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dê paz) queria com isso atrair e amolecer os corações destes,
pois nisso fortalecia o Islam e os muçulmanos, mas mesmo
isso, não tem valor na lei do Islam, porque os princípios são
princípios e os valores são valores... Então, ele recebeu as
palavras da revelação48 de Deus, Exaltado Seja: "Não rechaces
aqueles que de manhã e à tarde invocam seu Senhor,
desejosos de contemplar o Seu Rosto. Não te cabe julgá-los,
assim como não lhes compete julgar-te; se os rechaçares,
contar-te-ás entre os injustos. Assim, Nós os fizemos
testarem-se mutuamente, para que dissessem: São estes os
que Allah favoreceu, dentre nós? Acaso, não conhece Allah
melhor do que ninguém os agradecidos? Quando te forem
apresentados aqueles que creem nos Nossos versículos, dizelhes:
Que a paz esteja convosco! Vosso Senhor impôs a Si
mesmo a clemência, a fim de que aqueles dentre vós que,
por ignorância, cometerem uma falta e logo se
arrependerem e se encaminharem, venham saber que Ele é
Indulgente, Misericordiosíssimo."49
O Mensageiro de Deus jogou o documento e, em seguida,
convocou-nos. Fomos ter com ele, enquanto ele dizia: “Que a
paz esteja convosco! Vosso Senhor impôs a Si mesmo a
clemência."
Nós costumávamos sentar com ele, e quando ele queria nos
deixar, o fazia. Então, Deus, Exaltado Seja, revelou: “Sê
48 A reveleção chega ao Profeta (Deus o abençoe e lhe dê paz) por intermédio do
anjo Gabriel (a paz esteja com ele), encarregado da revelação, e ele tinha várias
formas, como explicado pelo Mensageiro de Deus, como: 1- em forma de um
homem e conversava com ele. 2 – comunicava-lhe a revelaçao em forma de sons,
que lhe era mais grave.
49 Alcorão sagrado, 6:52-54.
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paciente, juntamente com aqueles que pela manhã e à noite
invocam o seu Senhor, anelando contemplar o Seu Rosto.
Não os menosprezes, desejando o encanto da vida terrena, e
não escutes aquele cujo coração permitimos menosprezar o
ato de se lembrar de Nós, e que se entregou aos seus
próprios desejos, excedendo-se em suas ações.”50
Depois disso, o Mensageiro de Deus sentava com a gente e
quando chegava a hora de ele sair, nós levantávamos e
deixavam-no para ele ir embora.51
Quem é este abissínio, que foi antes escravo e depois se tornou
líder, com a sua conversão ao Islam?
Vamos ouvir a sua história como escrita por Khálid
Mohammad Khálid (que Deus tenha misericórdia dele). Ele
disse:52
É Bilal Ibn Rabah, o primeiro muézzin no Islam, a chamada
para a verdade.
É Bilal, o destruidor dos ídolos.
É Bilal, e quem não conhece Bilal, que apaziguou os corações e
os sentimentos dos muçulmanos em todos os cantos do mundo.
É um dos grandes milagres do Islam.
De cada dez muçulmanos, desde que o Islam começou até hoje,
e até quando Deus quiser, ao nos encontraramos com eles, pelo
menos, sete conhecem Bilal.
50 Alcorao Sagrado, 18:28.
51 Compilado por Ib Mája, e autenticado pelo Albáni.
52 “Rijal Haularrassul” (Homens ao redor do Mensageiro).
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Isto significa que existem centenas de milhões de pessoas ao
longo dos séculos e das gerações que conhecem Bilal, e
memorizam o seu nome, conhecem o seu papel, assim como
conhecem os maiores sucessores no Islam: Abu Bakr e Ômar...
!
Se você perguntar uma criança que ainda está em sua infância,
nos primeiros anos de seus estudos, no Egito ou no Paquistão,
na Malásia, na China.
Nas Américas, na Europa e na Rússia.
No Iraque, na Síria, no Irã e no Sudão.
Na Tunísia, em Marrocos e na Argélia.
Nas profundezas da África, e sobre as colinas da Ásia.
Em todos os cantos da terra habitada por muçulmanos, você
pode perguntar a qualquer criança muçulmana: quem é Bilal?
Ela responde: ele o muezzin do Profeta. Era um escravo a quem
o seu amo o punia, colocando pedras pesadas, muito quentes
para demovê-lo a negar a sua religião, ele dizia:
"Ahad. Ahad." (Único... Único)
Quando você percebe essa imortalidade concedida pelo Islam a
Bilal, fique sabendo que Bilal não era, antes do islão, além de
um escravo etíope, que pastoreava os camelos de seu amo em
pagamento de um punhado de tâmaras, para morrer e ser
fadado às profundezas do esquecimento.
28
Mas a sinceridade de sua fé na grandeza da religião em que
acreditava fê-lo ocupar em sua vida, e na história do Islam uma
posição entre os grandes, honrados e generosos...
Porém, muitos dos seres humanos de alta classe, com riqueza,
prestígio e influência, nunca teriam um décimo da eternidade
garantida a Bilal, o escravo etíope.
Certamente, muitos heróis da história não obtiveram um pouco
da fama histórica que foi concedida a Bilal.
Sua pele negra, assim como sua família humilde e fraco como
um escravo aos olhos do povo, não o impediu, especialmente
depois que ele preferiu seguir o islão como religião, de ocupar a
alta posição, da qual ele era digno em virtude da sua
veracidade, certeza, pureza e devoção sincera.
As pessoas pensavam que tal escravo como Bilal, de origem
estrangeira, não tinha poder, e nem tinha nada em sua vida
além de ser escravo, propriedade de seu mestre, que saia de
manhã e voltava à noite com o gado e as ovelhas de seu mestre.
Eles pensaram que tal indivíduo, não podia representar algo
imporante. Mas, para a surpresa, ele contradisse esses
pensamentos. Ele tinha um poder de crença (no Islam) que
ninguém mais do que ele poderia ter. Em seguida, foi o
primeiro muézzin (que faz a chamada para as orações) do
Mensageiro de Deus e do Islam, um trabalho que todos os
chefes e grandes pessoas de Coraix que abraçaram o Islam e
seguiram o Mensageiro de Deus almejavam.
É Bilal Ibn Rabah!
29
Que tipo de heroísmo e grandeza expressam essas três palavras:
Bilal Ibn Rabah?!
Ele não era mais que um escravo etíope de uma mãe negra, de
nome Hamama, cujo destino o levou a ser um escravo de
Umaiya Ibn Khalaf de Jomah em Makka. Sua mãe era também
uma das suas escravas.
Ele viveu na escravidão, levando uma vida miserável. Sem
direitos e nem uma esperança no seu futuro.
As notícias sobre Mohammad começaram a chegar a seus
ouvidos, quando as pessoas começaram a transmiti-la, e quando
ele começou a prestar atenção às conversas de seu mestre e
seus convidados, em particular, Umaiya Ibn Khalaf, o ancião de
Jomah, a tribo de cujos escravos, Bilal era um deles. Muito
frequentemente, Bilal ouvia o seu mestre Umaiya Ibn Khalaf,
ao falar com seus amigos, ou com alguns de seus membros da
tribo acerca do Mensageiro de Deus, uma conversa repleta de
raiva, ira e maldade.
Mas, os ouvidos de Bilal captavam, dentre as palavras de tão
louca raiva, as boas características que lhe ilustravam esta nova
religião. Sentia-se que essas características não estavam
familiarizadas com o ambiente em que vivia. Seus ouvidos
costumavam também captar a partir da fala ameaçadora o
reconhecimento da honra, veracidade e honestidade de
Mohammad.
Sim, ele costumava ouvi-los afirmando seu espanto e confusão
a respeito do que Mohammad trouxe. Eles diziam um ao outro:
"Mohammad não tem sido nem mentiroso, nem mágico, nem
30
louco, embora seja inevitável descrevê-lo com tudo isso a fim
de evitar que as pessoas se apressassem em acreditar em sua
religião".
Bilal ouviu falar sobre sua masculinidade, honestidade, boas
maneiras, lealdade, imparcialidade e equilíbrio mental. Ele
também os ouviu sussurrando sobre as razões que os levavam a
desafiá-lo, ou seja, a sua lealdade para com a religião dos seus
antepassados, em primeiro lugar, e seu medo da perda da glória
de Coraix que lhes dava a posição religiosa altamente
respeitada como a capital da adoração em todas as partes da
península árabe. Em terceiro lugar, o ressentimento da tribo
Banu Háchim, de surgir um Profeta e um mensageiro do meio
deles.
Um dia, Bilal Ibn Rabah viu a luz de Deus, e ouviu, dentro da
profundidade de sua boa alma o eco de sua voz. Ele foi ter com
o Mensageiro de Deus (Deus o abençoe e lhe dê paz ) e abraçou
o Islam. Assim que a notícia de sua conversão ao Islam se
espalhou, a terra girou com a cabeça de seus mestres de Jomah,
ou seja, aquelas cabeças que estavam cheias de arrogância e
intoxicadas pela ilusão. Na verdade, a pressão dos demônios da
terra invadiu o peito de Umaiya Ibn Khalaf, que sentiu a
conversão ao Islam de um escravo seu, como uma grande
vergonha e ignomínia para todos. O seu escravo etíope abraçar
o islão e seguir Mohammad!?
Umaiya disse para si mesmo: "Não se preocupe, o sol não irá se
pôr hoje sem que a crença deste escravo se ponha com ele!".
31
Mas, pelo contrário, o sol não fez desaparecer a fé de Bilal no
islão, mas, fez desaparecer todos os ídolos e todos os protetores
da idolatria.
Quanto ao Bilal, não constituiu apenas uma posição de honrou
para o Islam, embora o Islam seja mais digno dessa honra, mas
também foi honra para toda a humanidade.
Na verdade, ele resistiu perante diferentes tipos de torta tão
poderosamente quanto as grandes pessoas piedosas, parece que
Deus fez dele um bom exemplo para todas as pessoas do fato
de que a escuridão da pele, além da escravidão não desonra a
grandeza do espírito, particularmente se ele encontra a sua
verdadeira crença, agindo de acordo com o seu Criador, e se
apegando ao seu direito.
Bilal deixou uma lição prática às pessoas daquela época, a
todos os lugares, na sua e em qualquer outra religião; lição que
revela que a liberdade de consciência e sua soberania não se
vendem a preço de todo o ouro da terra, nem por todo tipo de
tormento
No início, da missão islâmica, sete pessoas declararam sua
conversão ao Islam: O Mensageiro de Deus. Abu Bakr,
‘Ammar e sua mãe Sumaia, Suhaib, Bilal e o Micdad. Quanto
ao Mensageiro de Deus, foi protegido por seu tio Abu Tálib que
o defendeu. Quanto a Abu Bakr, foi protegido pelo seu povo. O
resto foi levado pelos politeístas, vestiram-nos com armaduras
de ferro e os expuseram ao sol. Todos atenderam o que lhes foi
pedido, menos Bilal, ficou envergonhado perante Deus. Foi
levado e entregue às crianças que o arrastavam nas ruas de
Makka, e ele dizendo, Ahad, Ahad (Deus Único, Deus Único).
32
Foi colocado nú sobre brasas para se arrepender e abandonar o
Islam ou fraudar e enganar, mas ele se negou a fazê-lo.
O Mensageiro de Deus (Deus o abençoe e lhe dê paz)
transformou este escravo etíope invulnerável num mestre para
toda a humanidade na arte de respeitar a consciência e na
proteção de sua liberdade e liderança.
Eles o levavam depois de meio-dia, quando o deserto se
tornava mortalmente quente. Estendiam-no sobre pedrinhas
muito quentes, estando ele nu, então pegavam uma grande
pedra quente, que precisava de algumas pessoas para carregála,
e a colocavam sobre seu peito.
Essa tortura selvagem era praticada diariamente, até que alguns
corações de alguns de seus flageladores se emocionaram pela
gravidade da tortura e o libertaram, com a condição de ele falar
bem de seus deuses, para conservar sua hegemonia. Os
coraixitas nunca reconheceram que foram mal sucedidos
perante a tenacidade de seu escravo.
Porém, mesmo essa única palavra fútil, que ele podia
pronunciar sem convicção e adquirir com ela a sua vida, sem
que perdesse a sua fé e abandonasse a sua crença, rejeitou
pronunciá-la.
Sim, ele rejeitou pronunciá-la, e repetia: Ahad, Ahad.
Deziam-lhe: repete o que dizemos.
Ele respondia com escârneo: Minha língua não sabe repeti-lo.
33
Bilal permanecia nessa alta temperatura e a pedra sobre o peito
até a aproximação do crepúsculo. Eles o erguiam, colocavamlhe
uma corda no pescoço e ordenavam as crianças de
percorrerem com ele nas ruas e montanhas de Makka. E Bilal
nunca pronunciou alguma palavra além de Ahad, Ahad.
Quando fosse a noite, orientavam-no o seguinte: Amanhã
preste boas palavras aos nossos deuses, dizendo, meu deus é
Lat e Uzza para seja livre. Estamos cansados de torturá-lo,
parece que nós é que estamos sendo torturados.
Ele balançava a cabeça e dizia: Ahad, Ahad.
Umaiya Ibn Khalaf o golpeou, com muita raiva, gritando: “Que
mal lhe fizemos, ó escravo negro? Pelo Lat e Uzza vou
transformar você num exemplo para os escravos”.
Bilal responde com a convicção do crente: Ahad, Ahad.
Os que seus encarregados dialogavam com ele, fingindo que
estavam com compaixão dele, dizendo:
Deixe para lá, ó Umaiya. Pelo Lat, não será torturado depois de
hoje. Bilal é de nós e sua mãe é nossa serva. Ele não aceita,
com a sua conversão ao islão, que sejamos objeto de escarneio
dos coraixitas.
Bilal olha seriamente no rosto do mentiroso e falso, sorrindo,
com seus dentes aparecendo como a luz da manhã, e pronuncia
calmamente e de uma forma tremenda:
Ahad, Ahad.
34
O meio dia se aproxima e Bilal é levado para os locais quentes,
estando ele paciente, com confiança, inabalável. Abu Bakr foi
ter com eles, enquanto torturavam-no. Abu Bakr lamentou
dizendo: “Vocês não temem a Deus? Vocês querem matar um
homem por afirmar que, Deus é o meu Senhor?” Até quando?
Umaiya disse: “Você o corrompeu, portanto salva-o com o que
você achar conveniente.”
Abu Bakr disse, gritando: “Pegue mais que o seu preço e
liberte-o”.
Parecia que Umaiya estava se afundando e foi salvo pelo barco
da salvação.
Ele se alegrou quando ouviu Abu Bakr oferecendo-lhe o preço
de libertação, pois estava muito desesperado de convencer
Bilal, porém, como Umaiya era comerciante, concluiu que
vendê-lo é mais lucrativo do que matá-lo.
Vendeu-o ao Abu Bakr, que o libertou imediatamente e colocou
Bilal entre os homens livres.
Quando Abu Bakr, segurando o braço de Bilal, estava indo
embora, levando-o para a liberdade, Umaiya lhe disse: "Pelo
Lat e pelo Uzza, se você quisesse comprá-lo por apenas uma
onça, eu o venderia!"
Abu Bakr pensou naquelas palavras que tinham tanto amargor
de desprezo e de frustração, e preferiu não lhe responder.
Mas por Umaiya ter desonrado àquele que passou a ser irmão
de Abu Bakr, respondeu a Umaiya:
35
“Por Deus, se você se recusasse a vendê-lo, a não ser por cem
Onças, eu teria pago.”
Abu Bakr foi com seu companheiro ter com o Mensageiro de
Deus (Deus o abençoe e lhe dê paz), para dar-lhe as boas novas
de sua alforria. No entanto, foi motivo de muita alegria para
todos os muçulmanos.
Os muçulmanos que acreditaram no Mensageiro sofreram
muita injúria dos coraixitas de Makka. Por isso, o Mensageiro
ordenou-os que migrassem para Madina, onde ficariam
seguros, longe dos danos dos politeístas coraixitas.
Após a estabelização do Mensageiro de Deus e dos
muçulmanos em Madina, o Mensageiro de Deus instituiu a
Chamada para a oração (Azan). Quem, então, seria o muézzin
(chamador) para as cinco orações diárias, cuja voz iria ser
entoada através do horizonte, com as magnificações e
Engrandecimentos? Seria e foi então o Bilal, que gritou durante
treze anos, sob a pressão da tortura destrutiva: "Ahad, Ahad
(Deus é Único, Deus é Único)".
O Mensageiro de Deus o escolheu para ser o primeiro Muézzen
do Islam. Com a sua voz melodiosa, emocionante, que encheu
os corações com a crença, e os ouvidos com as maravilhas, ao
chamar:
"Alá é Maior, Allah é Maior, Allah é Maior, Allah é Maior.
Presto testemunho que não há outra divindade além de Allah!
Presto testemunho que não há outra divindade além de Allah!
Presto testemunho que Mohammad é o mensageiro de Allah.
Presto testemunho que Mohammad é o mensageiro de Allah.
36
Vinde para a oração! Vinde para a oração! Vinde para o
sucesso! Vinde para o sucesso! Allah é Maior! Allah é Maior!
Não há outra divindade além de Allah!".
Porém, os politeístas coraixitas não ficaram sossegados, vendo
a nova religião crescendo e o número de seus adeptos
aumentando. Então, a guerra entre os muçulmanos e o exército
coraixita, que veio invadir a Madina, eclodiu.
Foi uma guerra violenta e feroz. Bilal participou da primeira
expedição do Islam, a Expedição de Badr, em que o
Mensageiro de Deus (Deus o abençoe e lhe dê paz) colocou o
lema de: “Ahad, Ahad.”
Nesta batalha, a Coraix preparou os seus melhores filhos, bem
como os seus nobres e chefes que saíram para combater os
muçulmanos.
Umaiya Ibn Khalaf, anteriormente, amo de Bilal, que
costumava torturá-lo brutalmente, não queria participar.
A sua intenção era permanecer se não fosse o seu amigo ‘Uqba
Ibn Abu Mu'it. Quando este soube que Umaiya não queria
participar da expedição, foi ter com ele, levando na mão um
incensário. Ele o encontrou sentado com seus amigos. Deu-lhe
o incensário, dizendo: "Ó Abu ‘Ali! Coloque incenso nesse,
pois você se tornou uma das mulheres". Umaiya gritou
dizendo: "Que Allah o desfigure, e com o que você veio.”
Assim, ele não teve nenhuma maneira de escapar de não ir a
guerra com os (pagãos) invasores.
‘Uqba Ibn Abu Mu'it foi o maior incentivador de Umaiya para
torturar Bilal e outros oprimidos muçulmanos.
37
Hoje, é ele que o levou a sair para a batalha de Badr, onde ele
mesmo seria morto, como será a morte de ‘Uqba.
Na verdade, Umaiya era daqueles que se negou de tomar parte
da guerra. Mas, por insistência de ‘Uqba, teve que participar. O
decreto de Allah deve ser concluído. Umaiya vai à guerra, pois
havia uma conta antiga entre ele e um dos servos de Allah, e
chegou a hora de ser acertada. De fato, o credor nunca morre; e
como você se torna credor (por algum tempo), você também se
tornaria devedor (por algum tempo).
‘Uqba Ibn Abu Mu'it, cujo Umaiya escutava e executava suas
orientações em torturar os fiéis inocentes, foi o mesmo, que
levou Umaiya a ser morto,
Pela mão de quem? Pela própria mão de Bilal. Somente de
Bilal.
A mesma mão, que tinha sido presa pelas correntes de Umaiya,
e tinha sido espancada e torturada por seu dono; a mesma mão
que estava lutando na batalha de Badr, tendo um compromisso
bem definido pelo destino, com o torturador coraixita
(Umaiya), que humilhou os crentes opressivamente. E desta
forma o fato aconteceu.
Quando a luta começou entre as duas partes, a terra tremeu com
o slogan dos muçulmanos: "Ahad, Ahad (Allah é Único,
Único)", o coração de Umaiya perdeu o ânimo.
A palavra que era repetida, ontem, por um escravo, sob a
pressão da feroz tortura, tornou-se agora um slogan de toda a
religião e de toda a nova nação:
38
Ahad, Ahad.
Assim, com essa velocidade, com esse fabuloso
desenvolvimento. As espadas se chocaram, e a guerra
irrompeu. Enquanto a guerra estava chegando ao fim, Umaiya
Ibn Khalaf viu Abdurahman Ibn Auf, companheiro do
Mensageiro de Allah, a quem ele pediu proteção. Ele se
ofereceu para ser seu prisioneiro, desde que pudesse salvá-lo da
morte.
Abdurahman aceitou a oferta, e o protegeu. Acompanhou-o no
meio do campo de batalha, para o lugar de cativos.
No caminho, Bilal o viu e gritou:
"Ó cabeça de incredulidade, Umaiya Ibn Khalaf, não serei
salvo se ele sobreviver!"
Ele levantou a espada para cortar a sua cabeça que, no passado,
estava cheio de arrogância e orgulho, mas Abdurahman Ibn Auf
gritou: "Ó Bilal Ele é meu prisioneiro!"
Ele é prisioneiro, enquanto a guerra ainda estava em chamas,
um prisioneiro cuja espada estava, há pouco, pingando sangue,
como resultado de golpear os corpos de muçulmanos durante a
guerra.
Na verdade, isso foi, na opinião de Bilal, uma gozação às
mentes. Umaiya riu e zombou (dos muçulmanos) o suficiente.
Ele ridicularizou tanto em que não deixou nada para guardar
para um dia, como este, nesta angústia, e neste destino.
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Bilal viu que ele sozinho não seria capaz de invadir o direito da
proteção dada por seu irmão na religião de Allah, Abdurahman
Ibn Auf a Umaiya Ibn Khalaf. Bilal gritou com todas as forças
para os muçulmanos: "Ó aliados de Deus! Esta é a cabeça de
incredulidade, Umaiya Ibn Khalaf! Não serei salvo se ele
sobreviver". Um grupo de muçulmanos surgiu, tendo as
espadas pingando a morte. Eles cercaram Umaiya e seu filho,
que estava lutando ao lado dos coraixitas. Abdurahman Ibn Auf
não conseguiu fazer nada (para salvar seu cativo). Ele até nada
pode fazer para proteger suas armaduras que foram dispersas
pelas multidões.
Bilal olhou longamente para o corpo morto de Umaiya, que
caiu por terra em virtude das espadas marcantes. Então ele
correu apressadamente gritando: “Ahad, Ahad.”
Pensamos que não temos o direito de procurar a boa qualidade
da tolerância em relação à Bilal em tal situação.
Se o encontro de Bilal com Umaiya, fosse em circunstâncias
diferentes, então seria possível para nós perguntar-lhe sobre o
direito de tolerância. E nenhum homem, com sua piedade e
fidelidade em sua crença como Bilal, com certeza, seria uma
pessoa tolerante. Mas, o encontro entre eles foi durante uma
guerra, na qual, cada parte veio para matar seu oponente.
Enquanto as espadas foram bruxaleantes, os mortos caindo, e a
morte estava saltitando de todos os lugares, Bilal viu Umaiya,
que não havia deixado nenhuma parte em seu corpo, mesmo tão
pequena quanto a ponta dos dedos, sem deixar o efeito de
tormento sobre ela.
40
Além disso, quando e onde Bilal se cruza com ele?
Cruza-se com ele no campo de batalha, enquanto Umaiya
estava colhendo com a espada, qualquer cabeça de muçulmano
que pudesse conseguir. Se ele alcançasse a cabeça do próprio
Bilal, certamente iria cortá-la.
Em tais circunstâncias, quando dois homens se enfrentam, não
seria razoável perguntar a Bilal por que não mostrou o perdão
misericordioso?
O tempo passa, e Makka foi conquistada.
O Mensageiro de Deus entrou nela agradecido, entoando Allah
é Maior, liderando dez mil muçulmanos.
Ele foi diretamente para a Caaba, o local sagrado, que os
coraixitas encheram de ídolos, iguais em número aos dias do
ano.
“Chegou a Verdade, e a falsidade desapareceu, porque a
falsidade é pouco durável”.
Daí em diante, não haveria nem Lati nem Uzza, nem Hubal. De
agora em diante, o homem não vai mais curvar a cabeça para
uma pedra nem para um ídolo. Todas as pessoas não irão adorar
com todas as suas consciências, senão a Deus Quem não tem
semelhante, o Único e Único, o Grande, o Supremo.
O Mensageiro entrou na Caaba, acompanhando por Bilal.
Assim que entrou, viu uma estátua esculpida, representando a
imagem do Profeta Abraão (a paz esteja com ele), tirando a
sorte com as setas de divisão. O Mensageiro de Deus ficou
41
irritado e disse: "Que Deus os amaldiçoe! Pois o nosso
patriarca nunca tirou a sorte com setas. ‘Abraão jamais foi
judeu nem cristão; foi, igualmente, monoteísta, muçulmano,
e nunca se contou entre os idólatras.’”.53
Ele ordenou Bilal para subir no teto da Caaba e fizesse o Azan
(anunciar o chamado para a oração).
Bilal fez o chamado, tão maravilhoso é o tempo, como o local e
a ocasião!
Tudo em Makka se manteve em silêncio e imóvel. Milhares de
muçulmanos estavam tão quietos e calmos como a brisa,
repetindo submissamente após Bilal as palavras da chamada.
O Profeta fez um discurso para o povo de Makka, dizendo: "Ó
comunidade de Coraix, Allah removeu de vocês a arrogância e
o orgulho quanto à ascendência de um dos períodos préislâmico
da ignorância. Vocês todos descendem de Adão, e ele
foi criado da terra."
Abdullah Ibn Ômar (que Deus esteja satisfeito com ambos)
relatou que o Mensageiro de Deus (Deus o abençoe e lhe dê
paz) discursou para as pessoas no dia da conquista de Makka. E
disse: “Ó gente, Allah removeu de vocês a arrogância e o
orgulho da época da ignorância pré-islamica. Os seres humanos
são de dois tipos: um é piedoso, generoso para com Allah,
Glorificado e Exaltado Seja, e outro imoral, desgraçado e
avarento para com Allah, Glorificado e Exaltado Seja. Todas as
pessoas descendem de Adão, e este foi criado da terra. Allah,
Exaltado Seja, diz: “Ó humanos, em verdade, Nós vos
53 Alcorão Sagrado, 3:67.
42
criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e
tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais
honrado, dentre vós, ante Allah, é o mais temente. Sabei
que Allah é Sapientíssimo e está bem inteirado.”54
Relata-se que ele disse no final de seu discurso: “Ó povo de
Makka, o que pensam que vou fazer com vocês?”
Responderam: “Você é irmão nobre e filho de irmão nobre.
Esperamos nada além de sua bondade.”
Ele disse: “Podem ir. Estão livres.”
Enquanto os incrédulos em suas casas, quase não acreditavam.
Eles se perguntavam: “É este Mohammad e seus seguidores
pobres que foram expulsos de Makka, no passado”? É
verdadeiramente este Mohammad que combatemos e
expulsamos e matamos as pessoas mais queridas dele?
É ele de verdade que estava se dirigindo a nós, estando nossas
vidas em suas mãos, que está nos dizendo: “Podem ir. Estão
livres”.
Bilal viveu na companhia do Mensageiro de Deus (Deus o
abençoe e lhe dê paz), participando com ele nos campos de
batalha, entoando o Azan (a chamada para as orações),
vivificando e protegendo os cultos desta grande religião, que o
fez sair das trevas para a luz (do Islam), da escravidão para a
liberdade.
A importância do Islam cresceu junto com a importância dos
muçulmanos. Todos os dias, Bilal foi ficando cada vez mais
54 Alcorão Sagrado, 49:13.
43
próximo do coração do Mensageiro de Deus (Deus o abençoe e
lhe dê paz), a quem ele anunciou que seria uma das pessoas do
Paraíso.
Bilal, porém, permaneceu como era, a pessoa generosa e
humilde. Via-se não mais do que um etíope que era, há algum
tempo, apenas um escravo.
Ó Bilal, você não é mais escravo. Tornou-se, à sombra do Islam
líder. Não foi Ômar Ibn Al Khattab, o segundo califa dos
muçulmanos, que disse a seu respeito, quando foi alforriado:
“Abu Bakr, nosso líder, alforriou o nosso líder.”55
Quando o Mensageiro de Deus (Deus o abençoe e lhe dê paz)
faleceu e foi ter com o Mais Alto Companheiro, satisfeito, e os
muçulmanos nomearam Abu Bakr Assidik como Califa, Bilal
foi ter com ele e lhe pediu: “Ó Califa dos muçulmanos, o
Mensageiro de Deus (Deus o abençoe e lhe dê paz), disse:
“Guardar as fronteiras de um Estado islâmico por um dia e uma
noite é melhor do que jejuar por um mês, ou orar à noite; e se
alguém morrer (enquanto guarda as fronteiras), o trabalho que
estava fazendo terá continuidade, do mesmo modo com que sua
subsistência será mantida, e será protegido contra as provações
e os males (do túmulo)”. 56
Abu Bakr perguntou: “O que você deseja, ó Bilal?”
Disse: “Desejo guardar fronteiras pela causa de Allah até
morrer”.
55 Sahih Bukhari.
56 Sahih Musslim
44
Abu Bakr perguntou: "Então, quem iria anunciar as chamadas
para as orações?"
Bilal disse, com os olhos cheios de lágrimas: "Eu não vou mais
fazer a chamada para a oração a qualquer outra pessoa depois
do Mensageiro de Deus".
Abu Bakr disse: "Fica aqui e faz o Azan para nós, ó Bilal".
Bilal disse: "Se você me alforriou para você mesmo, então eu
serei como você quer, e se você me alforriou por causa de
Allah, então me deixe estar com Ele a quem você me
alforriou".
Abu Bakr disse: "Certamente, eu o alforriei por amor a Allah, ó
Bilal".
Bilal viajou para a Síria, onde ficou como militante pela causa
de Deus.
A última chamada para a oração anunciada por Bilal foi para
Ômar quando este estava na Síria. As pessoas recorreram a ele
para incitar Bilal para anunciar a chamada mesmo por uma
única vez. O Emir dos Crentes convidou Bilal quando o tempo
da oração estava prestes, pedindo-lhe para entoar o Azan. Bilal
levantou-se e anunciou a chamada para a oração. Os
companheiros que conviveram com o Mensageiro de Deus
antes de sua morte, quando Bilal costumava fazer o Azan,
choraram tanto como nunca choraram antes. Ômar foi o mais
pranteador de todos eles.
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Bilal morreu na Síria sendo militante, como queria. A sua
esposa se lamentava ao seu lado durante a sua enfermidade,
dizendo: “Que tristeza!”.
Toda vez que ela dizia isso, ele abria os olhos e dizia: “Que
alegria!”.
Então ele deu o seu último suspiro dizendo:
“Amanhã vou encontrar os meus queridos, Mohammad e seus
companheiros”.
“Amanhã vou encontrar os meus queridos, Mohammad e seus
companheiros”.
Com a idade de mais de sessenta anos, foi sepultado na porta
pequena no cemitério de Damasco onde se encontra o túmulo
de um dos maiores homens, que se ergueram como as altas
montanhas, firmes em defesa dos princípios, e se sacrificaram
por causa da verdade. Que Deus esteja satisfeito consigo, ó
Bilal.
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Conclusão:
Disse-me Brabeck: Que grandeza, dignidade, orgulho e poder,
esta religião deixa nos corações de seus seguidores! É a voz do
direito que se mistura com o sorriso dos corações e torna-os
vinculados a Deus, submetidos à Sua Grandeza, esquecendo
toda dor e toda dificuldade que encontram pela Sua causa, pois,
tornando-as satisfação, de tal forma os donos dos desejos
encontram satisfação quando praticam inerente e
continuamente seus desejos. Porém, quão longe, muito longe
estão os prazeres e as paixões que fazem herdar o
arrependimento e o remorso seguidos pela angústia, e os
prazeres que fazem herdar a imortalidade seguida pela
felicidade. Eles escolheram o caminho certo, que os levou a
desfrutar da felicidade que encontraram ao lado de Deus. O
acesso à felicidade que eles alcançaram não é tão difícil, mas
exige coragem e ousadia para mudar. Eles perceberam que o
caminho que ao Paraíso é somente seguir o Profeta, aquele que
não testemunharam nele a mentira, a traição ou a falsidade,
Ouça as palavras de um de seus inimigos, antes de se converter
ao Islam, Abu Sufian Ibn Harb, onde ele diz:
Heráclito mandou buscá-lo e seus companheiros, que estavam
por coincidência negociando na Síria, e tinham ido a Iliyá
(Baitul-Maqdis). Heráclito, sentado entre seus chefes de
gabinete, perguntou: "Quem dentre vocês é o parente mais
próximo do homem que afirma ser um profeta?" Abu Sufyan
relata a história: "Respondi: Eu sou o parente mais próximo,
dentre o grupo. Então, ele me fez sentar na frente dele e fez os
meus companheiros se sentarem atrás de mim. Em seguida,
chamou seu tradutor e disse (a ele): “Diga a eles (ou seja, os
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companheiros de Abu Sufyan) que eu vou perguntar a ele (ou
seja, Abu Sufyan) sobre aquele homem que diz ser um profeta”.
Se ele disser uma mentira, eles devem contradizê-lo
(instantaneamente). Por Deus se eu não tivesse ficado com
medo de que meus companheiros me considerassem um
mentiroso, eu teria dito mentiras.” A primeira coisa que ele
perguntou foi: “Qual é sua ascendência?” Respondi: “Descende
de uma família nobre.” Perguntou novamente: “Alguém antes
dele disse a mesma coisa que ele diz?” Respondi: “Não,
ninguém.” Perguntou: “Alguém de sua família era rei?”
Respondi: “Não, ninguém.” Perguntou: “Quem o segue, os
nobres ou as pessoas fracas?”. Respondi: “As pessoas fracas.”
Perguntou: “Seus seguidores crescem ou diminuem?”
Respondi: “Crescem.” Perguntou: “Houve algum caso de
apostasia entre eles?” Respondi: “Não, de ninguém.”
Perguntou: “Vocês o acusavam de mentiroso antes de sua
alegação?” Respondi: “Não.” Perguntou: “Ele trai?” Respondi:
“Não. Nós estamos em trégua com ele, e não sabemos o que ele
irá fazer.” Abu Sufian acrescentou: “Não consegui acrescentar
mais nada a isso.” Heráclito perguntou: “Vocês lutaram contra
ele?” Respondi: “Sim.” Perguntou: “Como foi a luta entre
vocês?” Respondi: “Lutamos contra ele e ele lutou contra nós,
com vitórias alternativas.” Perguntou: “O que ele os ordena”
Respondi: “Ele convida o povo a adorar a Deus, Único, sem
parceiros, e abandonar as crenças dos antepassados. Ele nos
ordena a observar a oração, a honestidade, a abstinência, e a
manutenção de fortes laços familiares."
Heráclito, ao ouvir este testemunho, virou-se para seu tradutor
e ordenou-lhe comunicar-nos a sua impressão: “Perguntei-lhe
qual é sua ascendência, e você respondeu que descende de
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família nobre. Isso acontece com os Mensageiros de Deus, são
indicados dentre seus nobres. Perguntei se alguém antes dele
disse a mesma coisa que ele diz, e você respondeu que não,
ninguém. Perguntei se alguém de sua família foi rei, e você
respondeu que ninguém foi. Se alguém fosse, poderíamos dizer
que ele está reivindicando o reinado de sua família. Perguntei
se vocês o acusavam de mentiroso antes de sua alegação e você
respondeu que não. Eu sei que quem não mente para as
pessoas, não iria mentir para Deus. Perguntei quem o segue, os
nobres ou as pessoas fracas, e você respondeu que eram as
pessoas fracas, e de fato, estes são os seguidores dos
mensageiros. Perguntei se seus seguidores crescem ou
diminuem, e você respondeu que crescem. Isso acontece com a
fé, até se completar. Perguntei se houve algum caso de
apostasia entre eles, e você respondeu que não. Isso acontece
com a fé, quando penetra nos corações. Perguntei se ele trai, e
você respondeu que não. Assim são os Mensageiros, não traem.
Perguntei sobre o que ele os ordena, e você respondeu que ele
convida o povo a adorar a Deus, Único, sem parceiros, e
abandonar as crenças dos antepassados. Ele nos ordena a
observar à oração, a honestidade, a abstinência. Se o que você
disse é verdade, ele vai logo governar onde estou pisando. Eu já
sabia que iria surgir um profeta, mas nunca me ocorreu que ele
ia ser um árabe do meio de vocês. Se estivesse certo, eu seria
fiel a ele. Gostaria de encontrá-lo, e se eu estivesse com ele, eu
lavaria seus pés”. Heráclito, então, pediu que a carta do Profeta,
que Dihyah ibn Khalifa Al-Kalbi foi ordenado a entregar ao
governador de Busra, que, por sua vez, a enviaria a César, que
fosse lida. Dizia:
“Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso”.
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De Mohammad, o servo de Deus e Seu Mensageiro para
Heráclito, o rei dos bizantinos.
Bem-aventurados são aqueles que seguem a verdadeira
orientação. Convido-vos a abraçar o Islam, para que possa
viver em segurança. Se vier para o rebanho do Islam, Deus vai
dar-lhe uma dupla recompensa, mas se virar as costas a ele,
então o fardo dos pecados de todos os seus povos irá cair sobre
seus ombros.
"Dize-lhes: Ó adeptos do Livro, vinde, para chegarmos a
um termo comum, entre nós e vós: Comprometamo-nos,
formalmente, a não adorarmos senão a Allah, a não Lhe
atribuirmos parceiros e a não nos tomarmos uns aos outros
por senhores, em vez de Allah. Porém, caso se recusem,
dize-lhes: Testemunhai que somos muçulmanos." [ 3:64 ]57
Abu Sufian disse: “Quando das observações do imperador
terminaram e a carta foi lida, houve um clima tenso entre os
clérigos presentes, fomos obrigados a partir. Eu disse para os
meus companheiros: ‘A questão de Ibn Abi Kabcha (ou seja,
Mohammad) tornou-se tão importante que até mesmo o rei dos
Banu Al-Asfar (ou seja, os romanos) tem medo dele’. Então eu
continuei a acreditar que o Mensageiro de Deus seria vitorioso,
até que Deus me fez abraçar o Islam."
O filho de Nador, o governante de Ailiá e Heráclito eram
chefes dos cristãos da Síria. Acontece que Heráclito quando foi
a Ailiá tornou-se maldoso. Alguns dos patriarcas deploraram a
57 Sahih Al -Bukhari 1/4, 5.
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sua aparência, e Ibn Nador disse que Heráclito era advinho,
prescrutava as estrelas. Quando lhe perguntaram o que havia
visto naquela noite, ele disse: “Quando eu olhei para as estrelas,
esta noite, vi que o rei da circuncisão surgiu”. Quem é
circuncidado nesta nação? Disseram que só os judeus eram
circuncidados. Não se importe com eles. Escreve para os
governadores de seu reino que matem os judeus que se
encontram lá. Enquanto estavam discutindo o caso, um homem
foi ter com Heráclito, enviado pelo rei de Ghassan informando
sobre o Mensageiro de Deus (Deus o abençoe e lhe dê paz).
Quando Heráclito ouviu a notícia, pediu para irem ver se era
circuncidado. Disseram-lhe que era. Perguntou-lhe sobre os
árabes, e lhe disseram que eram circuncidados. Heráclito disse
que o rei daquela nação surgiu. Então, Heráclito escreveu para
um amigo seu em Baromiya que era seu colega na ciência.
Heráclito foi para Homs. Ao chegar, recebeu uma carta do
amigo concordando com a opinião dele sobre o surgimento do
Profeta e que era profeta. Heráclito convidou as grandes figuras
dos romanos para um encontro nos povoados de Homs, então,
ordenou que suas portas fossem fechadas, em seguida,
informou dizendo: “Ó romanos, se quiserem ter sucesso e
orientação e que seu reinado continue, seguem este Profeta”.
Eles ficaram tão agitados como os animais selvagens e se
dirigiram para as portas, que encontraram fechadas. Quando
Heráclito viu a sua reação e não teve esperança de sua fé, disse:
“Tragam-nos a mim.” Disse-lhes: “Eu disse aquilo para testar a
sua fidelidade à sua religião, e descobri.” Eles se prostraram
perante ele e ficaram satisfeitos com ele.