UM PONTO DE REFLEXÃO!
Por: Sheikh Aminuddin Mohamad
Nos dias que correm, muita gente, de entre desleixados, arrogantes, lascivos, etc. vive e pensa em moldes semelhantes aos dos remotos tempos da ignorância, pois entregam-se aos prazeres da vida deixando de praticar acções que lhes possam beneficiar na Vida do Além, tudo isto por negligência ou até mesmo por descrença.
E não têm argumentos plausíveis para tal postura, pois as Escrituras Sagradas já trouxeram explicações detalhadas a este respeito.
Muitos iludem-se com as pompas e os ornamentos mundanos, deixando de preparar a merenda para o Dia da Ressurreição.
Será que se esqueceram que este Mundo, bem como tudo o que nele existe, terá um fim? Será que se esqueceram que todo o Ser Humano caminha em direcção à sua morte? Não repararam ainda que muitos dos que no passado estavam à nossa volta já não estão mais?
Não é de sã inteligência alguém pensar que o fim do Homem é transformar-se em areia, e que depois disso não há mais nada, nem vida depois da morte, nem prestação de contas, nem retribuição, nem eternidade.
Não faz nenhum sentido pensar-se que Deus, o Prudente, que criou este Universo repleto de incomensuráveis sinais de beleza, de autênticas maravilhas em termos de criação e arte estampados com toda a perfeição em cada criatura, fará com que a vida do Homem, que Ele criou na melhor das aparências, termine com o fim que nos é dado ver, apresentando-se sob a forma de corpo decomposto e desarticulado, ou areia suja, ao ponto de nos igualarmos aos animais. Não!
Tem que haver um outro objectivo no seu fim, que corresponda às nobres qualidades que Deus lhe concedeu, como o raciocínio, a intenção, a liberdade de pensamento, o poder de beneficiar e prejudicar, e também a autoridade que lhe proporcionou para poder actuar nas coisas que o rodeiam, de entre animais, plantas, etc.
É incongruente pensarmos que Deus, o Justo, o Grande, possa igualar o bondoso ao maldoso; e o opressor ao oprimido, fazendo com que o fim de ambos seja apenas uma tumba com alguns palmos de terra por cima, sem premiar o bondoso com a merecida recompensa, e sem fazer com que sobre o maldoso recaia o incorrido castigo pela sua maldade.
Como poderia Deus terminar a vida das pessoas de uma forma igualitária, ao ponto de o opressor escapar do castigo em que incorreu, privando o oprimido do seu direito à justiça?
É lógico que tem que haver uma vida após a morte. Tem que haver Dia de Julgamento no qual se possa revelar a verdadeira justiça devida os servos do Criador.
Para tal, Deus estabeleceu para nós provas que de vez em quando nos indicam que a nossa vida neste Mundo não termina com a morte, mas que esta é uma fase intermédia que nos leva à Vida Eterna.
Quando a pessoa põe a sua cabeça na almofada, e adormece profundamente, não se apercebe do que acontece à sua volta. Isto assemelha-se ao estado da morte, podendo considerar-se a dormida como uma morte menor.
Depois, quando a pessoa desperta, começa a movimentar-se e a ver tudo o que está à sua volta. Este processo diário criado por Deus, é uma exortação para nos lembrar o fim que nos espera no Mundo, bem como o início da Vida do Além.
A recordação diária sobre a morte não está apenas na dormida, mas também noutros fenómenos. Tomemos como exemplo a morte e a ressurreição na agricultura, nas frutas, e na terra morta. Num milheiral ou num trigal, os pés destes cereais apresentam-se verdes, viçosos e hirtos numa certa fase.
Depois secam e o seu aspecto fresco e verdejante desaparece transformando-se em feno que o vento faz esvoaçar. É assim lavra acaba e surge outra, que começa e acaba da mesma maneira. É um processo contínuo e repetitivo a que assistimos todos os anos.
E a terra morta qua nada produz, quando é abundantemente molhada pela chuva, reaviva-se e começa a produzir.
Estes são alguns exemplos que nos lembram que também as pessoas, depois da morte serão ressuscitadas, já que esta primeira morte não é o fim de tudo, pois Deus tem Poder sobre todas as coisas.
São apenas alguns casos que indicam que nem sempre a nossa capacidade de raciocínio os alcança facilmente, razão pela qual Deus enviou profetas para nos lembrar que a vida mundana é passageira, para que assim orientemos as nossas vidas no caminho recto.
O Qur’án mencionou no Cap. 2, Vers. 259, algumas passagens reais da ressurreição após a morte ainda neste Mundo, como por exemplo o caso de Esdras:
“Ou (não reparaste) como aquele que, passando por uma localidade enquanto ela estava completamente arruinada sobre seus tectos, disse (admirado: “Como Deus reavivará esta (localidade) após a sua morte (isto é, destruição)”! Então Deus fê-lo morrer por cem anos, depois ressuscitou-o e perguntou: “Quanto (tempo) permaneceste (assim morto)”? Respondeu: “Permaneci um dia ou parte de um dia”.
Disse: “Não, permaneceste (assim) cem anos: Olha para a tua comida e tua bebida, não se estragaram! E olha para o teu burro – e (isto é) para fazer de ti um sinal para as pessoas – e olha para os ossos (que restavam do burro), como os ajustamos, depois os cobrimos de carne”!
Portanto, quando se tornou claro para ele, disse: “Sei que Deus é Poderoso sobre todas as coisas”.
E consta no Cap. 22, Vers. 6; 7; e 8.
“Isso porque Deus é que é a verdade. Ele é que dá vida aos mortos. E Ele é que é Poderoso sobre todas as coisas. E que a hora está chegando – não há dúvida nisso – e que Deus ressuscitará quem está nas campas”.
Joguemos no seguro e aceitemos a exortação a tempo. Grandes mudanças surgirão!