Fora do Egito: A história daPáscoa judaica no Alcorão
Muitos judeus podem se surpreender ao descobrir que o Islã pregado por
Muhammad, que Deus o exalte, era a mesma religião pregada por Abraão e
também por outros profetas mencionados no Torá e na Bíblia. Os muçulmanos
honram todos os profetas dos judeus - Abraão, Jacó, José, Moisés, Davi e
Salomão, entre outros - como seus próprios profetas e acreditam que todos
pregavam uma mensagem, que é a crença na Unicidade de Deus.
Aqui é como Deus ordenou a Muhammad a sustentar a crença na Unicidade
de Deus, que foi defendida pelo profeta Abraão:
“E revelamos-te isto (Muhammad), para que adotes o credo de
Abraão, o monoteísta, que jamais se contou entre os idólatras.”
(Alcorão 16:123)
É particularmente notável que no Alcorão não exista uma história que seja
recontada tantas vezes e com tanta ênfase como a história da servidão dos
filhos de Israel e sua subsequente libertação do faraó do Egito. O Alcorão cita
Moisés dizendo ao seu povo:
“Ó meu povo! Lembrai-vos das mercês e Deus para
convosco, quando fez surgir, dentre vós, profetas, e vos fez
reis e vos concedeu o que não havia concedido a nenhum
dos vossos contemporâneos.” (Alcorão 5:20)
Foi Moisés, com a ajuda e orientação de Deus Todo-Poderoso, que os
liderou para fora do Egito em direção à terra prometida. Deus no Alcorão diz o
que significa:
“Ó Filhos de Israel! Recordai-vos das Minhas mercês, com
as quais vos agraciei, e de que vos preferi aos vossos
contemporâneos. E temei o dia em que nenhuma alma
poderá advogar por outra, nem lhe será admitida
intercessão alguma, nem lhe será aceita compensação, nem
ninguém será socorrido! Recordai-vos de quando vos
livramos do povo do Faraó, que vos infligia o mais cruel
castigo, degolando os vossos filhos e deixando com vida as
vossas mulheres. Naquilo tivestes uma grande prova do
vosso Senhor. E de quando dividimos o mar e vos salvamos,
e afogamos o povo do Faraó, enquanto olháveis.” Alcorão
2:47-50)
A história é narrada em outra passagem no Alcorão, onde podemos ler
esses versículos:
“E fizemos atravessar o mar os israelitas; porém o Faraó e
seu exército perseguiram-no iníqua e hostilmente até que,
estando a ponto de afogar-se, o Faraó disse: “Creio agora
que não há mais divindade além de Deus em que creem os
israelitas, e sou um dos submissos!” (E foi-lhe dito): Agora
crês, ao passo que antes te havias rebelado e eras um dos
corruptores! Porém, hoje salvamos apenas o teu corpo,
para que sirvas de exemplo à tua posteridade. Em verdade,
há muitos humanos que estão negligenciando os Nossos
versículos. E concedemos aos israelitas um agradável
abrigo e os agraciamos com todo o bem. Mas disputaram
entre si, depois de receberem o conhecimento. Teu Senhor
julgará entre eles pelas suas divergências, no Dia da
Ressurreição.” (Alcorão 10:90-93)
Os tormentos infligidos aos Filhos de Israel pelo faraó eram contínuos e
duros e, então, Deus enviou Seus profetas Moisés e Aarão (que Deus exalte a
ambos) para advertir o tirano de que devia parar a opressão sobre os Filhos de
Israel e libertá-los.
Mas ele era arrogante e se recusou a libertar os judeus, até a última das
pragas que Deus enviou como punição.
Sob a orientação de Deus os israelitas fugiram do Egito, enquanto o faraó e
seus homens os perseguiam. Parecia que a jornada terminaria no Mar
Vermelho, que impediu que escapassem.
Mas aconteceu um milagre quando Moisés bateu na água com seu cajado:
as ondas do Mar Vermelho se abriram e os israelitas correram pela passagem
entre as ondas abertas. O faraó e seus soldados os seguiram, mas quando os
israelitas alcançaram a outra margem, o mar se fechou tragando seus
perseguidores. Assim os israelitas foram libertados da servidão e o faraó e seu
povo pereceram.
Quando o profeta Muhammad veio para Medina no décimo mês lunar
deMuharram, descobriu que os judeus de lá estavam jejuando.
“O profeta lhes perguntou por que estavam jejuando e eles explicaram que
foi o dia em que Deus salvou os Filhos de Israel do faraó e Moisés jejuou
nesse dia em agradecimento. O profeta disse: “Temos mais direitos sobre
Moisés do que vocês.” Ele jejuou naquele dia e ordenou aos muçulmanos
jejuar naquele dia.” (Saheeh Al-Bukhari)