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Hajj Méritos e Virtudes





Por: Coletania do Sábios Ibn Baz e Al AlBani


Versão Portuguesa: Prof Samir El Hayek


Revisão: Ali Hussein Masri





Em nome de Allah, o Clemente, o Misericordioso


Louvado seja Allá e que a Sua paz e graça esteja com o Mensageiro de


Allah e com os seus companheiros.


Esse e um texto resumido a respeito do Hajj (peregrinação): Seus méritos,


seus benefícios e algo de suas regras:


1. Quando foi instituída a peregrinação


A Peregrinação foi instituída no ano nove da Hégira. É o ano das


delegações em que foi revelada a Surata de Al Imran em que constam as


palavras de Allah, exaltado seja: “A peregrinação à Casa é um dever


para com Allah, por parte de todos os seres humanos, que estejam


em condições de empreendê-la.” (3:97).


2. A Sentença da Peregrinação:


É Obrigatória. Faz parte dos pilares do Islam. A prova disso é o


versículo acima e também o que a Sunna nos transmite:


Ibn Omar (R) relatou que o Mensageiro de Allah (S) disse: “O Islam foi


edificado sobre cinco pilares: O testemunho de que não há outra


divindade além de Allah e que Mohammad é o Mensageiro de Allah, a


prática da oração, o pagamento da zakat, a peregrinação e o jejum


durante o mês de Ramadan.” (Tradição narrada por Bukhári e Musslim).


3. Deve-se cumprir a peregrinação imediatamente?


Sim, deve. A prova é o versículo sagrado, porque constitui a base da lei.


Quanto à Sunna, ela diz:


“Abu Huraira (R) relatou que o Profeta (S) fez um discurso, dizendo:


“Ó gente, a peregrinação foi instituída sobre vocês; portanto, devem


peregrinar.” (Tradição narrada por Musslim, nº 1337).


Ibn Abbás (R) relatou que o Mensageiro de Allah (S) disse: “Quem


quiser peregrinar que o faça imediatamente, pois a pessoa pode adoecer,


pode se perder e problemas podem surgir.” (Tradição narrado por Abu


Daúd, Ibn Mája e Ahmad). Em outra narrativa de Ahmad, ele diz:


“Apressem-se em cumprir a peregrinação (a obrigação), pois a pessoa


não sabe o que lhe irá acontecer.”


Ambas as narrativas, uma dá apoio à outra. Ver a Obra “Arwá Al


Ghalil” do Albáni, 4/168).


Os chafi’itas aceitam o seu atraso, porque o Profeta (S) atrasou o


cumprimento até o ano dez. Porém, pode-se dizer:


a) Ele a atrasou por apenas um ano e alguns dizem que o atraso não tem


limite.


b) Que o Profeta (S) desejou purificar a Casa dos politeístas e dos


desnudos.


c) Que o Profeta (S) ficou ocupado em receber as delegações que se


revezavam na sua chegada à Madina para declararem a sua


conversão ao Islam. Ver “Ach Charh al Mummatta’” do Cheikh Ibn


Ossaimin, 7/17,18.


4. A Peregrinação é Obrigatória Uma só Vez na Vida


Abu Huraira (R) relatou que o Mensageiro de Allah (S) fez um


discurso onde disse: “Ó gente! Allah impôs a obrigação de levardes a cabo


a peregrinação (hajj), e deveis cumpri-la!” Uma pessoa perguntou: “Ó


Mensageiro de Allah, devemos realizar a peregrinação todos os anos?” O


Profeta (S) conservou-se em silêncio, até que o homem repetisse a pergunta


três vezes. Por fim, o Profeta (S) disse: “Se eu tivesse dito sim, esta


peregrinação ter-se-ia tornado uma obrigação anual, e não teríeis condições


para tal.” O Profeta (S) acrescentou: “Deixai estar, sempre que vos omitir


algo; (quer dizer) não me acosseis com tais perguntas, uma vez que eu não


imponho nada. Algumas pessoas que viveram antes de vós costumavam


formular demasiadas e desnecessárias perguntas, e estavam em desacordo


com seus profetas; por isso, foram destruídas. Portanto, quando eu vos


instar a fazer algo, devereis obedecer, e cumprir as minhas instruções,


dentro da medida das vossas capacidades; e quando vos proibir de fazer


algo, devereis abster-vos de o fazer.” (Tradição narrada por Musslim,


nº1337).


5. Seus Méritos


Muitas tradições falam dos méritos da peregrinação, entre elas:


Abu Huraira (R) disse que ao Profeta (S) foi uma vez perguntado:


“Qual ação é a melhor de todas?” Ele respondeu: “Crer em Allah e no Seu


Mensageiro.” Foi-lhe perguntado mais: “E o que vem depois?” Ele disse:


“Lutar pela causa de Allah (jihad).” Foi-lhe perguntado ainda: “E depois


disso?” Ele respondeu: “Uma peregrinação destituída de vícios e defeitos.”


Uma peregrinação destituída de vícios e defeitos significa:


1. Que seja custeada com dinheiro lícito.


2. Que se distancie dos vícios, dos pecados e da discussão durante


ela.


3. Que se cumpram os rituais conforme a Sunna profética.


4. Não ser peregrinação de ostentação, mas dedicada sinceramente a


Allah.


5. Que não pratique, depois dela, desobediência ou pecado.


Abu Huraira (R) relatou que ouviu o Profeta (S) dizer: “A pessoa que


cumpre a peregrinação, e, durante a mesma, se abstiver da luxúria e dos


abusos, ela retornará (da peregrinação) devidamente purificada, como se


tivesse sido parida por sua mãe, nesse mesmo dia!” (Tradição narrada por


Bukhári, nº 1449 e Musslim, nº 1350).


Abu Huraira (R) também relatou que o Profeta (S) disse: “A Umra


(visita a Makka), seguida de outra Umra, expia as faltas cometidas entre as


duas. A recompensa para uma peregrinação (livre de vícios) é nada menos


que o Paraíso.” (Tradição narrada por Bukhári, nº 1683 e Musslim, nº


1349).


Aicha (R) relatou: “Certa ocasião perguntei ao Profeta (S): ‘Ó


Mensageiro de Allah, nós (as mulheres) não deveríamos sair e lutar pela


causa de Allah?’ O Profeta disse: ‘A melhor forma de jihad pela causa de


Allah, no vosso caso, é a peregrinação livre de todo o vício e defeito.’”


Depois de ouvir isso, nunca mais deixei de peregrinar. (Tradição narrada


por Bukhári, nº 1762).


Amr Ibn al ‘As relatou que o Profeta (S) disse: “A peregrinação


derruba tudo que se praticou antes dela.” (Tradição narrada por Musslim,


121).


Abdullah Ibn Mass’ud (R) relatou que o Mensageiro de Allah (S)


disse: “Cumpri a peregrinação e a vista, porque elas eliminam a pobreza e


os pecados como o fogo elimina os defeitos do ferro, do ouro e da prata.”


(Tradição narrada por Tirmizi, 810, Nassá’i, nº 2631). A tradição foi


classificada como fidedigna pelo Albáni em seu livro: “Assaulsula


Assahiha”, nº 1200.


Ibn Omar (R) relatou que o Profeta (S) disse: “O combatente pela


causa de Allah, o peregrino e o visitante que atenderam a ordem de Allah,


se Lhe pedirem algo Ele o concederá.” (Tradição narrada por Ibn Mája, nº


2893). A tradição é boa e classificada como tal pelo Albáni em seu livro:


“Assaulsula Assahiha”, nº 1820).


6. Os Benefícios da Peregrinação


Allah, exaltado seja, diz: “Para testemunharem os benefícios que


lhes foram dados.” (22:28).


Os benefícios: Terrenos e Religiosos.


Quanto aos religiosos consegue-se a satisfação de Allah, exaltado seja,


volta-se com perdão de todos os pecados, aufere as excelentes recompensas


que só existem naqueles locais. A oração na Mesquita Sagrada, por


exemplo, equivale a cem mil orações. Não existem tawaf (circungiração)


nem Sa’i (percorrer a distância entre Safa e Marwa) a não ser naqueles


locais.


Entre os benefícios está o encontro com os muçulmanos, o conhecer


as suas situações, encontrar-se com os sábios, beneficiar-se deles e expor os


problemas a eles.


Quanto aos benefícios terrenos, está o comércio e os outros tipos de


lucros relacionados com a peregrinação.


7. Quanto às regras da peregrinação e as suas influências sobre as


pessoas:


O cumprimento dos rituais da peregrinação possui inúmeras virtudes e


regras enormes. Quem tiver sucesso em compreendê-las e agir de acordo


com elas terá muito bem sucedido. Entre elas:


- A viagem para a peregrinação para cumprir os rituais onde se lembra


de Allah e da Outra Vida. Como na viagem a gente se separa da família,


dos filhos e da pátria, a viagem para a Outra Vida se parece com isso.


- Como o peregrino aumenta a sua provisão para poder chegar aos


locais Sagrados, ele se lembra que na sua viagem para o seu Senhor deve


levar provisões para atinge a sua segurança. A respeito disso, Allah,


exaltado seja, diz: “Equipai-vos de provisões, mas sabei que a melhor


provisão é a devoção.” (2:197).


- Como a viagem é um pedaço de sofrimento, a viagem para a outra


vida é um sofrimento muito maior. Perante a pessoa estão: a agonia, a


morte, o túmulo, a congregação, o prestar contas, a balança, a sirat (ponte


sobre o Inferno) então o Paraíso ou o Inferno. Feliz é quem Allah, exaltado


seja, salva.


- Quando o peregrino coloca as duas peças do ihram não se lembra a


não ser de sua mortalha com que será amortalhado. Isso o leva a se livrar


das desobediências e dos pecados. Da mesma forma que se livrou das


roupas, deve se livrar dos pecados. Da mesma forma que coloca as duas


peças de vestimenta, brancas, limpas, da mesma forma deve o seu coração


e seus órgãos estarem brancos, sem serem maculados por pecado ou


desobediência.


- Ao dizer no Micat (limite onde se cloca o ihram) Labbaika Allahuma


labaik (Eis-me aqui ó Allah, eis-me aqui), isso quer dizer que está


atendendo à convocação de seu Senhor.. Como pode continuar cometendo


pecados, não atendendo à convocação de seu Senhor para abandoná-los e


possa dizer: Labbaika Allahumma labaik, ou seja, estou atendendo a Sua


ordem de abandonar os pecados. Já é hora de abandoná-los.


- Ao abandonar as proibições durante seu ihram, ocupando-se em


entoar o atendimento e a recordação mostra a situação que o muçulmano


deve ter. Nisso há uma instrução a ele e um costume para a alma nisso. Ele


treina a si e se educa em deixar as coisas normalmente permitidas, porém


Allah as proibiu aqui. Como consegue ultrapassar os limites das proibições


de Allah em todos os lugares e tempos?


- O seu ingresso na Casa Sagrada que Allah tornou segura para as


pessoas faz o servo lembrar-se da segurança no Dia da Ressurreição. Que a


pessoa só consegue alcançar com empenho e cansaço. A coisa mais


importante em que a pessoa crê no Dia da Ressurreição é o monoteísmo e o


abandono de atribuição de parceiros a Allah. A respeito disso, Allah,


exaltado seja, diz: “Os crentes que não obscurecerem a sua fé com


injustiças obterão a segurança e serão iluminados. (6:82).


- Ao beijar a Pedra Negra, a primeira coisa dos rituais, educa o


visitante a engrandecer a Sunna, não ultrapassar os limites da lei divina


com a sua mente incapaz. Ele fica sabendo que o que Allah estabeleceu


para as pessoas tem regras para o seu bem-estar. Ele se educa em servir a


seu Senhor, exaltado seja. A respeito disso, Ômar Ibn Al Khattab (R),


depois de beijar a Pedra Negra, disse: “Sei que és uma pedra que não


beneficias nem prejudicas. Se não tivesse visto o Profeta (S) beijar-te eu


não a beijaria.” (Tradição narrada por Bukhári, nº 1520 e Musslim, nº


1720).


- Durante o Tawaf, lembra do patriarca Abraão (AS) enquanto


construía a Casa para ser congresso e segurança para as pessoas. Que ele


(Abraão) convocou-os para a peregrinação para essa Casa. Quando o nosso


Profeta Mohammad (S) surgiu, convocou as pessoas para peregrinarem à


Casa, também. Da mesma forma, Peregrinaram a ela Moisés, Jonas, Jesus


(AS). Essa Casa tornou-se o símbolo para aqueles profetas e um local de


encontro deles. Como não, se Allah, exaltado seja, ordenou Abraão (AS)


para construí-la e e engrandecê-la?


- Ao beber da água de Zamzam, lembra-se das dádivas de Allah,


exaltado seja, para com as pessoas com aquela água abençoada da qual


beberam milhões de pessoas no decorrer dos séculos, sem esgotar. Ao


beber a água é estimulado a fazer a seguinte súplica informada pelo Profeta


(S): “O beber a água de Zamzam serve para a intenção de quem a bebe.”


(Tradição narrada por Ibn Mája, nº 3062, Ahmad, nº 14435. É uma tradição


classificada como boa por Ibn Al Caiyem em seu livro: “Zad al Ma’ád”,


4/320.


- O Sa’i (o percorrer a distância) entre Safa e Marwa, lembra-lhe o que


Hagar, a mãe de Ismael e esposa do Profeta Abraão suportou de aflição.


Como ela percorreu reiteradas vezes a distância entre Safa e Marwa à


procura de alguém que a livrasse daquela aflição, principalmente quanto ao


fornecimento de água para seu filho, Ismael. Se ela foi paciente, recorrendo


a seu Senhor. Por isso, se a pessoa fizer o mesmo será melhor para ele. O


indivíduo lembra-se do empenho e da paciência da mulher, consegue


suportar o que está passando. A mulher se lembra de sua semelhante e


também fica mais fácil suportar as vicissitudes.


- O permanecer em Arafa faz o peregrino lembrar-se do


congestionamento das pessoas quando da Congregação das pessoas. Se o


peregrino se cansa por causa de congestionamento de milhares de pessoas,


como será o congestionamento de todas as criaturas, descalças, nuas, sem


circuncisão por cinquenta mil anos?


- O ato de se atirar as pedrinhas acostuma o muçulmano na obediência


total, mesmo que não saiba qual é o benefício no atirá-las, não conseguindo


vincular as regras com os seus motivos, e nisso há a manifestação da total


servidão a Allah, exaltado seja.


- Quanto à degola da oferenda, ela lhe lembra do grande


acontecimento da execução do Profeta Abraão àa ordem de Allah, exaltado


seja, em degolar o seu filho primogênito, Ismael, depois de crescer e ser


seu ajudante. Que não há lugar para o sentimento que desobedece a ordem


de Allah. Ensina-lhe, também, obedecer a ordem de Allah, de acordo com


as palavras de Ismael: “Ó meu pai, faze o que te foi ordenado!


Encontrar-me-ás, se Allah quiser, entre os perseverantes!” (37:102).


- Quando tira o ihram, passando a usufruir o que lhe foi proibido


durante a peregrinação, ele se educa na paciência e na perseverança, e fica


sabendo que com a dificuldade está a facilidade. Que o destino de quem


atende as ordens de Allah, é a alegria e a felicidade. Essa alegria só


consegue senti-la quem saboreou a doçura da obediência, como a alegria de


quem está em jejum e o quebra, ou do praticante das orações voluntárias


noturnas após terminá-las.


- Ao encerrar os rituais da peregrinação, tendo-os praticado como


Allah estabeleceu e gosta, e completar os rituais pedindo a seu Senhor que


lhe perdoe todos os pecados, como o Profeta (S) prometeu, ao dizer: “A


pessoa que cumpre a peregrinação, e, durante a mesma, se abstiver da


luxúria e dos abusos, ela retornará (da peregrinação) devidamente


purificada, como se tivesse sido parida por sua mãe, nesse mesmo dia!”


(Tradição narrada por Bukhári, nº 1449 e Musslim, nº 1350).


- Ao retornar para a sua família e filhos, e se alegrar ao encontrá-los,


ele se lembra da alegria maior de quando irá encontrá-los no Paraíso de


Allah, exaltado seja, conscientizando-se que a perda maior é a perda da


alma e da família no Dia da Ressurreição, como Allah, exaltado seja, diz:


“Certamente, os desventurados serão aqueles que perderem a si


mesmos, juntamente com as suas famílias, no Dia da Ressurreição. Não


é esta, acaso, a evidente desventura?” (39:15).


Pedimos a Allah que nos oriente para a Sua obediência e alcançarmos


a Sua Casa, a cumprir as nossas obrigações, e que a paz e a graça de Allah


esteja com o nosso nobre Profeta Mohammad. Amém.



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