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Termos em árabe:





·       Hadith - (Plural – ahadith) é um relato ou uma história. No Islam refere-se a um registro narrativo dos ditos e ações do Profeta Muhammad e de seus companheiros.





·       Khamr – Qualquer bebida, droga ou substância que cause intoxicação. 





·       Salah - Palavra em árabe que indica a conexão direta entre o crente e Allah. Mais especificamente, no Islam refere-se às cinco orações diárias formais, é o ato de adoração mais importante. 





·       Surah - Capítulo do Alcorão. 


Drogas e álcool





Drugs,Alcohol,Gambling1.jpgO álcool é parte da cultura ocidental, é consumido em celebrações e atos sociais, inclusive em cerimônias religiosas. A maioria dos americanos reconhece que beber muito pode provocar acidentes e dependência. Porém isso é somente uma parte da história. Além desses graves problemas, o abuso do álcool pode causar danos aos órgãos, debilitar o sistema imunológico e contribuir para a o surgimento de diferentes tipos de câncer. Além disso, por volta de 1,400 estudantes universitários morrem por ano nos Estados Unidos por causa do álcool [1] somando assim 100,000 mortes anuais, o qual o converte na terceira causa de mortalidade nos Estados Unidos, depois do cigarro e da dieta/atividade física [2] Durante 2007 um total de 38,371 mortes induzidas por drogas ocorreram nos Estados Unidos.[3]





Como exemplo do que causa ao cérebro, o The National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism afirma:





“Dificuldade para andar, visão turva, dificuldade para falar, tempos de reação lentos, perda de memória: claramente, o álcool afeta o cérebro. Algumas dessas deficiências são detectáveis após apenas uma ou duas bebidas e resolvem-se rapidamente quando se deixa de beber. Por outro lado, uma pessoa que bebe excessivamente durante um longo período de tempo pode ter déficits cerebrais que persistem após o restabelecimento da sobriedade. Exatamente como o álcool afeta o cérebro e a probabilidade de reverter o impacto do consumo excessivo de álcool no cérebro, seguem sendo temas ardentes na pesquisa sobre álcool hoje em dia.





Sabemos que o consumo excessivo de álcool pode ter efeitos extensos e de grande alcance no cérebro, que vão desde simples "deslizes" na memória até condições permanentes e debilitantes que requerem cuidados ao longo da vida. Mesmo o consumo moderado de álcool leva ao comprometimento a curto prazo, como demonstrado por uma extensa pesquisa sobre o impacto do consumo de álcool na direção.”[4]





A dependência de drogas e álcool muitas vezes andam de mãos dadas. Pesquisas mostram que as pessoas que dependem do álcool são mais propensas a usar drogas, e as pessoas com dependência de drogas são muito mais propensas a beber álcool.[5]


Efeitos progressivos do álcool [6]





Concentração de álcool no sangue


    





Mudanças nos sentimentos e personalidade


    





Deficiências físicas e mentais





0.01 — 0.06


    





Relaxamento


Sensação de bem-estar


Perda da inibição


Diminuição do estado de alerta


Euforia


    





Pensamento


Juízo 


Coordenação


Concentração





0.06 — 0.10


    





Sentimentos desfocados


Desinibição


Extroversão


Diminuição do prazer sexual


    





Reflexos adulterados


Raciocínio


Percepção de profundidade


Percepção da distância


Visão periférica 





0.11 — 0.20


    





Expressão excessiva 


Mudanças emocionais


Ira ou tristeza


Violência


    





Tempo de reação


Controle da motricidade ampla


Perda do equilíbrio


Linguagem má articulada





0.21 — 0.29


    





Estupor


Perda do entendimento


Sensações deterioradas


    





Severa debilidade motora


Perda da consciência


Blackout de memória





0.30 — 0.39


    





Depressão severa


Inconsciência


Possibilidade de morte


    





Função da bexiga


Respiração 


Ritmo cardíaco





=> 0.40


    





Perda da consciência 


Morte


    





Respiração


Ritmo Cardíaco





 





O Islam, a nossa bela religião, nos dá orientações sobre drogas e álcool. O Islam considera as drogas e o álcool proibidos e vetados. Qualquer quantidade de drogas ou álcool é proibida. Beber inclusive um pouco de vinho num evento social é totalmente proibido. Uma vez que o hábito de beber em pequenas quantidades logo se torna um vício.





Allah proibiu as drogas e álcool no Alcorão:





Ó fiéis, as bebidas inebriantes, os jogos de azar, a dedicação às pedras e as adivinhações com setas, são manobras abomináveis de Satanás. Evitai-os, pois, para que prospereis. Satanás só ambiciona infundir-vos a inimizade e o rancor, mediante as bebidas inebriantes e os jogos de azar, bem como afastar-vos da recordação de Deus e da oração. Não desistireis, diante disso?  (Alcorão 5:90-91)





Quando esses versículos foram revelados ao Profeta, foi anunciado a quem possuísse álcool que estava proibido beber e vender, e foi ordenado que houvesse a eliminação de todas as bebidas inebriantes. Posteriormente, o álcool foi escoado pelas valetas da cidade de Medina.





Uma pessoa perguntou se o álcool poderia ser usado na Medicina, o Profeta disse: “Isso não é medicina, é a enfermidade.”[7]





O Profeta proibiu o álcool com palavras fortes. Ele disse:





“Em verdade, Allah amaldiçoou o khamr, a quem produz, pra quem foi feito, áquele que consome, para quem serve, a quem carrega, para aquele que é cobrado, a quem vende, a quem obtém lucro pela sua venda, a quem compra e a áquele para quem é comprado.” (Tirmidhi, Ibn Majah)





Os árabes antes do Islam gostavam de álcool e festas. Tinham cem nomes para o álcool em seu idioma. Para acabar com esse mal, Allah proibiu o álcool de forma gradual.  





No primeiro estágio, Allah expressou Sua desaprovação sobre o consumo de álcool e os jogos de azar (Surah al-Baqarah 2:219). Na segunda fase foi proibido às pessoas rezarem estando embriagados (Surah an-Nisa 4:43). Na terceira e última fase, a proibição foi absoluta (Surah al-Maidah 5:90-91).





Qualquer bebida, droga ou substância que intoxique está proibida. O Profeta de Allah disse: "Todo intoxicante é khamr, e todo khamar é proibido." (Sahih Muslim)





Também disse: ‘O que intoxica em uma grande quantidade está proibido, inclusive em uma pequena quantidade.’ (Abu Dawud e Tirmidhi)





O que significa é que um gole de qualquer bebida alcoólica ou uma pequena quantidade de droga também está proibido. 


Jogos de azar





O jogo desencoraja o trabalho honesto e incentiva a ganância, o materialismo e o descontentamento. Encoraja o pensamento de "enriquecer rapidamente" e o investimento imprudente dos recursos que Allah nos deu.





O “vício no jogo” é um problema de saúde reconhecido. [1]  Apostar em esportes, comprar bilhetes de loteria, jogar poker, máquinas caça níquel ou roleta são apenas algumas das atividades em que os jogadores compulsivos participam. Enquanto muitos preferem jogar num casino, a taxa de dependência do jogo online está aumentando.





O Islam proíbe os jogos de azar. A proibição se baseia no Alcorão e na Sunnah do Profeta Muhammad. No Alcorão lemos: 





“Ó fiéis, as bebidas inebriantes, os jogos de azar, a dedicação às pedras e as adivinhações com setas, são manobras abomináveis de Satanás. Evitai-os, pois, para que prospereis. Satanás só ambiciona infundir-vos a inimizade e o rancor, mediante as bebidas inebriantes e os jogos de azar, bem como afastar-vos da recordação de Deus e da oração. Não desistireis, diante disso?” (Surah al-Maidah 90-91)





O Mensageiro de Allah enfatizou a proibição do jogo de azar a tal ponto que até mesmo o pensamento de participar dele foi considerado reprovável. O Mensageiro de Allah disse: "Aquele que diz a outro: 'Vem, vamos jogar', deve dar em caridade (como forma de expiação por ter a intenção de apostar).” (Sahih Al-Bukhari)





Podemos dizer que o jogo de azar é uma atividade na qual os jogadores voluntariamente transferem dinheiro ou algo de valor entre os participantes, porém essa transação está condicionada ao resultado de um evento futuro que é incerto. 





Basicamente, existem duas formações fundamentais do jogo: 





1)   A primeira forma de jogo é quando nenhuma das partes é obrigada a pagar uma determinada quantia, mas o pagamento de cada parte depende de um acontecimento futuro incerto. Nesse caso, o jogador não aposta seu dinheiro inicialmente, mas o dinheiro é colocado em jogo prometendo ser pago mais tarde.





Por exemplo, A e B competem em uma corrida com a promessa de que o perdedor pagará ao vencedor $100. Nesse exemplo, não há certeza de pagamento por nenhuma das partes, pois o pagamento depende, para ambas as partes, ganhar ou perder.





Também estão incluídas nessa categoria as apostas realizadas em corridas de cavalos e outros esportes. Por exemplo, A diz a B que se o time X ganhar o jogo, lhe pagará $100; mas se o time X perder, B terá que pagar os $100.





2)    A segunda forma de jogo é quando o pagamento é seguro de um lado e incerto do outro. Aquele que paga com certeza está realmente apostando sua riqueza, no sentido de que ele pode receber mais riqueza ou perdê-la completamente. Esse é provavelmente o tipo de jogo mais difundido e tem diferentes formas.





Também estão incluídos os diferentes tipos de loterias, rifas e sorteios, nos quais você deve pagar para ser incluído no sorteio, seja na forma de ingresso, compra de bilhetes ou de qualquer outra forma. A razão é que o total acumulado em dinheiro será distribuído para aqueles cujos nomes aparecem no sorteio como os vencedores do prêmio, que é um claro jogo de azar. Se o nome do participante não aparecer no sorteio do prêmio, estará perdendo seu dinheiro sem ter nada em troca.


Plano de tratamento


1.     Uma educação apropriada





Uma família saudável proporciona a estabilidade que as crianças necessitam, e quando a família imprime nas crianças o amor e o temor a Allah, se converte em um forte elemento dissuasivo contra seguir os desejos. A maneira mais efetiva de ensinar a nossos filhos é mostrar bons exemplos de conduta. Não são somente as palavras que servem para educar, mas também as ações. 


2.     Arrepender-se e pedir perdão





O crente busca rapidamente o perdão depois de haver cometido um pecado e se sente envergonhado por ter desobedecido Allah. Portanto, qualquer muçulmano que esteja envolvido no uso de drogas, álcool ou jogo de azar, deve saber que Allah o ajudará e perdoará seus pecados. Deve pedir a Allah com o coração arrependido. O Profeta da Misericórdia disse: “Aquele que se arrepende do pecado é como o que não cometeu pecado nenhum.” (Ibn Majah)





No entanto, o arrependimento deve ser totalmente sincero. A pessoa tem de se sentir envergonhada e culpada pelo seu pecado. Deve também ter uma firme determinação em manter-se afastado desse pecado no futuro, e fazer as alterações necessárias para compensá-lo.


3.     Manter-se em boa companhia





Ficar com boas companhias faz parte do tratamento e da prevenção. Sem isso, o tratamento está incompleto. A pessoa deve fazer todo o possível para desenvolver bons relacionamentos. Estar rodeado de pessoas boas e piedosas é muito importante. Quando uma pessoa é privada de amigos sinceros, ela não tem ninguém para lembrá-la ou aconselhá-la quando se sente triste ou solitária. Muitas pessoas caem nos vícios das drogas, do álcool e do jogo à custa de más companhias. Aproxime-se da mesquita e passe algum tempo nela, mude de bairro, saia da cidade, faça o que for preciso.


4.     Ocupe seu tempo





Quando uma pessoa com tempo livre não o utiliza na obediência a Allah, é provável que o utilize para desobedecê-Lo. Os viciados queixam-se de tédio. O tempo livre deve ser visto como uma oportunidade de agradar a Allah e ganhar Suas recompensas na outra vida. O Profeta disse: “Existem duas bençãos que muita gente se vê privada: a saúde e o tempo livre.” (Sahih Al-Bukhari)





Use seu tempo livre para aprender o Alcorão, aprender árabe, aprender sobre o Islam e em seguida divulgá-lo. 


5.     Consulte um centro de reabilitação





Participe de um programa em um centro de reabilitação e obtenha a ajuda que necessite. 


6.     Du’a (Suplica)





 A Du’a em si é um tratamento eficaz, pois por meio dela imploramos ao Todo-Poderoso, por Cuja vontade todas as coisas acontecem. Quando combinamos o du'a com outros esforços, Allah irá certamente ajudará e protegerá. 


O que é a mentira?





Backbiting1.jpgA mentira é o oposto da verdade; portanto, qualquer coisa falada ou escrita que seja falsa e deliberadamente destinada para enganar é uma mentira. Uma mentira é algo sem fundamento, irreal, inventado, distorcido ou pode ser um exagero. A mentira é proibida no Islam e condenada por Allah e Seu Mensageiro.


Por que mentimos?





·       Para conseguir o que queremos.





·       Para manter um segredo.





·       Para esconder a verdade.





·       Para proteger nosso corpo ou nossas posses.





·       Para não passar vergonha.





·       Para preservar a nossa imagem.





·       Para evitar mais perguntas.





·       Para justificar nosso comportamento.





·       Para evitar uma responsabilidade.





·       Para evitar conflitos.





·       Para preservar o status quo.





·       Para engrandecer nosso ego.





·       Para esconder nossos sentimentos.





·       Para manipular alguém.





·       Para enganar alguém.





·       Para se vingar de alguém que mentiu para nós.


Níveis de mentira





As mentiras não são todas iguais. A pior mentira é atribuir falsamente algo a Allah e ao Seu Mensageiro. Allah diz no Alcorão:





“E se (o Mensageiro) tivesse inventado alguns ditos, em Nosso nome. Certamente o teríamos apanhado pela destra; E então, Ter-lhe-íamos cortado a aorta.” (Alcorão 69:44-46)





Mentir num testemunho é algo muito grave:





“...Não vos negueis a prestar testemunho; saiba, pois, quem o negar, que seu coração é nocivo...” (Alcorão 2:283)





Misturar a verdade com a falsidade é um pecado vil:





“E não disfarceis a verdade com a falsidade, nem a oculteis, sabendo-a.” (Alcorão 2:42)





Os hipócritas que escondem a incredulidade em seu coração, mas fingem ter fé na sua língua, são mentirosos porque mentem para si mesmos. Allah nos fala sobre eles:





“Em seus corações há morbidez, e Allah os aumentou em morbidez, e sofrerão um castigo doloroso por suas mentiras.” (Alcorão 2:10)





“…Allah bem sabe que tu és o Seu Mensageiro e atesta que os hipócritas são mentirosos.” (Alcorão 63:1)


O Alcorão em relação à verdade





Allah ordena que sejamos verdadeiros e menciona isso em mais de cem passagens no Alcorão. A verdade é a qualidade de um crente. Segue algumas belas passagens do Alcorão sobre a veracidade:





“Ó fiéis, temei Allah e falai apropriadamente.” (Alcorão 33:70)





“Ó fiéis, temei Allah e permanecei com os verazes.” (Alcorão 9:119)





“Allah recompensa os verazes, por sua veracidade…” (Alcorão 33:24)





“Somente são fiéis aqueles que creem em Allah e em Seu Mensageiro e não duvidam, mas sacrificam os seus bens e as suas pessoas pela causa de Allah. Estes são os verazes.” (Alcorão 49:15)


O Alcorão condena a mentira





“…que a maldição de Allah caia sobre ele, se for perjuro [jurar falsamente].” (Alcorão 24:7)





“…Allah não encaminha o mendaz, ingrato.” (Alcorão 39:3)





“…Allah não encaminha ninguém que é transgressor, mentiroso.” (Alcorão 40:28)


O Profeta Muhammad e a mentira





O Profeta Muhammad era reconhecido como uma pessoa verdadeira antes que Allah o escolhesse para ser Seu Profeta. Era conhecido como ‘al-Amin,’ ‘o confiável’. Até seus inimigos reconheceram que ele era verdadeiro e confiável. O Profeta enfatizou o valor da veracidade em numerosos ditos:





“Vos exorto a serdes verdadeiros, pois a verdade conduz à retidão e a retidão conduz ao Paraíso. Um homem continuará sendo verdadeiro e procurará falar a verdade até que seja registrado ante Allah como veraz (siddiq). E temei a mentira, porque a mentira conduz à imoralidade e a imoralidade conduz ao inferno.” (Sahih Al-Bukhari, Sahih Muslim)





Alguém perguntou ao Profeta Muhammad: “Ó Mensageiro de Allah! O que acreditas ser a coisa mais terrível para mim?” O Mensageiro pegou sua própria língua e disse: “Isto!”[1]





“A destruição é para o homem que diz mentiras divertindo os demais. A destruição é para ele.” (Tirmidhi)





“A maior traição é que digas algo ao teu irmão e ele acredite, sendo que estas mentindo para ele.” (Abu Dawud)


A mentira pode ser justificada?





O Islam é a religião da verdade que reconhece a condição humana e a sua debilidade. Existem algumas situações em que a mentira é justificada. Pode-se mentir em algumas circunstâncias excepcionais, tais como:





·       Salvar uma vida inocente. Nossos estudiosos contam a história de um antigo tirano que ordenou a execução de um homem inocente devido à sua falta de educação! Ao ouvir a sentença, o homem começou a amaldiçoar o rei na sua língua materna. Desconcertado, o tirano perguntou ao seu conselheiro – que entendia a língua - o que o homem estava dizendo. O conselheiro era um homem de sabedoria, então, em vez de dizer a verdade, disse ao tirano que o homem estava se desculpando por seu comportamento e pedindo misericórdia ao rei! O déspota impulsivo assim poupou sua vida.





·      Para manter a harmonia em um casamento. Essas são conhecidas como “mentirinhas doces”, ou “mentiras amáveis”, do tipo “sua comida é a melhor de todas!”





·       Para estabelecer a paz entre duas partes. O mediador pode transmitir uma verdade parcial do que uma delas disse sobre a outra, de modo a trazer paz entre eles.


O Islam é uma religião de paz, amor e compaixão que nos ensina que devemos respeitar a honra, a reputação e a privacidade dos demais. Mentiras, suspeitas, difamações, calúnias e fofocas são pecados graves e destrutivos, que vão contra o que o Islam representa e semeiam inimizade e discórdia entre os muçulmanos. Causam hostilidades entre os familiares, vizinhos e amigos. Portanto, o Islam os define proíbe claramente nos termos mais severos.


O que exatamente é difamação e calúnia?





Nosso Profeta explicou isso de forma clara. Certa vez ele perguntou a seus companheiros:





“Vocês sabem o que é difamação?”  Disseram: “Allah e Seu Mensageiro sabem mais.” Ele disse: “Falar sobre seu irmão algo que ele não goste.” Foi-lhe dito: “E se o que for dito sobre o meu irmão for verdade?” Ele disse: “Se o que dizes é verdade, então o difamastes, e se não for verdade, então o caluniastes.” (Sahih Muslim)





‘Difamar significa alguém falar algo verdadeiro sobre outra pessoa pelas costas.’ (Silsilah as-Sahihah)





Zombar das pessoas através de expressões faciais negativas ou de gestos com a mão enquanto não estão cientes (vendo), também é uma forma de difamação.


Por que fofocamos e difamamos?





·       Para nos aliviar, especialmente em caso de ódio.





·       Para unir-se a um grupo de amigos.





·       Para mostrar nossa superioridade e derrubar os outros.





·       Para agir de forma divertida e brincalhona.





·       Por ciúme ou raiva.





·       Por pena de alguém.





·       Para aliviar o tédio.





·       Para impressionar os outros.





·       Por arrogância.


A estrita proibição da calúnia





Allah proíbe a calúnia no Alcorão, comparando-a com o horrível ato de canibalismo: “Ó fiéis, evitai tanto quanto possível a suspeita, porque algumas suspeitas implicam em pecado. Não vos espreiteis, nem vos calunieis mutuamente. Quem de vós sois capazes de comer a carne do seu irmão morto? Tal atitude vos causa repulsa! Temei a Deus, porque Ele é Remissório, Misericordiosíssimo.” (Alcorão 49:12)





Muitas vezes, difamamos e fofocamos sobre os demais sem refletir muito nisso. Tratamos com leviandade, porém, em verdade isso pode ser um pecado grave aos olhos de Allah! O Alcorão diz: “Quando a receberdes em vossas línguas, e dissestes com vossas bocas o que desconhecíeis, considerando leve o que era gravíssimo ante Allah.” (Alcorão 24:15)





Muitas pessoas estão muito ocupadas espalhando calúnias que ouvem e não param por um minuto ponderando se elas são verdadeiras ou não. Allah diz: “Deveríeis, ao ouvi-la, ter dito: ‘Não nos compete falar disso. Glorificado sejas! Essa é uma grave calúnia’?” (Alcorão 24:16)





Temos que ter cuidado para não deixarmos escapar a nossa língua. O Profeta Muhammad disse: “Quando o homem acorda todos os dias pela manhã, todas as partes do seu corpo admoestam a língua dizendo: ‘Temei Allah por nós, porque estamos sob a vossa misericórdia; se fores justa, seremos justos e, se fores corrupta, seremos corruptos.’” (Tirmidhi)





A recompensa de controlar a língua é o Paraíso. Disse o Profeta Muhammad: “Aquele que protege sua língua de palavras ilícitas e suas partes privadas de relações sexuais ilícitas, lhes garantirei a entrada no Paraíso.” (Sahih Al-Bukhari, Sahih Muslim)


A proibição de ouvir fofocas





Não devemos prestar atenção na fofoca que critica um muçulmano ou ouvi-la com prazer e esperando ouvir mais. Allah disse: “Não sigas (ó humano) o que ignoras, porque pelo teu ouvido, pela tua vista, e pelo teu coração, por tudo isto será responsável!” (Alcorão 17:36) O Profeta disse: “Quem defende a honra de seu irmão, Allah protegerá seu rosto do fogo no Dia da Ressurreição.” (Silsilah as-Sahihah)





Devemos recordar as qualidades do melhor muçulmano, tal como definiu nosso Profeta. Ele disse: “É aquele de quem os muçulmanos estão a salvo do mal de sua língua e de suas mãos.” (Sahih Muslim)


Quando a difamação é permitida?





O Islam nos ensina que se as pessoas estão sendo ridicularizadas ou difamadas em nossa presença, devemos defender a honra delas. Se não o fizermos, arriscamo-nos a privar-nos da ajuda sempre necessária da misericórdia de Allah. No entanto, algumas situações nos permitem informar aos outros sobre o que alguém fez.





1.     Ao acudir a uma autoridade para solucionar um problema devido a uma injustiça.





2.     Ao buscar orientação religiosa de um erudito muçulmano.





3.     Ao obter ajuda para corrigir um erro ou prevenir um desastre.





4.     Ao consultar sobre assuntos de casamento, negócios, sobre um vizinho antes de se mudar, etc.





Nesses casos, podemos revelar apenas o que for necessário sobre a pessoa em questão. Essas formas de ‘difamação’ são permitidas.


 



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