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Três objeções ao ajuste fino[1]





1.     Alguém pode dizer: "mas se as constantes e valores iniciais tivessem sido diferentes, talvez formas diferentes de vida pudessem ter se desenvolvido."





Por "vida" os cientistas querem dizer a propriedade de organismos se alimentarem, converterem em energia, crescerem, se adaptarem ao seu meio-ambiente e reproduzirem.  Para a vida existir, constantes e condições iniciais têm que estar ajustadas finamente ou, de outro modo, até os precursores da vida - planetas, galáxias, química - não existiriam! Novamente, a pergunta é puramente especulativa.





2.     Outra objeção pode ser: "E universos governados por leis diferentes da natureza, que permitem formas de vida radicalmente diferentes daquelas em nosso universo? Talvez constantes e condições iniciais naqueles universos não sejam finamente ajustadas?





A resposta a essa pergunta é irrelevante para explicar o ajuste fino do nosso universo.  Não compreendemos nosso universo bem o suficiente para nos aprofundarmos em pura especulação sobre outros universos que não sabemos se existe.





3.     Alguém pode objetar: "Você não pode mudar um parâmetro, mantendo todos os outros constantes. Mudar outro parâmetro pode compensar pelos efeitos inibidores de vida de uma troca de parâmetro em particular."





A resposta é que não se pode compensar pelas mudanças feitas a um parâmetro.[2] Por exemplo, reduzir a força fraca pode ser compensado pela redução da diferença de massa entre próton e nêutron no universo primitivo.  Entretanto, mudar um parâmetro tem muitos efeitos. Reduzir a força fraca também afeta a explosão da supernova e a decadência radioativa.





Por que o ajuste fino precisa de uma explicação?





Alguém pode dizer: "o universo simplesmente é, por que é necessária uma explicação para o ajuste fino?" [3]





Será distintamente estranho, como Keith Ward comenta, "pensar que há uma razão para tudo, exceto para o item mais importante de todos - ou seja, a existência de tudo, o universo em si." [4]





Imagine uma máquina criadora do universo, como um cofre gigante com dois tipos de mostradores.  Existem mostradores que fixam as configurações para as leis da física como gravidade, eletromagnetismo e as forças nucleares.  Também tem mostradores para a constante de Planck, um para a proporção da massa do nêutron para a massa do próton, um para a força da atração eletromagnética e assim por diante.  Inicialmente todos os mostradores foram configurados e fixados em números particulares.  Esses números são constantes da natureza e produzem o universo no qual vivemos. 





Digamos que você pode mudar os mostradores dessa máquina geradora de universo.  Também há uma tela que mostra o que aconteceria se você alterasse os mostradores, ainda que minimamente. 





Você pode alterar os mostradores e apertar o botão de visualização para ver o que pode acontecer.  Você enfraquece a força do eletromagnetismo e a força da gravidade só um pouco.  Então toca o botão de visualização e vê os resultados na tela.  De repente, estrelas, galáxias e planetas começam a cair! Então você aumenta o mostrador da força eletromagnética e, de repente, os planetas não estão no tamanho certo.  São grandes demais para vida.  As estrelas também queimam rapidamente. 





O que você inferirá sobre a origem dessas configurações finamente ajustadas do mostrador?[5]





A maioria das pessoas acha difícil acreditar que um universo finamente ajustado seja apenas um fato que não tem e nem exige uma explicação.  O universo apenas passar a existir soa tão científico quanto responder à pergunta de por que as maçãs caem no chão dizendo que elas simplesmente caem.[6]





Alguém aceitará que uma fotografia de um rosto seja simplesmente o resultado de um derramamento de tinta? Ninguém jamais aceitaria um acidente como explicação.  Se não aceitarão derramamento de tinta como explicação para uma fotografia, como alguém aceitaria o universo ser finamente ajustado sem explicação?





Além disso, o ajuste fino é um fato científico bem estabelecido, admitido por físicos que não são amigos do teísmo.  Mesmo eles não conseguem esconder o deslumbramento do quanto o universo é finamente ajustado:





Stephen Hawking: "Seria muito difícil explicar por que o universo deve ter começado dessa forma, exceto como o ato de um Deus que pretendeu criar seres como nós".[7]





"O fato notável é que os valores desses números (ou seja, as constantes da física) parecem ter sido ajustados muito finamente para possibilitar o desenvolvimento de vida." [8]





Steven Weinberg: "Pode haver uma constante cosmológica nas equações de campo cujos valores cancelam os efeitos da densidade de massa do vácuo produzida pelas flutuações quânticas. Mas para evitar conflito com a observação astronômica, esse cancelamento teria que ser preciso em pelo menos 120 casas decimais. Por que deve haver uma constante cosmológica ajustada de maneira tão precisa no mundo?" [9]





Dr. Dennis Sciama: ex-diretor dos observatórios da universidade de Cambridge, disse: "Se as leis da natureza fossem alteradas minimamente... é muito provável que vida inteligente não teria conseguido se desenvolver." [10]





Martin Rees: "A possibilidade de vida como a conhecemos depende de valores de algumas constantes físicas básicas e, em alguns aspectos, é notavelmente sensível aos valores numéricos dessas constantes. A natureza não exibe coincidências notáveis." [11]





Paul Davies: "Para mim existe evidência poderosa de que há algo acontecendo por trás de tudo... Parece que alguém ajustou finamente os números da natureza para fazer o universo... A impressão do projeto é arrebatadora.





1.    Depois de exaurir todas as explicações causativas possíveis mutuamente exaustivas, o ajuste fino de nosso universo é explicado da melhor forma como sendo o "projeto" de um Criador imensamente poderoso e sábio. A criação divina, não o acaso, é a explicação mais convincente e razoável para o ajuste fino do universo.





2.    A hipótese dos multiversos é altamente especulativa, mas mesmo que seja verdadeira, não entraria em conflito com a crença em Deus.





3.    A razão para que a evidência do ajuste fino seja extremamente convincente e razoável, mas não definitiva, é que a ciência é limitada por sua natureza. Para ser mais preciso, todo o empreendimento científico é limitado por definição. Obviamente, o que podemos aprender da ciência também será limitado em certo nível. Para compreender essa afirmação, precisamos saber que existem dois tipos principais de raciocínio geralmente aceitos: indução e dedução. A ciência é baseada em indução e a matemática é baseada em dedução.[1] Por definição, o raciocínio indutivo é incerto. O "problema de indução" bem conhecido levou o pensador Charlie Broad a dizer: "A indução é a glória da ciência e o escândalo da filosofia." [2] Assim, a ciência não pode provar Deus de maneira dedutiva porque a ciência é um empreendimento empírico baseado em indução. Além disso, a ciência por si só não pode estar certa de ter considerado todos os dados possíveis para uma explicação completa de um fenômeno em particular, quanto mais do próprio universo.





Mas a ciência não nos capacita a identificar a incrivelmente alta improbabilidade de uma ocorrência aleatória fundamental para a vida, existir no universo.





4.    É por isso que quando descrevemos a evidência do ajuste fino como convincente, não queremos dizer que todos serão convencidos pela nossa explicação de cada parte da evidência, ou que apresentamos um caso definitivo e irrefutável para a evidência que ninguém será capaz de resistir às conclusões. A evidência é convincente por si mesma, mas nossa articulação da evidência será tão boa quanto nossa compreensão dela.





Por outro lado, se alguém não quer acreditar em Deus, nenhuma evidência pode forçar essa pessoa a aceitar a existência de Deus como fato.





5.    Finalmente, não dependemos da ciência, lógica complexa ou um nível alto de instrução para "ver" a evidência para o Criador. A criação aponta para o seu Criador. Esse conhecimento sempre esteve disponível para os seres humanos, independente de seu nível de instrução. Afinal, um homem iletrado tem tanto direito de conhecer Deus quanto cientistas e filósofos atuais. Pensar de outra forma é o auge da arrogância.





A seguir as reflexões de um poeta árabe e conclusões de um teólogo e de alguns físicos notáveis dos dias atuais. Elas demonstram que o conhecimento da existência de Deus tem sido acessível de maneira igual e fácil a todos que escolhem "ver" Deus em seus ambientes imediatos:





Poeta árabe: "O estrume de camelo indica a presença de um camelo e as pegadas indicam que alguém caminhou aqui. Assim, os céus e suas estrelas e a terra com suas montanhas e vales devem indicar a existência do "Sábio", o "Onisciente" (dois nome de Deus)".[3]





Keith Ward disse: "Pode não haver provas de Deus na física. Mas não é mais verdadeiro que a física tornou Deus supérfluo. Ao contrário, é o maior indicador de que nosso mundo físico é fundado em princípios universais tão elegantes e belos, tão ordenados e inter-relacionados, que sugere à mente com força quase avassaladora que a base desse mundo é um Criador racional e consciente, que deixou nos céus e na terra as marcas manifestas de Seu trabalho." [4]





John Polkinghorne comentou: "Quando você percebe que as leis da natureza devem ser ajustadas de maneira incrivelmente fina para produzir o universo que vemos, isso conspira para implantar a ideia de que o universo não simplesmente aconteceu, mas que deve haver um propósito por trás dele." [5]





Allan Sandage, que determinou o valor preciso para a constante de Hubble, a idade do universo, e também descobriu o primeiro quasar, escreveu: "Considero muito improvável que essa ordem venha do caos. Tem que haver algum princípio organizador. Deus é um mistério para mim, mas é a explicação para o milagre da existência, do por que existe algo, ao invés do nada." [6]





Vera Kistiakowski, professora de física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, resumiu as implicações da evidência:





"A ordem requintada exibida por nossa compreensão científica do mundo físico clama pelo divino."





 



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