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O Islã cobre todos os aspectos da vida; não é uma religião que só é praticada uma vez por semana ou durante celebrações específicas.  O Islã, através das palavras de Deus no Alcorão e das tradições do profeta Muhammad, que Deus o exalte, oferece conselho e orientação da alvorada até o anoitecer, do nascimento até a morte.  O Islã até ensina aos crentes a melhor maneira de saudar uns aos outros; é um modo completo de vida.





O que significa exatamente a palavra Islã?  É uma palavra árabe que vem da raiz sa-la-ma, que significa submissão à vontade de Deus. Também compartilha a mesma raiz para a palavra árabe que significa paz.  Entretanto, é uma palavra descritiva que implica em mais do que tranquilidade e calmaria, mas também abrange o conceito de segurança e submissão.  De fato, o Islã no sentido legal significa submissão ao Deus Único que nos concede segurança, paz e harmonia.  A palavra muçulmano (ou seja, aquele que se submete à vontade de Deus) também deriva da mesma raiz, como a saudação islâmica - Assalam.





Nos artigos anteriores discutimos o fato de que todos os crentes estão vinculados por vários meios.  O mais importante é a crença de que não há nenhuma outra divindade merecedora de adoração que Allah e que Muhammad é Seu mensageiro.  É isso que distingue os crentes dos não crentes.  Entretanto, os crentes também são lembrados dos vínculos entre eles toda vez que saúdam uns aos outros.  A saudação islâmica - "Assalam" é de fato uma invocação onde se pede a Deus para conceder proteção e segurança a seu irmão muçulmano. Essa saudação encoraja os crentes a ser uma comunidade mundial livre de lealdades tribais ou nacionalistas e vinculados pela paz e unidade.





O profeta Muhammad nos ordenou a saudarmos nossos companheiros muçulmanos que conhecemos e também os que não conhecemos.[1]  Assim, os crentes tentam estabelecer a paz e relações amigáveis saudando e encontrando uns aos outros.  Quando muçulmanos de qualquer nacionalidade, etnia ou cor se encontram, saudarão uns aos outros como uma família.  Os crentes também têm direitos uns sobre os outros.





O muçulmano tem cinco direitos sobre seu companheiro muçulmano: deve saudá-lo com "salaam", visitá-lo quando estiver doente, ir a seu funeral, aceitar seu convite e pedir a Deus que tenha misericórdia quando ele espirrar.[2]





A saudação islâmica é Assalamu alaikum (que Deus lhe conceda proteção e segurança).  A resposta a isso é wa Alaikum Assalam. Essas breves palavras árabes permitem que os muçulmanos saibam que estão entre amigos, não estranhos.  Umas poucas palavras de saudação revelam muito.





"Quando fordes saudados cortesmente, respondei com cortesia maior ou, pelo menos, igual, porque Deus leva em conta todas as circunstâncias." (Alcorão 4:86)





As melhores saudações islâmicas incluem Assalam Alaikum wa Rahmatullah, que significa "que Deus lhe conceda proteção, segurança e misericórdia" e Assalam Alaikum wa Rahmatullah wa Barakatuh, que significa "que Deus lhe conceda proteção, segurança, misericórdia e que Ele lhe abençoe".  A saudação em retorno com algo melhor seria, por exemplo, depois de ouvir as palavras Assalam alaikum responder com wa Alaikum Assalam wa Rahmatullah.





Fazer esse pequeno esforço para saudar outros dessa forma a cada oportunidade aumenta as recompensas.  Cada vez que um crente diz as palavras Assalam alaikum ou responde a essa saudação, seu banco de boas ações é aumentado.





Um dia um homem passou pelo profeta Muhammad enquanto ele estava sentado com outros homens e disse "Assalamu alaikum".  O profeta disse: "Ele terá 10 recompensas". Outro homem passou e disse "Assalamu alaikum wa rahmatullah".  O profeta disse: "Ele terá 20 recompensas".  Outro homem passou e disse "Assalamu alaikum wa rahmatullah wa barakaatuh"  O profeta disse: "Ele terá 30 recompensas".[3]





Além disso, em todo o Alcorão Deus repetidamente destaca que esse é a saudação islâmica. Deus nos assegura que o empenho para agradá-Lo resultará em paz e segurança no paraíso, e quando o crente entrar no paraíso será saudado pelas palavras Assalam Alaikum.





"Os crentes que tiverem praticado o bem serão introduzidos em jardins, abaixo dos quais correm os rios,  onde morarão eternamente, com o beneplácito do seu Senhor.   Ali, a sua saudação será: Salam (paz)!" (Alcorão 14:23)





"Assalamu alaikum (Que a paz esteja convosco) por vossa perseverança! Que magnífica é a última morada!" (Alcorão 13:24)





"Quando te forem apresentados aqueles que creem nos Nossos versículos, dize-lhes: Assalamu Alaikum (Que a paz esteja convosco)! Vosso Senhor impôs a Si mesmo a clemência, a fim de que aqueles dentre vós que, por ignorância, cometerem uma falta e logo se arrependerem e se encaminharem, venham a saber que Ele é Indulgente, Misericordiosíssimo." (Alcorão 6:54)





"De cujas almas os anjos se apossam em estado de pureza, dizendo-lhes: Assalam Alaikum (Que a paz esteja convosco)! Entrai no Paraíso, pelo que haveis feito!" (Alcorão 16:32)





"Quando entrardes em uma casa, saudai-vos mutualmente com a saudação bendita e afável, com referência a Deus, Assalamu alaikum." (Alcorão 24:61)





"Em troca, os tementes serão conduzidos, em grupos, até ao Paraíso e, lá chegando, abrir-se-ão as suas portas e os seus guardiães lhes dirão: Assalamu alaikum (Que a paz esteja convosco)! Quão excelente é o que fizestes! Adentrai, pois! Aqui permanecereis eternamente." (Alcorão 39:73)





O profeta Muhammad reiterou a mensagem de Deus quando disse: " Não entrarás no paraíso até que creia e não crerá até que se amem uns aos outros.  Devo dizer-lhes sobre algo que, se fizerem, farão com que amem uns aos outros?  Saúdem uns aos outros com Salam".[4]





Valores podem ser definidos como os princípios ou padrões de comportamento de alguém.  Geralmente são chamados de moral ou ética e estão, às vezes, consagrados nos códigos de conduta ou normas de comportamento.  Os valores são crenças importantes e de longa duração compartilhados pelos membros de uma cultura ou comunidade.  Definem o que é bom ou mau e o que é desejável ou indesejável.  Os valores têm uma influência imensa sobre o comportamento de uma pessoa e servem como diretrizes amplas em todas as situações.





Pode-se argumentar que todos temos um sentido inato de moralidade.  Dizem que independente de nossa religião, cor ou raça, existem certas qualidades que servem como padrão moral.  Por exemplo, podemos todos concordar que molestar crianças é um ato abominável.  Em um estudo de 2011 conduzido por Jesse Prinz, um professor de filosofia distinguido da City University de Nova Iorque, 100% dos participantes concordaram que era.  Independente de tradição ou cultura, todos desejamos viver em um mundo no qual os valores de gentileza, generosidade e honestidade são a norma.  Ninguém quer viver em um mundo no qual a crueldade é aceitável ou o assassinato é parte da vida diária.   Agora considere o que aconteceu nos anfiteatros romanos e a tortura pública e espetáculos de execução da Europa medieval.





Também existem alguns filósofos, psicólogos, antropólogos sociais e outros que estudam sociedades, que acreditam que padrões morais são uma construção social e cultural.  Cada comunidade, em todos os tempos e lugares, dizem, enfrenta desafios únicos e seus padrões morais são definidos por suas necessidades.   O bom de uma cultura pode muito facilmente ser o mal de outra cultura.    Entretanto, assassinato é abominável, todos concordarmos com isso.   Mas, e se isso se adequar às necessidades da sociedade? Pense no canibalismo, por exemplo.  É uma prática encontrada em um momento ou outro em todo o mundo.  Em uma amostra de cruzamento histórico do antropólogo Peggy Reeves Sanday, encontrou-se evidência de canibalismo em 34% das culturas.[1]





Agora, onde isso nos leva?  Todos desejamos viver em paz.  Podemos considerar isso como certo? É um desejo por paz que causa guerras, ou por terra ou petróleo ou o que quer que aquela sociedade em particular considere como um commodity de valor?  Todos desejamos gentileza, não é? Todos queremos ser tratados com compaixão e ternura.  É por isso que prendemos e trancafiamos requerentes de asilo? É por isso que existem pessoas sem uma nação, moradores de rua e sistemas de castas? Os valores universais, aqueles que todos desejamos, são diferentes para pessoas diferentes?  E não só isso. Nossas definições do que esses valores significam são diferentes? Se é esse o caso, quem decide quais são os valores supremos? Quem decide quais valores realmente transcendem tempo e lugar?  Quem decide o que está realmente certo e o que está realmente errado, se todos não concordarmos sobre quais valores são universais e sobre os que têm um grau menor?  Parece que os valores de cada pessoa são diferentes e, porque os valores estão muito enraizados, nem sempre estamos cientes de que nossas respostas na vida se devem aos valores que mantemos.   Às vezes são únicos para a nossa própria cultura e perspectiva.  





Os muçulmanos acreditam que Deus, o Criador e Sustentador do mundo e tudo que existe, Aquele que nos criou, estabeleceu os padrões.  Ele definiu inequivocamente nossos valores.  Deus não criou a humanidade a abandonou às armadilhas e caprichos de sua própria natureza.  Não nos deixou adivinhando o que é certo e o que é errado, qual é a melhor ação a adotar em uma determinada situação.  Ele nos criou e nos conhece melhor do que conhecemos a nós mesmos.  Definiu claramente quais são os valores bons e nos deu toda a orientação que precisamos.  De maneira muito semelhante a um carro ou computador novo, nos forneceu com um manual ou guia.  Deus enviou profetas para guiar a humanidade desde o profeta Adão até o último profeta de Deus, Muhammad, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele.   O Islã detalhou claramente nossas normas de comportamento e código de conduta no Alcorão e nas tradições do profeta Muhammad. 





Além disso, o Islã afirma que a humanidade é naturalmente inclinada ao bem e que os bons valores incluem retidão e piedade.  No Islã retidão significa que devemos ser sinceros em nossa devoção a Deus e toda a Sua criação, demonstrando isso com atos de caridade e gentileza.  A piedade requer sinceridade. Demanda autocontrole sobre a raiva e a capacidade de perdoar.  Não somos todos iguais, não somos todos crentes e, ainda assim, o Islã exige que tratemos todos com respeito.  Além disso, Deus fala diretamente para toda a humanidade e dotou todos os seres humanos com a capacidade para serem bons e para fazer o bem. 





"Ó humanos! Nós vos criamos de um homem e de uma mulher, e vos fizemos como nações e tribos, de modo que vos conheçais uns aos outros.  De fato, o mais honrado entre vós aos olhos de Deus é o mais temente..." (Alcorão 49:13)





Nossos valores são as coisas nas quais acreditamos, determinam nossas prioridades na vida e são a referência por meio da qual medimos nosso sucesso ou fracasso.  O Islã estabelece claramente o que está certo e o que está errado, o que é aceitável e o que é inaceitável.  Quando nossas ações e palavras estão alinhadas com nossos valores, a vida geralmente é boa e nos sentiremos felizes.  Quando não combinam, nos sentimos desconfortáveis.  Nossos valores servem como um filtro, por meio do qual fazemos escolhas e, assim, se estamos infelizes ou desconfortáveis podemos examinar nossas escolhas para ver se combinam com nossos valores e, se não, fazer as mudanças necessárias.  Para sermos verdadeiramente contentes e satisfeitos, devemos honrar os valores que Deus definiu para nós. 





O profeta Muhammad disse que "Se você não tem vergonha, então faça o que lhe agrada."[2]Os psicólogos nos dizem que a vergonha é uma das emoções que sentimos quando deixamos de viver de acordo com as expectativas impostas a nós por nosso sistema de crenças e valores.  Essa foi uma mensagem ensinada por todos os profetas, ter altos padrões e valores morais e usar o sentido inato do que é certo e errado, antes de tomar decisões. 





O papel histórico da comunidade islâmica é ser a personificação da virtude.  Os bons valores devem ser vistos em todas as ações e ouvidos em cada palavra.   O Islã define para nós o que aqueles valores são e nos ensina qual é a coisa certa a fazer em todas as circunstâncias.



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