O STATUS DA MULHER NO ISLAM
INTRODUÇÃO
A REIVINDICAÇÃO DA
LIBERTAÇÃO DA MULHER
Em primeiro lugar, a palavra “libertação” indica que há grilhões,
obrigações e restrições em vigor e, por outro, que as mulheres
são escravizadas e devem ser libertadas. O ser humano,
por sua natureza está restrito, porque suas possibilidades e
potencialidades são limitadas. Os seres humanos, em suas
sociedades, quer nas sociedades civilizadas ou primitivas,
vivem sob a sombra de um ambiente social com certas leis,
regras e regulamentos que regem e organizam os vários
assuntos da vida. Isso quer dizer que o homem não é livre e
independente em suas ações, isso significaria que o homem
não está livre? Portanto, a liberdade tem limites específicos singulares
e coletivos, que, se ultrapassados, levarão a atividades destrutivas
que todos reconhecem como indecentes, incivilizados e criminais. O
Professor Doutor Henry Makow (pensador e académico americano,
pesquisador e especialista em assuntos da mulher no mundo)1 disse:
“A libertação da mulher é uma das fraudes da Nova Organização
Mundial, uma fraude grave que iludiu as mulheres americanas e
destruiu a civilização ocidental.
A verdade é que o Islam foi a primeira religião que concedeu à
mulher o direito de lidar diretamente com muitos assuntos dentro da
sociedade, em vez de lidar através de um tutor. As mulheres no Islam
são oficialmente responsáveis e encarregadas de executar todos os
seus assuntos de economia, social ou de outro tipo, como em muitas
sociedades. O Islam só proibiu a mulher a liberdade de cometer coisas
vergonhozas, falta de recato e depravação. Essa liberdade foi tirada,
da mesma forma, do homem. O significado da liberdade no Islam é
estabelecido pelas palavras do Mensageiro de Deus : “O exemplo
da pessoa que obedece as injunções de Deus e da que transgride é
1. Revista Al Mustacbal Al Isslámi, nº 146 – 6 de 1426 H. The Debuchery of American Womanhoot
Bikini Vs. Burka.
13 O STATUS DA MULHER NO ISLAM
o dos passageiros de uma barcaça, em que alguns ocupavam a parte
superior e outros ocupavam a parte inferior. Estes, para recolherem
água, tinham de passar por aqueles, causando-lhes algum incômodo.
Assim, eles sugeriram aos ocupantes superiores permitirem-lhes abrir
um buraco no casco da barcaça para poderem recolher a água, sem
causar-lhes incômodo. Se os ocupantes da parte superior permitissem
tal pedido, pereceriam todos os ocupantes da barcaça. Ao impedi-los
de abrir o buraco no barco, salvam-se, e a todos os passageiros.”2
Este é o significado da liberdade no Islam, que o comportamento
individual não deve ser prejudicial ao indivíduo ou destrutivo para a
sociedade em geral.
O que devem exigir os que pedem a liberdade da mulher é: que
sistemas são mais benéficos e mais protetores da honra da mulher e
da sociedade? Será que é o sistema islâmico que considera a mulher
o complemento do homem e sua irmã, ou são sistemas seculares
e os legislações mundiais que tem por trás objetivos escusos que
desonraram-na, liberaram as coisas ilícitas, destruíram as sociedades
e invadiram as nações?
A IGUALDADE DAS MULHERES COM
OS HOMENS
O pedido de plena igualdade das mulheres com os homens, em
todas as coisas é impossível por causa da diferença natural entre
os ambos, tanto em termos físicos como em termos mentais ou
psicológicos.
Se a igualdade entre pessoas do mesmo sexo – ou seja entre
2. Sahih Al Bukhari, v. 2, pág. 882, tradição 2361.
O STATUS DA MULHER NO ISLAM 14
o gênero masculino ou feminino – é um assunto impossível
por haver distinções e contrastes entre eles, a igualdade é
ainda mais impossível entre sexos diferentes. Deus, Exaltado
Seja, diz: “E criamos um casal de cada espécie, para que
mediteis.”3
“Quando Deus, Glorificado e Exaltado Seja, criou os dois sexos,
fê-los com características diferentes um do outro e como
complementares um ao outro. Se olharmos para o sexo que
se dividiu em dois tipos devemos dizer que foi dividido para
executar duas tarefas. Se fosse somente uma tarefa o sexo não
se dividiria em dois tipos. A divisão em dois tipos indica que
cada tipo tem a sua particularidade por si e o sexo os reune.
Por exemplo, a noite e o dia como duas características para o
mesmo tipo, que é o tempo. Este tipo estabeleceu uma tarefa
para a noite que é o descanso e uma tarefa para o dia, que é o
agir e trabalhar. O homem e a mulher, desta forma, são dois tipos
de sexo, o de ser humano. Assim há coisas que são pedidas
para cada um deles como ser humano. Além disso, há coisas
que são pedidas do homem e outras pedidas da mulher, de
forma que possamos dizer que eles são dois tipos de sexo com
tarefas comuns e tarefas diferentes.”4
Depreende-se do citado acima a impossibilidade de igualdade
em tudo e é absurdo procurá-la porque é tentativa de mudar a
natureza humana inata e, ao mesmo tempo, é uma tentativa de
desvalorizar a mulher e humilhá-la pela consequente saída de
sua natureza que Deus lhe imprimiu e que vai causar uma reação
péssima para a sociedade.
3. Alcorão Sagrado, Surata 51:49.
4. Do Livro: “Al Cadhá wal Cadar” (A Predestinação), do Cheikh Mohammad Mitwalli Ach-
Cha’ráwi, págs. 130-132.
15 O STATUS DA MULHER NO ISLAM
A REIVINDICAÇÃO DOS DIREITOS
DAS MULHERES.
Não há nenhuma lei ou regulamento, seja antigo ou
moderno, que tem protegido os direitos da mulher e elevado
a sua posição como fez o Islam. Desde o nascimento
da luz do Islam com a missão do Profeta Mohammad
que estabeleceu nos corações dos muçulmanos que
acreditaram nele e através deles, a sociedade conheceu o
mais insólito acontecimento na história humana, esse foi o
extraordinário evento em tudo, que contou na velocidade
da sua propagação e na sua abrangência e precisão, a
facilidade de sua compreensão e o seu contato com a
natureza humana, sem ter obuscuridade e ambiguidade,
e nem colide com a boa natureza humana. Vamos tomar
deste evento o que ele trouxe de mudança na percepção da situação
e dos direitos da mulher, que é o que nos interessa nesta pesquisa. O
autor da obra “A Civilização Árabe”:1
O Islam não se restringiu a elevar o status da mulher, mas
acrescentamos a isto que é a primeira religião a fazê-lo.
O autor afirma ainda (op, cit, p, 497) que os direitos conjugais
estipulados pelo Alcorão e os exegetas são muito melhor do que os
direitos conjugais europeus.
Deve-se reivindicar os direitos da mulher das comunidades nas quais
foram roubados seus direitos, ou das comunidades que lhe deram
direitos descontrolados, que lhes conduzem aos caminhos do vício
e da corrupção e que as tornam como ferramenta para a diverção
e satisfização das necessidades e desfruto. Contariamente, o Islam
qualificou a mulher e manteve seus direitos e concedeu direitos
gerais e especiais através dos quais, pode viver feliz e em paz e
desempenhar a tarefa que Deus a incumbiu.
1. Dr. Gustave Lebon, pág. 488.
17 O STATUS DA MULHER NO ISLAM
RECLAMAÇÕES
O ESTATUTO DA MULHER
DURANTE A ÉPOCA PASSADA:
O ESTADO DA MULHER NA
SOCIEDADE PRÉ-ISLÂMICA
A mulher na sociedade pré-islâmica estava sujeita a diversos
tipos de humilhação, injustiça e tirania, com seus direitos
usurpados, sua fortuna extorquida e considerada como
propriedade material. Não tinha o direito de herdar dos pais ou
do marido, porque a herança só era concedida a quem tinha
habilidades marciais, capacidade de montar cavalo, lutar e
conquistar despojos. Ao contrário, ela mesma era herdada como
qualquer mercadoria após a morte do marido, como eram herdados os
objetos. Se o falecido tivesse filhos de outros casamentos, o filho mais
velho entre eles tinha o direito de herdá-la junto com os outros bens,
e não tinha direito de sair da casa dele até pagar um resgate. Após o
divórcio, a mulher era impedida de se casar novamente. Como prática
geral, os homens tinham a liberdade de adquirir tantas esposas sem
limites. Ela não podia escolher o homem e nem tinha direito algum diante
do seu marido. Não havia sistema de direito e de justiça que impedisse
o homem de cometer injustiça com as esposas. Na era pré-islâmica
os árabes comumente ficavam incomodados com o nascimento de
uma criança do sexo feminino. Alguns consideravam o nascimento
dela como um mau presságio. O ódio às meninas gerou o infanticídio
feminino. Esse tipo de infanticídio, enterrando as filhas vivas, era habito
entre algumas tribos árabes e os motivos variavam de acordo com o
estado social da família. Alguns o cometiam com o medo da vergonha e
outros o cometiam se a recém-nascida tivesse um defeito físico. Deus,
Exaltado Seja, disse, descrevendo a sua situação deles em relação a
esta prática: “Quando a algum deles é anunciado o nascimento de
uma filha, o seu semblante se entristece e fica angustiado. Oculta-se
do seu povo, pela má notícia que lhe foi anunciada: deixá-la-á viver,
envergonhado, ou a enterrará viva? Que péssimo é o que julgam!”1
1 . Alcorão Sagrado, Surata 16:59.
19 O STATUS DA MULHER NO ISLAM
A SITUAÇÃO
Em relação aos árabes pobres, praticavam o infanticídio por receio da
miséria. O Alcorão registra isso nas palavras de Deus, Exaltado Seja:
“Não mateis vossos filhos, por temor à necessidade, pois Nós os
sustentaremos, bem como a vós. Sabei que o assassinato deles é
um grave delito.”2
A mulher não desfrutava de seus direitos naturais. Alguns tipos de
comidas eram permitidos apenas para os homens. Deus, Exaltado
Seja, regista no Alcorão Sagrado: “Dizem ainda: O que há nas
entranhas de tais animais é lícito exclusivamente para os nossos
varões e está vedado às nossas mulheres; porém, se a cria nascer
morta, todos desfrutarão dela!”3 [6: 139]
Nada possuía para seu orgulho além da proteção que o homem
proporcionava nela, que compreendia a vingança caso ela fosse desonrada.
01 O ESTADO DA MULHER NA SOCIEDADE
INDIANA ANTIGA
De acordo com o livro dos Vedas, um dos livros sagrados, que inclui a
base da religião brâmane em relação às mulheres4 afirma o sequinte: A
lei bramânica diferencia entre o homem e a mulher no que diz respeito
a dignidade humana e em outros direitos. A mulher era privada de seus
direitos civis e colocada sob o controle do homem em diferentes fases
da sua vida, conforme os preceitos da Lei de Manu a mulher não tinha
o direito em qualquer fase de sua vida, de conduzir qualquer ordem de
acordo com sua vontade, mesmo que fosse um assunto interno à sua
casa. Nos estágios de sua infância permanecia na responsabilidade
do seu pai. Durante a juventude ficava sob controle do marido. Depois
da morte do marido, seus tios a representavam. Se não tivesse tios,
o juiz assumia sua representação. No entanto, ela não tinha direito à
liberdade, à independência e nem de agir de acordo com sua vontade.
2. Alcorão Sagrado, Surata 17:31.
3 . Alcorão Sagrado, Surata 6:139.
4 . Escrituras sagradas nas religiões anteriores, dr Áli Abdul Wáhid Wáfi p. 168
O STATUS DA MULHER NO ISLAM 20
O estado da mulher na sociedade indiana era como o estado de
escravo, seguindo o marido, sem direito à opinião, à autodeterminação
e o marido podia perdê-la nos jogos de azar5.
Ela não podia casar depois da morte do marido, pois não tenha o
direito de viver após a morte dele, porém tinha que ser queimada
junto com o cadáver do marido. Segundo os seus livros religiosos6
“É melhor para a esposa que se jogue sobre a madeira preparada
para a queima do marido morto”. Quando colocavam o cadáver do
marido na lenha, preparada para quimá-lo, a esposa se adiantava
envolta com trapos. O sacerdote brâmanes tirava os trapos, as
jóias e os adornos e distribuía para os parentes e, em seguida,
soltava as tranças. O grande brâmane pegava na sua mão direita e
dava três voltas ao redor da lenha, depois era colocada em cima da
lenha. Ela ergue a perna do marido e a coloca na sua testa como
referência de sujeição a ele, e depois sentava diante da cabeça
dele, colocando sua mão direita sobre ele. Em seguida ateavam
o fogo e a queimavam com o cadáver do marido. Afirmavam que
a prática lhe proporcionaria a felicidade com o marido que juntos
iam viver no céu trinta e cinco milhões de anos (...) desta forma era
considerada entre as mulheres puras e de nome nobre. Esse hábito
se tornou entre eles tão comum, que chegaram a queimar cerca de
seis mil mulheres em dez anos, de 1815 a 1825. Eles continuaram a
praticar esta lei até o fim do século XVII, onde o hábito foi proibido
apesar da rejeição do clero indiano.
E o que demonstra ainda a situação decadente da mulher indiana,
daquela época, de acordo com as Leis hindus7, “a predestinação, o
vento, a morte, o inferno, o veneno, as cobras e o fogo não são piores
do que a mulher”. Em algumas situações ela se casava com vários
homens, se igualando ao estatuto da prostituta8.
5 . O Que o Mundo Perdeu com a Queda dos Muçulmanos. Nadawi, citando: A história de Maha
Bharat (A Grande Divina Comédia Indiana).
6 . A História da Civilização de W. Durant V. 3 págs. 178, 180, 181.
7 . Dr. Gustave Lebon, “A Civilização Árabe” - A influência do Islam nas Condições das Mulheres
no Oriente p. 406.
8. O Que o Mundo Perdeu com a Queda dos Muçulmanos. Nadawi, citando R.C.Dutt, pág. 331.
21 O STATUS DA MULHER NO ISLAM
02 O ESTATUTO DA MULHER NA SOCIEDADE
CHINESA ANTIGA
Segundo o autor do livro “A História da Civilização” na antiga
sociedade chinesa a mulher9 era também subordinada aos homens,
passava a vida em obediência a ele e era privada de todos os direitos
patrimoniais e sociais. Era destituída de autodeterminação. O homem
era o seu guardião em tudo. Não tinha o direito de receber instrução e
ser educada e devia permanecer presa em casa, trabalhava e aprendia
a costura e os vários meios de trabalho. Tinha de cortar os cabelos
quando atingia quinze anos e se casar, ao atingir os vinte anos. O pai
lhe escolhia o marido com a ajuda de um corretor.
O seu nascimento era considerado mau agouro. Ainda de acordo com
W. Durant no seu livro “A História da Civilização”10: Os pais pediam,
em suas orações que os filhos fossem de sexo masculino e uma das
maiores causas de humilhação permanente para as mães era pelo fato
de elas não terem filhos varões, porque esses eram mais aptos para
trabalhar nos campos do que as meninas e tinham mais resistência
no campo de batalha. As meninas eram consideradas um fardo
para os pais, porque eles as educavam e tinham de ser pacientes
em relação à educação delas e, em seguida, enviá-las para seus
maridos. Até mesmo a tradição de matar as meninas estava presente.
Quando nascia um determinado numero de meninas que excedia as
necessidades da família e encontravam dificuldades para sustentalas,
deixavam-nas nos campos, até que morressem de frio da noite
ou atacadas por animais ferozes sem que os membros da família
sentissem algum escrúpulo.
O velho provérbio chinês11 diz: “Ouça a sua esposa, mas não acredite
nela”.
9 . W. Durant, A Mulher na China, V. 1
10 . Ídem v. 4
11. Dr. Gustave Lebon, “A Civilização Árabe” p 406.:
O STATUS DA MULHER NO ISLAM 22
03 O ESTATUTO DA MULHER NA SOCIEDADE
ROMANA ANTIGA
O autor do livro “A História da Civilização” afirma que12 o nascimento
da mulher não era desejável, e era hábito familiar, permitir ao pai, que
se tivesse uma criança deformada ou do sexo feminino terminasse a
vida dela, por esta razão, desejavam muito ter filhos varões.
A mulher, por sua vez, estava em restrição na sociedade romana, sem
direito à opinião. Era dirigida pelo homem em todos os poderes e
autoridades. O homem detinha o direito total sobre todos os membros
de sua família. Entre tais poderes, ele podia condenar a esposa à
pena da morte, por certas acusações13 e tinha autoridade sobre as
suas noras e os netos. Esta autoridade incluía venda, tortura, exílio e
assassinato.
A mulher tinha a função de ouvir, obedecer e executar. Não tinha
direito de protestar e reivindicar, era privada da herança, sendo esta
concedida ao filho mais velho. Chegou-se ao ponto de o homem ter
o direito de incluir na família quem quisesse, e livrar da família, quem
quisesse entre os filhos, através da venda14.
04 O ESTATUTO DA MULHER NA SOCIEDADE
GREGA ANTIGA
A situação da mulher na sociedade grega não era diferente das nações
supracitada, era tão humilhada até o ponto de ser levada por emprestimo.
De acordo com Troylong15, a mulher fértil era levada emprestada do seu
marido para dar à luz filhos de outro homem para a nação.
12 . Wil Durant, “A História da Civilização”, v. 1 pág. 119.
13. W. Durant,” A História da Civilização” V. 09, pag. 118, 119, 120:
14. “A Religião Comparada”. Dr. Ahmad Chalabi p. 188, “A Civilização Árabe” p. 408 Dr. G. Lebon
406
15. Gustave Lebon, “A Civilização Árabe” p 406.
23 O STATUS DA MULHER NO ISLAM
Era privada da cultura e desprezada ao ponto de ser considerada “uma
abominação do Satanás16”. Não havia sistema que a protegesse; era
privada da herança; não tinha direito de gerir seus bens; destituída da
liberdade; sujeita à autoridade do homem ao longo da sua vida; não
tinha o direito de pedir o divórcio, pois era uma propriedade absoluta
do homem17. Chegou-se ao ponto de alguns pensadores pregarem
que: Deve-se prender o nome da mulher como o seu corpo em casa18.
Para os gregos, a mulher não era mais do que um ser degradado, na
parte ínfima de consideração. O autor do livro “A Civilização Árabe”19,
aponta que “os gregos, em geral, consideravam as mulheres criaturas
degeneradas que não serviam a não ser para a procriação, cuidar da
casa. Se a mulher dava à luz uma criança feia, acabavam com ela”.
Demostenes, um famoso orador grego, afirma categoricamente sobre
o estado da mulher, dizendo20 “nós tomamos as prostitutas para o
prazer; as namoradas para cuidarem diariamente da saúde dos nossos
corpos e as esposas, para darem à luz as nossas crianças legais”. Que
destino tem a mulher nesta sociedade onde um dos seus intelectuais
consegue fazer declarações desta natureza?
05 O ESTATUTO DA MULHER NA COMUNIDADE
JUDAICA
Ela era considerada a fonte do pecado original como indicado nos
textos da Torá21: A mulher é a causa do pecado original e por sua
causa todos foram enganados.
A situação da mulher na comunidade judaica não era do melhor. Suas
Leis reduziram os seus direitos e advertiram a respeito dela conforme
16. Gustave Lebon, “A Civilização Árabe” p 408.
17 . “Á Religião Comparada”. Dr. Ahmad Chalabi , p. 186,
18 . W. Durant “A História da Civilização”, V. 7, pág. 117-118.
19. Gustave Lebon, “A Civilização Árabe” pag. 406.
20 . Dr. Hussein al-Sheikh, “Estudos da História da Civilização dos Gregos e Romanos”, p 149
21 . Gênesis 3/1
O STATUS DA MULHER NO ISLAM 24
descrito em “Eclesiastes”22: “Eu apliquei o meu coração para saber, e
inquirir, e buscar a sabedoria e a razão das coisas, e para conhecer
que a impiedade é insensatez e que a estultícia é loucura. E eu achei
uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são
redes e laços, e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de
Deus escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela”.
O pai tinha autoridade absoluta sobre a família, principalmente sobre o
sexo feminino. Casava-as com quem quisesse e as vendia para quem
quisesse, o que pode ser confirmado no Livro do Êxodo 21:7-11.
O autor do livro “A História da Civilização”23 afirma que “o pai tinha
autoridade absoluta sobre os familiares. Era o proprietário das terras.
A sobrevivência dos filhos dependia de total obediência ao pai. Ele
era o Estado. Se fosse pobre podia vender a filha antes de atingir
a puberdade, pois tinha o direito absoluto de casá-la com quem
quisesse ainda que, às vezes, vinha a ceder um pouco de seus direitos,
consultando a filha se estava satisfeita com o casamento.
Quando a mulher judia casasse, a sua tutela passa do pai ao marido, e se
tornava sua propriedade, de tal forma que lhe pertence a casa, a escrava
e a fortuna. Assim como afirmam os preceitos da Torá em Êxodo 20:17.
Para, além disso, a Lei judaica priva a menina da herança do pai se
ele tiver filhos homens, de acordo com Números 27:8: “Se um homem
morrer e não deixar filho, transfiram a sua herança para a sua filha”.
Quando o marido morre, a mulher é transferida automaticamente para
o irmão do marido, de forma compulsória, a menos que ele abandone
dela, tal como afirma o Antigo Testamento24: “Se dois irmãos morarem
juntos, e um deles morrer sem deixar filhos, a sua viúva não se casará
com alguém de fora da família. O irmão do marido se casará com ela
e cumprirá com ela o dever de cunhado”.
Durante o período menstrual, o homem não partilhava suas comidas
22. “Eclesiastes”, 7:25-26.
23 . W. Durant V. 2, pág. 374.
24. Deuteronômio 25:5.
25 O STATUS DA MULHER NO ISLAM
e bebidas com ela e nem dormiam juntos, porem eram isolada até se
tornar pura. Ainda sobre o assunto, a Lei rege que25 “a mulher não é
pura a partir do dia que começa a sentir os sintomas prévios sobre a
vinda da mesntruação e até mesmo que os sintomas não causasse
algum efeito. O marido não devia ter contato com ela até mesmo com
o dedo mindinho. Não lhe é permitido passar ou pegar algo dela, e
nem lhe é permitido jogar as coisas ou vice-versa, a ela. não lhe é
permitido comer com ela na mesma mesa, a menos que haja algo
que separe o prato dos ambos. Não lhe é permitido beber a sobra do
copo dela, nem dormir na mesma cama ou dividir o mesmo veículo ou
o mesmo barco, podendo trabalhar no mesmo lugar sem, contudo, se
tocarem. Se o marido adoecer e não tiver ninguém para cuidar dele,
é-lhe permitido fazê-lo sem o tocar diretamente. Porém, se a mulher
adoecer, não é permitido ao marido cuidar dela, mesmo que não a
toque. Quando a mulher dá à luz um menino passa a ser impura por
sete dias, mas se for menina fica impura por quatorze dias. Só pode
se banhar depois de quarenta dias se o recém-nascido for menino, e
oitenta dias se o recém-nascido for menina”.
06 O ESTATUTO DA MULHER NA COMUNIDADE
CRISTÃ
Os padres da Igreja na Idade Média chegaram ao extremo, por
considerarem a mulher como a fonte do pecado original e a origem
dos infortúnios sofridos pela humanidade em geral. Por isso, a relação
entre homens e mulheres tornou-se impura, que deve ser evitada
mesmo que seja através do casamento religioso ou civil. O Padre S.
Tertuliano afirma que “Ela é a entrada do Satanás para a alma do ser
humano. Foi ela que induziu o homem a comer da árvore maldita,
desobedecendo a ordem de Deus, distorcendo a imagem de Deus –
ou seja, o homem”.
O escritor dinamarquês Wieth Knudesen escreveu sobre o estado
da mulher na Idade Média, afirmando que “poucos cuidados eram
25. do total de leis e costumes judaicos por: Rabbi Solomon Jazfried p 22.
O STATUS DA MULHER NO ISLAM 26
prestados a mulher, de acordo com os ensinamentos da doutrina
católica, que a considerava como uma criatura de segunda categoria26”.
O Paulo27 diz: “Quero, porém, que entendam que a cabeça de todo
homem é Cristo, o cabeça da mulher é o homem e o cabeça de Cristo
é Deus... O homem não deve cobrir a cabeça, visto que ele é imagem
e glória de Deus; mas a mulher é glória do homem. Pois o homem
não se originou da mulher, mas a mulher do homem; além disso, o
homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa
do homem. Por essa razão e por causa dos anjos, a mulher deve ter
sobre a cabeça um sinal de autoridade.”
Os ensinamentos do cristianismo obrigavam as mulheres a se
submeterem ao homem e lhe obedecerem cegamente. Paulo28 diz:
“Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor, pois
o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da
igreja, que é o Salvador de seu corpo,”
O escritor inglês Bernard Shaw diz que “no momento em que a mulher
se casa todos os seus pertences passam a ser propriedade do seu
marido sob a lei inglesa”.
Além de disso, o casamento é eterno, como obrigam a religião e Lei,
por mais que haja desavenças entre o casal e a exacerbação dos
problemas não é permitido o divorcio, mas recorrer-se-à a separação
física pelas consequências naturais do homem que toma amantes
namoradas e da mulher que toma namorados e amantes.
E em caso da morte de um dos cônjuges, fica proibido ao viúvo ou
viuva de se casar novamente. O resultado disso foi a degeneração
do estado da mulher e negligenciado o seu papel, o que levou mais
tarde a uma situação degradante na sociedade ocidental moderna,
onde seus pensadores e educadores exigiam a concessão a cada
membro da sociedade, seja homem ou mulher, o direito e a liberdade
26 . Religião Comparada, Feminiso, dr. Ahmed Chalabi, pág. 187.
27. Novo Testamento capítulo 11 da Epístola aos Coríntios primeiro parágrafo 3-7-9 p 28 036 Bible
New
28. Novo Testamento Capítulo 5 da carta de Paulo aos Efésios n.º 22.
27 O STATUS DA MULHER NO ISLAM
absoluta, sem restrições, o que conduziu ainda ao resultados não
favoreis, como a dissolução e desintegração da família congênita, o
que ocorreu por conta da pressão da Igreja e da arbitrariedade dos
regulamentos desleais que colidem com o instinto correto.
07 OS DIREITOS DA MULHER NO ISLAM
Depois desta rápida análise dos direitos da mulher e seu lugar nas
sociedades humanas antes do Islam, vamos analisar a situação da mulher
e os seus direitos ordenados pelo Islam. O Islam lhe concede direitos
público e privado; em relação ao direito público destacamos o seguinte:
A mulher é como o homem nas regras islâmicas de
comissionamento, onde ambos são recomendos as mesmas
obrigações dentro das disposições dos termos de referência,
que estabelecem previamente os quesitos tais como (Islam
- a puberdade - a mente) para a efetivação da oração, zakat
(caridade), jejum e a peregrinação. Porém, o Islam concedeu a
mulher facilidades em algumas regras legais, como isentá-la da
oração e do jejum durante o seu período menstrual e pós-parto
e repor o jejum quando estiver pura. Isso para protegê-la física e
mentalmente durante o seu período menstrual e pós-parto.
A mulher é como o homem quanto à recompensa e à punição
tanto na vida mundana como após o juízo final. Deus, Exaltado
Seja, diz: “A quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for
crente, concederemos uma vida agradável, e premiaremos com
uma recompensa, de acordo com a melhor das suas ações”29.
A mulher é como o homem em questão humanitária. Ela não
é a fonte do pecado e não foi à causa da expulsão de Adão (a
paz esteja com ele) do Paraíso, não constitui um gênero inferior
29. Alcorão Sagrado, Surata 36:97.
O STATUS DA MULHER NO ISLAM 28
ao homem, como consideram-na as religiões anteriores. Deus,
Exaltado Seja, diz: “Ó humanos, temei a vosso Senhor, que vos
criou de um só ser, do qual criou a sua companheira e, de ambos,
fez descender inúmeros homens e mulheres. Temei a Allah, em
nome do Qual exigis os vossos direitos mútuos e reverenciai os
laços de parentesco, porque Allah é vosso Observador.”30
Deus, Glorificado e Exaltado Seja, explica nesses versículos
que Ele criou os dois sexos, masculino e feminino a partir
de uma única fonte, sem diferença no propósito original da
procriação, assim com são iguais no domínio civil. Com isso, o
Islam interrompeu a continuidade dos sistemas injustos quanto
ao direito da mulher, principalmente, os que consideravam
a natureza da mulher inferior ao do homem e que resultavam
na negação de muitos dos seus direitos humanos. O Profeta
Mohammad (que a abenção e a paz de Deus estajam sobre ele)
disse: “As mulheres são as companheiras dos homens”31.
A mulher e o homem tem a mesma obrigação de manter a
sua honra e a manutenção da sua dignidade. O Islam penaliza os
que acusam a mulher falsamente e os que expõem a sua honra.
Deus, Exaltado Seja, diz: “E àqueles que difamarem as mulheres
castas, sem apresentarem quatro testemunhas, infligi-lhes
oitenta chicotadas e nunca mais aceiteis os seus testemunhos,
porque são depravados”32.
A mulher como o homem tem direito à herança Deus, Exaltado
Seja, diz: “Aos filhos varões corresponde uma parte do que
tenham deixado os seus pais e parentes. Às mulheres também
corresponde uma parte do que tenham deixado os pais e
parentes, quer seja pouca ou muita – uma quantia obrigatória”33.
30. Alcorão Sagrado, 4:1.
31. Sunan de Abu Daoud, v. 1, pág. 61, tradição nº 236.
32. Alcorão Sagrado, 24:4.
33. Alcorão Sagrado, 4:7.
29 O STATUS DA MULHER NO ISLAM
Deus fixou o seu direito à herança depois de ter sido privada
na época Pré-islâmica. Na época, a mulher era herdada como
são herdados os bens materiais. Deus, Exaltado Seja, diz: “Ó
crentes, não vos é permitido herdardes as mulheres, contra
a vontade delas, nem as atormentardes, com o fim de vos
apoderardes de uma parte daquilo com que as tenhais
dotado, a menos que elas tenham cometido comprovada
obscenidade”34.
Omar Ibn al-Khattab (que Deus esteja satisfeito com ele) disse:
“Juro em nome de Allah, na época pré-islâmica, nós não dávamos
importância às mulheres, até que Deus revelou a respeito delas e
lhes concedeu direitos”35.
A mulher e o homem tem o mesmo pleno direito e autoridade
a exercer operações financeiras sobre sua propriedade. Podem
comprar, vender e realizar qualquer transação financeira sem a
necessidade de tutela, e sem quaisquer restrições ou limitações, a
não ser em casos em que haja algo prejudicial a ela e contraditório
ao Islam. Deus, Exaltado Seja, diz: “Ó crentes, contribuí com o
que de melhor tiverdes adquirido”36.
E Deus, Exaltado Seja, diz: “...Quanto aos caritativos e às
caritativas, aos jejuadores e às jejuadoras, aos recatados e
às recatadas, aos que se recordam muito de Allah e às que
se recordam d’Ele, saibam que Allah lhes tem destinado a
indulgência e uma magnífica recompensa”37.
O Islam considera a honra da mulher como uma marca de
integração pessoal e benevolência. O Mensageiro de Deus disse:
“O crente mais íntegro é aquele que demonstra melhor caráter. E o
melhor dentre vós é aquele que melhor trata a sua mulher”38.
34. Alcorão Sagrado, 4:19.
35. Sahih Musslim, v. 2, pág. 1108, hadice nº 1479.
36. Alcorão Sagrado, 2:267.
37. Alcorão Sagrado, 33:35.
38. Sahih Ibn Hibban, v. 9, pág. 483, tradição nº 4176
O STATUS DA MULHER NO ISLAM 30
O Islam recomenda para a mulher como recomenda para o
homem, a necessidade de aprendizagem e o ensino. O Mensageiro
de Deus disse: “A busca do conhecimento é obrigação a todos
os muçulmanos, homens e mulheres”39.
Os Sábios muçulmanos são unânimes que a palavra de
muçulmanos inclui o homem e a mulher.
A mulher é igual ao homem quanto à educação, ambos tem
o direito de ter boa educação e crescer de forma digna. O Islam
considera a educação das meninas e o seu sustento como meios
que conduzem ao Paraíso, e nisso as mulheres superam os
homens. O Mensageiro de Deus disse: “Aquele que cuidar de
três filhas, educando-as, trajando-as e for benevolente com elas
terá como recompensa o Paraíso”40.
A mulher assim como o homem, tem a obrigação de assumir a
responsabilidade pela reforma da sociedade, de ordenar a prática
do bem e coibir a prática do mal. Deus, Exaltado Seja, diz: “Os
crentes e as crentes são protetores uns dos outros; recomendam
o bem, proíbem o ilícito, praticam a oração, pagam o zakat, e
obedecem a Allah e ao Seu Mensageiro. Allah Se compadecerá
deles, porque Allah é Poderoso, Prudentíssimo”41.
A mulher, assim como o homem, tem o direito de dar refúgio
a alguém. Deus, Exaltado Seja, diz: “Se algum dos idólatras
procurar a tua proteção, ampara-o, para que escute a palavra
de Allah e, então, escolta-o até que chegue ao seu lar”42.
39. Sunan Ibn Mája, v. 1, pág. 81, tradição nº 224
40. Sunan Ibn Daoud, v. 4, pág. 338, tradição nº 5147
41. Alcorão Sagrado, 9:71.
42. Alcorão Sagrado, 9:6.
31 O STATUS DA MULHER NO ISLAM
O Mensageiro de Deus disse: “A proteção dos muçulmanos é
uma só, e o menor dentre eles pode dar proteção; e quem usurpa
o direito do muçulmano, a maldição de Deus, de Seus anjos e de
todas as pessoas recairá sobre ele, e nenhum arrependimento ou
resgate serão aceitos dele”43.
Este direito é fixo, tanto para o homem como para a mulher,
segundo o relato de Ummu Háni, filha de Abu Tálib disse: “Eu
fui ter com o Mensageiro de Deus no ano da conquista, e o
encontrei tomando banho, e sua filha Fátima cobrindo-o, eu o
saudei. Ele perguntou dizendo: “quem é?”, respondi: “sou Ummu
Háni, filha de Abu Tálib” Ele disse: “Seja bem vinda, Ummu Háni”.
Quando ele terminou o banho, orou oito genoflexões, coberto de
um só manto. Quando terminou, eu disse: Ó Mensageiro de Deus,
o meu meio-irmão alega que vai matar um homem que eu dei
refúgio, é fulano bin Hubaira”. O Mensageiro de Deus disse:
“Nós damos refúgio a quem você deu, ó Ummu Háni”. Ummu
Háni disse que isso foi no tempo da manhã44.
E para esclarecer a posição da mulher no Islam, ela pode dar
refúgio, o Mensageiro de Deus disse: “A mulher pode dar
refúgio aos muçulmanos”45.
Note-se que existem algumas coisas voltadas somente aos
homens, e o Islam não igualou entre o homem e a mulher,
que abordaremos na seção que apresentamos as acusações
levantadas contra a mulher.
Talvez seja apropriado conhecer o estado e a posição da mulher
antes do advento do Islam, e o que aconteceu com o surgimento
do Islam, a fim de identificarmos o seu respeitoso estado dentro
do Islam.
Em relação aos direitos particulares da mulher no Islam, ela é
observada de uma forma geral, de modo que se dê a melhor
43. Sahih Al Bukhari, v. 3, pág. 1160, hadice nº 3008.
44. Sahih Al Bukhari, v. 1, pág. 141, hadice nº 350.
45. Sunan Tirmizi, v. 4, pág. 141, tradição nº 1579
O STATUS DA MULHER NO ISLAM 32
atenção para que sejam efetivados todos os seus direitos em
todas as fases da sua vida, desde o nascimento e até a morte. O
Islam cuida dela como filha, como esposa, como mãe, e finalmente
como mulher entre as mulheres muçulmanas. Vamos abordar os
seus direitos no geral, e algumas vezes de forma sucinta, com
receio de delonga. Quem quiser ter mais informações, consulte os
livros de jurisprudência que tratam do assunto.
33 O STATUS DA MULHER NO ISLAM