A L M A D I N A
O T E M P O
Por: Sheikh Aminuddin Mohamad
Deus criou o tempo, e concedeu a cada indivíduo um período específico para que possa fazer o que quiser neste Mundo, em preparação para a vida eterna do próximo Mundo.
Ao longo deste período que Deus nos concedeu, somos testados na agitação real que a vida nos impõe, tanto em casa, como na via pública, ou no local de trabalho, isto para aquilatar o quanto nos esforçamos no sentido de dar prioridade a Deus em cada situação com que nos deparamos.
Ao longo da nossa vida, Deus fixou alguns exames, algumas barreiras e obstáculos, para testar e julgar o nosso valor real, bem como a nossa capacidade para representá-Lo aqui na Terra como Seu khalifa, e assim quem emergir com êxito, ser-lhe-á reservado um lugar no Paraíso.
O tempo é uma dádiva de valor inestimável da parte de Deus, dádiva esta que deve ser acarinhada e usada da melhor maneira, pois cada segundo que se vai, jamais voltará.
A vida nada mais é do que uma acumulação de ciclos de respiração, e no Ser Humano, um desses ciclos pode ser o último. No Dia da Ressurreição Deus nos pedirá contas do tempo de vida terrena que Ele nos concedeu.
Calcula-se que milhões de pessoas no Mundo desperdiçam diariamente o seu tempo em coisas fúteis, ao invés de o aproveitarem na aprendizagem e conquista do conhecimento científico, em prol das suas famílias dos seus povos e dos seus países.
Se em cada 24 horas nós dormimos 8, se vivermos 60 anos, só de dormida consumimos 20 anos da nossa vida! Ora, deduzidos estes 20 anos de dormida, teoricamente restam-nos de vida 40 anos úteis, aos quais, se deduzirmos ainda o número de anos já vividos e os que estimamos consumir noutras actividades como por exemplo tomar alimentos, vestir, estudar, viajar, trabalhar, e ainda os consumidos em períodos de eventuais doenças, restar-nos-á muito pouco tempo para as actividades ligadas à contemplação de Deus, componente importante que tem por objectivo a auto-perfeição e a elevação do nosso nível espiritual.
Um filósofo disse certa vez: “Realmente nada nos pertence, excepto o tempo, pois mesmo aquele que nada tem, tem o tempo”.
Teremos que prestar contas no outro Mundo, pelo tempo que passou sem que nada tenhamos feito para o aproveitar.
Devemo-nos esforçar arduamente, de dia e de noite, ganhando terreno centímetro a centímetro, resistindo a todo o tipo de tentações e males.
Devemos examinar o que é que enviamos já para a frente, para o nosso amanhã, pois seja qual for o bem que tenhamos enviado, encontrá-lo-emos junto de Deus.
O Profeta Muhammad S.A.W. diz que no Dia da Ressurreição, ninguém conseguirá mover-se do seu lugar, enquanto não prestar contas a cerca da sua vida, como a passou; a
cerca do seu conhecimento, em que é que de útil o aplicou; acerca da sua riqueza, como a
adquiriu e onde a gastou; e acerca do seu corpo, como o geriu.
Infelizmente muitos de nós perdemos o tempo de que dispomos em clubes nocturnos,
discotecas, bares e outros locais de devassidão, ou mesmo em laser excessivo. Perdemos
anos a fio sem que nas nossas consciências surja qualquer sentimento de repulsa pelo
desperdício de tempo a que nos entregamos.
Os povos que hoje estão avançados nas mais diversas áreas, atingiram níveis de
desenvolvimento invejáveis porque aproveitaram convenientemente cada segundo da sua
vida, cumprindo com os seus horários e compromissos.
O tempo é sem dúvidas o maior capital que possuímos, podendo transformá-lo em
fábricas, em fonte de força e riqueza.
Façamos das nossas vidas, dos nossos dias, das nossas horas, minutos e segundos,
instrumentos para a vitória, merenda e via para a eternidade e para a satisfação de Deus.
O tempo é vida, ao contrário dos que dizem “tempo é dinheiro”, pois o dinheiro
perdido pode ser recuperado, enquanto que o tempo perdido jamais se recupera.
Por ocasião da recente entrada no ano 1425, desejo a todos os muçulmanos um Novo
Ano Isslâmico próspero e repleto de felicidades, e que Deus afaste do nosso Ummat todos os
males. Amin!