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Jesus no Alcorão detém uma das mais altas estaturas entre os Profetas.  Ao contrário de outros Profetas que realizaram milagres, o próprio Jesus foi um milagre, já que nasceu de uma mãe virgem, e Deus o descreveu e à sua mãe da seguinte forma:





“...e Nós fizemos dela (Maria) e de seu filho (Jesus) um sinal para os mundos.” (Alcorão 21:91)





Entretanto, no Alcorão, Jesus é descrito como tendo muitos milagres que não foram concedidos a outros profetas.  Deus diz:





“E concedemos a Jesus, filho de Maria, claros milagres” (Alcorão 2:87)





O que vem a seguir é uma breve descrição dos milagres realizados por Jesus mencionados no Alcorão.





1.                Uma Mesa Servida com Alimentos





No quinto capítulo do Alcorão, “A Mesa Servida” – que recebeu seu nome por causa desse milagre de Jesus, Deus narra como os discípulos de Jesus pediram a ele para pedir a Deus para enviar uma mesa com alimentos, para que fosse um dia especial de comemoração para eles no futuro.





“Quando os discípulos disseram: Ó Jesus, filho de Maria, poderá o teu Senhor fazer-nos descer do céu uma mesa servida? Ele disse: Temei a Deus, se sois crentes!  Tornaram a dizer: Desejamos desfrutar dela, para que os nossos corações sosseguem e para que saibamos que nos tens dito a verdade, e para que sejamos testemunhas disso.  Jesus, filho de Maria, disse: ‘Ó Deus, Senhor nosso, envia-nos do céu uma mesa servida! Que seja um banquete para o primeiro e último de nós, constituindo-se num sinal Teu; agracia-nos, porque Tu és o melhor dos agraciadores.” (Alcorão 5:112-114)





Uma vez que a ocasião era para ser “um festival recorrente,” é provavelmente a Última Ceia,[1]também chamada de Ceia do Senhor, Eucaristia ou Comunhão.  A Eucaristia sempre tem estado no centro da adoração cristã.  A Enciclopédia Britânica diz:





“A Eucaristia é um sacramento cristão comemorando o ato de Jesus em sua Última Ceia com seus discípulos... As cartas de Paulo e os Atos dos Apóstolos tornam claro que o Cristianismo primitivo acreditava que essa instituição incluía um mandato para continuar a celebração...A Eucaristia formou um ritual central da adoração cristã.” [2]





2.      Enquanto Ainda Estava no Berço





Um dos milagres mencionados no Alcorão, embora não mencionado na Bíblia, é o fato de que Jesus, enquanto ainda estava no berço, falou para proteger sua mãe Maria de quaisquer acusações que as pessoas pudessem fazer a ela devido a ter um filho sem um pai.  Quando ela foi abordada sobre esse estranho incidente após o parto, Maria simplesmente apontou para Jesus, e ele milagrosamente falou, assim como Deus havia prometido a ela na anunciação.





“Falará aos homens, ainda no berço, bem como na maturidade, e se contará entre os virtuosos.” (Alcorão 3:46)





Jesus disse às pessoas:





“Sou o servo de Deus, o Qual me concedeu o Livro e me designou como profeta. Fez-me abençoado, onde quer que eu esteja, e me encomendou a oração e (a paga do) zakat enquanto eu viver.  E me fez piedoso para com a minha mãe, não permitindo que eu seja arrogante ou rebelde.  A paz está comigo, desde o dia em que nasci; estará comigo no dia em que eu morrer, bem como no dia em que eu for ressuscitado.” (Alcorão 19:30-33)





3.      E se Tornou um Pássaro





Deus menciona um milagre que não foi concedido a nenhum outro no Alcorão exceto Jesus, um que é um grande paralelo de como o próprio Deus criou Adão.   Esse é um milagre que ninguém pode discutir sua grandeza. Deus menciona no Alcorão que Jesus diz:





“...plasmarei de barro a figura de um pássaro, à qual darei vida, e a figura será um pássaro, com beneplácito de Deus,...” (Alcorão 3:49)





Esse milagre não é encontrado no Novo Testamento, mas é encontrado no Evangelho da Infância de Tomé, não-canônico: “Esse menino Jesus, que na época tinha cinco anos, encontrava-se um dia brincando no leito de um riacho... Fez depois uma massa mole com barro e com ela formou uma dúzia de passarinhos... Jesus, batendo palmas, dirigiu-se às figurinhas: ‘Voai, e lembrai de mim, agora que estão vivos!’ E os passarinhos foram todos embora, gorjeando.” (Evangelho da Infância de Tomé:2)





4.      Curando o Cego e o Leproso





De forma semelhante ao Novo Testamento[3], o Alcorão também menciona que Jesus curou o cego e os leprosos.





“Eu também curo o cego e o leproso.” (Alcorão 3:49)





Os judeus do tempo de Jesus eram muito avançados na ciência da medicina e muito orgulhosos de suas realizações.  Por essa razão, milagres dessa natureza foram concedidos a Jesus por Deus, aqueles que os judeus pudessem bem entender que nenhuma força na natureza poderia fazer coisa igual.





5.      A Ressurreição do Morto





“...e ressuscitarei os mortos, com a anuência de Deus.” (Alcorão 3:49)





Isso, como a criação de um pássaro, foi um milagre de natureza incomparável, um que deveria ter feito os judeus acreditarem na missão profética de Jesus sem nenhuma dúvida.  No Novo Testamento lemos três casos nos quais Jesus trouxe os mortos de volta à vida com a permissão de Deus – a filha de Jairo (Mateus 9:18,23; Marcos 5:22,35; Lucas 8:40,49), o filho da viúva em Naim (Lucas 7:11), e Lázaro (João 11:43).





6.      As Provisões de Hoje e Amanhã





Foi concedido a Jesus o milagre de saber quais pessoas tinham acabado de comer e também o que elas mantinham em estoque para os dias vindouros.  O Alcorão relata que Jesus disse:





“...vos revelarei o que consumis o que entesourais em vossas casas.   Nisso há um sinal para vós, se sois crentes.” (Alcorão 3:49)





Uma Demonstração de Verdade





De forma semelhante a outros profetas, Jesus realizou milagres para convencer os céticos de sua verdade, não para demonstrar sua divindade.  O Alcorão diz:





“Nisso há um sinal para vós, se sois crentes.” (Alcorão 3:49)





Esses milagres foram realizados apenas pela Vontade de Deus, e se Ele não desejasse que ocorressem, eles nunca teriam acontecido.  Deus afirma isso de forma explícita no Alcorão, dizendo que eles aconteceram 





“...pela permissão de Deus”  (Alcorão 3:49; 5:10)





Embora os muçulmanos não possam confirmar, a Bíblia, através de certas narrações, afirma que Jesus às vezes falhou na realização de milagres.  Uma vez quando Jesus tentou curar um homem cego, ele não foi curado após a primeira tentativa e Jesus teve que tentar uma segunda vez (Marcos 8: 22-26). Em outra ocasião, “Ele não pôde fazer quaisquer milagres lá, exceto por suas mãos sobre algumas pessoas doentes e curá-las.” (Marcos 6:5)





Permanece o fato de que não foi através de sua própria vontade que Jesus ou qualquer outro profeta realizou milagres.  Ao contrário, eles foram realizados somente pela Vontade de Deus Todo-Poderoso - um fato mencionado de forma também explícita na Bíblia:





"Varão aprovado por Deus entre vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós...” (Atos 2:22)





Todos os quatro Evangelhos registram Jesus dizendo: "Abençoados são os pacificadores; eles serão chamados filhos de Deus."





A palavra "filho" não pode ser aceita literalmente porque na Bíblia, Deus aparentemente trata muitos de seus servos escolhidos como "filho" e "filhos." Os hebreus acreditavam que Deus é Um, e não tinha nem esposa ou filhos em qualquer sentido literal.  Portanto, é óbvio que a expressão "filho de Deus" significava meramente "Servo de Deus"; alguém que, por causa do seu serviço fiel, era próximo e querido de Deus como um filho é para o seu pai. 





Os cristãos que vieram de uma origem grega ou romana, posteriormente fizeram mau uso desse termo.  Em sua herança, "filho de Deus" significava uma encarnação de um deus ou alguém nascido de uma união física entre deuses e deusas.  Isso pode ser visto em Atos 14:11-13, onde lemos que quando Paulo e Barnabás pregavam em uma cidade da Turquia, os pagãos clamaram que eles eram deuses encarnados. Chamaram Barnabás de Zeus, deus romano, e Paulo de Hermes, outro deus romano.





Além disso, no Novo Testamento as palavras gregas traduzidas como "filho" são "pias" e "paida" que significam "servo," ou "filho no sentido de servo." Elas são traduzidas para "filho" em referência a Jesus e "servo" em referência a todos os outros em algumas traduções da Bíblia.  Assim, consistente com outros versos, Jesus estava simplesmente dizendo que ele é servo de Deus.





Problemas adicionais com a Trindade





Para um cristão, Deus tinha que assumir a forma humana para compreender a tentação e o sofrimento humano, mas o conceito não é baseado em quaisquer palavras claras de Jesus.  Em contraste, Deus não precisa ser tentado e sofrer para ser capaz de compreender e perdoar os pecados do homem, porque Ele é o Criador do homem, Onisciente.  Isso está expresso no versículo:





"Disse ainda o SENHOR: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento;’" (Êxodo 3:7)





Deus perdoou os pecados antes do aparecimento de Jesus, e Ele continua a perdoar sem qualquer assistência.  Quando um crente peca, ele pode se apresentar perante Deus em arrependimento sincero para receber o perdão.  De fato, a oferta de se humilhar perante Deus e ser salvo é feita a toda a humanidade.





"Pois não há outro Deus, senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim. Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro." (Isaías 45:21-22, Jonas 3:5-10)





Biblicamente, as pessoas podem receber perdão dos pecados diretamente de Deus através de arrependimento sincero.  Isso é verdade em todos os tempos e em todos os lugares.  Nunca houve necessidade de um suposto papel intercessor de Jesus na obtenção de expiação.  Os fatos falam por si.  Não existe verdade na crença cristã de que Jesus morreu por nossos pecados e de que a salvação se dá somente através de Jesus. E sobre a salvação das pessoas antes de Jesus? A morte de Jesus não traz nem expiação do pecado, nem é de forma alguma o cumprimento de profecia bíblica.





Os cristãos alegam que no nascimento de Jesus ocorreu o milagre da encarnação de Deus na forma de um ser humano.  Dizer que Deus se tornou de fato um ser humano convida a um número de perguntas.  Deixe-nos perguntar o seguinte sobre o homem-Deus Jesus:  





O que aconteceu a seu prepúcio após sua circuncisão (Lucas 2:21)? Ascendeu aos céus, ou se decompôs como qualquer pedaço de carne humana? 





*Durante sua vida o que aconteceu com seu cabelo, unhas e o sangue que saiu de suas feridas?  As células de seu corpo morreram como nos seres humanos comuns?  Se seu corpo não funcionava de uma forma verdadeiramente humana, ele não podia ser verdadeiramente humano e também verdadeiramente Deus.  Ainda assim, se seu corpo funcionasse exatamente de um jeito humano, isso anularia qualquer alegação de divindade.  Seria impossível para qualquer parte de Deus, mesmo se encarnado, se decompor em qualquer forma e continuar sendo considerado Deus.  O eterno, Deus único, em todo ou em parte, não morre, desintegra ou se decompõe:  "Porque eu, o Senhor, não mudo;" (Malaquias 3:6)





A carne de Jesus resistiu após sua morte? 





A menos que o corpo de Jesus nunca tenha sofrido "deterioração" durante sua vida ele não poderia ser Deus, mas se ele não sofreu "deterioração" então ele não era verdadeiramente humano.





A Bíblia diz que Deus não é homem





 "Deus não é homem..." (Números 23:19)





 "...porque eu sou Deus, e não homem..." (Oséas 11:9)





Jesus é chamado de um homem muitas vezes na Bíblia





"...um homem que vos falou a verdade…" (João 8:40)





 "Jesus, o Nazareno, um homem aprovado por Deus para vós com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou através dele no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis." (Atos 2:22)





"Ele julgará o mundo através do homem que escolheu" (Atos 17:31)





"...o homem Cristo Jesus." (Timóteo 2:5)





A Bíblia diz que Deus não é um filho de homem





 "Deus não é homem, nem um filho de homem..." (Números 23:19)





A Bíblia frequentemente chama Jesus de "um filho de homem" ou "o filho de homem."





"...assim ficará o filho do homem..." (Mateus 12:40)





"Porque o filho do homem há de vir..." (Mateus 16:27)





"...antes de terem visto chegar o filho do homem com o seu reino." (Mateus 28)





"Mas para que saibais que o filho do homem tem autoridade..." (Marcos 2:10)





"...porque é o filho do homem." (João 5:27)





Nas escrituras hebraicas, o "filho do homem" também é usado muitas vezes falando de pessoas (Jó 25:6; Salmos 80:17; 144:3; Ezequiel 2:1; 2:3; 2:6; 2:8; 3:1- 3).





Uma vez que Deus não Se contradizeria ao primeiro dizer que Ele não é filho de um homem, e depois se tornar um ser humano que era chamado de "o filho do homem", ele não o fez.  Lembre que Deus não é o autor de confusão. Seres humanos, incluindo Jesus, também são chamados "filho do homem" especificamente para distingui-los de Deus, que não é um "filho do homem" de acordo com a Bíblia.





A Bíblia diz que Jesus negou ser Deus





Jesus falou a um homem que o chamou de "bom," perguntando-lhe, "Por que me chamas de bom? Ninguém é bom, exceto Deus." (Lucas 18:19)





E ele lhe disse, "Por que me perguntas sobre o que é bom?  Existe apenas Um que é bom; mas se queres entrar na vida, guarda os mandamentos." (Mateus 19:17)





Jesus não ensinou às pessoas que ele era Deus





 Se Jesus tivesse dito às pessoas que era Deus, ele teria saudado o homem.  Ao invés disso, Jesus o repreendeu, negando ser bom, ou seja, Jesus negou que fosse Deus.





A Bíblia diz que Deus é maior que Jesus





"Meu Pai é maior que eu." (João 14:28)





"Meu Pai é maior que todos." (João 10:29)





Jesus não pode ser Deus, se Deus é maior que ele.  A crença cristã de que o Pai e o filho são iguais está em contraste direto com as palavras claras de Jesus.





Jesus nunca instruiu seus discípulos a adorá-lo





"Quando orardes, dizei Nosso Pai que está no céu." (Lucas 11:2)





"Naquele dia, nada me perguntareis.  Se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome." (João 16:23)





"Mas a hora vem e agora é, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura aqueles que assim o adorem." (João 4:23)





Se Jesus fosse Deus, ele teria buscado adoração para si mesmo





Uma vez que não o fez, ao invés disso buscou adoração para Deus nos céus, ele, portanto, não era Deus.





Filho de Deus, filho de Davi, ou filho do Homem?  Jesus é identificado como “filho de Davi" quatorze vezes no Novo Testamento, começando com o primeiro verso (Mateus 1:1). O Evangelho de Lucas documenta quarenta e uma gerações entre Jesus e Davi, enquanto Mateus lista vinte e seis.  Jesus, um descendente distante, pode usar o título “filho de Davi” apenas metaforicamente.  Mas como então devemos entender o título, “filho de Deus?”





O “Trilema,” uma proposta comum dos missionários cristãos, afirma que “Jesus ou era um lunático, ou um mentiroso, ou o Filho de Deus, como ele clamava ser.”  Em nome do argumento, vamos concordar que Jesus não era nem um fanático e nem um mentiroso.  Vamos também concordar que ele era precisamente o que clamava ser.  Mas o que, exatamente, era isso?  Jesus chamou a si mesmo de “Filho do Homem” com freqüência, consistentemente, talvez até enfaticamente, mas onde ele se chamou de “Filho de Deus”?





Vamos recapitular.  O que significa “Filho de Deus” em primeiro lugar?   Nenhuma denominação cristã legítima sugere que Deus se casou e teve um filho, e com certeza nenhuma concebe que Deus teve um filho com uma mãe humana fora do casamento.   Além disso, sugerir que Deus fisicamente se relacionou com um elemento de Sua criação está além dos limites da tolerância religiosa já que seria o cúmulo da blasfêmia, na mesma linha da mitologia grega.





Sem explicação racional disponível dentro dos dogmas da doutrina cristã, a única alternativa para a conclusão dessa alegação é um mais um mistério doutrinário.  Aqui é onde os muçulmanos relembram a questão apresentada no Alcorão:





“...Como pode Ele ter tido um filho quando Ele não teve companheira?...” (Alcorão 6:101)





...enquanto outros gritam, “Mas Deus pode fazer qualquer coisa!”  A posição islâmica, entretanto, é que Deus não faz coisas inapropriadas, apenas coisas divinas.  No ponto-de-vista islâmico, o caráter de Deus é parte do Seu ser e é consistente com Sua majestade.





Então, novamente, o que significa “Filho de Deus”?  E se Jesus Cristo tem direitos exclusivos ao termo, por que a Bíblia registra, “...porque Eu (Deus) sou um pai para Israel, e Efraim (ou seja, Israel) é meu primogênito”  (Jeremias 31:9) e “...Israel é meu filho, meu primogênito”  (Êxodo 4:22)? Adotando o contexto de Romanos 8:14, que diz, “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus,” muitos eruditos concluem que “Filho de Deus” é metafórico e, como com christos, não implica exclusividade. Afinal, The Oxford Dictionary of the Jewish Religion (Dicionário Oxford da Religião Judaica) confirma que no idioma judaico “Filho de Deus” é claramente metafórico. Fazendo a citação, “Filho de Deus, termo ocasionalmente encontrado na literatura judaica, bíblica e pós-bíblica, mas em nenhum lugar implicitando descendência física de Deus.”[1]  O Dicionário Bíblico de Hasting comenta:





No uso semítico “filiação” é uma concepção empregada de certa forma com liberdade, para denotar relacionamento moral ao invés de  físico ou metafísico.  Portanto, “filhos de Belial” (Juízes 19:22, etc.) são homens maus, não descendentes de Belial; e no NT as “crianças da câmara nupcial” são convidados do casamento.  Assim um “filho de Deus” é um homem, ou mesmo um povo, que reflete o caráter de Deus.  Existe pouca evidência de que o título foi usado nos círculos judaicos do Messias, e uma filiação que implicava mais do que um relacionamento moral seria contrária ao monoteísmo judaico.[2]





E em qualquer caso, a lista dos candidatos a “filho de Deus” começa com Adão, de acordo com Lucas 3:38:  “...Adão, que era filho de Deus.”





Aqueles que refutam citando Mateus 3:17 (“E eis uma voz dos céus, que dizia: ‘Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo’”) fazem vista grossa para o fato da Bíblia descrever muitas pessoas, Israel e Adão incluídos, como “filhos de Deus.”  Tanto em 2 Samuel 7:13-14 quanto em 1 Crônicas 22:10 se lê, “Este (Salomão) edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino.  Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho.”





Nações inteiras são referidas como filhos, ou crianças de Deus.  Os exemplos incluem:





Gênesis 6:2, “Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens...”





Gênesis 6:4 “Ora, naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens…”





Deuteronômio 14:1 “Filhos sois do Senhor, vosso Deus;”





Jó 1:6 “Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR...”





Jó 2:1 “Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR...”





Jó 38:7, “Quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos osfilhos de Deus?”





Filipenses 2:15 “para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta...”





1 João 3:1-2, “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamadosfilhos de Deus;” e, de fato, somos filhos de Deus.”





Em Mateus 5:9 Jesus diz, “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.”  Mais adiante em Mateus 5:45, Jesus prescreveu para seus seguidores a obtenção de atributos nobres, “para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste...”  Não exclusivamente seu Pai, mas Pai deles...





O clero cristão reconhece abertamente que Jesus nunca se chamou de “filho de Deus,” entretanto eles alegam que outros o fizeram.  Isso também tem uma resposta.





Ao investigar os manuscritos que compõem o Novo Testamento, descobre-se que a alegada “filiação” de Jesus é baseada na má tradução de duas palavras gregas – pais e huios, ambas traduzidas como “filho.”  Entretanto, essa tradução parece enganadora.  A palavra grega pais deriva do hebraico ebed, que carrega o significado primário de servo, ou escravo.  Portanto, a tradução primária de pais theou é “servo de Deus,” e “criança” ou “filho de Deus” é um embelezamento extravagante.  De acordo com Theological Dictionary of the New Testament (Dicionário Teológico do Novo Testamento), “O original hebraico de pais na frase pais theou, ou seja, ebed, enfatiza a relação pessoal e tem o significado principal de ‘servo’”.[1]  Isso é ainda mais interessante porque se ajusta perfeitamente com a profecia de Isaías 42:1, mantida em Mateus 12:18: “Eis aqui o meu servo [ou seja, da palavra grega pais], que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz...” Qualquer que seja a versão da Bíblia, a palavra é “servo”.  Considerando que o propósito da revelação é tornar clara a verdade de Deus, pode-se pensar nessa passagem como uma verruga feia na face da doutrina da filiação divina.  Afinal, havia melhor lugar para Deus ter declarado Jesus como Seu filho?  Que melhor lugar para ter dito, “Eis aqui o Meu filho que gerei...”?  Mas Ele não disse isso.  Nesse aspecto, a doutrina carece de suporte bíblico nas palavras registradas tanto de Jesus quanto de Deus, e existe boa razão para se perguntar por que.  A menos que Jesus não fosse nada mais do que o servo de Deus que a passagem descreve.





Com relação ao uso religioso da palavra ebed, “O termo serve como uma expressão de humildade usada pelos piedosos perante Deus.”[2]  Além disso, “Após 100 A.C. pais theou mais freqüentemente significa “servo de Deus,” como quando aplicado a Moisés, aos profetas, ou às três crianças (Baruque 1:20; 2:20; Dan. 9:35)”[3]  Uma pessoa pode facilmente cair em uma areia movediça doutrinária: “Dos oito exemplos dessa frase, uma se refere a Israel (Lucas 1:54), duas se referem a Davi (Lucas 1:69; Atos 4:25), e as outras cinco a Jesus (Mateus 12:18; Atos 3:13,26; 4:27,30)...Nos poucos exemplos nos quais Jesus é chamado pais theou nós obviamente temos uma tradição anterior.”[4]  Então Jesus não tinha direitos exclusivos a esse termo, e onde ele foi empregado o termo “obviamente” derivava de “tradição anterior.”  Além disso, a tradução, se imparcial, devia identificar todos os indivíduos a quem a frase foi aplicada de maneira semelhante.  Esse, entretanto, não foi o caso.  Embora pais tenha sido traduzido como “servo” em referência a Davi (Atos 4:25 e Lucas 1:69) e Israel (Lucas 1:54), é traduzido como “Filho” ou “criança sagrada” em referência a Jesus (Atos 3:13; 3:26; 4:27; 4:30). Esse tratamento preferencial é consistente canonicamente, mas falho logicamente.





Por fim um paralelo religioso interessante, se não fundamental, é revelado: “Portanto a frase grega pais tou theou, ‘servo de Deus,’ tem exatamente a mesma conotação que o nome islâmico Abdallah – o ‘servo de Allah.’”[5]





A simetria é ainda mais chocante porque o Alcorão Sagrado relata que Jesus se identificou como simplesmente isso – Abdallah (abd é servo ou escravo em árabe, Abd-Allah [também pronunciado “Abdullah”] significando servo ou escravo de Allah).  De acordo com a estória, quando Maria retornou para sua família com o recém-nascido Jesus, eles a acusaram de não ser casta.  Falando do berço em um milagre que credenciava suas alegações, o bebê Jesus defendeu a virtude de sua mãe com as palavras, “Inni Abdullah...” que significa, “Eu sou de fato um servo de Allah...” (Alcorão 19:30)





A tradução do Novo Testamento de huios para “filho” (no sentido literal da palavra) é igualmente equivocada.  Na página 1210 do Theological Dictionary of the New Testament (Dicionário Teológico do Novo Testamento) de Kittel e Friedrich, o significado de huios vai do literal (Jesus filho de Maria), ao levemente metafórico (crentes como filhos do rei [Mateus 17:25-26]), ao polidamente metafórico (os eleitos de Deus serem filhos de Abraão [Lucas 19:9]), ao coloquialmente metafórico (crentes como filhos de Deus [Mateus 7:9 e Hebreus 12:5]), a espiritualmente metafórico (estudantes como filhos dos Fariseus [Mateus 12:27, Atos 23:6]), a biologicamente metafórico (como em João 19:26, onde Jesus descreve seu discípulo favorito para Maria como “filho dela”), assumidamente metafórico como “filhos do reino” (Mateus 8:12), “filhos da paz” (Lucas 10:6), “filhos da luz” (Lucas 16:8), e tudo de “filhos desse mundo” (Lucas 16:8) a “filhos do trovão” (Marcos 3:17).  É como se essa palavra mal compreendida para “filho” estivesse acenando como um grande aviso pintado em letras maiúsculas: METÁFORA!  Ou, como Stanton coloca eloqüentemente, “A maioria dos eruditos concorda que a palavra aramaica ou hebraica por trás de ‘filho’ é ‘servo.’  Então, quando o Espírito descende sobre Jesus em seu batismo, Jesus é tratado pela voz do céu nos termos de Isaías 42:1: ‘Eis aqui meu servo...meu escolhido...pus sobre ele o meu Espírito.’  Então, embora Marcos 1:11 e  9:7 afirmem que Jesus é chamado por Deus para uma tarefa messiânica especial, a ênfase é no papel de Jesus como um servo ungido, ao invés de Filho de Deus.



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