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Na realidade, ambos os cônjuges, em geral, deixam de observar parte das obrigações com o outro.  Portanto, antes de criticar o outro ou ser duro com o outro devido a alguma falha, a pessoa deve olhar para si mesma e perceber que erro está cometendo.





Ao mesmo tempo, entretanto, a lei islâmica claramente estabelece alguns direitos e responsabilidades de modo que ambas as partes no casamento sabem exatamente o que é esperado delas e sabem o que precisam para ser um bom cônjuge.  Por exemplo, Deus diz:





“... elas têm direitos [sobre seus maridos] equivalentes aos seus deveres,...” (Alcorão 2:228)





Em resumo, os direitos da esposa ou as obrigações do marido incluem, entre outros, os seguintes:





(1)  Receber o dote adequado. Deus diz:





“Concedei os dotes que pertencem às mulheres e, se for da vontade delas conceder-vos algo, desfrutai-o com bom proveito.” (Alcorão 4:4)





(2)  Ser plena e completamente mantida financeiramente pelo marido. Deus diz:





“Os homens são os protetores das mulheres, porque Deus dotou uns com mais (força) do que as outras, e pelo o seu sustento do seu pecúlio.”   (Alcorão 4:34)





Além disso, em um hadith registrado por al-Bukhari e Muslim, o profeta, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, disse a Hind bint Utbah, quando ela reclamou que o marido (Abu Sufian) era muito pão-duro, não a estava sustentando e perguntou se podia pegar do dinheiro dele sem o seu conhecimento:





“Pegue o que for suficiente para você e seu filho, de acordo com o que é costume.”





(3)  Ser tratada de maneira adequada e gentil. Deus declara:





“E harmonizai-vos entre elas, pois se as menosprezardes, podereis estar depreciando seres que Deus dotou de muitas virtudes.” (Alcorão 4:19)





(4)  Ter direito a intercurso sexual. No sahih de Ibn Hibban existe a seguinte narração:





A esposa de Uthman ibn Madh’oon reclamou ao mensageiro de Deus que o marido não sentia falta de mulheres.  Durante o dia jejuava e, à noite, orava.  O profeta perguntou a ele: “Não sou o melhor exemplo a ser seguido?”  Ele respondeu: “Certamente, que meus pais sejam sacrificados por você.” O mensageiro de Deus então lhe disse: “Quanto a você, ora durante a noite e jejua durante o dia.  Certamente sua esposa tem direitos sobre você.  E seu corpo tem um direito sobre você.  Então ore e durma e jejue e quebre seu jejum.”





(5)  Direito à “privacidade”. Note o seguinte hadith do profeta:





“Existe algum homem entre vocês que vai até sua esposa, fecha a porta, se cobrem e se ocultam com a ocultação de Deus?” Eles disseram: “Sim.” Então ele disse: “Então se senta depois disso [com outros] e diz: ‘Fiz isso e aquilo.’”  Ficaram em silêncio.  Então se voltou para as mulheres e disse: “Alguma de vocês fala sobre essas coisas?”  Também ficaram em silêncio.  Então uma jovem veio na ponta do pé para que o profeta pudesse vê-la e ouvi-la e disse: “Ó mensageiro de Deus, eles [os homens] certamente falam disso e elas [as mulheres] também.” Ele disse: “Você sabe com quem se parecem? Com um casal de demônios que se encontrou na rua e satisfez seus desejos com todos olhando.”[1]





(6)  O direito de aprender a religião dela.





Por outro lado, os direitos do marido ou as responsabilidades das mulheres incluem:





(1)  Ser o chefe da família. Deus disse:





“Os homens são os protetores das mulheres, porque Deus dotou uns com mais (força) do que as outras, e pelo o seu sustento do seu pecúlio.” (Alcorão 4:34)





Embora isso seja geralmente afirmado como um direito do marido, é de fato uma pesada responsabilidade sobre seus ombros, já que significa que tem a responsabilidade de orientar sua família e mantê-la na senda reta.





(2)  Ter o direito de ser obedecido. Isso está associado ao primeiro direito.  Uma pessoa não pode ser chefe de algo se não tem autoridade.





(3)  Que sua esposa atenda ao seu chamado para atender suas necessidades sexuais.





(4)  Que a esposa não permita ninguém em sua casa exceto com a permissão dele. Em um hadith registrado em al-Bukhari e Muslim, o mensageiro de Deus disse:





“Não permita ninguém na casa dele exceto com permissão.”





Se o marido e esposa entram no casamento com a intenção certa de agradar a Deus e agradar um ao outro, reconhecendo seus papéis e responsabilidades no casamento e tratando um ao outro com o comportamento islâmico correto, se Deus quiser, sua união será abençoada e se estenderá dessa vida até a Vida Futura.





Depois do que foi dito sobre casamento, o Islã, contudo, é também uma religião prática.  Leva em consideração todos os cenários comuns possíveis.  É possível que um homem e uma mulher entrem em uma união com boas intenções e ainda assim suas personalidades e gostos simplesmente não coincidam.  Existem momentos em que um bom casamento simplesmente não pode ser alcançado e os cônjuges entram em estado de miséria.  Sob tais circunstâncias a lei islâmica permite um término ao casamento e ao sofrimento do casal.[2]  O objetivo é ficar juntos de maneira amigável ou separar de uma forma bondosa.  Por exemplo, Deus diz:





“Quando vos divorciardes das mulheres, ao terem elas cumprido o seu período prefixado, tomai-as de volta equitativamente, ou liberta-as equitativamente.”  (Alcorão 2:231)





Deus também diz:





“Todavia, quando tiverem cumprido o seu término prefixado, tomai-as em termos equitativos ou separai-vos delas, em termos equitativos.” (Alcorão 65:2)





Obviamente, o divórcio não é um objetivo desejado ou um assunto simples.  Em um mundo perfeito, todos os casais estariam felizes.  Entretanto, existem momentos em que essa opção é a melhor para todos os envolvidos.  Assim, a opção do divórcio está de acordo com o objetivo geral de preservar a família - o que se deseja não é simplesmente quantidade, de modo que todos os casamentos sempre estejam intactos, mas qualidade.





É claro de muitos versículos no Alcorão que ter filhos é considerado uma bênção de Deus.  Portanto, Deus diz quando relata algumas de suas bênçãos para a humanidade:





“Deus vos designou esposas de vossa espécie, e delas vos concedeu filhos e netos, e vos agraciou com todo o bem; crêem, porventura, na falsidade e descrêem das mercês de Deus?” (Alcorão 16:72)





Assim, encontra-se o profeta Zacarias orando a Deus que lhe conceda filhos (Alcorão 3:38). Além disso, ter filhos é algo conhecido por ser amado pelos pais.  Assim, Deus diz:





“Os bens e os filhos são o ornamento da vida terrena.” (Alcorão 18:46)





Ao mesmo tempo, entretanto, todo pai deve perceber que ter filhos é uma grande responsabilidade e teste de Deus.  Deus disse:





“Em verdade os vossos bens e os vossos filhos são uma mera tentação. Mas sabei que Deus vos reserva uma magnífica recompensa.” (Alcorão 64:15)





Deus também diz:





“Ó crentes, precavei-vos, juntamente com as vossas famílias, do fogo, cujo alimento serão os homens e as pedras,...”   (Alcorão 66:6)





O significado desse versículo foi reiterado pelo profeta Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, quando disse:





“Todos vocês são protetores e serão questionados sobre o que lhes foi dado em custódia.  O homem é responsável por sua casa e será questionado sobre suas responsabilidades.  A esposa será questionada sobre a casa de seu marido e as responsabilidades dela.”[1]





O Islã, portanto, enche o humano com apreciação por ser abençoado com um filho ao mesmo tempo em que percebe que essa criança é uma pesada responsabilidade.  Os pais devem cuidar da criança e educá-la da melhor maneira possível, tentando protegê-la do Inferno.





Os sábios muçulmanos consideram que os direitos das crianças começam muito antes de serem concebidas, através da seleção de um cônjuge devoto e virtuoso.  Esse é o primeiro passo para prover um bom lar e ambiente para a criança.  No período do nascimento da criança existem outras obrigações importantes, como escolher um bom nome e oferecer um animal em sacrifício em nome da criança.[2]  Além disso, os direitos mais importantes da criança incluem:





(1)  ser mantida e provida de uma maneira saudável;





(2)  aprender os princípios da religião;





(3)  ser tratada com compaixão e misericórdia;





(4)  justiça entre vários irmãos; e





(5)  ter um bom exemplo estabelecido por seus pais.





Outros Parentes





Uma família também inclui irmãos e outros parentes próximos.  O Islã certamente não ignorou nenhum parente de um indivíduo.  Em várias passagens no Alcorão Deus enfatiza a importância de tratar os parentes de forma boa e gentil.  Por exemplo, Deus diz:





“Adorai a Deus e não Lhe atribuais parceiros. Tratai com benevolência vossos pais e parentes,...”   (Alcorão 4:36)





Deus também fala sobre o dispêndio com parentes:





“Perguntam-te que parte devem gastar (em caridade). Dize-lhes: Toda a caridade que fizerdes, deve ser para os pais, parentes,...”  (Alcorão 2:215)





Deus também diz:





“A virtude não consiste só em que orientais vossos rostos até ao levante ou ao poente. A verdadeira virtude é a de quem crê em Deus, no Dia do Juízo Final, nos anjos, no Livro e nos profetas; de quem distribuiu seus bens em caridade por amor a Deus, entre parentes,...”  (Alcorão 2:177)





Perguntaram ao profeta Muhammad:





“Informe-me de uma ação que me aproximará do Paraíso e me distanciará do Inferno.”  Ele respondeu: “Adore a Deus e não Lhe atribua nenhum parceiro, estabeleça a oração, pague o zakat e mantenha os laços de parentesco.”[3]





Manter os laços de parentesco se refere a fazer o bem a eles com a fala, ações e bens.  Inclui palavras gentis, visitas, caridade e generosidade.  Também inclui impedir que qualquer dano os atinja e fazer o melhor para levar-lhes felicidade.





O muçulmano deve entender que manter os laços de parentesco é uma obrigação e não simplesmente um ato meritório.  No Alcorão, Deus louva aqueles...





“...unem o que Deus ordenou fosse unido, temem seu Senhor e receiam o terrível ajuste de contas.”  (Alcorão 13:21)





O Profeta disse:





“Aquele que corta os laços de parentesco não entrará no Paraíso.”[4]





O Islã enfatizou todo tipo de laço familiar possível.  Forneceu orientação mostrando a importância dos laços com parentes, filhos, cônjuges e outros parentes.  Exorta todo muçulmano a manter esse laços para receber de volta a satisfação de Deus.  Além disso (embora não totalmente enfatizado nesse breve trabalho), forneceu leis e regulamentos estritos que permitem ao indivíduo perceber como manter da melhor maneira os laços adequados com todos de sua família.





 



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