outro exemplo é 2 Reis 24:8: “Tinha
Joaquim dezoito anos de idade quando começou a reinar e reinou
três meses em Jerusalém”, enquanto em 2 Crônicas 36:9 lemos:
“Tinha Joaquim a idade de dezoito anos, quando começou a reinar e
reinou três meses e dez dias em Jerusalém”.
Em outro, 2 Samuel 6:23, afirma: “E Mical, a filha de Saul,
não teve filhos, até o dia da sua morte”, o que contradiz 2 Samuel
21:8: “Mas tomou o rei os dois filhos de Rispa, filha de Aia, que
tinha tido de Saul, a Armoni e a Mefibosete; como também os cinco
filhos da irmã de Mical, filha de Saul, que tivera de Adriel, filho de
Barzilai, Meolatita”. Mical morreu sem filhos ou deu a luz a cinco?
Para resolver a incongruência o nome Mical, que aparece tanto na
King James como na New World Translation das Testemunhas de
Jeová, tem sido substituído na New American Version de 1973 pelo
de Merab.
Também, o Antigo e o Novo testamento se contradizem; por
exemplo, no que diz respeito ao ver Deus (Allah ). Assim,
segundo João 1:18: “Deus nunca foi visto por alguém”, o que se
confirma na Epístola 1 de João 4:12, no entanto é completamente
contradito em Gênesis 32:30, de onde Jacó afirma ter visto Deus
11 O mesmo Concílio Vaticano II (1962-65) admitiu a existência de erros no
Antigo Testamento.
Meu Grande Amor Por Jesus Me Conduziu Ao Islam
07
cara a cara: “tenho visto a Deus face-a-face e a minha alma foi
salva”; Êxodo 33:11, diz que o Senhor falou a Moisés cara a cara
como quem mantém uma amigável conversa com um amigo e,
também, Êxodo 24:9-11: “E subiram Moisés e Arão, ... mas viram a
Deus, comeram e beberam”.
E outro exemplo mais. Em João 3:13 lemos: “Ora ninguém
subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está
no céu”. Porém Gênesis 5:24 afirma: “E andou Enoque com Deus; e
não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou” e 2 Reis 2:1:
“Sucedeu que, quando o Senhor estava para elevar a Elias num
redemoinho ao céu”. Esclarecemos o assunto: Então, só Jesus
subiu ao céu, ou Enoque e Elias também?
Tudo isso sem contar que existem inúmeras versões diferentes
do Antigo Testamento: a hebraica, a grega, conhecida como
Septuaginta e a samaritana, por exemplo. Sem contar, que uma boa
parte dos verdadeiros autores dos livros que compõem o Antigo
Testamento nos é completamente desconhecida. Assim se confirma,
sem estender mais, a introdução da versão francesa da Bíblia, em que
lemos: “Os diferentes livros que compõem a Bíblia são obra, em sua
maioria, de autores reconhecidos como a voz de Deus entre os seus,
porém muitos dos quais permanecem no anonimato”.
O Islam, em uma postura rigorosamente justa, mantém que na
Bíblia se mesclam verdade e falsidade e o critério para distinguir
ambas não é outra coisa senão o Alcorão Sagrado e a Sunna do
Profeta Muhammad . Em definitivo, quando a Bíblia está de acordo
com o Alcorão e a Sunna, será tida como certa. E ao contrário,
quando não estiver de acordo, será tida falsa. Se a Bíblia, por último,
cita algo que nem o Alcorão e nem a Sunna menciona, então não
acreditamos e nem desacreditamos. Crer plenamente na mensagem
original revelada por Deus (Allah ) a Abraão , Moisés ,
David , Jesus ou a qualquer outro profeta, que a paz esteja com
todos eles, é parte substancial da fé e sem essa crença não se é
muçulmano.
Meu Grande Amor Por Jesus Me Conduziu Ao Islam
08
4 – A autenticidade do Alcorão
O Alcorão, a última revelação de Deus (Allah ) para a
humanidade, mantém-se inalterado e isento de alterações humanas há
mais de 1400 anos12. Esta mensagem de Deus foi revelada ao Profeta
Muhammad durante vinte e três anos, de maneira segmentada, de
modo que em cada revelação lhe era dado um ou vários versículos
(Ayat) de maior ou menor tamanho. Cada vez que o Profeta
Muhammad recebia uma dessas revelações, recitava a seus
discípulos ou companheiros, que a colecionavam por escrito e a
memorizavam. Além disso, o Profeta indicava para seus escribas o
local exato onde cada versículo deveria ser colocado no corpo do
texto. Dessa maneira, centenas de seguidores do Profeta
escreveram ou memorizaram todo o Alcorão, enquanto o Profeta
ainda vivia. Após sua morte, Abu Bakr, o primeiro califa, atribuiu à
Zaid Ibn Sábit a responsabilidade de compilá-lo em um só volume em
uma obra única. Mais tarde, seguindo as ordens do terceiro califa,
Utman Ibn Affan, foram preparadas seis cópias para serem enviadas
aos principais centros do mundo islâmico.
A existência do Alcorão na sua forma original em árabe,
língua viva e ainda usada; a existência de milhões de pessoas que o
memorizaram de maneira escrupulosa e exata nos quatro cantos do
mundo e a perfeita coincidência de todas as suas cópias e manuscritos
são provas contundentes da autenticidade da última revelação enviada
por Deus (Allah ) à humanidade.
12 Em sua obra: "A Vida de Muhammad", William Muir, um escritor não
muçulmano, afirma: “Provavelmente não há outro livro no mundo que tenha
permanecido intacto por doze séculos”. A orientalista italiana Laura Veccia
Vaglieri disse em seu livro: "Apologia do Islam": “Ainda nos resta outro indício
da divindade do Alcorão: ao longo dos séculos, o seu texto permaneceu
preservado desde o tempo de sua revelação até os nossos dias e assim será, se
Deus quiser, sempre e enquanto durar o universo” (Página 58) e: “Mostro meu
apreço por esse poderoso livro que não sofreu nenhuma falsificação tanto por
seus defensores quanto por seus inimigos, nem por intelectuais e nem por
analfabetos, não se enfraqueceu no tempo e seu estado hoje segue intacto igual
aquele do primeiro dia de sua revelação ao Profeta fiel, o último dos enviados”.
(Página 133).
Meu Grande Amor Por Jesus Me Conduziu Ao Islam
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O Alcorão, todo ele, em forma e sentido, letra e espírito, sem
nenhuma adição sequer, é a palavra de Deus. Se Deus ordenava ao
Profeta Muhammad : “Dize: Ele é Deus, o Único”, o Profeta não
podia senão repetir da maneira como era mandado, incluindo o verbo
no imperativo “Dize”, que se mantém no livro. Para evitar confusões,
as narrações proféticas (Hadice), que configuram a Sunna e são a
segunda fonte do Islam, nas quais só o sentido foi revelado por Deus
e não a forma, mantém-se separadas do Alcorão e se reúnem em
obras específicas que se chamam “Compilações de Hadice”. Na
Bíblia, pelo contrário, sobrepõem-se partes reveladas por Deus junto
a outras atribuídas aos profetas e outras, por último, a pessoas comuns
e sem capacidade profética.
Para qualquer um que leia o Alcorão fica evidente que o livro
concentra-se inteiramente na unicidade de Deus. Não é, como alguns
pensam, um reduto para os ensinamentos e grandezas do Profeta
Muhammad . Quem lê o Alcorão Sagrado entenderá que nesse livro
não há outro esforço ou interesse a não ser convidar as pessoas para
terem fé na unicidade de Deus para louvarem a Deus (Allah ),
para glorificarem e obedecerem a Deus, como lemos (3:144):
“Mohammad não é senão um Mensageiro, a quem outros
mensageiros precederam. Porventura, se morresse ou fosse
morto, voltaríeis à incredulidade? Mas quem voltar a ela em
nada prejudicará Allah; e Allah recompensará os
agradecidos.”
Quem ler o Alcorão Sagrado verá que sem a anuência divina
seria impossível Muhammad beneficiar alguém, sequer a si
mesmo: “Dize: Eu mesmo não posso lograr, para mim, mais
benefício nem mais prejuízo do que aquele que for da vontade
de Allah. E se estivesse de posse do desconhecido, aproveitarme-
ia de muitos bens, e o infortúnio jamais me açoitaria.
Porém, não sou mais do que um admoestador e alvissareiro
para os crentes”. (Alcorão 7:188).
Quem ler o Alcorão Sagrado encontrará versículos que
advertem o Profeta por suas ações. Em certa ocasião, por exemplo,
um cego o interrompeu, enquanto estava pregando aos nobres de
Meca. O cego, esperando que o Profeta lhe desse instruções sobre
Meu Grande Amor Por Jesus Me Conduziu Ao Islam
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as revelações de Deus , interrompeu suas pregações. O Profeta ,
então, como sabia da fé intensa que aquele homem tinha, limitou-se a
franzir a testa e ignorou, concentrando-se mais em atrair a fé daqueles
para quem pregava. Aquele ato valeu ao Profeta uma boa
advertência: “(O Profeta) tornou-se austero e voltou as costas,
porque o cego foi ter com ele. E quem te assegura que não
poderia vir a ser agraciado, ou receber (admoestação) e, a lição
lhe seria proveitosa? Quanto ao que se tem como autossuficiente,
tu o atendes. Quem te importa se ele não se tornou puro (da
crença). Porém, quem acorreu a ti e é temente, tu o
negligenciaste! Em verdade, (O Alcorão) é uma mensagem de
advertência” (Alcorão 80:1-11). Se ler o Alcorão Sagrado
comprovará que Deus chega até a ameaçar de morte o Profeta se
ousasse Lhe atribuir palavras que não fossem Suas: “E se (o
Mensageiro) tivesse inventado alguns ditos, em Nosso nome,
certamente o teríamos apanhado pela destra; e então, ter-lheíamos
cortado a aorta, e nenhum de vós teria podido impedir-
Nos.” (Alcorão 69:44-47).
Os pagãos árabes da época do Profeta o acusaram várias
vezes de inventar o Alcorão. Nesse ponto, Deus (Allah ) revelou
vários versículos em que Ele os desafiou a produzir um livro similar
ao Alcorão. O versículo 17:88 diz: “Dize-lhes: Mesmo que os
humanos e os gênios se tivessem reunido para produzirem
coisa similar a este Alcorão, jamais teriam feito algo
semelhante, ainda que se ajudassem mutuamente.” Nos
versículos 52:33-34 lemos: “Dirão ainda: Porventura, ele o tem
forjado (o Alcorão)? Qual! Não creem! Que apresentem, pois,
uma mensagem semelhante, se estivermos certos.”
Como não conseguiram fazer isso, o desafio, posteriormente,
foi reduzido a dez capítulos como mostra o versículo 11:13 que diz:
“Ou dizem: Ele o forjou! Dize: Pois bem, apresentai dez
suratas forjadas, semelhantes às dele, e pedi (auxílio), para
tanto, a quem possais, em vez de Allah, se estiverdes certos.”
Como, também, não conseguiram, finalmente, o desafio foi reduzido
a uma única Surata. Os versículos 2:23-24 nos informam: “E se
tendes dúvidas a respeito do que revelamos ao Nosso servo
(Mohammad), componde uma Surata semelhante às dele (o
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