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Com relação à lei, o rabino Jesus ensinou a lei do Velho Testamento.  Além disso, ensinou a lei que duraria (até que o céu e a terra terminem): "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas:  não vim abrogar, mas cumprir.  Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota [grego Iota - a nona letra do alfabeto grego] ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido" (Mateus 5:17–18).  Acrescente a isso: "Se quiserem entrar na vida, mantenham os mandamentos" (Mateus 19:17).  Então isso é o que Jesus ensinou.  Agora, o que Paulo ensinou? Resposta: justificação pela fé - o conceito vão de que a crença em Jesus cancela os pecados de uma pessoa.  Paulo não mudou apenas um jota ou um til.  Não, ele cancelou a lei inteira: "E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele [Jesus Cristo] é justificado todo aquele que crê" (Atos 13:39).  Seria difícil de conceber uma afirmação categórica mais permissiva.  Podemos facilmente imaginar a voz do grito público coletivo: "Por favor, queremosmais disto!" E aqui está: "Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido [ou seja, sofrido] para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra" (Romanos 7:6).  Ou, se puder parafrasear livremente: "Mas agora digo a vocês para esquecerem a lei antiga, as inconveniências com as quais vivemos por tanto tempo, e vivermos a religião de nossos desejos, ao invés de pelos mandatos antigos e desconfortáveis da revelação." De acordo com Paulo, a lei de Deus era boa o suficiente para Moisés e Jesus, mas não para o resto da humanidade.





Aperte o botão "pular".  Em lugar nenhum na Bíblia Jesus ensinou a Trindade.  De fato, ele ensinou o tawhid (unidade divina).  Leia Marcos 12:30, Mateus 22:37 e Lucas 10:27: "O primeiro de todos os mandamentos é, Ouça, Ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor." Mas rapidamente os teólogos paulinos adotaram a Trindade.





Então, os ensinamentos mais importantes de Jesus - suas últimas palavras, sua oração, a unicidade de Deus e a lei de nosso Criador para a humanidade - estão todos cancelados na Bíblia por Paulo, ou por teólogos paulinos que seguiram o caminho dele.  Quais dos ensinamentos de Jesus, precisamente, não foram contrariados na Bíblia?





A falta de confiabilidade é um problema tão comum, que a audiência não doutrinada não sabe no que acreditar: II Samuel 24:1 diz: "E a ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel; e incitou a Davi contra eles, dizendo: "Vai, numera a Israel e a Judá."" Entretanto, I Crônicas 21:1 afirma: "Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar a Israel." Bem, o que era? O Senhor ou Satanás? Ambos os versículos descrevem o mesmo evento na história, mas um fala de Deus e o outro de Satanás.  Existe uma ligeira (total) diferença.  Se um livro de "escritura" não consegue diferenciar entre Deus e Satanás, a única coisa que sabemos com certeza é que não é uma revelação pura, inalterada.





Existem tantas contradições no Novo Testamento que autores têm devotado livros a esse assunto.  Por exemplo, Mateus 2:14 e Lucas 2:39 diferem sobre se a família de Jesus fugiu para o Egito ou para Nazaré (na Palestina).  Mateus 6:9-13 e Lucas 11:2-4 diferem sobre as palavras do Pai Nosso. Mateus 11:13-14, 17:11-13 e João 1:21 discordam sobre se João Batista era Elias.





As coisas pioram quando entramos na arena da alegada crucificação: Quem carregou a cruz - Simão (Lucas 23:26, Mateus 27:32, Marcos 15:21) ou Jesus (João 19:17)? Jesus estava vestindo um robe escarlate (Mateus 27:28) ou púrpura (João 19:2)? Os soldados romanos colocaram fel (Mateus 27:34) ou mirra (Marcos 15:23) em seu vinho? Jesus foi crucificado antes da terceira hora (Marcos 15:25) ou depois da sexta hora (João 19:14-15)? Jesus ascendeu no primeiro dia (Lucas 23:43) ou não (João 20:17)?





Essas são apenas algumas de uma longa lista de inconsistências bíblicas, mas elas sublinham a dificuldade em confiar no Novo Testamento como escritura.  E se não podemos confiar na Bíblia como um todo, como podemos confiar em qualquer parte dela em particular como...  João 3:16, na qual os cristãos baseiam sua salvação?





A peça fundamental de João 3:16 e, nesse sentido, de todo o conceito cristão de redenção pela fé, é o sacrifício de expiação de Jesus Cristo.  João 3:16 nos diz: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho, para que aquele que nele crê não pereça mas tenha vida eterna." Por outro lado, um número enorme de Estudiosos da Religião dizem que isso não é verdade.  Então, em quem devemos acreditar - na Bíblia ou Neles?  Para começar, sabemos quem são Os Estudiosos, enquanto que não temos ideia de quem são os autores de quaisquer dos livros do Evangelho (como discutido na parte 1 dessa série).  Segundo, os tradutores da Bíblia ilegitimamente colocaram maiúsculas em "ele" em João 3:16, para fazer com que Jesus parecesse Deus (como discutido na parte 2 dessa série).  Se você está prestando atenção, notou que fiz a mesma coisa acima, colocando maiúsculas em "Estudiosos da Religião", "Eles" e "Os Estudiosos". Isso faz esses estudiosos parecerem especial, não faz?  Mas essa é apenas uma forma com a qual os tradutores da Bíblia enganam sua audiência.  Admito, fiz isso como um estratagema. Eles não.





Por último, o que apresentei até agora está em conformidade tanto com a razão quanto com o bom senso, ao contrário da Bíblia, que é inconsistente internamente e não confiável quando se trata de fatos (partes 2 e 3 dessa série).





Nesse episódio abordo os conceitos de sacrifício e expiação e a salvação sem esforço que as pessoas buscam, por meio do conceito cristão de redenção pela fé. 





A base desse conceito reside na validade do Pecado Original - a doutrina da igreja de que as crianças nascem com a culpa do primeiro pecado de Adão, algo que sabemos ser falso, porque Jesus ensinou exatamente o contrário: "Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas." (Mateus 19:14)  Agora, como o "reino dos céus" pode ser delas, se as não batizadas estão destinadas ao inferno?  Ou as crianças nascem com o pecado original ou estão destinadas ao reino dos céus.  A igreja não pode ter as duas coisas.  Ezequiel 18:20 registra: "O filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele" e Deuteronômio 24:16 repete o ponto.  Esse é o Velho Testamento, mas não é mais velho que Adão! Se o pecado original data do início, com Adão e Eva, não encontraríamos a desautorização desse conceito em nenhuma escritura de qualquer época posterior!





Prosseguindo para o conceito da crença no autossacrifício de Jesus como suficiente para a salvação, Jesus refuta essa alegação da seguinte maneira: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus" (Mateus 7:21) e "Se queres, porém, entrar na vida (vida eterna, ou seja salvação), guarda os mandamentos" Mateus 19:17.  "Tiago" estava em discordância com Paulo por causa dessa doutrina e ensinou a importância de trabalhos virtuosos: "Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta" (Tiago 2:26). 





Mas onde no Novo Testamento Jesus aconselhou seus seguidores de que podiam relaxar, porque em poucos dias ele pagaria o preço e todos poderiam ir para o paraíso com base em nada além de crença?  Em lugar nenhum.  E quando Jesus supostamente foi ressuscitado, por que não declarou a expiação?  Por que não anunciou que tinha pago pelos pecados passados, presentes e futuros do mundo?  Mas não o fez e devemos nos perguntar por que.  Talvez a expiação não seja verdadeira?  Talvez alguém tenha rabiscado sonhos e desejos nas margens da escritura?





Não seria a primeira vez.





Então, de onde veio a "Expiação", em primeiro lugar?  E alguém ficaria surpreso ao ouvir o nome, "Paulo"?  Outra doutrina questionável vindo da mesma fonte questionável?  Assim parece.  Atos 17:18 lê: "E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição."





Paulo afirma diretamente ter concebido a doutrina da ressurreição, como se segue: "Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dentre os mortos, segundo o meu evangelho" (2 Timóteo 2:8).  Com certeza, o conceito de Jesus Cristo morrendo pelos pecados da humanidade é encontrado nas epístolas de Paulo (por exemplo, Romanos 5:8–11 e 6:8–9) e em mais nenhum lugar.  Mais lugar nenhum?  Nem de Jesus?  Nem dos discípulos?  É possível que eles tenham negligenciado detalhes fundamentais nos quais se apoiam a fé cristã?  Improvável.





Então, de um lado temos profetas de verdade, inclusive Jesus Cristo, ensinando a salvação pela adesão às leis de Deus como transmitidas por meio de revelação - ou seja, salvação pela fé e obras.  No outro lado temos o desafiante, Paulo, prometendo uma salvação sem esforço, seguindo uma vida que não está restrita pelos mandamentos - em outras palavras, salvação somente pela fé.





O que Jesus dirá, podemos imaginar, ao retornar, quando encontra um grupo de seus "seguidores" preferindo a teologia Paulina ao invés de seus próprios ensinamentos?  Talvez Jesus cite Jeremias 23:32: — "Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e não trouxeram proveito algum a este povo, diz o Senhor."





Quando Jesus de fato retornar, podemos estar certos de ele não vai felicitar seus "seguidores" por jogarem fora tudo que ensinou e fazerem exatamente o oposto, com base na autoridade de Paulo.





No próximo episódio questionaremos por que os cristãos acreditam em João 3:16, em face de tanta evidência em contrário.





Para recapitular, nos últimos quatro episódios dessa série discutimos o seguinte em relação João 3:16"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho, para que aquele que nele crê não pereça mas tenha vida eterna."





1)    O evangelho conhecido como "João" quase que certamente não foi escrito pelo discípulo João;





2)    Em João 3:16, como em todos os outros lugares na Bíblia, os tradutores ilegitimamente colocaram maiúsculas em "ele", para fazer com que Jesus parecesse Deus;





3)    Como a Bíblia é inconsistente internamente e não confiável quando se trata de fatos, não atende aos requisitos básicos esperados de uma escritura sagrada;





4)    A ideologia fundamental (a crucificação, ressurreição e o sacrifício da expiação) são tão falhos que não podemos de maneira razoável nos apoiar em João 3:16 (ou, na Bíblia como um todo) para a salvação. 





O que nos traz para uma discussão de por que alguém acredita que João 3:16 é verdadeiro, com tanta evidência em contrário.  O fato simples é que João 3:16 apela aos cristãos, verdadeiro ou não.  Nos episódios anteriores nessa série, discuti apenas algumas falácias do conceito do sacrifício de expiação de Jesus.  Deixei o melhor por último é aqui está: De acordo com a Bíblia, Deus não quer um sacrifício.  Agora, deixemos de lado os argumentos do bom senso (que perdão não tem um preço; que uma pessoa não pode fazer expiação por outra; que se Deus tivesse querido, teria perdoado a humanidade somente com base nisso, etc.) e nos apoiarmos exclusivamente no fato de que a Bíblia nos diz que Deus não quer sacrifício, em primeiro lugar: Oséias 6:6 lê: "Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício. " Esse é o Velho Testamento, mas Mateus 9:13 e 12:7 fazem referência a esse versículo e isso se aplica ao Novo Testamento também.  Então, qual é o argumento? Que Deus precisava de um sacrifício que Ele nem quer? Esse conceito é problemático, no mínimo.





Existem muitas outras razões por que não devemos acreditar em João 3:16 e uma das melhores não é que não podemos acreditar em João 3:16, mas que não podemos estar certos sobre qualquer coisa no "evangelho de João". Apesar do fato de que ninguém saber quem é o autor de "João", o Jesus Seminar analisou as palavras atribuídas a Jesus no evangelho de João e "foram incapazes de encontrar um único dito que pudessem rastrear com certeza ao Jesus histórico...  As palavras atribuídas a Jesus no Quarto Evangelho são, na maioria, a criação do evangelista."[1] Agora, por que "o evangelista" faria tal coisa? Nos é dito a razão: "Os seguidores de Jesus estavam inclinados a adotar e adaptar suas palavras para suas próprias necessidades.  Isso os levou a inventar contextos narrativos baseados em suas próprias experiências, nas quais importaram Jesus como uma figura de autoridade."[2] O Jesus Seminar documenta centenas de exemplos nos livros do Evangelho, inclusive casos nos quais "os seguidores de Jesus tomaram emprestado livremente sabedoria comum e cunharam seus próprios ditos e parábolas, que então atribuíram a Jesus."[3]





Isso não tira a credibilidade apenas de João 3:16, mas de fato de todo o João.  Por extensão, se a Bíblia está repleta de contradições, como podemos saber o que é verdadeiro e o que não é - em qualquer lugar na Bíblia?





Como diz o velho ditado, não é o apito que puxa o trem.  Os cristãos podem gostar de como João 3:16 soa, mas isso não o torna verdadeiro.  De fato, quanto mais examinamos o versículo, mais razões encontramos para desacreditar nele. 





Outro antigo ditado é que a isca esconde o anzol.  João 3:16 é a isca, por meio da qual os evangelistas esperam jogar o anzol e enrolar as pessoas em suas conclusões presunçosas e inteiramente ilegítimas.  Eles nos dizem que Deus deu Seu "único filho", sem analisar criticamente esse conceito.  Se Jesus é o "único filho de Deus", por que Salmos 2:7 diz isso sobre Davi: "O Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei." Jesus o "único filho de Deus" com Davi, um "filho", "gerado" por Deus quarenta gerações antes? A Bíblia só pode ter um "único" de algo, mas não dois "únicos" da mesma coisa!





A Bíblia descrever muitas pessoas, Israel e Adão incluídos, como "filhos de Deus." Tanto em 2 Samuel 7:13-14 quanto em 1 Crônicas 22:10 se lê, "Este (Salomão) edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino.  Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho."





Na Bíblia, "único gerado" é traduzido do grego antigo monogenes.[4] E ainda assim, "Isaque é monogenes em Hebreus 11:17."[5] Ismael nasceu quatorze anos antes de Isaque e ambos estavam vivos quando o pai, Abraão, morreu.  Em momento algum Isaque foi o "único filho gerado" de Abraão.  Então "único gerado" é uma má tradução de monogenes ou Hebreus 11:17 é um erro? Se é uma má tradução, então João 3:16 deve estar mal traduzido também.  Se é um erro, não podemos confiar na Bíblia como um todo (um refrão repetitivo nessas discussões). 





Georgie Pettie uma vez corrigiu um provérbio antigo: "Errar é humano, perdoar é divino..." adicionando "e persistir no erro é burrice." A atitude presunçosa dos seguidores de João 3:16 "tenho o Espírito Santo dentro de mim e não posso errar" é ofensiva por muitas razões, tanto quanto é errada.  Por um lado, soa muito como a máximo do advogado para argumentar fatos e leis quando servem o propósito e gritar quando não servem. 





Se me permitirem ecoar a conclusão de Voltaire: A dúvida não é uma condição agradável, mas certeza em face de evidência em contrário é absolutamente absurdo.





Apesar da força da evidência contra João 3:16, a maioria dos cristãos se recusa a reconhecer a ilegitimidade do versículo.  E talvez não cristãos devam aceitar isso.





Em Mateus 5:9 Jesus diz, "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus." Então, talvez, devamos esquecer de tentar ganhar esse argumento e fazer as pazes.  Não podemos nos unir nas crenças, então pelo menos vamos nos unir em atos gentis e caritativos.  Tornemo-nos os "pacificadores bem-aventurados" que são chamados de "filhos de Deus". Então, destaquemos que esse é apenas mais um versículo bíblico que contradiz o conceito exclusivo de "filho de Deus" de João 3:16.  Nada diz que não podemos fazer a paz e continuar a enfatizar nosso ponto de maneira educada ao mesmo tempo.  Mas isso, para mim, é um elemento importante de qualquer diálogo religioso: Mantenha-o leve e educado, mas mantenha o foco. 



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