A peregrinação
Por: Sheikh Aminuddin Mohamad
Muitos muçulmanos desejam cumprir com a obrigação do ritual de Peregrinação, que é o quinto dos cinco mandamentos do Isslam. Eles chegam à Makkah idos de todos os cantos do mundo pronunciando o “slogan” da ocasião: Labbaik, Allahumma labbaika. Labbaik, lá sharika laka labbaik. Innal ham’da wan-ne’emata laka wal mulk, lá sharika laka. “Eis-me aqui, ó meu Deus, eis-me aqui. Eis-me aqui, não Tens nenhum sócio, eis-me aqui. Todo o louvor, a graça e o reino pertencem a Ti, Tu não tens nenhum sócio”.
Todos os que lá vão, fazem-no com uma forte determinação por cumprir com a sua obrigação religiosa. A maior parte deles não é rica, mas poupa durante longos anos da sua vida até
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conseguirem juntar algum montante que lhes permita cumprirem com esta obrigação.
Sabe-se que o número de muçulmanos está em constante ascensão, tendo já ultrapassado a cifra de 1,9 biliões.
Portanto, é impossível que consigam todos realizar o sonho de performar o Hajj, sendo por isso que entre os países muçulmanos existe um acordo que limita o número anual de peregrinos em função da população muçulmana de cada país.
Mas mesmo assim, o número de peregrinos aumenta anualmente, ultrapassando já os 4 milhões. Não existe em nenhuma parte do mundo tamanho ajuntamento de pessoas.
Juntam-se homens, mulheres, crianças, velhos e novos, gente das mais diversas cores, idades, línguas, tradições e culturas, proveniente de todos os cantos do mundo. Dada a diversidade de línguas, não se conseguem comunicar uns com os outros, mas entendem-se perfeitamente, pois estão lá reunidos com um único objectivo: adorar um único Deus. É de facto algo fascinante!
Concerteza que todos os muçulmanos do mundo sabem que é obrigação de cada um cumprir com o ritual de Hajj para assim completarem os cinco
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mandamentos da sua religião e contentarem a Deus antes que seja muito tarde, pois o Profeta Muhammad (S.A.W.) diz: “Quem tem possibilidades financeiras de chegar à Makkah, mas mesmo assim não performa a Peregrinação, então esse que morra como um judeu ou cristão”. (isto é, deixa de ser muçulmano)
Mesmo assim, infelizmente, muitos muçulmanos que lá vão não sabem como cumprir com a sua obrigação de Peregrinação. Não performam correctamente os rituais, cometendo erros que podiam ser evitados se consultassem pessoas mais entendidas, e assim põem em risco a grande recompensa do Hajj.
Eis alguns conselhos aos que queiram fazer o Hajj ou o Umra:
1 - A intenção deve ser sincera, sómente para agradar a Deus e não para ganhar fama ou para ostentar o título de “hajji”.
2 - O dinheiro usado na viagem, bem como nas restantes despesas, deve ser integralmante lícito (de ganho halaal)
3 - Deve tentar aprender os preceitos do Hajj antes de empreender a viagem, para que assim possa ter noção do que vai fazer.
4 - Deve vestir o “Eh’ram” antes de chegar ao “Miqat” (limite topográfico).
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5 - Deve tomar todas as vacinas necessárias contra doenças contagiosas.
6 - Se se tratar de uma senhora, deve-se fazer acompanhar de seu marido, ou de um homem que para ela seja “mah’ram”, isto é, alguém com fortes laços de consanguinidade e com quem não possa contrair matrimónio (pai, irmão ou filho).
7 - É aconselhável que se viage num grupo constituido por gente conhecida e junto de pessoas de quem se possa aprender algo de útil.
8 - Sendo a morte infalível, pois todos nós um dia vamos morrer, é aconselhável que antes de empreendermos a viagem para Makkah façamos um testamento, deixando-o com familiares, pois se a morte nos chegar durante o cumprimento desta obrigação, os familiares poderão executar a vontade expressa no testamento.
9 - É aconselhável que os pagamentos sejam por via de cartão de débito, o vulgo “cartão de ATM”, o que acarreta menos riscos de perda ou roubo caso se leve dinheiro em numerário.
10-É aconselhável que levemos connosco um manual sobre o Hajj, pois ajuda-nos não só na performação dos seus rituais, mas também noutras preces e procedimentos que nos levem à adoração e recordação a Deus.
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O Hajj assemelha-se a uma grande conferência universal, sendo ao mesmo tempo um período de intensa adoração, em que os corpos se purificam dos pecados e as almas e os corações, dos ódios. Os benefícios espirituais do Hajj são imensos.
Durante a Peregrinação, ao peregrino é vedada a transgressão, o pecado, a disputa, a ofensa, etc. Deve aproveitar essa oportunidade dourada que pode não se repetir, na prática de boas acções, na recitação do Al-Qur’án, no “Zikrulláh”, no encaminhamento dos perdidos, na ajuda aos necessitados, no encorajamaento do bem, na proibição do mal, tentando aproximar-se de irmãos muçulmanos de outros países.
O Hajj constitui uma grande escola para os muçulmanos, escola esta que é renovada todos os anos para toda a Humanidade, ensinando-nos que o muçulmano deve ser um membro útil na grande Sociedade Humana.
Os muçulmanos que não foram fazer o Hajj, mas são financeiramente estáveis, devem sacrificar um animal quadrúpede, dividindo-o em três partes, sendo uma para os pobres, outra para os familiares e amigos e outra para si.
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