O Califado Omíada estabelecido em 661, durou cerca de um século. Todos os califas da dinastia eram descendentes de Umayya Ibn Abd Shams, cidadão da Makkah e membro da tribo Coraix (Quraysh), que viveu pelo menos duas gerações antes do Profeta Muhammad (que a Paz e Benção de Deus estejam sobre ele); O fundador da dinastia Omíada, Muawiya, e seus dois sucessores pertenciam ao ramo sufyaní (descendentes de Abu Sufyan) da família Omíada, enquanto os demais califas omíadas eram marwanidas, descendentes de Marwan Ibn al-Hakam, que tomou posse do califado em 684.
Neste tempo, Damasco tornou-se a capital do mundo Islâmico que se estendia das fronteiras ocidentais da China até ao sul da França. Não só continuaram as conquistas Islâmicas durante este período através do Norte de África até à Espanha e França no Ocidente, e até Sind, Ásia Central e Transoceânica no Oriente, como também fundaram as instituições legais e sociais básicas do recém criado mundo Islâmico.
Com a morte do califa ‘Ali (que Deus esteja satisfeito com ele), o mundo muçulmano enfrentou uma guerra de secessão, que foi renovada diversas vezes, nos trinta anos subseqüentes, no curso da qual mais de meia dúzia de soberanos subiram ao trono e sumiram de cena. Com a ascensão ao poder de Abd Al Málik (685-705), o governo novamente se estabilizou, e iniciou-se uma nova onda de conquistas.
O califa Omíada mais conhecido é provavelmente Abd al-Malik (685-705), que construiu a Mesquita da Copula da Rocha de Jerusalém, emitiu a primeira moeda muçulmana e adotou a utilização do árabe como a língua oficial da administração. A Grande Mesquita de Damasco (construída a partir da igreja bizantina de São João) e a Mesquita Aqsa de Jerusalém foram construções dos Omíadas.
O Marrocos e a Espanha, por um lado, e o Norte da Índia e a Transoxiana, por outro, foram acrescentados ao domínio dos muçulmanos. Vemos Bordeaux, Narbonne e Toulouse (na França), também passando para as mãos dos Omíadas.
A capital mudou de Madina para Damasco, quando a Cidade Sagrada deu lugar ao que antes havia sido uma localidade bizantina, a devoção também enfraqueceu, em favor das atividades temporais. O luxo e o desperdício de riquezas, o favoritismo e as conseqüentes revoltas e revoluções não faltaram. Entretanto, as conquistas aumentaram, nos campos intelectual e social.
A indústria recebeu um grande impulso; a medicina foi especialmente estimulada pelo governo, que empreendeu a tradução de obras de medicina estrangeiras, do grego e de outras línguas, para o árabe. O curto reino de Omar Ibn Abdul Aziz foi especialmente brilhante e marcante.
Sendo ele próprio monógamo, por sua devoção, promoveu um renascimento dos períodos de Abu Bakr e Umar. Procedeu a uma revisão dos processos antigos dê confisco, fazendo devolver propriedades a seus donos de direito ou aos herdeiros deles. Aboliu muitos tributos injustificados.
Chegou até a ordenar a evacuação de cidades, que haviam sido ocupadas, sem justificativa, por exércitos muçulmanos. O resultado foi espantoso. No início da sua dinastia, as receitas do Iraque, por exemplo, somavam 100 milhões de dirhams, caindo para 1 8 milhões sob o califa que o precedeu. Porém, no seu tempo, a receita voltou a crescer, atingindo 120 milhões.
A sua devoção religiosa produziu uma boa impressão no mundo todo, e os rajás do Sind converteram-se ao Islam. O mundo inteiro começou a se interessar pelos estudos religiosos, e surgiu toda uma galáxia de sábios, para alcançar ápices, nos campos da ciência, na comunidade muçulmana.
A repressão vigorosa da corrupção serviu, ainda mais, para popularizar a administração, em todos os aspectos. Entre os monumentos arquitetônicos desse tempo, está a Cúpula do Rochedo, em Jerusalém, construída em 691. As ruínas de outros monumentos, em Damasco e em outros lugares, atestam o progresso, igualmente precoce, dos muçulmanos, nesse campo.
Observou-se, nessa época, também, um grande desenvolvimento da música, apesar de ainda não ter sido inventada a partitura; por isso, não podemos ter uma idéia definida do progresso alcançado. As duas grandes divisões, entre os muçulmanos, os sunitas e os chi’itas, se formaram nesse período.
A diferença entre esses dois grupos está baseada numa questão política, relativa ao problema da sucessão do Profeta Muhammad, sobre se ela deveria ocorrer por eleição ou por hereditariedade, recaindo, neste último caso, sobre descendentes mais próximos do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).
A Queda dos Omíadas
Nenhum dos califas da dinastia marwan exerceu o poder por muito tempo, com exceção de Hisham, que governou de 724 a 744. Durante este período, os muçulmanos expandiram o território islâmico até a França, quando foram interrompidos pelos francos em 736 (Tours).
Quando Hisham morreu, em 743, o império estava envolvido numa série de revoltas,foi nesta época que os abássidas, conseguiram destronar a dinastia Omíada. Os abássidas eram descendentes de al-Abbas, um tio paterno do Profeta Muhammad.
Foi quando os Abássidas se aliaram aos ‘Alidas, e com seus exércitos unificados, derrotaram o último califa marwanida; Marwan II. O o líder dos Abássidas era Abul ‘Abbas, que assumiu o califado, e pôs um fim a dinastia Omíada, fazendo-a dar lugar, em 750, à dos Abássidas.