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Vamos levar isso para outra etapa: qual é o objetivo da humanidade?  Qual é o propósito pelo qual seres humanos existem na terra? Com qual objetivo se empenham?  O que lhes acontecerá caso se empenhem para aqueles objetivos e o que ocorrerá caso não se empenhem para aqueles objetivos?





Uma vez que o Islã é uma religião que se vê como revelação de Deus e a verdade, os muçulmanos sentem que os seres humanos têm um propósito estabelecido na terra e que em tudo na criação de Deus existe sabedoria.  Não existe nada na criação de Deus que não tenha qualquer sabedoria.  Nada é por esporte ou diversão e, portanto, os seres humanos têm um propósito e esse propósito lhes foi elucidado nos ensinamentos do Islã.  Foram criados para adorar Deus.  Em um versículo do Alcorão Deus diz que não criou os seres humanos exceto para adorá-Lo.  Portanto, a essência da humanidade é a mesma entre homem e mulher e eles também compartilham o mesmo objetivo que é adorar Deus.  E essa é a questão mais importante na cultura e civilização islâmicas.





A cultura e civilização islâmicas estão enraizadas na crença religiosa.  A civilização americana está enraizada em que?  Nos escritos dos fundadores dos Estados Unidos da América.  Está enraizada na Declaração de Independência, os ideais que foram colocados nela.   Está enraizada na Constituição dos Estados Unidos.  Em alguns dos argumentos entre monarquia ou democracia que foram escritos por alguns dos primeiros escritores ou fundadores.  Assim, está enraizada em pensamento político.  Sim, pode ter algumas tradições que podem remontar e se estender a certas idéias como em partes do Cristianismo e assim por diante, mas em sua essência é um pensamento político, ao contrário do Islã que é uma religião em sua essência.





A civilização do Islã - uma civilização que tem 1.400 anos de idade - está enraizada em religião.  Para um muçulmano o maior objetivo é servir a Deus, adorar a Deus somente e isso é o que significa a palavra muçulmano.





Muçulmano não é uma descrição racial, não é uma categoria étnica, muçulmano significa aquele que se submete.  Islã significa se submeter à vontade de Deus - a submissão voluntária a Deus - e assim o Islã é uma religião de submissão.  Portanto, no aspecto mais importante da religião islâmica encontramos que homens e mulheres compartilham no mesmo objetivo e é esperado que tenham as mesmas responsabilidades, uma vez que se exige ou obriga que tanto homens quanto mulheres testemunhem que ninguém é merecedor de adoração exceto somente Allah - somente Deus - e que Muhammad é Seu mensageiro.  Homens e mulheres são ambos obrigados a orar cinco vezes ao dia, que é o segundo pilar do Islã.  São obrigados a jejuar no mês de Ramadã.  São obrigados a fazer a peregrinação à Meca.  A dar caridade.  A ter as mesmas crenças.  São obrigados a terem o mesmo tipo de moralidade e o mesmo tipo de código de conduta e comportamento.





Homens e mulheres compartilham esses ingredientes essenciais do comportamento islâmico, que distingue um muçulmano de um não-muçulmano.  E isso é de extrema importância porque rompe com a tradição das religiões.  Por exemplo, cinquenta anos antes do nascimento do profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, que nasceu por volta de 560 E.C, encontramos que houve uma reunião de bispos na França para discutir se as mulheres possuíam ou não alma e, se possuíssem alma, qual seria seu propósito na terra?  Era adorar Deus?  E se adorassem Deus, iriam para o paraíso?  No fim foi decidido que sim, as mulheres possuíam alma - o que era um rompimento com a tradição anterior - mas que seu propósito não era apenas adorar Deus, mas também servir aos homens.





No Islã, entretanto, a base da submissão não é que mulheres estão se submetendo aos homens, mas que homens e mulheres juntos se submetem a Deus.  Portanto, quando se lê as passagens do Alcorão fica muito claro que o obediente entre os crentes e as crentes recebem o paraíso, que é o maior objetivo na vida de um muçulmano e a base dessa civilização.  Da mesma forma, aqueles que são desobedientes e renegados e não querem adorar Deus também recebem a mesma punição, sejam homens ou mulheres.  É por isso que em todo o Alcorão se encontra que as palavras são dirigidas tanto aos homens quanto às mulheres.  A língua árabe, como a francesa, tem dois tipos de verbos, um que representa o feminino e outro o masculino.  Assim, o Alcorão se dirige a ambas as categorias de raça humana, a ambos os sexos.  Isso é encontrado repetidamente.   Não é necessário recitar agora todas essas passagens, mas elas estão lá se alguém quiser conhecê-las.





Em resumo, encontramos três fundamentos: que compartilham a mesma humanidade, que têm o mesmo objetivo nessa terra e, também, que esperam a mesma recompensa, que é o objetivo pelo qual estão trabalhando coletivamente como seres humanos.  E esse é um rompimento, como eu disse antes, com as tradições religiosas anteriores e também com o entendimento político e social prevalente entre os filósofos antes do Islã.  E como resultado disso, encontramos que o Islã conferiu às mulheres direitos que talvez tenhamos como certos agora, mas que foram conferidos por Deus a homens e mulheres 1.400 anos atrás.  Esses direitos, como o direito de ter propriedades, de dispor delas de acordo com seus próprios desejos, desde que sigam as leis da religião do Islã, e se aplicam igualmente para homens ou mulheres. E também o direito de assegurar o que agora chamamos de direitos políticos, como o direito de entrar em um tratado com combatentes, são coisas muito recentes, relativamente falando, no ocidente.





Um dos direitos concedidos pelo Islã na época do profeta Muhammad foi que se uma mulher fizer um trato com um combatente de uma força de ataque não-muçulmana o trato dela será considerado como foi o caso da companheira do profeta Muhammad.  Na igreja cristã esses companheiros eram chamados de discípulos, mas os discípulos do profeta Muhammad são chamados de companheiros.  Eram em centenas e milhares, não apenas doze como com Jesus Cristo, e havia homens e mulheres entre eles.  Quando o profeta Muhammad veio para Meca, uma das companheiras chamada Umm Hani, que era habitante de Meca e crente no profeta Muhammad, colocou certos parentes sob sua proteção para que não fossem feridos.  O irmão dela, que era um dos principais companheiros do profeta Muhammad e casado com sua filha, Ali b. Abi Talib, queria executar dois desses homens que eram conhecidos por prejudicar os muçulmanos e combatê-los.  Então Umm Hani foi até o profeta Muhammad e reclamou que ela tinha lhes garantido proteção e o profeta reconheceu a proteção dela a esses dois indivíduos.





Isso é o que podemos chamar, na classificação e terminologia que usamos agora, um direito político.  Garantir proteção para outra pessoa durante o estado de guerra é algo relativamente novo no ocidente, mas era uma tradição conhecida no mundo islâmico há 1.400 anos.  Da mesma forma, em termos do que podemos chamar de participação pública, existem certos atos de adoração que são atos públicos de adoração no Islã e existem certos atos de adoração que são privados.  Um dos atos públicos é a peregrinação, um dos pilares do Islã, realizado por homens e mulheres.  Outro ato público de adoração são as duas orações de Eid que acontecem duas vezes ao ano, uma após a peregrinação e outra após o término do Ramadã.  Homens e mulheres participam publicamente.  Temos um versículo que mostra que o contrato social entre homens e mulheres é o mesmo no Islã.  Esse versículo pode ser traduzido da seguinte maneira:





“E os crentes e as crentes são,”





o que podemos traduzir como





“awliyaa”





 - a palavra em árabe para amigos, aliados ou apoiadores mútuos,





“eles”





 - significando homens e mulheres -  





“recomendam o bem”





ou seja, recomendam o que é correto,





“proíbem o ilícito”





Esse é um processo corretivo em sociedade, removendo o mal e recomendando o que é bom.  E então





“praticam a oração”





ambos, homens e mulheres,





“pagam o zakat”





ou a caridade para os pobres,





“e obedecem a Deus e ao Seu Mensageiro.” (Alcorão 9:71)





E então Deus lhes mostra a recompensa, que são aqueles com quem Deus terá misericórdia e que Deus é Todo-Poderoso e Sábio.





Assim, nesse versículo vemos que o contrato social entre homens e mulheres, como indivíduos na sociedade, é o mesmo. Ou seja, que ambos busquem o objetivo mais elevado de ordenar ou comandar o que é correto e proibir o que é mal e que compartilham nos dois maiores atos de adoração, a oração e fazer caridade.  Compartilham nas crenças e obediência a Deus e obediência ao profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, e da mesma forma, compartilham na recompensa de obter a misericórdia de Deus.  Esse é um conceito muito importante, que está em contradição com o que a tradição ocidental se baseia hoje e que é, como eu disse, um resultado do extremo inicial dos filósofos gregos que as mulheres não compartilhavam na humanidade.  Como resultado daquele extremo outro extremo ocorreu - pelo menos os muçulmanos o consideram extremo - de que não existe diferença entre homens e mulheres.





Assim, a idéia de ter gêneros - esse é um termo que não é usado no sentido biológico, como podemos usar a palavra sexo em sentido biológico para macho e fêmea, mas o entendimento hoje é que as características que definem masculinidade ou feminilidade, as características sociais e assim por diante são determinadas pela educação, cultura e ambiente e que não existe diferença inerente na forma como homens e mulheres pensam ou agem ou qual é sua constituição e assim por diante.  E por isso usam o termo gênero.





Esse extremo resultou do extremo inicial que ocorreu 2.000 anos atrás, quando os gregos pensavam que as mulheres não possuíam humanidade.  Como resultado desses processos de 2.000 anos, agora chegamos a outro extremo - pelo menos é o que os muçulmanos diriam - esse extremo agora é que homens e mulheres são os mesmos, não existe nenhuma diferença.





O Islã, embora confirme que homens e mulheres compartilham a mesma essência de humanidade, também confirma que homens e mulheres são diferentes.  Mas essa diferença significa que homens são inerentemente bons ou mulheres são inerentemente más?  Não.  E é por isso que quando se olha para os versículos no Alcorão que lançam luz sobre esse aspecto, Deus diz, relatando Sua criação, que Ele é Aquele Que criou a noite, que envelopa, quando chega - se olhar no horizonte a noite vem como um lençol envelopando o horizonte - e Ele é Aquele Que criou o dia quando chega eclodindo, brilhante - que é como o sol nasce e Ele é Aquele Que criou o homem e a mulher.  E então o versículo seguinte diz, verdadeiramente, aquilo pelo qual se empenham - seres humanos tem finalidades diferentes, fins diversos - alguns se empenham pela satisfação de Deus, alguns pela desobediência a Deus, outros para fazer o bem aos humanos, outros ainda para prejudicar, fins diferentes.  Mas qual é o exemplo aqui?  Deus menciona noite e dia e então menciona homem e mulher.  O entendimento é, sim, a noite tem um propósito e no Alcorão sempre se encontra versículo após versículo, descrevendo que existe uma sabedoria por trás da noite.  E também diz à humanidade que se houvesse somente a noite e nenhum dia, os seres humanos não poderiam viver na terra.  E isso é mostrado agora cientificamente que se apenas houvesse noite e nenhuma luz solar, certos hormônios do corpo não seriam capazes de se reproduzir e os seres humanos morreriam.  A vida como a conhecemos na terra não existiria.  E, da mesma forma, existe sabedoria por trás do dia.  Mas podemos argumentar e dizer que a noite é boa e o dia é mal?  Não e nenhum muçulmano acreditaria nisso.  E podemos argumentar e dizer que o dia é bom e a noite é má?  Não.  Da mesma forma, homem e mulher também têm seus papéis a desempenhar.  Mas pode-se dizer que o papel dos homens é inerentemente bom e o papel das mulheres inerentemente mal?  Não.  E pode-se dizer o oposto disso - que o papel das mulheres é inerentemente bom e o dos homens inerentemente mal?  Não.  Mas ambos têm um papel.





Essa é a principal disputa agora entre o pensamento ocidental e a crença islâmica.  O pensamento ocidental tem aceitado basicamente, exceto por talvez alguns poucos locais no Vaticano, que homens e mulheres compartilham em sua humanidade e são iguais.  Os muçulmanos têm acreditado nisso por 1.400 anos.  Mas a diferença é que no pensamento ocidental, como uma reação ao pensamento inicial de que as mulheres não compartilhavam humanidade plenamente, o argumento é que os papéis de homens e mulheres na sociedade são definidos somente pela cultura, ambiente e educação e, consequentemente, não existe nenhum papel real para homens ou para mulheres e podemos trocá-los, se simplesmente ensinarmos a sociedade de forma correta.  Mas no Islã existe um papel definido para homens e mulheres.  Quem define esse papel para homens e mulheres?  É seu criador.  Essa é a principal, se quisermos usar o termo filosófico, mesmo que seja impreciso nesse sentido, mas podemos usá-lo por falta de termo melhor, diferença filosófica, ideológica ou teológica entre os dois argumentos opostos.  Agora com isso dito, é importante entender que quando o Islã deu esses papéis aos homens e mulheres, colocou responsabilidades iguais às obrigações de ambos.  Darei um exemplo disso: o Islã sente que as mulheres têm a natureza de mãe não por tradição cultural ou sistema sociológico, mas inerentemente são melhores em prover e cuidar dos filhos, que existe um vínculo que vai além de tradição.  Um vínculo psicológico, físico, algo que é mais que apenas tradições de seres humanos.  Como resultado disso, colocou maiores responsabilidades sobre as mulheres em relação a seus filhos do que sobre os homens.





Ao mesmo tempo, as obrigações que as crianças têm em relação às suas mães no Islã são maiores que as que têm em relação a seus pais e é por isso que quando um homem perguntou ao profeta Muhammad quem seriam seus companheiros:





“De quem devo ser amigo nesse mundo?”





O profeta Muhammad respondeu: “Sua mãe.”





E então o homem perguntou uma segunda vez, o profeta respondeu sua mãe e uma terceira vez e novamente ele respondeu sua mãe e então, na quarta vez, ele disse: “Seu pai.”





Da mesma forma, no Alcorão é dito aos seres humanos que a sua mãe os manteve com privações, falando sobre o parto e as dificuldades da gravidez e infância e então os alimentou por dois anos, amamentou e nos diz para sermos gentis com nossos pais e nos lembra de nossa mãe antes de nosso pai.





O ponto é que embora tenha definido um papel para as mulheres com as crianças que é diferente do papel do pai, ao mesmo tempo dá às mulheres honra e respeito de suas crianças maior que o recebido pelos pais.  Os pais recebem respeito e honra, não são simplesmente excluídos, mas é dado a eles de acordo com seu nível de responsabilidade.  E da mesma forma, porque a mãe inerentemente, não apenas por causa de tradição cultural, tem algo inerente que faz aquele vínculo maior entre ela e sua criança do que com o pai.  Ela recebe honra e respeito maiores de seu filho e, ao mesmo tempo, é exigido dela maior obrigação.





Dei apenas esse como exemplo para mostrar que enquanto o Islã reconhece as diferenças entre os sexos, não aceita o conceito de que gênero é apenas uma questão de educação ou tradições culturais, porque existem diferenças inerentes nos homens e mulheres e como resultado disso as obrigações e responsabilidades de cada sexo estão unidas.  A partir disso vem outra questão de que mesmo que homens e mulheres sejam diferentes, não estão em oposição, o que é a base de muito do pensamento ocidental e especialmente de tradições feministas.  Que existe uma luta entre homens e mulheres, “existe uma batalha de sexos”, como é dito às vezes na designação popular.  Isso não existe no Islã.  Homens e mulheres trabalham juntos, como o dia e a noite se alternam e se vive durante o dia e durante a noite.  Não se pode viver somente à noite e não se pode viver somente de dia. Da mesma forma, homens e mulheres não estão uns contra os outros, não estão em briga um com o outro, mas compartilham o mesmo objetivo, o mesmo propósito de ser, a mesma humanidade.  Têm papéis diferentes, mas esses papéis se complementam e são necessários para o sucesso da humanidade, não nesse mundo, mas também - uma vez que os muçulmanos acreditam na outra vida - na outra vida, que é o objetivo supremo para os muçulmanos.



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